CURSO DE FÍSICA Disciplina: Introdução à Física Aluna: Ana Tecia Pereira Viegas Professora: Luciana Magalhaes Rebelo Alencar
Resenha de SEGRÈ, Emilio.
Dos raios X aos quarks Físicos modernos e suas descobertas
O livro “Dos Raios X aos Quarks – Personaggi e Scoperte Nella Fisica
Contemporanea”, escrito por Emiio Sègre, teve sua primeira publicação feita por Mondadori Editore (1976), tradução baseada na edição de 1980 publicada por W. H. Freeman and Company, e foi publicado no Brasil em 1982 pela Editora Universidade de Brasília. O físico italiano Emilio Gino Segrè iniciou sua carreira científica em meados da década de 1920, com foco na física atômica e nuclear. Nomeado diretor da equipe P-5 (Radioatividade). Em 1959, ele recebeu o Prêmio Nobel de Física junto com Owen Chamberlain por descobrir evidências conclusivas de antiprótons. O livro de sua autoria, por título “Dos raios x aos quarks: físicos modernos e suas descobertas”, baseia-se em suas palestras ministrada na universidade de Califórnia em Berkeley, na Universidade de Chicago e na Accademia Nazionale dei Lincei, em Roma. Devido a solicitação dos seus conhecimentos adquiridos, o autor decide redigir tal exemplar, através de uma visão impressionista de acontecimentos. Segrè, faz menção em sua obra aos grandes nomes da moderna e suas descobertas. Com o advento da revolução industrial, surge no século XX a Física Quântica. A implantação das máquinas foram fundamentais para composição de laboratórios, consequentemente favorecendo novas pesquisas. A observação dos fenômenos naturais, tornou-se mais difícil por se tratar de um “universo extremamente misterioso”, uma vez que a teoria predominava sobre a experiencia, como é relatado em um fragmento do capítulo 9. A introdução elucida de modo geral o contexto europeu em relação as ciências físicas, do final do século XIX e início do XX, e as características políticas e culturais da época. Destaca ainda, os equipamentos dos laboratórios e as imagens de posse dos grandes cientistas da física moderna, assim como suas contribuições de importância, complementando com uma breve revisão de literatura. A frase “No céu azul da Física Clássica existem apenas duas nuvens a serem dirimidas” frequentemente essa frase é atribuída a um dos mais famosos físicos da história: William Thomson Kelvin, o qual faz jus ao seu nome a escala de temperatura absoluta. As duas nuvens, citadas nesta frase, referem-se às incompatibilidades encontradas entre conceitos da física clássica com a teoria eletromagnética de Maxwell. Esses dois conflitos marcam o início do que conhecemos hoje como Física Moderna, sendo este último o que origina a teoria Quântica. O livro introduz as expectativas que a descoberta dos raios X, do elétron, do campo magnético na emissão da luz e da radioatividade, viriam a gerar sobre a constituição da matéria. O primeiro capítulo faz menção ao Mundo do físico em 1895, introduzindo as personagens com Pieter Zeeman, Joseph John Thomson e Wilhelm Conrad Rontgen. O autor menciona ainda no primeiro capítulo que em 1895, Lorentz publicou um trabalho da famosa teoria das partículas carregadas, denominadas por ele de íons. Em 1896, Zeeman publicou um trabalho na Verhandlungen der physikalischen Gesellschaft zu berlin, no qual confirmou experimentalmente as previsões que seu professor Lorentz fizera em 1895, da ação do campo magnético sobre as linhas espectrais. Esse fenômeno ficou mundialmente conhecido como efeito Zeeman normal. Em 1902, O Prêmio Nobel de Física foi concedido aos físicos holandeses Pieter Zeeman (1865-1943) e Hendrik Antoon Lorentz (1853-1928) por suas investigações sobre o efeito do magnetismo sobre a radiação eletromagnética. Prosseguindo aos acontecimentos, na década de 1890, Joseph John Thomson foi capaz de estimar sua magnitude realizando experimentos com partículas carregadas em gases. Sete anos depois, ele mostrou que os raios catódicos consistem em partículas que conduzem eletricidade. Thomson também concluiu que os elétrons são parte dos átomos. Atribuiu propriedades corpusculares aos elétrons. Em 1906 recebe o Prêmio Nobel de Física pelas investigações teóricas e experimentais sobre a condução de eletricidade por gases. A famosa descoberta experimental dos raios X foi feita pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen. Segrè afirm que em 1895, Roentgen estava em seu laboratório trabalhando com uma válvula de Hittorf. O físico pôde contemplar a emissão de luz, o acontecimento mais surpreendente, sucedeu-se quando ele deixou escapar sua mão na frente da válvula e pôde enxergar as sobras dos seus ossos. De tal forma, ele acabou por descobrir “um novo tipo de raio” os quais chamou de raios X. Os resultados publicados por Roentgen, acerca dos raios X foi revolucionário para época, principalmente na área da Medicina. Entretanto, Roentgen não conseguiu compreender a natureza dos raios X. Todavia, sua descoberta abriu caminho para outra importante descoberta na Física: a radioatividade. Os próximos capítulos irão relatar os estudos de Becquerel, dos Curie e de Rutherford sobre a radioatividade. Os raios de Becquerel. O tópico proposto pelo autor narra sobre Antoine Henri Becquer el (1852 – 1908), um dos precursores na descoberta da Radioatividade. Inusitadamente uma descoberta que se deu de forma “acidental”. Foram os raios x de Roentgen que levaram Henri Becquerel, por várias tentativas, atingir algo semelhante aos raios x, através de experiências empregando compostos de urânio. Além disso, apresenta ainda que as emissões providas do Urano não só borravam a chapa fotográfica, como também conseguiu ionizar gases, transformando-os em condutores. “Era possível medir a "atividade" de uma amostra simplesmente medindo a ionização que ela produzia” (SEGRÈ, 1980, p. 30). O termo Radioatividade surge com as descobertas do casal Curie, logo após as evidências obtidas por Becquerel. Diferentemente de Becquerel, Marie Curie não se limitou apenas em realizar pesquisas com o urânio. Segrè (1980, p. 35), salienta que ela reproduzindo as experiências de Becquerel, com um aparelho construído pelo seu marido, e confirmou que a emissão dos raios de Becquerel é uma propriedade atômica do urânio. Curie decidiu então investigar outros os elementos, e pode perceber que o urânio não era o único elemento a emitir radiação espontaneamente, atribuiu ao fenômeno o nome de Radioatividade. Após investigações, o casal Curie acabou por descobrir outros novos elementos radioativos: o polônio e o rádio. Devido a algumas imprecisões de medidas a polonesa desistiu de prosseguir com investigando. Dois anos e meio depois, o problema seria completamente resolvido pelo neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) e por seus colaboradores. O próximo capítulo é destinado a Rutherford no mundo novo. Paralelo as descobertas de Becquerel e os Curie, outro físico começava a se destacar nos estudos da Radioatividade, seu nome era Ernest Rutherford (1871-1937). Rutherford era aluno de J. J. Thomson. Em 1898, percebeu que havia dois tipos de radiações emitidas pelo urânio que chamou de raios alfa e beta. Na França, o físico Villard descobriu raios penetrantes, similares aos raios X, e os chamou de gama. Rutherford chegou à conclusão de que os raios betas eram na verdade raios catódicos, isto é, elétrons. Por outro lado, verificou também que os raios alfas tinham a mesma carga que o Helio ionizado. Juntamente com o Frederick Soddy (1877 - 1956), estudou as radiações emitidas pelo Urânio, e foram capazes de distinguir os raios alfa e beta. Em 1908, Rutherford recebeu o Nobel de Química, mesmo sendo físico, por seus estudos sobre a desintegração dos elementos e a química das substâncias radioativas. No ano seguinte, Ernest Rutherford realizou seu trabalho mais famoso. Seus discípulos, Hans Geiger e Ernest Marsden realizaram o experimento da folha de ouro sob supervisão de Rutherford. Ele bombardeou uma fina folha de ouro com partículas alfa e observou partículas alfas refletidas com ângulos muito grandes. Posteriormente, com bases nessas observações formulou um novo modelo atômico, em que o átomo é composto por um núcleo muito pequeno com carga positiva em quase toda a massa, e com cargas negativas (elétrons) orbitando ao seu redor. Todas estas descobertas marcaram o surgimento da chamada Física Moderna. O quarto capítulo trata de Planck, um revolucionário obstinado. A vida e obra de Max Planck, é explorada no quarto capítulo. O momento marcado pelas descobertas teóricas e da linguagem matemática explicar a prática. São apresentados, o magnetismo maxwelliano e suas dificuldade de ser explicado pela mecânica clássica, a exemplo disso, temos a lei de Newton para o movimento dos corpos celestes, as equações de Maxwell para o campo eletromagnético da luz, a explicação do corpo negro e as falhas ao tentar encontrar a fórmula para sua emissividade, tudo como apoio para os estudos de Planck sobre a lei da emissividade e na obtenção da carga do elétron e do número de avogadro. Nas próximas sessões, Segrè explana ainda sobre um dos nomes mais mencionados na história da física moderna. Novas formas de pensar: espaço, tempo, relatividade e os quanta. Descreve uma juventude nada convencional do incrível Einstein e a solidão nos seus últimos anos de vida. Do escritório de patentes a fama mundial. Sobre Einstein, o autor relata satisfatoriamente os trabalhos que realizou, que anteriormente haviam sido demonstrados por Gibbs. Aponta também para os notáveis artigos científicos sobre os quanta de luz e o efeito fotoelétrico, a teoria específica da relatividade entre outros trabalhos. Assim como no capítulo anterior que trata das teorias divergentes de Newton e Huygens sobre a luz, a necessidade do éter para explicação de alguns fenômenos e a medição da velocidade da luz por Michelson, a descoberta da independência da velocidade da luz em relação a sua fonte e a análise do espaço e tempo serão as bases para o estudo da relatividade. O capítulo ainda se prestará a revelação da natureza dual da luz, dos quanta de luz e da descontinuidade. O capítulo VIII faz menção ao tópico: Finalmente uma verdadeira mecânica quântica por Louis de Broglie em ondas de matéria, Werner Heisenberg e Wolfgang Pauli matrizes mágicas, Paul Adrien Maurice Dirac em abstração e beleza matemática, assim sucessivamente. Por sua vez, o autor faz alusão ao físico Louis de Broglie (1892 – 1987). O referente cientista dedicou seus estudos no dilema sobre a dualidade da natureza da luz. Broglie acreditava que os elétrons não podiam ser considerados simplesmente como corpúsculos, também conclui que a óptica tem duas faces: geométrica e ondulatória. No que tange as ondas estacionárias, elas demandavam órbitas que compreendiam números inteiros de comprimentos de onda de elétrons. Outro cientista que deu continuidade aos trabalhos foi Walter Elsasser (1904 – 1991). A partir das investigações sobre os Fenômeno da interferência produzidos por ondas de elétrons, Walter Elsasser revolucionária os conceitos ondulatórios, explicando- as como difração de elétrons. Ele também afirmou que seria necessário implantar uma mecânica com as mesmas relações com a mecânica ordinária, comparada a ótica ondulatória em relação à ótica geométrica. Segrè, destaca o Alemão Werner Karl Heisenberg (1901 – 1976), que continuou na Alemanha mesmo durante o nazismo. Sendo um dos líderes do projeto da bomba atômica, a qual não teve êxito. Após a 1ª grande guerra, trabalhou para reerguer a ciência da Alemanha. Ainda sobre as matrizes mágicas, outra personagem da física moderna, Austríaco Wolfgang Ernst Pauli (1900 - 1958). Ele teve ficou famoso através do artigo sobre a relatividade geral para uma enciclopédia de matemática alemã. Na seção destacada por Abstração e Matemática é referente ao inglês Paul Adrien Maurice (1902 – 1984). Estudou a teria atômica de Bohr e a mecânica quântica através do artigo de Heisenberg sobre a Matriznmechanik. Na seção direcionada ao tridente admirável Alexander Schrödinger (1887– 1961), é ressalto a publicação do Quantisierung als Eigenwertproblem, onde destaca a equação batizada em sua homenagem. Identifica-se ainda o contraste com Heisenberg e Pauli. O capítulo IX destaca a descoberta do Neutron, e retoma alguns nomes supracitados. Como também relata sobre Chawick que refez o experimento (He e N), e concluiu a radiação penetrante e chamou de nêutron. Outra descoberta importante foi a do Deutério por Harold Clayton Urey que recebeu o prêmio Nobel de Química (1934). Ele conclui núcleo formado por um próton e um nêutron, separaram do hidrogênio por destilação fracionada a -259 °C. O deutério é utilizado nos processos de fusão nuclear. Outra descoberta de relevância mencionado nesse capítulo é O Pósitron, por Paul Dirac, estudou engenharia elétrica e se formou em matemática na Universidade de Cambridge. Em 1928, Paul Dirac desenvolveu a chamada Equação de Dirac que descreve o comportamento relativístico do elétron. Essa teoria previu a existência do pósitron, a antipartícula do elétron, que foi observado experimentalmente em 1921 por Carl David Anderson. Mais tarde Carl Anderson descobriu uma partícula e batizou de pósitron, denominada também elétron positivo. O capítulo X está relacionado as Descobertas em Roma com os principais nomes: Irene Curie (1897 – 1956) e Frédéric Jolit (1900 – 1958). Juntos, eles descobriram a radioatividade artificial quando bombardearam alumínio com partículas alfa, obtendo nêutron e fósforo ativo, emissor de pósitron. Fermi e equipe bombardearam com urânio com nêutrons, e concluíram equivocadamente ter produzido novos elementos artificiais, os transurânicos, que tinham números atômicos maior que o do urânio. Eles também descobrem a moderação dos nêutrons, ou seja, a diminuição da energia cinética dos nêutrons. O capítulo X, presta-se a falar sobre a caracterização do fenômeno de fissão nuclear em 1939. As máquinas que ganham destaque no Capítulo XI são os primeiros aceleradores de partículas, que surgem da necessidade de aumentar a velocidade entre partículas de carga positiva (alfa, prótons e deutério) e o núcleo para diminuir a repulsão entre eles. Dentre os aceleradores, o mais bem sucedido foi o Cíclotron de Lawrence desenvolvido por E. O. Lawrence (1901 – 1958), que Funcionava da seguinte forma: quando a partícula era lançada no espaço entre seus eletrodos, era automaticamente atraída por um e repelida por outro, pois eram carregados por correntes alternadas de alta frequência de forma negativa ou positiva. Logo, identificou-se uma breve discussão sobre a origem da energia emitida e a característica da radiação, o que levaria a forte influência acerca da conservação de energia ponto uma dessas pesquisas estava relacionadas ao estudo de raios catódicos, enquanto a outra à espectroscopia. O livro falar sobre história e o desenvolvimento da física moderna, trazendo uma breve contextualização, relatos das dificuldades e de como se fazia e faz ciência são apresentados de forma bastante clara enfrentadas por diversos físicos. O exemplar não pretende abordar a física quântica em sua totalidade, pois, trata-se de uma visão impressionista do autor frente aos acontecimentos. Esse livro é indicado para os amantes de física.