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MÓDULO IV

Estudo das Principais Verbas


Trabalhistas

AULA 5
Adicional de Transferência

Rua Barão do Serro Azul, 199 – Centro – Curitiba-Paraná – Fone: 41 3323-1717


www.portalciveltrabalhista.com.br
Sumário

I – INTRODUÇÃO – PRINCIPAIS VERBAS TRABALHISTAS ................................. 3


1. Adicional de Transferência - Fundamentação .............................................................. 4
2. Adicional de Transferência – Base de Cálculo ............................................................. 6
3. Adicional de Transferência – Classificação da Verba .................................................. 7
4. Adicional de Transferência – Reflexos ........................................................................ 8
5. Adicional de Transferência – Exemplos de Condenação ........................................... 11
6. Considerações Finais .................................................................................................. 17
7. Cálculo de Liquidação da Verba – Reclamatória Trabalhista .................................... 18

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I – INTRODUÇÃO – PRINCIPAIS VERBAS TRABALHISTAS

Neste módulo estaremos centralizando nossos estudos nas principais verbas trabalhistas,
ou seja, aquelas verbas ou procedimentos que estão presentes em mais de 90% das
reclamatórias trabalhistas.

O presente estudo visa aprofundar o conhecimento de cada uma dessas verbas, com
destaque dado à base de cálculo, demonstração das diversas formas de cálculo da
parcela, exemplos de condenação, apresentação de planilhas eletrônicas para efeito de
cálculo das parcelas.

Mostraremos algumas variações na elaboração dos cálculos de liquidação trabalhista,


lembrando que algumas decisões, em face da forma como são postos os termos
sentenciais, possibilitam que sejam efetuados cálculos distintos para uma mesma verba,
com adoção de critérios diferentes e com resultados diferentes, sem que isto implique
num procedimento ilegal ou indique má fé do perito.

Cabe lembrar, que todas as informações para a elaboração dos cálculos devem estar
contidas no comando sentencial, entretanto, quando isso não ocorre de maneira clara,
surge a possibilidade de se elaborar o cálculo buscando o melhor critério que o caso
permita, de modo a trazer vantagens à parte que está contratando os serviços do perito.

Daí a necessidade de um conhecimento em sentido amplo da matéria. As vantagens


podem ser extraídas através de uma visão ampla do caso. Cada ponto, cada detalhe pode
fazer uma diferença enorme na quantificação econômica, no final da execução
trabalhista.

No módulo atual as verbas serão detalhadas uma a uma, e, quando possível, com as
referências legais.

Não vamos entrar no mérito se o reclamante tem direito ou não à percepção da verba, ou
se esta deve ser calculada com base nesse ou naquele valor. Todavia, vamos procurar,
sempre que possível, mostrar mais de uma maneira de calcular a mesma verba, desde
que a sentença permita tal procedimento.

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1. Adicional de Transferência - Fundamentação

O adicional de transferência é um pagamento suplementar de salário, que deve ser pago


ao funcionário quando, em caso de necessidade, a empresa transferir o empregado para
uma localidade diferente daquela onde ocorreu a contratação funcional. Neste caso, o
empregador deverá pagar ao funcionário um adicional na ordem de 25% sobre os salários
que o empregado recebia na localidade original da contratação.

O parágrafo 3º, do art. 469 da CLT, dispõe sobre o assunto, senão vejamos:

Art. 469, Par. 3º da CLT. "Em caso de necessidade de serviço o


empregador poderá transferir o empregado para localidade
diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições
do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um
pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por
cento) dos salários que o empregado recebia naquela localidade,
enquanto durar essa situação (Redação L. 6.203/75)."

O adicional de transferência tem caráter provisório, a exemplo dos adicionais de


insalubridade e periculosidade, sendo devido somente enquanto durar a transferência, ou
seja, em determinados casos a empresa transfere o funcionário por um período apenas, e,
passado um período, traz o funcionário novamente para a cidade onde ocorreu a
contratação. Neste caso, o adicional de transferência deixa de existir.

O valor do adicional integra a remuneração para todos os efeitos legais, enquanto for
pago, inclusive para cálculo de: horas extras, adicional noturno, domingos e feriados
trabalhados, 13os. salários, férias, abono de férias, aviso prévio, fgts, etc.

Há uma corrente doutrinária que entende que o adicional de transferência pode ter efeito
cumulativo, ou seja, o trabalhador transferido da cidade base para outra cidade tem o
direito de receber 25% de adicional sobre os seus vencimentos e, se após um determinado
período, novamente for transferido para outra cidade, poderá receber mais 25%, e assim
sucessivamente.

ATENÇÃO: Quando o caso envolver múltiplas transferências e a sentença não definir se


cabe ou não a cumulação de percentuais, o Perito Assistente do reclamante deverá
“sempre” realizar o cálculo do adicional de transferência aplicando o percentual de 25%
sobre os valores salariais pagos no local anterior ao novo local de trabalho, e assim,
sucessivamente.

Vale lembrar, entretanto, que não estamos aqui discutindo o direito do trabalhador e sim
extraindo da sentença as informações cabíveis ao caso. É a sentença que irá definir se o
reclamante tem direito ou não ao recebimento da verba e se a verba deve ser paga de
forma cumulativa ou não. Caso a sentença seja omissa quanto ao critério de cálculo, se

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contratado pelo reclamante, o Perito Assistente deverá interpretar o comando sentencial
de forma a extrair o máximo que a condenação permita em favor do seu cliente, deixando
a decisão sobre o critério adotado para o juiz.

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2. Adicional de Transferência – Base de Cálculo

A base de cálculo do adicional de transferência está definida no texto da lei, parágrafo 3º,
do art. 469, da CLT, senão vejamos:

Art. 469, Par. 3º da CLT. "Em caso de necessidade de serviço o


empregador poderá transferir o empregado para localidade
diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições
do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um
pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por
cento) dos salários que o empregado recebia naquela localidade,
enquanto durar essa situação (Redação L. 6.203/75)."

Como aponta o parágrafo terceiro transcrito acima, a transferência assegura ao empregado


um adicional suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento), aplicado sobre
“OS SALÁRIOS” que este recebia na localidade onde foi efetivamente contratado.

ATENÇÃO - Aqui reside um dos detalhes de grande importância na análise de verba, ou


seja, o texto da lei faz referência a “SALÁRIOS”, um termo bem subjetivo quanto a
definição da palavra, todavia, o que chama a atenção é que o texto de lei utilizou o termo
no plural. Neste caso, a melhor interpretação, quando o Perito Assistente estiver atuando
pelo reclamante, é considerar como salários todas as parcelas de caráter salarial recebida
na localidade de origem da condenação. Em caso de uma condenação a tal título, se a
sentença não definir exatamente a constituição da base de cálculo, cada parte no processo
deverá extrair o máximo que o título executivo permita, buscando encontrar o melhor
resultado para o seu cliente, interpretando o termo “Salários” de forma ampla
(reclamante) ou de forma restrita (reclamado). Neste caso, o Perito Assistente deverá
adotar a melhor base de cálculo. É o juiz que dará a palavra final para o caso.

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3. Adicional de Transferência – Classificação da Verba

O adicional de transferência é uma verba de caráter salarial, que gera reflexos sobre outras
parcelas: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS.

Por ser parcela de caráter salarial, pode integrar a base de cálculo de outras parcelas,
como por exemplo: horas extras, adicional noturno, violações intervalares, entre outras
verbas.

Como integra a base de cálculo das parcelas acima, o cálculo do adicional de transferência
deve preceder o cálculo das referidas parcelas para posterior integração na base de cálculo
das verbas.

Sofre as incidências fiscais e previdenciárias.

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4. Adicional de Transferência – Reflexos

O adicional de transferência sofre os efeitos diretos da sua base de cálculo, ou seja, pode
ser considerada como parcela salarial fixa, quando a base de cálculo for constituída por
verba salarial fixa, como, por exemplo, o salário base mensal. Pode, ainda, ser
considerada como parcela salarial variável, quando a sua base de cálculo for constituída
de parcelas variáveis, como, por exemplo: comissões, gratificações ou prêmios. Essa
particularidade reflete diretamente no cálculo das parcelas reflexas: aviso prévio, 13º
salários, férias, terço de férias e FGTS.

Quando o adicional de transferência tiver base cálculo fixa, as parcelas reflexas devem ser
calculadas com base no valor devido a título de adicional de transferência relativo ao mês
de pagamento de cada parcela reflexa. Para as parcelas rescisórias, o valor do mês da
rescisão contratual. Para os 13º salários, o valor do mês de dezembro de cada ano em que
os reflexos são devidos, o mesmo ocorrendo para os períodos de férias gozadas com o
terço constitucional, neste caso, o valor do mês de gozo das férias.

A planilha de cálculo abaixo demonstra o cálculo dos reflexos, considerando o adicional


de transferência como parcela salarial fixa:

Quando o adicional de transferência for constituído por base de cálculo variável, as


parcelas reflexas devem ser calculadas com base na média dos valores devidos em cada
período anterior ao mês de pagamento das parcelas reflexas, ou seja, efetua-se o cálculo

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do valor médio dos 12 meses anteriores ao mês de referência do pagamento da verba
reflexa, preferencialmente, valores corrigidos.

A planilha de cálculo abaixo demonstra o cálculo dos reflexos, considerando o adicional


de transferência como parcela salarial variável:

Se o adicional de transferência for constituído por base fixa e variável ao mesmo tempo, o
cálculo dos reflexos deverá ser realizado de forma separada, de acordo com os critérios
acima, neste caso, um cálculo (principal + reflexos) para a parte fixa e outro cálculo
(principal + reflexos) para a parte variável.

Os cálculos abaixo demonstram claramente, como são calculados os reflexos do


adicional de transferência, considerando as duas bases de cálculo (uma fixa e outra
variável):

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5. Adicional de Transferência – Exemplos de Condenação

A seguir vamos analisar alguns comandos sentenciais inerentes à matéria. Temos algumas
decisões com textos simples e bem definidos, outras deixando margem para a
interpretação das partes.

Não há muita variação quanto ao deferimento da parcela, uma vez que a concessão da
verba é simples, ou seja, quando há o deferimento o Juiz define os parâmetros necessários
para a realização dos cálculos, como, por exemplo: base de cálculo, período, bem como os
reflexos decorrentes da parcela.

Pode, ainda, haver a concessão de diferenças entre o que foi pago e o adicional devido ao
reclamante, com diferenças reflexas decorrentes, isso em função da base de cálculo
adotada no período e até mesmo com relação ao adicional aplicado.

Portanto, é uma parcela com médio grau de dificuldade na realização dos cálculos de
liquidação.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos de deferimentos extraídos de reclamatórias


trabalhistas reais:

Vejamos alguns exemplos de comandos sentenciais e suas soluções:

CASO 1 - Uma sentença simples e bem definida:

Dados do processo:

No. Do Processo .: 0003/1999


Vara do Trabalho .: 1a. VT de Curitiba/Pr.
Nome do Autor .....: www.portaltrabalhista.com
Nome do Réu .......: www.portaltrabalhista.com
Data da Autuação .: 15/04/1998
Data da Admissão : 01/05/1997
Data da Demissão : 31/03/1998
Salários do Período: R$ 1.700,00 de 01/05/1997 a 31/12/1997
R$ 2.100,00 de 01/01/1998 a 31/03/1998

“O reclamante foi transferido para trabalhar em outra localidade no período de


01.06.1997 até o final do seu contrato de trabalho”.
Defere-se o adicional de transferência sobre o total da remuneração do período.

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Com base na sentença acima, podemos fazer a seguinte análise:

1. Período de cálculo = 01/06/1997 a 31/03/1998;


2. Adicional de lei = 25%;
3. Base de cálculo = Salário recebido = R$ 1.700,00 no período de 01/06/1997
até 31/12/1997 e R$ 2.100,00 de
01/01/1998 até 31/03/1998.

ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA – 25%

Base de Perc. Valor


Mês/Ano Cálculo (%) Devido
06/1997 1.700,00 25,00 425,00
07/1997 1.700,00 25,00 425,00
08/1997 1.700,00 25,00 425,00
09/1997 1.700,00 25,00 425,00
10/1997 1.700,00 25,00 425,00
11/1997 1.700,00 25,00 425,00
12/1997 1.700,00 25,00 425,00
01/1998 2.100,00 25,00 525,00
02/1998 2.100,00 25,00 525,00
03/1998 2.100,00 25,00 525,00
Total Devido R$ 4.550,00

Observação: O caso citado acima, não apresenta praticamente dificuldade nenhuma e


cerca de 60% dos deferimentos sentenciais seguem este padrão.

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CASO 2 - Uma sentença complexa com duas possibilidades de solução:

Dados do processo:

No. Do Processo .: 0003/1999


Vara do Trabalho .: 1a. VT de Curitiba/Pr.
Data da Autuação .: 15/04/1998
Data da Admissão : 01/05/1997
Data da Demissão : 31/03/1998
Salários do Período: R$ 1.700,00 de 01/05/1997 a 31/12/1997
R$ 2.100,00 de 01/01/1998 a 31/03/1998

“O reclamante foi transferido para trabalhar na cidade de Porto Alegre/RS, no período


de 01.06.1997 até 30.11.1997. No período de 01.12.1997 a 31.03.1998, foi novamente
transferido para outra cidade (Londrina/Pr).
Em razão das transferências ocorridas, defere-se ao reclamante o adicional de
transferência sobre o total da remuneração do período”.

Com base na sentença acima, podemos fazer a seguinte análise:

Pelo Reclamado (Réu):

1. Período de Cálculo = 01/06/1997 a 31/03/1998;


2. Adicional de Lei = 25%;
3. Base de cálculo = Salário = R$ 1.700,00 no período de 01/06/1997 até 31/12/1997
e R$ 2.100,00 de 01/01/1998 até 31/03/1998.

ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA – 25%

Base de Perc. Valor


Mês/Ano Cálculo (%) Devido
06/1997 1.700,00 25,00 425,00
07/1997 1.700,00 25,00 425,00
08/1997 1.700,00 25,00 425,00
09/1997 1.700,00 25,00 425,00
10/1997 1.700,00 25,00 425,00
11/1997 1.700,00 25,00 425,00
12/1997 1.700,00 25,00 425,00
01/1998 2.100,00 25,00 525,00
02/1998 2.100,00 25,00 525,00
03/1998 2.100,00 25,00 525,00
Total Devido R$ 4.550,00

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Pelo Reclamante:

1. Período de Cálculo = 01/06/1997 a 31/03/1998;


2. Adicional de Lei = 25% até 30/11/97 e 50% (25% da 1a. + 25% da 2a. transferência)
para o período de 01/12/97 a 31/03/98;
3. Base de cálculo = Salário = R$ 1.700,00 para o período de 01/06/1997 até 31/12/1997
e R$ 2.100,00 de 01/01/1998 até 31/03/1998.

ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA – 25%

Base de Perc. Valor


Mês/Ano Cálculo (%) Devido
06/1997 1.700,00 25,00 425,00
07/1997 1.700,00 25,00 425,00
08/1997 1.700,00 25,00 425,00
09/1997 1.700,00 25,00 425,00
10/1997 1.700,00 25,00 425,00
11/1997 1.700,00 25,00 425,00
12/1997 1.700,00 50,00 850,00
01/1998 2.100,00 50,00 1.050,00
02/1998 2.100,00 50,00 1.050,00
03/1998 2.100,00 50,00 1.050,00
Total Devido R$ 6.550,00

No cálculo do reclamado, considerou-se, tão-somente, 25% sobre os salários recebidos,


uma vez que a sentença, não determinou, especificamente, a aplicação em dobro do
adicional de transferência para a segunda transferência. Pelo Réu, o referido adicional é
devido de forma simples em todo o período deferido no comando sentencial.

No cálculo do reclamante, por sua vez, considerou-se 25% de adicional de transferência


sobre os salários recebidos no período de 01/06/1987 até 30/11/1987, e, 50% para o
período em que foi transferido pela segunda vez (01/12/1987 a 31/03/1998). Neste caso,
o reclamante pode alegar que como houve duas transferências, e, portanto, o efeito deve
ser cumulativo.

Os dois parágrafos anteriores já nos dão fundamentos suficientes, para impugnar ou


embargar o cálculo apresentado pela parte contrária.

Quem decide a questão é o Juízo.

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CASO 3

“O reclamante foi transferido para trabalhar em Cubatão/SP, no período de 01.05.98 à


31.10.98 e para Florianópolis/SC no período de 01.11.98 à 30.04.1999.

A empresa por sua vez, pagou o adicional de transferência na ordem de 25% para o
período em que o reclamante trabalhou nestas duas localidades.

Defere-se ao reclamante, no período de 01.11.98 a 30.04.1999, 50% de adicional de


transferência (25% relativo à 1a. transferência, mais 25% relativo a 2o. transferência),
abatendo-se o que foi pago a tal título no período.

Dados do processo:

No. Do Processo .: 0004/1999


Vara do Trabalho .: 1a. VT de Curitiba/Pr.
Nome do Autor .....: www.portaltrabalhista.com
Nome do Réu .......: www.portaltrabalhista.com
Data da Autuação .: 01/05/1999
Data da Admissão : 01/04/1998
Data da Demissão : 30/04/1999
Salários do Período: R$ 2.700,00 de 01/04/1998 a 31/12/1998
R$ 3.500,00 de 01/12/1998 a 30/04/1999

Com base na sentença acima, podemos fazer a seguinte análise:

1. Período de Cálculo = 01/11/1998 a 30/04/1999;


2. Adicional deferido = 50%;
3. Base de cálculo = Salário = R$ 2.700,00 para o período de 01/11/1998 até
31/12/1998 e R$ 3.500,00 de 01/01/1999
até 30/04/1999;
4. Abater os valores pagos a título de adicional de transferência, 25% do salário pago
no período de 01/11/1998 a 30/04/1999. (Valores pagos = R$ 2.700,00 x 25% =
R$ 675,00 no período de 01/11/1998 até 31/12/1998 e R$ 3.500,00 x 25% = R$
875,00 de 01/01/1999 até 30/04/1999).

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Vejamos qual é o resultado final:

ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

Base de Perc. Valor Valor Diferença Fator de Total


Mês/Ano Cálculo (%) Devido Pago Devida Atualização Atualizado
11/2000 2.700,00 50,00 1.350,00 675,00 675,00 1,0892018 735,21
12/2000 2.700,00 50,00 1.350,00 675,00 675,00 1,0825592 730,73
01/2000 3.500,00 50,00 1.750,00 875,00 875,00 1,0745709 940,25
02/2000 3.500,00 50,00 1.750,00 875,00 875,00 1,0690514 935,42
03/2000 3.500,00 50,00 1.750,00 875,00 875,00 1,0602534 927,72
04/2000 3.500,00 50,00 1.750,00 875,00 875,00 1,0480810 917,07
Total Devido R$ ...... 5.186,40

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6. Considerações Finais

Como visto no presente estudo, os cálculos trabalhistas têm determinadas


particularidades que devem ser estudadas de forma mais incisiva e detalhada.

O adicional de transferência apresenta detalhes técnicos que influenciam no cálculo da


parcela, podendo gerar diferenças substanciais no resultado final dos valores
efetivamente devidos nos autos.

O histórico acima deve fazer parte do conhecimento do Perito, até mesmo para elaborar
uma possível fundamentação dos cálculos realizados, se necessário. O adicional de
transferência, assim como todas as verbas a serem calculadas nos autos, sempre devem
estar deferidas e definidas no título executivo.

ATENÇÃO PARA ESTE PONTO: Toda e qualquer definição para a elaboração dos
cálculos deve estar contida no comando sentencial. Entretanto, quando isto não ocorre,
ou seja, a verba é deferida, mas, os parâmetros são falhos ou inexistem, surge a
possibilidade de elaborar-se o cálculo buscando o melhor critério, fundamentado em uma
tese que venha a trazer vantagens à parte que está contratando os serviços do perito
assistente.

Daí a necessidade de um conhecimento mais aprofundado da verba e suas


particularidades.

Um profissional qualificado não pode deixar de observar os pequenos detalhes técnicos


que possam impactar no resultado final dos trabalhos desenvolvidos nos autos, sob pena
de responder sobre eventuais prejuízos causados ao seu cliente.

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7. Cálculo de Liquidação da Verba – Reclamatória Trabalhista

A seguir vamos reproduzir um exemplo prático de reclamatória trabalhista, com o


objetivo de fixar a matéria e a forma de como elaborar o cálculo. É um treinamento
realizado com base em um caso real, contendo as partes necessárias do processo para a
extração de todos os elementos, dados e parâmetros da condenação.

CAPA DO PROCESSO

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO

PROCESSO No.: 1.000/2010

1a Vara do Trabalho de XXXXXXXXX

Autor.........: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Advogado .: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Réu ...........: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


Advogado .: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

AUTUAÇÃO

Em 01 de agosto de 2010, na secretaria da 1ª Vara do Trabalho de XXXXX, autuo a


petição inicial que segue, com --- folhas de documentos.

Eu, ____________________________ diretor de secretaria assino este termo.

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PETIÇÃO INICIAL

EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE XXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro,
casado, RG x.xxx.xxx-x, CPF xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado à rua barão do
cerro azul 199, Curitiba/Pr., por seu advogado qualificado no presente caso, vem à
presença de V. Exa., para propor:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA contra

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, pessoa
jurídica de direito privado, estabelecido à Rua Marechal Deodoro, No. XXX, Centro,
Curitiba – Paraná, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

1. CONTRATO DE TRABALHO:

O autor foi admitido pelo réu em 01 de março de


2008, para exercer a função vendedor, sendo demitido na data de 31 de agosto de 2009,
recebendo como maior remuneração a importância na ordem de R$ 1.280,00 (mil
duzentos e oitenta reais).

2. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA:

O reclamante iniciou suas atividades na cidade de


Curitiba, entretanto, no mês de setembro de 2008, por necessidade da empresa, foi
transferido para a cidade de Maringá no Paraná. No mês de março de 2009, foi novamente
transferido para a cidade de Guaratuba, também no Paraná, onde permaneceu até o final
do contrato.

19
A empresa não efetuou qualquer acréscimo salarial
em favor do reclamante em face das transferências realizadas no período contratual, como
comprovam os recibos de pagamentos ora juntados em anexo.

Art. 469, Par. 3º da CLT. "Em caso de necessidade de


serviço o empregador poderá transferir o empregado para
localidade diversa da que resultar do contrato, não
obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso,
ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca
inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o
empregado recebia naquela localidade, enquanto durar
essa situação (Redação L. 6.203/75)."

Nos termos do art. 469, Par. 3º da CLT, a empresa


reclamada deveria efetuar um pagamento suplementar na ordem de 25% (vinte e cinco
por cento) sobre os salários pagos ao reclamante em cada uma das localidades para onde
foi transferido.

Isto posto, requer-se, 25% de adicional de


transferência para cada uma das localidades par onde foi transferido, pagos sobre os
salários pagos nas localidades antecedentes, a começar pela cidade sede (Curitiba-
Paraná).

Requer-se, ainda, os reflexos da parcela sobre: aviso


prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS 11,2%.

Acolha-se.

3. DIANTE DO EXPOSTO REQUER-SE:

a. Adicional de transferência na ordem de 25%, para


cada transferência realizada no período contratual, com reflexos sobre aviso prévio,
13os. Salários, férias e abono de férias;

b. FGTS 11,2% sobre o principal mais reflexos;

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4. REQUERIMENTOS FINAIS:

Requer seja a reclamada notificada, para que,


querendo, conteste a presente reclamatória, sob pena de confissão e revelia.

Protesta pela produção de todas as provas admitidas


em direito, sem exceção.

Requer, finalmente, seja a presente reclamatória


julgada procedente, condenando-se a reclamada no pagamento dos pedidos, acrescidos
de juros e correção monetária, custas processuais e honorários profissionais.

Dá-se à presente causa, para efeitos fiscais e de


alçada, o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Nestes termos
Pede deferimento.

Curitiba, 20 de Julho de 2010.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

21
CONTESTAÇÃO

EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA _ VARA DO TRABALHO DE XXXXXX

Autos RT 1000/2010

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX (reclamado), pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ/MF xx.xxx.xxx/xxxx-xx, com sede na rua xxxxxxxxxxx, cidade
xxxxx, estado xxxxx, neste ato representado por seu procurador, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência para apresentar CONTESTAÇÃO em resposta a
reclamatória que lhe move XXXXXXXXXXXXXXX (Reclamante), anteriormente
qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões a seguir aduzidas:

MÉRITO

1. CONTRATO DE TRABALHO

O autor prestou serviços na empresa no período de 01 de março de 2008 até 31 de


agosto de 2009, na função de vendedor, com salário final na ordem de R$ 1.280,00 (um
mil e duzentos e oitenta reais).

2. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

O reclamante foi contratado para exercer a função vendedor, iniciando suas atividades
na cidade sede da empresa, Curitiba-Paraná. Nos meses de setembro de 2008 e março de
2009, foi transferido para as cidades de Maringá e Guaratuba, ambas no Paraná,
respectivamente.
22
Cabe destacar, que as transferências beneficiaram o reclamante, pois as transferências
somente ocorreram em face do pedido efetuado pelo próprio reclamante, sob a alegação
de que sua esposa havia sido transferida para trabalhar nas referidas localidades.

Portanto, não há que se falar em adicional de transferência, visto que a transferência


ocorreu a pedido do reclamante e não em razão de necessidade da empresa, como
informado na exordial pelo autor.

Em face do exposto, não procede o pedido efetuado pelo reclamante a título de


adicional de transferência e reflexos..

Pela rejeição do pedido, neste sentido.

REQUERIMENTO

Nessas condições, requer seja julgada improcedente a reclamatória proposta pelo


reclamante.

Requer, por derradeiro, provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, especialmente oitiva de testemunhas, juntadas de novos documentos,
depoimento pessoal do reclamante sob pena de confissão quanto à matéria de fato.

Nestes termos
Pede deferimento.

XXXXXXXX, 05 de outubro de 2010.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

23
Recibos de Pagamentos

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento


Funcionário: XXXXXXX Mês..: set-2008 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: out-2008
Descontos Descontos
Salário Base: 1.280,00 INSS..…….: 220,00 Salário Base.: 1.280,00 INSS......….: 220,00
Comissões..: 650,00 IRRF ……..: Comissões....: 650,00 IRRF.……..:

Soma: 220,00 Soma: 220,00

Soma……: 1.930,00 Líquido ..….: 1.710,00 Soma ...…: 1.930,00 Líquido……: 1.710,00

FGTS 8%....: 154,40 FGTS 8%....: 154,40

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento


Funcionário: XXXXXXX Mês..: nov-2008 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: dez-2008
Descontos Descontos
Salário Base: 1.280,00 INSS..…….: 220,00 Salário Base.: 1.280,00 INSS......….: 220,00
Comissões..: 650,00 IRRF ……..: Comissões....: 650,00 IRRF.……..:

Soma: 220,00 Soma: 220,00

Soma……: 1.930,00 Líquido ..….: 1.710,00 Soma ...…: 1.930,00 Líquido……: 1.710,00

FGTS 8%....: 154,40 FGTS 8%....: 154,40

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento


Funcionário: XXXXXXX Mês..: jan-2009 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: fev-2009
Descontos Descontos
Salário Base: 1.280,00 INSS..…….: 220,00 Salário Base.: 1.280,00 INSS......….: 220,00
Comissões..: 650,00 IRRF ……..: Comissões....: 650,00 IRRF.……..:

Soma: 220,00 Soma: 220,00

Soma……: 1.930,00 Líquido ..….: 1.710,00 Soma ...…: 1.930,00 Líquido……: 1.710,00

FGTS 8%....: 154,40 FGTS 8%....: 154,40

24
Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento
Funcionário: XXXXXXX Mês..: mar-2009 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: abr-2009
Descontos Descontos
Salário Base: 1.280,00 INSS..…….: 220,00 Salário Base.: 1.280,00 INSS......….: 220,00
Comissões..: 650,00 IRRF ……..: Comissões....: 650,00 IRRF.……..:

Soma: 220,00 Soma: 220,00

Soma……: 1.930,00 Líquido ..….: 1.710,00 Soma ...…: 1.930,00 Líquido……: 1.710,00

FGTS 8%....: 154,40 FGTS 8%....: 154,40

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento


Funcionário: XXXXXXX Mês..: mai-2009 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: jun-2009
Descontos Descontos
Salário Base: 1.280,00 INSS..…….: 220,00 Salário Base.: 1.280,00 INSS......….: 220,00
Comissões..: 650,00 IRRF ……..: Comissões....: 650,00 IRRF.……..:

Soma: 220,00 Soma: 220,00

Soma……: 1.930,00 Líquido ..….: 1.710,00 Soma ...…: 1.930,00 Líquido……: 1.710,00

FGTS 8%....: 154,40 FGTS 8%....: 154,40

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento


Funcionário: XXXXXXX Mês..: jul-2009 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: ago-2009
Descontos Descontos
Salário Base: 1.280,00 INSS..…….: 220,00 Salário Base.: 1.280,00 INSS......….: 220,00
Comissões..: 650,00 IRRF ……..: Comissões....: 650,00 IRRF.……..:

Soma: 220,00 Soma: 220,00

Soma……: 1.930,00 Líquido ..….: 1.710,00 Soma ...…: 1.930,00 Líquido……: 1.710,00

FGTS 8%....: 154,40 FGTS 8%....: 154,40

25
SENTENÇA DE 1O GRAU

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO

1a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX.


PROCESSO No. RT 1.000/2010

Termo de Audiência

Aos 10 dias do mês de fevereiro de 2011, às 14h40min, na


sala de audiência desta vara do trabalho, sob a presidência do Exmo. Sr. Juiz do
Trabalho Dr. XXXXXXXXX, foram apregoados os litigantes:
XXXXXXXXXXXXXX, reclamante e XXXXXXXXXXXXXX, reclamada.

SENTENÇA

Vistos e examinados os autos, decide-se:

1. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA E REFLEXOS:

De acordo com as informações colhidas da exordial e


contestação, as transferências efetivamente ocorreram nos meses de setembro de 2008 e
março de 2009, para as cidades de Maringá e Guaratuba, no Paraná.

A empresa alegou que as transferências ocorreram em face de


pedido efetuado pelo reclamante, ou seja, atendendo as necessidades do autor.

Observa-se, entretanto, que o réu não conseguiu comprovar suas


alegações. Os documentos comprovam que o adicional de transferência não foi pago ao
reclamante em momento algum do período contratual.

Deste modo, resta acolhida a pretensão do reclamante.

26
Isto posto, defiro o pedido formulado pelo reclamante na exordial
a título de adicional de transferência, nos termos do art. 469, par. 3º, da CLT, na ordem
de 25%, conforme requerido pelo autor.

Reflexos sobre: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e


FGTS 11,2%.

2. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA:

Juros de mora na forma da Lei.

Correção monetária pelos fatores de atualização dos meses


subsequentes da tabela fornecida pela Assessoria Econômica do TRT XX região.

CONCLUSÃO

Ante o exposto, decidiu a XX Vara do Trabalho de XXXXX,


ACOLHER TOTALMENTE os pedidos formulados por XXXXXXXXXXXX,
reclamante, e, desta forma, condenar, XXXXXXXXXXXXXXXX, reclamada, a pagar,
no prazo legal, conforme fundamentação que passa a fazer parte integrante deste
dispositivo, bem como todas as diretrizes nela traçadas, para todos os efeitos legais, as
verbas e determinações deferidas:

1. Adicional de Transferência e reflexos;


2. FGTS 11,2%, exceto sobre férias indenizadas.
3. Juros de mora e correção monetária;

Liquidação por cálculos.

Custas pela reclamada no importe de R$ 50,00, calculadas sobre


o valor provisoriamente arbitrado à condenação de R$ 2.500,00, sujeitas à
complementação.

INTIMEM-SE AS PARTES.
Cumpra-se no prazo legal.
Nada mais.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Juiz Presidente

27
DESPACHO DETERMINANDO A ELABORAÇÃO DE CÁLCULOS

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO

1a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX.


PROCESSO No. RT 1.000/2010

Em face do trânsito em julgado do presente caso, nomeio o


Perito ....., para que em 10 dias apresente os cálculos de liquidação.

Juiz do Trabalho.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

28
COMENTÁRIOS

Após o trânsito em julgado da sentença, finda-se a fase recursal e inicia-se a fase de


liquidação de sentença.

Esta é a fase da apresentação dos cálculos trabalhistas, fase da quantificação do valor


devido ao reclamante.

Neste momento do processo o Juiz poderá remeter o caso ao reclamante para que
apresente seus cálculos, abrindo prazo ao reclamado para conferir a conta e impugná-la,
de forma fundamentada, se considerá-la incorreta.

O Juiz poderá também enviar o caso diretamente a um perito por ele designado, abrindo
prazo para as partes efetuarem a conferência dos cálculos, podendo cada uma das partes
(reclamado e reclamante) apresentarem sua manifestação contrária aos cálculos
periciais, de forma fundamentada.

O presente caso foi enviado ao perito do Juízo para a elaboração da conta.

O cálculo foi homologado pelo Juízo que abriu prazo para as partes apresentarem
embargos ou impugnação aos cálculos.

29
1º CÁLCULO POSSÍVEL PARA ESTE CASO – PELO AUTOR

30
Para este cálculo foi aplicado o adicional de 25% para a primeira transferência e mais
25% para a segunda transferência, ou seja, a partir do mês de março de 2009, foi
aplicado o adicional de forma dobrada (50%).

31
32
33
34
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2º CÁLCULO POSSÍVEL PARA ESTE CASO – PELO RÉU

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Para este caso foi aplicado o adicional de 25% sobre os salários devidos nas localidades
anteriores ao período das transferências, ou seja, a partir de setembro de 2008 foi
aplicado o adicional de 25% sobre os salários pagos em Curitiba (salário + comissão
fixa). Em março de 2009, foi aplicado o adicional 25% sobre os salários relativos à
cidade de Maringá, ou seja, salário + comissão fixa + adicional de transferência.

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