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Manejo
Integrado
de Pragas e
Doenças
Gerência Desenvolvimento Tecnológico
Sumário
1. Introdução
Em ecossistemas naturais, espécies consideradas pragas encontram-se em
equilíbrio com as demais populações, danos eventualmente ocasionados não se agravam
ou necessitam de controle. Em contrapartida, em um monocultivo, como geralmente
ocorre na produção agrícola, ocorre redução da biodiversidade limitando as interações
entre populações, espécies mais adaptadas aumentam suas populações e podem
ocasionar danos intensos, caracterizando-se como pragas. Além da redução da produção,
as pragas ocasionam aumento de custos de manejo, baixa a valorização dos produtos no
mercado, seja pela má aparência ou pela redução da qualidade do produto.
O termo praga na agricultura se refere a “qualquer espécie, raça ou biótipo de
vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivos aos vegetais ou produtos vegetais”. As
Pragas são evidenciadas como um dos principais entraves à obtenção de rendimentos
superiores na agricultura e as perdas ocasionadas variam em decorrência de diferentes
fatores e suas combinações.
Trabalhos científicos avaliando perdas ocasionadas por pragas relatam redução
de produtividade na faixa de 29% na cultura do milho (Picanço et al., 2003), 25% a 69%
em aveia (Shahzaib et al., 2012), 37% em arroz e 40% em batata (Oerke, 2006). Perdas
ocasionadas por doenças foram relatadas na faixa de 7% em soja (Allen et al., 2016), 32%
em amendoim (Tanzubil & Yahaya, 2017) e variando de 30% a 50% em café (Cerda et al.,
2017). Problemas fitossanitários não manejados ou manejados incorretamente podem
inviabilizar totalmente o cultivo. A utilização de produtos fitossanitários para a prevenção
e o controle de pragas, e o surgimento de novas ferramentas como o Manejo Integrado
de Pragas, têm contribuído para reduzir as ameaças fitossanitárias e vem promovendo a
sustentabilidade da produção agrícola, garantindo a sanidade e produtividade da cultura.
A abordagem deste manual tem por objetivo orientar o público alvo, sobre os
tratamentos fitossanitários na Biopalma e os impactos causados pelas pragas.
Figura 1. Nível de dano econômico (NDE), Nível de controle (NC) e Nível de equilíbrio (NE)
de uma população hipotética de praga. Fonte: adaptado de Pedigo e Rice (2009).
Dano Econômico: (DE) é a quantidade mínima de injúria que justifica a aplicação de
determinada tática de manejo; Nível de Dano Econômico (NDE): é a menor densidade
populacional da praga que causa dano econômico; Nível de Controle (NC): é a menor
densidade populacional da praga na qual táticas de manejo necessitam ser tomadas para
impedir que o NDE seja alcançado; Nível de Equilíbrio (NE): é a densidade populacional
média de uma população da praga por um longo período, não afetadas por temporárias
intervenções no controle da praga.
1.2.1. Monitorar
O monitoramento é a base para a tomada de decisão. Ele deve ser realizado de
forma regular para que se conheça a densidade populacional e/ou nível de dano das
pragas existentes no palmar. O monitoramento é feito por meio de amostragens que
variam conforme a praga. Quando a densidade populacional da praga se encontra abaixo
do NC, a estratégia de “monitorar” é considerada a melhor abordagem. Portanto o
monitoramento é fundamental para que a decisão de controle seja tomada no momento
correto, evitando-se possíveis perdas de produtividade.
a) Poda: consiste na retirada de folhas que se encontram em excesso e que deve ser
realizada de maneira regular. Esta prática normalmente se faz de maneira desordenada
e tardia deixando um elevado número de folhas nas plantas, o qual pode favorecer a
permanência e desenvolvimento de algumas pragas. A poda é necessária pois elimina
fontes de inóculo permitindo assim a quebrar do seu ciclo biológico de algumas pragas.
b) Colheita regular: a colheita se maneja através de ciclos. Quando os ciclos são muitos
longos favorecem o aparecimento de cachos podres e passados, que servem como
atrativos para algumas pragas.
c) Sistema adequado de erradicação de plantas: a eliminação precoce de plantas
enfermas, plantas estas que servem como fonte de propagação e multiplicação de pragas
e doenças devem ser prontamente eliminadas para reduzir a disseminação, fonte de
alimento, refúgio ou proteção de qualquer praga no palmar.
d) Adubação: tem por finalidade fornecer uma boa nutrição à planta, tornando-a menos
suscetível ao ataque de pragas. No entanto, o fornecimento de alguns elementos pode
provocar uma pseudoresistência ou resistência induzida à planta, causando mudanças
fisiológicas nesta e tornando-a desfavorável ao desenvolvimento do inseto.
e) Desbaste/Raleio: adensamento de plantio pode promover ambientes mais escuros e
úmidos, o que pode proporcionar a permanência e atração de pragas para os plantios. A
prática de desbaste deve garantir a manutenção da produtividade da área.
f) Destruição de hospedeiros alternativos: nesse caso devem-se eliminar plantas que
estejam ao redor ou no interior da área de cultivo, de forma a impedir que essas sejam
utilizadas pelos organismos-praga como fontes alternativas de alimento e/ou abrigo.
g) Aeração do solo: prática importante para o manejo fitossanitário da palma, pois afeta
diretamente o sistema radicular, ponto chave para captação e translocação de água e
nutrientes. A aeração do solo pode ser afetada por compactação, excesso de água e por
características da natureza do solo.
h) Manejo Planta Daninhas: A ocorrência de plantas invasoras, em especial aquelas que
favorecem o sombreamento excessivo do palmar, contribuem para aumentar a umidade
relativa e evita a entrada de luz ao redor das plantas, criando condições favoráveis para
permanência de praga nas parcelas. Portanto o controle de plantas invasoras através de
manejo químico e/ou mecânico devem ser regular.
i) Uso correto de herbicidas: em áreas com alta incidência de pragas e doenças evitar o
uso de herbicidas a base de glifosato, pois a interação deste princípio ativo com a nutrição
das plantas está relacionado: a) redução drástica da absorção e/ou translocação de Fe,
Mn e Zn; b) redução da eficiência fisiológica das plantas, o que diminui a concentração
de nutrientes consequentemente aumenta a suscetibilidade a pragas e doenças; c) limita
a atividade microbiana da rizosfera.
A) Pragas
Hábito alimentar
Causam desfolha durante o dia. Consome todo o
limbo foliar e nervura central.
Controle Natural
a) Manejo preventivo: Estabelecimento de nectaríferas (Tabela 1, Figura 3)
O plantio de nectaríferas deve ser realizado nas bordaduras das parcelas de
todo o plantio, com o objetivo de contribui no aumento da diversidade de
organismos parasitoides, predadores e agentes microbianos de controle natural
de pragas.
• Realizar uma vez por ano o plantio e ou replantio das plantas nectaríferas nas
bordaduras das parcelas;
• As manutenções de limpeza das plantas nectaríferas devem ser realizadas a cada
6 (seis) meses;
• Em áreas de reincidências plantar nos locais que haja falha ou ausência de planta
de palma de óleo, conforme croqui 2:
Croqui 2 – Estabelecimento de nectaríferas no plantio em áreas com reincidência da
praga.
Controle Biológico
a) Manejo curativo: Identificação, multiplicação e liberação de parasitoides (Tabela
2, Figura 4);
Controle Químico
a) Manejo curativo: Aplicação de inseticida químico registrado para praga e cultura.
• Nível Crítico: Primeira ocorrência maior que 10 lagartas por folha;
• Nível Crítico: Reincidência maior que 4 lagartas por folha;
• As doses dos produtos utilizados e volumes de aplicação devem seguir
recomendações do Responsável Técnico e Bula: atualmente não existe produto
químico registrado para a praga.
Controle Cultural
a) Manejo preventivo: Balanço Nutricional
• O balanço nutricional, mais que aplicação de um único elemento, contribui para
a obtenção e manutenção de plantas sadias. Este ponto está mais relacionado ao
balanço de N/K. O excesso de N foliar e baixos conteúdos de K aumentam a
suscetibilidade da planta ao ataque de insetos. Estabelecer níveis de K foliar
próximos a 1,4% de acordo com a idade do plantio (Potássio foliar variando de
1,2% a 1,6%) e relação N/K próxima a 1,85.
1.1.5. Ciclos da praga associado à época e métodos de controle
CALENDÁRIO FITOSSANIDADE 2020 - Gerência de Desenvolvimento Agronômico - Tomé-Açu
jan/20 jul/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Legenda: Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
1 1 2 3 4 5 Feriados 30 1 2 3 4 5
2 6 8 8 16 10 11 12 Instalação Armadilhas Opsiphanes 31 6 7 8 9 10 11 12
3 13 14 15 16 17 18 19 Monitoramento Armadilhas Opsiphanes 32 13 14 15 16 17 18 19
4 20 22 23 23 24 25 26 Monitoramento Lagarta Opsiphanes 33 20 21 22 23 24 25 26
5 27 28 28 28 31 Pulverização para Controle de Opsiphanes 34 27 28 29 30 31
fev/20 ago/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
5 1 2 35 1 2
6 3 4 5 6 7 8 9 36 3 4 5 6 7 8 9
7 10 11 12 13 14 15 16 37 10 11 12 13 14 15 16
8 17 18 19 20 21 22 23 38 17 18 19 20 21 22 23
9 24 25 26 27 28 29 39 24 25 26 27 28 29 30
40 31
mar/20 set/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
9 1 41 1 2 3 4 5 6
10 2 3 4 5 6 7 8 42 7 8 9 10 11 12 13 7 Independência Brasil
11 9 10 11 12 13 14 15 43 14 15 16 17 18 19 20
12 16 17 18 12 20 21 22 44 21 22 23 24 25 26 27
13 23 24 25 26 27 28 29 45 28 29 30
14 30 31
abr/20 out/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do 10 Páscoa Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
15 1 2 3 4 5 20 Compensação Feriado Tiradentes 46 1 2 3 4
16 6 7 8 9 10 11 12 21 Tiradentes 47 5 6 7 8 9 10 11
17 13 14 15 16 17 18 19 48 12 13 14 15 16 17 18 12 N. Senh. Aparecida
18 20 21 22 23 24 25 26 49 19 20 21 22 23 24 25
19 27 28 29 30 50 26 27 28 29 30 31
mai/20 nov/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do 1 Dia do trabalhador Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
20 1 2 3 51 1
21 4 5 6 7 8 9 10 52 2 3 4 5 6 7 8 2 Finados
22 11 12 13 14 15 16 17 53 9 10 11 12 13 14 15 15 Procl. Da República
23 18 19 20 21 22 23 24 54 16 17 18 19 20 21 22
24 25 26 27 28 29 30 31 55 23 24 25 26 27 28 29
56 30
jun/20 dez/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do 8 Compensação Feriado Corpus Cristi Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
25 1 2 3 4 5 6 7 10 Corpus Cristi 57 1 2 3 4 5 6
26 8 9 10 11 12 13 14 58 7 8 9 10 11 12 13
27 15 16 17 18 19 20 21 59 14 15 16 17 18 19 20
28 22 23 24 25 26 27 28 60 21 22 23 24 25 26 27 25 Natal
29 29 30 61 28 29 30 31
Figura 8 – Calendário para monitoramento e controle de Opsiphanes invirae, exemplo polo Tomé-Açu.
ANEXO I – Status atual e planejamento de execução de pulverização
Hábito alimentar
Controle Natural
a) Manejo preventivo: Estabelecimento de nectaríferas (Tabela 1, Figura 1).
O plantio de nectaríferas deve ser realizado nas bordaduras das parcelas de
todo o plantio, com o objetivo de contribui no aumento da diversidade de
organismos parasitoides, predadores e agentes microbianos de controle natural.
Controle Mecânico
a) Manejo curativo: Destruição manual de ninhos.
Qualquer visualização dos ninhos, eles são derrubados e destruídos (por pisoteio),
quando não constatada a presença de parasitismo das lagartas.
Controle Biológico
a) Manejo curativo: Identificação, multiplicação e liberação de parasitoides (Tabela 6,
Figura 9);
Controle Químico
b) Manejo curativo: Aplicação de inseticida químico registrado para praga e cultura.
• Nível Crítico: Primeira ocorrência maior que 10 lagartas por folha;
• Nível Crítico: Reincidência maior que 4 lagartas por folha;
• As doses dos produtos utilizados e volumes de aplicação devem seguir
recomendações do Responsável Técnico e Bula.
Controle Cultural
a) Manejo preventivo: Balanço Nutricional
• O balanço nutricional, mais que aplicação de um único elemento, contribui para a
obtenção e manutenção de plantas sadias. Este ponto está mais relacionado ao
balanço de N/K. O excesso de N foliar e baixos conteúdos de K aumentam a
suscetibilidade da planta ao ataque de insetos. Estabelecer níveis de K foliar
próximos a 1,4% de acordo com a idade do plantio (Potássio foliar variando de 1,2%
a 1,6%) e relação N/K próxima a 1,85.
1.2.5. Ciclos da praga associado a época e métodos de controle
CALENDÁRIO FITOSSANIDADE 2020 - Gerência de Desenvolvimento Agronômico - Moju
jan/20 jul/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Legenda: Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
1 1 2 3 4 5 Feriados 30 1 2 3 4 5
2 6 8 8 16 10 11 12 Monitoramento Pupas de Brassolis 31 6 7 8 9 10 11 12
3 13 14 15 16 17 18 19 Monitoramento Lagarta Brassolis 32 13 14 15 16 17 18 19
4 20 22 23 23 24 25 26 Controle Lagartas de Brassolis 33 20 21 22 23 24 25 26
5 27 28 28 28 31 Controle Pupas de Brassolis 34 27 28 29 30 31
Controle Ovos de Brassolis
fev/20 ago/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
5 1 2 35 1 2
6 3 4 5 6 7 8 9 36 3 4 5 6 7 8 9
7 10 11 12 13 14 15 16 37 10 11 12 13 14 15 16
8 17 18 19 20 21 22 23 38 17 18 19 20 21 22 23
9 24 25 26 27 28 29 39 24 25 26 27 28 29 30
40 31
Controle Natural
a) Manejo preventivo: Estabelecimento de nectaríferas (Tabela 1, Figura 1).
O plantio de nectaríferas deve ser realizado nas bordaduras das parcelas de
todo o plantio, com o objetivo de contribui no aumento da diversidade de
organismos parasitoides, predadores e agentes microbianos de controle natural.
Controle Biológico
a) Manejo curativo: Identificação, multiplicação e liberação de parasitoides (Tabela
11);
Controle Cultural
b) Manejo preventivo: Balanço Nutricional
• O balanço nutricional, mais que aplicação de um único elemento, contribui para a
obtenção e manutenção de plantas sadias. Este ponto está mais relacionado ao
balanço de N/K. O excesso de N foliar e baixos conteúdos de K aumentam a
suscetibilidade da planta ao ataque de insetos. Estabelecer níveis de K foliar
próximos a 1,4% de acordo com a idade do plantio (Potássio foliar variando de 1,2%
a 1,6%) e relação N/K próxima a 1,85.
1.4.1. Ciclos da praga associado a época e métodos de controle
CALENDÁRIO FITOSSANIDADE 2021 - Gerência de Desenvolvimento Agronômico - Referência: Ciclo Concórdia
jan/21 jul/21
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Legenda: Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
1 1 2 3 Feriados 27 1 2 3 4
2 4 5 6 7 8 9 10 Monitoramento Lagarta Euprosterna 28 5 6 7 8 9 10 11
3 11 12 13 14 15 16 17 Pulverização para Controle de Euprosterna 29 12 13 14 15 16 17 18
4 18 19 20 21 22 23 24 30 19 20 21 22 23 24 25
5 25 26 27 28 29 30 31 31 26 27 28 29 30 31
fev/21 ago/21
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
31 1
6 1 2 3 4 5 6 7 32 2 3 4 5 6 7 8
7 8 9 10 11 12 13 14 33 9 10 11 12 13 14 15
8 15 16 17 18 19 20 21 34 16 17 18 19 20 21 22
9 22 23 24 25 26 27 28 35 23 24 25 26 27 28 29
36 30 31
mar/21 set/21
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
36 1 2 3 4 5 6 Compensação Feriado Independência Brasil
10 1 2 3 4 5 6 7 37 6 7 8 9 10 11 12 7 Independência Brasil
11 8 9 10 11 12 13 14 38 13 14 15 16 17 18 19
12 15 16 17 18 19 20 21 39 20 21 22 23 24 25 26
13 22 23 24 25 26 27 28 40 27 28 29 30
14 29 30 31
abr/21 out/21
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do 10 Páscoa Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
14 1 2 3 4 19 Compensação Feriado Tiradentes 40 1 2 3 11 Compensação Feriado N. Senh. Aparecida
15 5 6 7 8 9 10 11 21 Tiradentes 41 4 5 6 7 8 9 10 12 N. Senh. Aparecida
16 12 13 14 15 16 17 18 42 11 12 13 14 15 16 17
17 19 20 21 22 23 24 25 43 18 19 20 21 22 23 24
18 26 27 28 29 30 44 25 26 27 28 29 30 31
mai/21 nov/21
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do 1 Dia do trabalhador Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
18 1 2 1 Compensação Feriado Finados
19 3 4 5 6 7 8 9 45 1 2 3 4 5 6 7 2 Finados
20 10 11 12 13 14 15 16 46 8 9 10 11 12 13 14 15 Procl. Da República
21 17 18 19 20 21 22 23 47 15 16 17 18 19 20 21
22 24 25 26 27 28 29 30 48 22 23 24 25 26 27 28
23 31 49 29 30
jun/21 dez/21
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do 7 Compensação Feriado Corpus Cristi Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
23 1 2 3 4 5 6 10 Corpus Cristi 50 1 2 3 4 5
24 7 8 9 10 11 12 13 51 6 7 8 9 10 11 12
25 14 15 16 17 18 19 20 52 13 14 15 16 17 18 19
26 21 22 23 24 25 26 27 53 20 21 22 23 24 25 26 25 Natal
27 28 29 30 54 27 28 29 30 31
D) E)
Controle Natural
a) Manejo preventivo: Estabelecimento de nectaríferas (Tabela 1, Figura 1).
O plantio de nectaríferas deve ser realizado nas bordaduras das parcelas de
todo o plantio, com o objetivo de contribui no aumento da diversidade de
organismos parasitoides, predadores e agentes microbianos de controle natural.
Controle Cultural
a) Manejo preventivo:
• Planta Daninhas: A ocorrência de plantas invasoras, em especial aquelas que
favorecem o sombreamento excessivo do palmar, contribuem para diminuir a
entrada de luz ao redor das plantas, criando condições favoráveis para instalação e
permanência da praga nas parcelas. O controle de plantas invasoras através de
manejo químico e/ou mecânico deve ser realizado a cada 3 meses.
• Promover o raleio das áreas com densidade superior a 170 plantas/hectares e que
apresentam mais de 50% de cachos brocados e mais 15% das plantas com sintomas
de ataque no interior do estipe (Figura 14).
o Realizar a leitura do número de estruturas produtivas de todas as plantas
da parcela;
o Após a contagem separar as plantas em hexágonos amostrais (Croqui 3);
o A partir da distribuição dos hexágonos selecionar a planta que será
erradicada (Croqui 4);
o Utilizando o número de estruturas no momento da leitura, erradicar a
planta que possuir o menor número de estruturas de cada hexágono;
o Se no hexágono amostral existir alguma planta morta ou falha, não será
necessário eliminação de novas plantas;
o Se no hexágono amostral existir alguma planta com sintomas do ataque de
Eupalamides ou outra anomalia esta deve ser a eliminada;
o Promover a erradicação química até obter densidade de 145
plantas/hectare nas parcelas afetadas, o que equivale a eliminação de 14%
das plantas;
o Após definida a planta que será eliminada, promover a erradicação química
com a injeção de aproximadamente 200 ml de MSMA;
o Abrir 3 (três) furos no estipe da planta entre as bases dos pecíolos. Os furos
podem ser abertos com perfurador motorizado (broca de 19 mm) ou
motosserra, distantes de 1,0 a 1,5 metro do chão e com 45° de inclinação
descendente em relação ao solo (Figura 3);
o Utilizando pulverizador manual de 1,5 L ou pulverizador costal de 20 L
injetar o herbicida em cada perfuração, aplicando dosagens aproximadas
de 67 ml/furo. O herbicida MSMA é o produto com melhor referência na
erradicação de palmeiras;
o Tampar os furos após aplicação com fruto solto encontrado no entorno;
o Durante o período de 8 a 22 dias ocorre o secamento total das plantas;
o A evolução da produtividade (toneladas de CFF/ha), número de cachos por
planta e peso médio do cacho devem ser comparados mensalmente
utilizando as bases de colheita com referência dos últimos 12 meses, antes
e depois do raleio.
Croqui 3 – Separação dos hexágonos independentes.
b) Manejo curativo:
• Poda: A manutenção de 2 (dois) ciclos de poda por ano para as áreas com 5,0% ou
mais de cachos brocados; Manutenção de 1 (um) ciclo de poda por ano para as
áreas com menos de 5,0% de cachos brocados;
OBS.: A atividade de poda deve garantir a retirada de cachos passados e podres e
manter no máximo 42 folhas por planta e no mínimo 38 folhas por planta.
• Colheita: Manter colheita regular com ciclo de no máximo 08 dias nas áreas que
atingiram o nível crítico (áreas com mais de 5,0% de cachos brocados).
• A classificação quanto a intensidade de danos em grupos terá como objetivo
priorizar ações. Áreas que integram o Grupo 2 e possuam menos de 5,0% de cachos
brocados deve-se priorizar e intensificar a colheita, executando ciclos de 14 dias.
Áreas que integram o Grupo 3 e possuam menos de 5,0% de cachos brocado deve-
se priorizar e intensificar a colheita, executando ciclos de 12 dias. Áreas que
integram o Grupo 4 e possuam mais de 5,0% de cachos brocado deve-se priorizar
a pulverização de produtos biológico, registrados para o controle da praga,
direcionando a aplicação para a coroa de cachos e intensificar a colheita
executando ciclos de 8 dias. Áreas que integram o Grupo 5 e possuam mais de 30%
de cachos brocado deve-se priorizar a pulverização de produtos químicos,
registrados para o controle da praga, direcionando a aplicação para a coroa de
cachos e intensificar a colheita executando ciclos de 8 dias.
Controle Mecânico
a) Manejo curativo:
• Captura de adultos: Durante o período de maior ocorrência conforme calendário
de atividades (Figura 18). Esta prática ajuda a reduzir a população de ovos além de
mostrar a evolução e efetividade das práticas de manejos propostos. A captura de
adultos deve ser realizada com o auxílio de rede entomológica (Figura 16)
confeccionadas com varas de madeira com tamanho superior a 2 metros dependo
da altura do plantio onde será realizado o controle, a altura da vara deve garantir a
captura próxima a região da folha 25, aro de arame de 20 cm de diâmetro e tecido
tipo organza.
Nível Crítico para adultos: 5 adultos/hectare.
• Coleta de pupas: Durante o período de maior ocorrência conforme calendário de
atividades (Figura 18). Esta prática ajuda a reduzir a população de adultos além de
mostrar a evolução e efetividade das práticas de manejos propostos. A coleta de
pupas deve ser realizada em todo o diâmetro da planta. Com o auxílio de um
gancho (Figura 16) que garanta a retirada das pupas presentes nas axilas foliares,
localizadas abaixo da coroa de cachos, dependo da altura do plantio onde será
realizado o controle, será necessária a utilização de escadas.
Nível Crítico para pupa: Média de 25 pupas/planta.
Controle Biológico
a) Manejo curativo: Identificação, multiplicação e liberação de parasitoides (Tabela
11);
Controle Químico
a) Manejo curativo: Aplicação de inseticida químico registrado para praga e cultura.
• Nível Crítico: Áreas registradas com mais de 30% de cachos brocados e
intensividade de dano classificada no grupo 5;
• As doses dos produtos utilizados e volumes de aplicação devem seguir
recomendações do Responsável Técnico e Bula: atualmente não existe produto
químico registrado para a praga.
2.1.5. Ciclos da praga associado a época e métodos de controle
CALENDÁRIO FITOSSANIDADE 2020 - Gerência de Desenvolvimento Agronômico - Acará
jan/20 jul/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Legenda: Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
1 1 2 3 4 5 Feriados 30 1 2 3 4 5
2 6 8 8 16 10 11 12 Monitoramento Largatas de Eupalamides 31 6 7 8 9 10 11 12
3 13 14 15 16 17 18 19 Coleta de Pupas Eupalamides 32 13 14 15 16 17 18 19
4 20 22 23 23 24 25 26 Captura Adulto Eupalamides 33 20 21 22 23 24 25 26
5 27 28 28 28 31 Liberação Parasitóides para Controle de Ovos de Eupalamides 34 27 28 29 30 31
fev/20 ago/20
Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do Nº Se Te Qu Qu Se Sá Do
5 1 2 35 1 2
6 3 4 5 6 7 8 9 36 3 4 5 6 7 8 9
7 10 11 12 13 14 15 16 37 10 11 12 13 14 15 16
8 17 18 19 20 21 22 23 38 17 18 19 20 21 22 23
9 24 25 26 27 28 29 39 24 25 26 27 28 29 30
40 31
Figura 18 – Calendário para monitoramento e controle de Eupalamides cyparissias, exemplo polo Acará.
ANEXO II – Status atual e planejamento de execução de controle.
MOJU - - - - - - - - - -
CONCORDIA 5.871,4 294 5.871,4 294 5.871,4 294 5.871,4 293,6 5.871,4 294
TOME-ACU 3.054,6 153 3.054,6 153 3.054,6 153 - - - -
VERA CRUZ 863,1 43 863,1 43 863,1 43 - - - -
Hábito alimentar
Formam galerias nas bases dos pecíolos foliares,
pedúnculo dos cachos e na região meristemática
em plantas que estão afetadas por podridões.
A) B)
Figura 19 – Danos causados por R. palmarum. A) dano direto causado pelos imaturos. B)
danos indiretos causados pelos adultos.
Controle Cultural
a) Manejo preventivo:
• Planta Daninhas: A ocorrência de plantas invasoras, em especial aquelas que
favorecem o sombreamento excessivo do palmar, contribuem para diminuir a
entrada de luz ao redor das plantas, criando condições favoráveis para instalação e
permanência da praga nas parcelas. O controle de plantas invasoras através de
manejo químico e/ou mecânico deve ser realizado a cada 3 meses.
• Identificação e eliminação precoce das plantas detectadas como mortas por
anomalias desconhecidas e/ou pela doença anel vermelho, para evitar a atração da
praga e disseminação, realizar a eliminação química 3 dias após a identificação
dessas plantas. O sucesso dessa medida de controle requer monitoramentos
fitossanitários rotineiros, a cada 30 dias.
Controle Etológico
a) Manejo curativo:
Captura de adultos: A principal medida de controle é a utilização de armadilhas para fazer
a captura massal da praga. Mediante os possíveis danos causados pela praga é de suma
importância executar e manter a periodicidade do monitoramento e manutenção das
armadilhas a cada 30 dias.
o Dimensionamento armadilhas no plantio para controle de R.
palmarum
▪ 1 armadilha para cada 10 hectares:
• Quando há ocorrência de 5 plantas/parcela por Anel
vermelho, manter as armadilhas ativas por 3 meses
ou até a redução do número de novos casos da
doença.
▪ 1 armadilha para cada 5 hectares:
• Quando há ocorrência de 5 a 10 plantas/parcela por
Anel vermelho, manter as armadilhas ativas por 3
meses ou até a redução do número de novos casos
da doença.
▪ 1 armadilha para cada 03 hectares:
• Quando há ocorrência de mais 5 plantas/parcela por
Anel vermelho, manter as armadilhas ativas por 3
meses ou até a redução do número de novos casos
da doença.
Controle Biológico
a) Manejo curativo: Identificação, multiplicação e liberação de parasitoides (Tabela
14);
1.1.1. Descrição
Anomalia de etiologia desconhecida que pode causar perda da produção e algumas situações
levar à morte da planta. Existem diferentes classificações para os níveis de infecção do distúrbio.
Souza et. al. (2000) consideram uma escala de notas para diferentes graus de severidade variando de
1 a 10. O grau 1 caracteriza-se por um amarelecimento dos folíolos basais das folhas jovens, que já
mostram um tom verde pálido, os sintomas na folha flecha são visíveis a partir do grau 2 quando o
processo de murcha das flechas tem início, nos graus mais avançados nota-se uma necrose
generalizada das folhas mais novas e da flecha, podendo a planta secar em sua totalidade, que seria
a último nível de severidade, grau 10. Pesquisadores da FEDEPALMA consideram as escalas de 1 a 6
para classificarem a doença em estágios de infecção. A caracterização do Amarelecimento Fatal Grau
1 é quando lesão abrange até 19% das flechas, no grau 2 o dano ocupa de 20 a 39% da flechas, no
grau 3 a lesão afeta 40 a 59% das flechas, nestes três estágios de infecção geralmente não ocorre
abortamento dos cachos e inflorescências e as próximas folhas podem apresentar uma coloração
amarelada Os graus mais avançados afetam de 60 a 100%, geralmente apresentam abortamento de
cachos e inflorescências e as folhas próximas às flechas tornam-se amareladas, seguidas de necrose,
no grau 4 a lesão abrange de 60 a 79% das flechas, no grau 5 a necrose ocupa 80 a 90% das flechas
e no grau 6 as flechas são afetadas totalmente.
De moda geral o AF tem seus primeiros sintomas notados na folha ainda no estágio de flecha,
que são pequenas lesões necróticas que se apresentam na parte interna das flechas. Estes danos vão
aumentando e tomando as características de podridões. Paralelamente ao surgimento destes pontos
necróticos, as folhas (3, 4, 5 e 6) que estão localizadas no primeiro anel de folhas, podem ou não
apresentar uma coloração amarelada e seca dos folíolos rudimentares Os sintomas mais avançados
são caracterizados pela necrose total da folha flecha, que em algumas plantas, pode atingir o
meristema central levando à mesma a morte (Figura 22). Casos menos severos de AF não levam a
morte das plantas e muitos dendezeiros afetados recuperaram-se e apresentam produtividades
próximas a do normal, mesmo voltando a desenvolver novos sintomas da doença. Apesar de se
classificar em níveis de infecção a síndrome que afeta os dendezeiros, a não determinação da causa
do amarelecimento fatal por meio de uma comprovação de que à mesma seja de causa biótica ou
abiótica continua sendo um desafio para os pesquisadores e produtores.
A) B) C)
1.1.2. Etiologia
a) Entomologia
Segundo Celestino Filho et al. (1987), em seu levantamento de insetos em lavouras com AF
no Amapá em comparação ao Pará, relataram ocorrência de AF em áreas cobertas por gramínea e
por puerária, concluindo que o tipo de cobertura não influencia a ocorrência e distribuição de AF.
Celestino Filho et al. (1993), realizando inventário de insetos em dendezais afetados por AF e
dispersando-os em dendezais sadios, não encontraram relação entre as 533 espécies de homópteros
e 111 de hemípteros encontrados. Diversos outros estudos e levantamentos foram conduzidos nesta
linha, sugerindo diferentes espécies de insetos como suspeitos, mas sem proporcionar provas
conclusivas. Dentre os quais, pode-se citar Van Slobbe (1988), Louise (1990) e Embrapa (1989).
b) Fitoplasma
Brioso et al. (2005) avaliaram por meio de PCR mais de 100 amostras de plantas com AF,
porém encontraram presença de fitoplasma em apenas quatro, número considerado pequeno por
vários pesquisadores. Van Slobbe (1991) relatou que em teste histoquímico com uso de DAPI (corante
específico para DNA que atua como sonda fluorescente) realizado na Denpasa em mais de 1.000
amostras de dendezeiros sadios e doentes, todos os resultados foram negativos. Foram enviadas
amostras de plantas com AF para a Universidade de Bonn, Alemanha, e não foi detectada a presença
de fitoplasma.
c) Fungos e bactérias
Silva (1989) coletou amostras de plantas doentes, obtendo 26 isolados de fungos e 7 de
bactérias que foram inoculados em plantas jovens e adultas, porém não obtiveram resultados
positivos na reprodução do postulado de Koch. Continuando estudos de isolamento de fungos e
bactérias de plantas com AF e inoculações em plantas sadias, Silva (1989) identificou que plantas em
bom estado de nutrição e vigor, quando inoculadas, não apresentavam sintomas de AF, enquanto
que plantas (de viveiro) que vinham recebendo inoculações a cada 3 meses durante um ano e foram
podadas com retirada de 70% das folhas, apresentaram sintomas de AF 3 meses após a poda. Os
microrganismos mais testados (mais suspeitos) foram Fusarium sp., Pythium sp., Phytophthora sp.,
Erwinia sp., Pseudomonas sp. e nematóides não-identificados, todavia, sem apresentarem resultados
satisfatórios quanto à transmissão da doença. Trabalhos de isolamentos mensais e inoculações
quinzenais foram realizados durante um ano sem obtenção de resultados satisfatórios.
Van Slobbe (1988) injetou com pistola três soluções fungicidas: Benomyl visando ao controle de
Fusarium sp.; Metalaxyl + Folpet de Phytophthora sp.; e Fessetil + Alumínio. Entretanto, nenhum
tratamento teve sucesso na indicação de um possível patógeno.
A Denpasa também realizou trabalhos visando identificação do agente causal, testando
tratamentos com fungicidas, incluindo benomyl, ridomyl, aliette, vitamax, antibióticos
(oxitetraciclina, estreptomicina e formalina) e inseticidas, aplicados em plantas sadias e com AF, os
quais não propiciaram nenhum efeito curativo ou profilático. Testou-se também a aplicação de
becemil, um produto usado para tratamento animal, com efeito fungicida, bactericida e viricida
(Boari, 2008). Boari (2008) relata que houve isolamento de fungos e bactérias patogênicas
provenientes de tecidos da parte aérea do dendezeiro por diversos pesquisadores, sem sucesso na
reprodução do postulado de Koch.
d) Vírus e viróides
Diferentes pesquisadores de instituições nacionais e internacionais atuaram na tentativa de
identificação de vírus e viróides ocasionando Amarelecimento Fatal em palma de óleo, realizando
testes de métodos de transmissão mecânica, microscopia eletrônica de transmissão e eletroforese
bidimensional (Boari, 2008). Trindade et al., (2005) realizaram testes de transmissão mecânica
através da introdução de ferramentas cortantes em plantas com AF, subsequentemente
introduzindo-as em plantas sadias. Ainda foram realizados testes de extratos de palmas para palmas
sadias, de palmas para plantas indicadoras de vírus e de raízes, estipe e ráquis de plantas com AF
para plantas indicadoras de vírus. Nenhuma das transmissões mecânicas obteve sucesso aparente.
Kitajima (1991) observou tecidos de raízes, folhas e flechas de plantas sadias e com AF
utilizando microscopia eletrônica de transmissão, porém não encontrou nenhum patógeno, incluindo
fitoplasmas, espiroplasmas e fitomonas. Comparando amostras a partir de folhas de dendezeiro com
e sem AF, utilizando protocolo de purificação viral, Lin (1989) encontrou em plantas com AF a
presença de macromoléculas com coeficientes maiores que os observados em amostras sem AF. Em
1990, ao repetir o ensaio, Lin não conseguiu obter o mesmo resultado anterior, descartando sua
conclusão anterior. Os pesquisadores Singh et al., (1989) avaliaram 130 amostras de folhas e raízes
submetidas à eletroforese detectaram presença de ácidos nucléicos patogênicos, que indica um
organismo do tipo vírus ou viróide poderia estar associado ao AF. Todavia, nas últimas 70 análises, os
resultados obtidos não foram satisfatórios, o que reduz a possibilidade de o agente causal ser estes
tipos de organismos. O fato de não ocorrer transmissão por meio de ferramentas, meio mais eficiente
de transmissão de vírus e viróides, corrobora com a baixa probabilidade destes agentes serem
causadores da doença.
e) Pólen e proteínas
Análises temporais de casos de AF indicam possível disseminação ao longo do vento
predominante. Em virtude destes resultados, levantou-se a possibilidade de a transmissão da doença
ocorrer via pólen contaminado. Elaborou-se um ensaio de polinização assistida durante 17 meses,
em que foram polinizadas 89 plantas sem sintomas, isoladas das doentes e polinizadas com pólen de
plantas com AF. Não foram obtidos resultados satisfatórios. Lin (1990), comparando o padrão
proteico de extratos de plantas com e sem AF utilizando eletroforese em gel de poloacrilamida,
encontrou presença de dez bandas de proteínas com peso molecular que variaram de 31 kDa a 91
kDa, todavia, ambas não apresentaram nenhuma diferença qualitativa aparente.
f) Nematóides
Silva (1996) e Ferraz (2001) relatam terem encontrado diferentes espécies de nematoides em
solo de plantio de palma e em diferentes tecidos de plantas com Amarelecimento Fatal. Todavia,
afirmam que as espécies encontradas não possuem forma efetivamente parasita que possam ser
causa primária de ocorrência do AF.
g) Doença Infecciosa
Van De Lander (1999) utilizaram a geoestatística para analisar a variação espacial da doença
em plantações do Suriname. Os resultados por eles obtidos foram compatíveis com a hipótese de a
doença ser infecciosa, sendo disseminada pelo vento, visto que a disseminação da doença se dava
no sentido dos ventos predominantes da região.
1.1.3. Classificação
Atualmente o departamento de Fitossanidade classifica as características da síndrome do
Amarelecimento Fatal (AF) em 6 (seis) tipos: Dano na Flecha (DNF), Amarelecimento Fatal Grau 1
(AFG1), Amarelecimento Fatal Grau 2 (AFG2), Amarelecimento Fatal Grau 3 (AFG3), Podridão de
Flecha (PF), Podridão Severa de Flecha (PSF).
O início pode ser caracterizado pelo aparecimento de danos nas flechas sem aspecto de podridão,
sendo apenas parte da flecha afetada e não apresentam amarelecimento das folhas. Estes danos
podem ser causados por insetos ou atrito com outras folhas durante o seu crescimento, classificado
como DNF (Figura 23).
O Grau 1 é caracterizado por apresentar amarelecimento das folhas jovens (folhas do terço
superior), acompanhado de secamento dos folíolos rudimentares, flechas sem podridão, presença
de danos ocupando até 20% das flechas (Figura 24).
Figura 24 – Sintomatologia da síndrome do Amarelecimento Fatal. Anomalia Amarelecimento Grau
1: Flechas sem podridões, danos ocupando até 20% das flechas e secamento dos folíolos
rudimentares.
O Grau 2 é caracterizado por apresentar amarelecimento das folhas jovens (folhas do terço
superior), acompanhado de secamento de folíolos, flechas com podridão ocupando de 40 a 60% das
flechas (Figura 25).
O Grau 3 é caracterizado por apresentar amarelecimento das folhas jovens (folhas do terço
superior), acompanhado de secamento de folíolos, flechas com podridão ocupando mais de 60% das
flechas, podendo apresentar abortamento dos cachos e inflorescências (Figura 26).
Figura 26 – Sintomatologia da síndrome do Amarelecimento Fatal. Anomalia Amarelecimento Grau
3: Flechas com podridões, danos ocupando mais de 60% das flechas.
O PF é caracterizado por não apresentar amarelecimento das folhas jovens, porém as flechas
apresentam podridão afetando até 50% das flechas (Figura 27).
O PSF é caracterizado por não apresentar amarelecimento das folhas jovens, porém as flechas
apresentam podridão afetando mais de 50% das flechas (Figura 28).
Apesar de não se conhecer qual o fator externo que predispõe o surgimento do AF é possível,
com adequado manejo agronômico, prevenirmos as altas incidências da enfermidade e evitar perdas
na produção. Não se deve entender como manejo do AF o emprego de uma única ação, mas sim um
conjunto de ações adequadas de manejo agronômico e fitossanitário e o processo de recuperação
dependerá das características da doença (sintomas leves ou graves), do manejo agronômico da
cultura e das condições climáticas. Práticas como a drenagem de áreas sujeitas a alagamentos,
mesmo que temporários, são alternativas para promover o declínio da doença, uma vez que
trabalhos recentes apontam que falta de oxigenação nas raízes permite um ambiente favorável para
o estabelecimento de agentes patogênicos oportunistas sendo estes os responsáveis pelo progresso
da enfermidade. A adição de adubos com propriedades que estimulam o desenvolvimento radicular
também deve ser um manejo a ser adotado, visto que o uso constante do solo leva a sua acidificação
e este pode ser um fator propulsor para o declínio da saúde das raízes e da rizosfera, o que causa a
deficiência temporária de alguns elementos químicos essenciais para o desenvolvimento da planta,
proporcionando condições adequadas para o estabelecimento de microrganismos oportunistas. A
literatura atual não apresenta perdas esperada para o ataque de AF, porém na prática é comum
afirmar que plantas afetadas por AF terão sua produção comprometida por 12 (doze) meses.
1.1.4.5. Drenagem
Deve-se evitar que alagamentos no plantio, especialmente durante as épocas de maior
precipitação. Os alagamentos podem ocorrer de forma superficial ou em decorrência de níveis de
lençol freático altos. O estresse ocasionado pelo excesso de água aumenta a probabilidade de
aparição da enfermidade, além de reduzir as possibilidades de recuperação das palmas e servir de
meio de disseminação e de reprodução de microrganismos-praga. Deve-se realizar estudos
topográficos, incluindo estudos planialtimétricos e altimetria das parcelas. Assim, é possível
identificar os pontos altos e baixos dentro dos lotes para implementar adequadamente ferramentas
de drenagem. Implementar uma rede de poços de observação do nível os lençóis freáticos para
observar as flutuações e determinar as parcelas que a água permanece acima de 50 centímetros de
profundidade no solo. Deve-se elaborar um estudo de drenagem realizado por professional
especialista, para determinação de quantidade, profundidade e densidade dos drenos. Um bom
sistema de drenagem contribui a reduzir os riscos de ocorrência da doença ou de facilitar a
recuperação das palmas tratadas. Complementando o estudo de drenagem, deve-se contar com
informações de velocidade de infiltração da água e resistência da penetração no solo, a fim de
determinar os níveis de compactação.
1.1.4.6. Poda
Palmas identificadas com Amarelecimento Fatal não deverão ter folhas sadias retiradas, exceto
por folhas já em senescência (secas). A intenção é maximizar o número de folhas fotossinteticamente
ativas para melhorar as condições de recuperação destas plantas, limitando os danos causados e a
remoção de estruturas sanas.
1.2.1. Descrição
A Marchitez sorpresiva (MS) doença também conhecida pelos nomes de “cedros wilt” e “hart
rot”. O nome sorpresiva se dá a rapidez da evolução da enfermidade a partir dos primeiros sintomas
que ocorre nas folhas baixeiras se estendendo até as folhas de nível 9 e 17 leva de 15 a 20 dias,
posteriormente causando a morte da planta em menos de 60 dias. Os sintomas são descritos por
degeneração e morte das raízes, descoloração de cor “café” dos folíolos e secamento progressivo das
folhas começando pelo ápice do folíolo e ápice da folha e progredindo rapidamente das folhas
baixeiras até as folhas superiores, perda do brilho dos frutos, abortamento de cachos e
inflorescências e posterior morte da planta (Figura 29). Não existe evidências nas literaturas que
plantas diagnosticadas por MS tem recuperação. Esta enfermidade é mais prevalente em plantações
onde não se realiza boas práticas de manejo, especialmente a ausência do controle de gramíneas. A
identificação de plantas com suspeitas de MS também pode ser confirmada através da visualização
microscopia dos protozoários flagelados em diferentes tecidos da planta, especialmente nas raízes.
Figura 29 – Sintomas externos de Marchitez sorpresiva. A) secamento das folhas baixeiras. B) descoloração
de cor “café” das iniciando pelas pontas dos folíolos. C) perda do brilho natural do cacho. D) abortamento
de frutos.
1.2.2. Etiologia
1.2.3.4. Drenagem
Deve-se evitar que alagamentos no plantio, especialmente durante as épocas de maior
precipitação. O estresse ocasionado pelo excesso de água aumenta a probabilidade de aparição da
enfermidade servindo de meio de disseminação e de reprodução de microrganismos-praga. Deve-se
realizar estudos topográficos, incluindo estudos planialtimétricos e altimetria das parcelas. Assim, é
possível identificar os pontos altos e baixos dentro dos lotes para implementar adequadamente
ferramentas de drenagem. Deve-se elaborar um estudo de drenagem realizado por professional
especialista, para determinação de quantidade, profundidade e densidade dos drenos.
1.3.1. Descrição
As Fraturas de copa (FDC) têm seus sintomas mais comumente encontrados no terço superior da
planta, afetando das folhas 0 até a 17. Ocorre o fenômeno de quebra das ráquis das folhas, este
efeito vai aumentando o que irá ocasionar na queda completa das folhas mais novas (Figura 31). Os
sintomas mais avançados são caracterizados pela necrose total das folhas, que em algumas plantas,
pode atingir o meristema central levando à mesma a morte. Casos menos severos de FDC não levam
a morte das plantas, algumas palmas afetadas recuperaram-se naturalmente e apresentam
produtividades próximas a do normal. Plantas afetadas que não passaram por fratura é comum
desenvolver novos sintomas da doença.
Apesar de se conhecer e descrever os sintomas dessa anomalia, não existe determinação fator
conhecido de qual o fator externo que predispõe o surgimento para a causa dessa anomalia. O
manejo das fraturas é composto por um conjunto de ações adequadas de manejo agronômico e
fitossanitário. O processo de recuperação dependerá das características da doença (sintomas leves
ou graves), dos manejos aplicados e condições climáticas.
1.3.2. Etiologia
Anomalia causada pela associação de fatores climáticos e nutricionais. A deficiência temporária
de alguns nutrientes, principalmente no período de maiores chuvas, associados a rajas de vento pode
levar a quebra do terço superior das plantas.
A quebra do terço superior da planta, pode favorecer o acúmulo de água na região danificada,
criando um microclima favorável ao desenvolvimento de diversos microrganismos e estes por sua
vez podem causar podridão do tecido afetado. Algumas hipóteses sugerem que a anomalia pode ser
causada por: solos mal drenados, causando encharcamento e posterior deficiência transitória de
alguns nutrientes com forte indicação para o cálcio (Ca) e boro (B) como nutrientes limitantes. Estas
mudanças alteram a estrutura celular das plantas, deixando os tecidos mais vulneráveis a quebras.
As fraturas também podem ser causadas por impacto físico de maquinários ou queda de árvores
sobre a parte superior da planta. Outro processo que pode favorecer as fraturas das plantas é
acentuado em condições de estresse hídrico, onde há o acúmulo de folhas flechas, deixando a planta
mais suscetível durante ocorrência de ventos muito fortes.
1.3.3.3. Drenagem
Deve-se evitar que alagamentos no plantio, especialmente durante as épocas de maior
precipitação. O estresse ocasionado pelo excesso de água aumenta a probabilidade de surgimento
da anomalia, pois o acúmulo de água no solo pode levar a indisponibilidade de nutrientes deixando
os nutrientes temporariamente indisponíveis para as plantas, sendo estes nutrientes essenciais para
a formação da parede celular. Deve-se realizar estudos topográficos, incluindo estudos
planialtimétricos e altimetria das parcelas. Assim, é possível identificar os pontos altos e baixos dentro
dos lotes para implementar adequadamente ferramentas de drenagem.
1.4.1. Descrição
Os sintomas na folhagem são muito semelhantes aos observados na Marchitez Sorpresiva:
desenvolvimento de uma cor marrom-avermelhada nas pontas dos folíolos começando nas pontas
das folhas baixeiras, em poucos dias, as folhas superiores também são afetadas, iniciam com
amarelecimento e depois adquirem uma tonalidade marrom-acinzentada. A flecha também pode
apodrecer em um estágio inicial, assim como alguns cachos. Ao contrário da Marchitez sorpresiva,
foram observadas plantas com sintomas avançados da doença onde não há podridão generalizada
dos cachos. Com o progresso da doença ocorre a liberação de exsudatos espessos e fétidos que pode
ser produzido lateralmente na parte basal do estipe. A infecção continua em direção ao bulbo basal
por algumas raízes centrais e quando atinge esta área se espalha rapidamente, causando podridão
generalizada. Todo o parênquima é destruído e apenas as fibras e uma estreita área de tecido
aparentemente saudável permanecem próximos à periferia do estipe. A podridão é comumente
úmida iniciando com coloração amarelada depois adquirindo tons escuros (Figura 32). A morte da
planta pode ocorrer em 3-4 semanas.
Figura 32 – Planta com podridão basal úmida.
1.4.2. Etiologia
Esta doença é produzida por bactérias que penetram através de feridas feitas nas ráquis e/ou
raízes das plantas afetadas.
1.4.3.3. Pulverização
Como medida preventiva a aplicação inseticida do grupo químico pirazol registrado para a cultura,
na concentração de 0,5%, e dose de 100 ml da mistura por palma ou o suficiente para tornar os
tecidos completamente molhados, para prevenir a colonização de pragas em especial Rhynchophorus
palmarum. Não é necessário tratamento adicional nas plantas circunvizinhas, pois a doença
aparentemente não ocorre quando não há dano prévio ao sistema radicular.
1.5.1. Descrição
Normalmente, as plantas infectadas não apresentam sintomas externos visíveis e a produção e
amadurecimento dos cachos são aparentemente normais, até que se desenvolva uma extensa
podridão na base do trono, período em que se formam os corpos frutíferos externos do fungo, que
aparecem como uma crosta, primeiro acinzentada e depois preto. A lesão interna no tronco é
marrom claro, com muitas faixas pretas estreitas, correspondendo a pseudosclerotia, que pode estar
associada a um micélio esbranquiçado. O tecido ganha textura semelhante a cortiça e é
extremamente leve, com destruição total das fibras. A área de avanço é difusa ou claramente limitada
por uma faixa estreita marrom-escura de tecido aparentemente saudável. Apesar da lesão extensa
na base da palma, o progresso é muito lento no tronco. Em alguns casos, e quando os sintomas estão
muito avançados, algumas das folhas mais velhas podem dobrar-se na base (pecíolos) e permanecer
verdes por algum tempo. Estas plantas podem apresentar amarelecimento das folhas jovens e
intermediárias que geralmente quebram na parte do ráquis (Figura 33).
1.5.2. Etiologia
Esta doença é causada por um fungo cosmopolita e sua importância é secundária na América
tropical. O fungo Ustulina deusta (Sphaeriales, Xylariaceae) é principalmente um saprófito em
decomposição de madeira e provavelmente ataca apenas palmeiras que foram previamente
estressadas, como é o caso em terrenos inundáveis.
1.5.3.2. Cirurgia
A cirurgia consiste na prática pela qual tecidos afetados são removidos, auxiliando na
recuperação das plantas.
1.5.3.3. Pulverização
Como medida preventiva a aplicação de inseticida do grupo químico pirazol e fungicidas cúpricos,
ambos com registro para a cultura, na concentração de 0,5%, e dose de 100 ml da mistura por palma
ou o suficiente para tornar os tecidos completamente molhados, para prevenir a colonização de
pragas em especial Rhynchophorus palmarum. Não é necessário tratamento adicional nas plantas
circunvizinhas, pois a doença aparentemente não ocorre quando não há dano prévio ao sistema
radicular.
1.5.3.4. Erradicação
Quando a infestação está muito avançada, ou seja, maior que 0,5%, se recomenda a eliminação
das plantas enfermas.
1.6.1. Descrição
Esta doença foi observada pela primeira vez em 1959 na Nigéria, em uma plantação onde até
70% das plantas apresentavam sintomas. Na América, a chamada podridão basal seca não tem
importância e só esporadicamente causa a morte de algumas palmeiras.
Na base do caule das plantas doentes, desenvolveu-se uma necrose generalizada de tecidos secos
e escuros. A infecção aparentemente começa nas raízes ou nas folhas inferiores. Uma podridão seca
e cor marrom-clara, na base do caule em palmeiras adultas. A quebra de folhas ou podridão
prematura do cacho geralmente não ocorre. Casos isolados aparecem esporadicamente e muitas
plantas afetadas não morrem, mas a infecção no tronco para e a planta continua a produzir frutos e
mantém a folhagem aparentemente normal. Na base do tronco, forma-se uma cavidade geralmente
grande à medida que os tecidos internos se desintegram e se destacam das partes saudáveis. As
raízes adventícias às vezes se formam acima desta cavidade. Em algumas ocasiões, observa-se que
toda a parte central do tronco se desintegrou e apenas uma fina camada da periferia do tronco
permanece saudável. Embora essa desintegração dos tecidos possa abranger um metro ou mais da
base do tronco, a planta não morre e permanece assim por meses ou anos. Em muitas ocasiões é
fácil notar que esta cavidade basal no tronco se forma após o desenvolvimento de uma população
de larvas de Rhynchophorus palmarum nesta região, para a qual é um erro atribuir a podridão a
Ceratocystes sp
1.6.2. Etiologia
O fungo Ceratocystes sp. está associado a esses sintomas, é basicamente um saprófito
habitante comum dos solos, por isso é evidente que o ataque a uma planta ocorre devido a algum
tipo de predisposição.
1.6.3. Técnicas de Manejo
1.6.3.2. Pulverização
Como medida preventiva a aplicação de inseticida do grupo químico pirazol e fungicidas cúpricos,
ambos com registro para a cultura, na concentração de 0,5%, e dose de 100 ml da mistura por palma
ou o suficiente para tornar os tecidos completamente molhados, para prevenir a colonização de
pragas em especial Rhynchophorus palmarum. Não é necessário tratamento adicional nas plantas
circunvizinhas, pois a doença aparentemente não ocorre quando não há dano prévio ao sistema
radicular.
1.6.3.3. Erradicação
Quando a infestação está muito avançada, ou seja, maior que 0,5%, se recomenda a eliminação
das plantas enfermas.