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Eletro pneumática

Nessa aula abordaremos os conceitos de controle de equipamento elétricos, continuando o


assunto da aula anterior.

Acionamento mecânico
Os símbolos utilizados para chaves interruptoras com rolete estão indicados na Figura 1.
Novamente, assim como as chaves interruptoras com botão, é normal que as chaves com rolete estejam
mais disponíveis no formato comutado. Mas no diagrama elétrico, é desenhado somente a posição da
chave inicial necessária (NA ou NF), a não ser que utilize os dois terminais da chave.

Figura 1 Símbolo para as chaves interruptoras com rolete.

Acionamento elétrico
Um tipo peculiar de controle é a utilização de uma chave eletromagnética para controlar os
equipamentos, chamado rele auxiliar. Esse tipo de chave é utilizado quando o próprio circuito elétrico
deve se encarregar de ligar alguns equipamentos ou quando a chave é utilizada para ligar ou desligar
equipamento de grande potência, prezando pela segurança do operador ou mesmo para proteger a
chave manual temperaturas elevadas.
A Figura 2 ilustra o produto utilizado das bancadas escolares, e a simbologia abaixo. O retângulo
entre A1 e A2 é uma bobina eletromagnética que se magnetiza quando alimentado por energia elétrica.
Pelo magnetismo presente nessa bobina, essa atrai as chaves controladas. Quando desmagnetizada,
uma mola faz com que as chaves retornem à posição inicial. Pela simbologia abaixo, a caixa de rele
ilustrada pela Figura 2 mostra que essa caixa possui 3 reles auxiliares, mas é só uma comodidade, pois
como o rele auxiliar é uma peça pequena e barata, foi colocado vários na mesma caixa para aproveitar
o espaço da caixa. Cada rele da Figura 2 controla simultaneamente quatro chaves interruptoras ao
mesmo tempo. Não é necessário que utilizemos todas as chaves, mas se precisar elas estão disponíveis
nesse modelo.
Figura 2 Rele auxiliar. Caixa com 3 reles auxiliares.

Interessante notar que após o retângulo, temos as chaves interruptoras, da mesma forma que
vista nos controles anteriores. As chaves são do tipo contato comutado, mas quando utilizada no
diagrama elétrico, é indicado somente a quantidade e o tipo da chave a ser utilizado (NA ou NF).
As bobinas eletromagnéticas tem como princípio a indução de um campo magnético ao redor de
um material ferroso, quando o mesmo é envolto por uma corrente elétrica. A Figura 3 ilustra um
experimento de como criar um eletroímã, utilizando o mesmo princípio das bobinas magnética utilizadas
no rele. Fio encapado é enrolado em um prego e ligado a uma pilha. Quando a corrente elétrica envolve
o prego através do fio, é gerado um campo magnético. Esse efeito está ilustrado no vídeo: eletroímã
retirado do YouTube.

Figura 3 Criando um eletroímã com pilha, prego e fio.

As bobinas eletromagnéticas do rele auxiliar funcionam da mesma forma. A Figura 4 ilustra um


rele auxiliar em corte. A bobina faz o papel do fio encapada. Fio de cobre esmaltado é enrolado para
criar as espiras envolta de um núcleo ferroso. As pontas do fio esmaltados são os terminais A1 e A2. Um
cilindro de aço carbono faz o papel do prego, sendo o núcleo da bobina e é inserido no interior da bobina.
Na extremidade do núcleo é montado uma chave interruptora comutada, com o terminal 4 sendo NA e
o terminal 2 sendo NF. Quando uma corrente elétrica é ligada em A1 e A2, o núcleo da bobina se
magnetiza e esse magnetismo atrai o mecanismo da chave interruptora, mudando os contatos de 1 e 2
para 1 e 4.
Quando a energia elétrica em A1 e A2 é cortada, o núcleo da bobina deixa de ser magnético e
uma mola faz o mecanismo da chave interruptora voltar para a posição inicial.
Figura 4 Rele auxiliar em corte.

Existem outros tipos de reles que serão visto em breve, onde componentes elétricos controlam
a energia da bobina do rele, fazendo com que o rele ative a chave interruptora por um pequeno intervalo
de tempo (rele temporizador) ou componentes que contam pulsos elétricos para depois ligar a bobina
(rele contador).
Os reles são importantes para circuitos elétrico automáticos, pois podem fornecer opção para o
circuito se auto manobrar, seja por lógica, tempo ou contagem.

Ligações de chaves em série ou paralelo


Para realizar um circuito para ligar uma lâmpada com um interruptor, teremos que ter uma fonte
de energia, o controle e o equipamento. O controle é algum tipo de chave de interruptora e o
equipamento é uma lâmpada.

Figura 5 Circuito elétrico de um interruptor com lâmpada.


Mas dependendo do que é necessário somente um interruptor seja insuficiente. Por exemplo,
um interruptor residencial paralelo, como uma necessidade de controlar a lâmpada a parir de dois
pontos diferentes: um quando a pessoa entre na sala a partir do ambiente externo e outro interruptor
para desligar a lâmpada quando for para o quarto. Então com dois interruptores, podemos controlar a
mesma lâmpada. A área de automação também tem a necessidade de flexibilidade no controle do
equipamento.
A técnica que temos para vários controles em automação são duas: ligações em série ou ligações
em paralelo.

Figura 6 Ligação com várias chaves interruptoras: A. Paralelo. B. Série.

A Figura 6 mostra dois circuitos para controlar a lâmpada. No circuito A as chaves interruptoras
estão ligados em paralelo. Ao acionar qualquer interruptor a lâmpada acende. Um exemplo seria um
equipamento comprido, onde o botão para start da máquina esteja nas duas extremidades da máquina,
onde o operador pode acionar o equipamento da ponta que estiver mais próximo. No circuito B temos
as chaves interruptoras ligada em série. Isso significa que a energia positiva chegará até a lâmpada se as
duas chaves interruptoras estiverem acionadas. Um exemplo seria um equipamento onde o operador
só consegue iniciar a máquina, se a porta de proteção estiver fechada. Então uma das chaves seria uma
chave interruptora com rolete no batente da porta do equipamento quando fechado e o outro o botão
de start da máquina. Se a porta do equipamento estiver aberta, quando o operador apertar o botão, o
equipamento não ligará. Um video ilustrando esses dois tipos de ligações está disponível no SIGAA
(chave em serie e paralelo).
Essas ligações não precisam vir separadas. A Figura 7 ilustra o exemplo utilizando uma mistura
de tipos de ligação. Basicamente, devemos utilizar o tipo de ligação quando necessário. Para decidir que
tipo de ligação utilizar, devemos questionar qual a condição de funcionamento do equipamento que
estamos ligando no circuito. Se essa condição envolve uma lógica alternativa, ou seja, quando o
equipamento deverá ser ligado quando uma parte do circuito estiver acionada OU uma outra parte
diferente estiver acionada, devemos utilizar uma ligação paralela. Se a condição envolver uma ideia de
adição, ou seja, quando o equipamento a ser acionado deverá ser ligado quando temos uma parte do
circuito funcionando E uma outra parte diferente, devemos utilizar a ligação em série.
Figura 7 Exemplo de um circuito com várias ligações para a lâmpada.

Válvula direcional com solenoide


Nos exemplos dos diagramas elétricos até o momento utilizou a lâmpada para ser acionada pelo
circuito elétrico. Mas qual o objetivo específico do circuito elétrico, no circuito eletropneumático?
No circuito eletropneumático, um dos componentes principais são as válvulas direcionais
elétrica. Essas válvulas tem o corpo principal semelhante às válvulas mecânicas, mas a manobra da
válvula é feita por um solenoide. O solenoide também é um eletroímã, mas esse eletroímã controla uma
pequena válvula dentro da válvula principal.

Figura 8 Solenoide de uma válvula direcional.

Para explicar o solenoide, é necessário ter em mente como funciona a válvula direcional (Tarefa
semanal 4). As válvulas direcionais possuem internamente uma peça chamada de carretel. Dependendo
da posição do carretel, a válvula assume a posição de funcionamento da simbologia. Nas válvulas
elétricas, o solenoide é uma válvula eletromagnética que está nas extremidades da válvula direcional
como mostrado na Figura 8. O solenoide controla parte do ar comprimido que entra na válvula
direcional, e essa parcela de ar comprimido está direcionado para o carretel da válvula direcional.
Portanto quando o solenoide é ligado a energia elétrica, a energia passa por uma bobina
eletromagnética (parecido com a bobina do rele auxiliar) que por sua vez, cria um campo magnético no
seu núcleo. Esse campo magnético atrai o obturador que bloqueia a passagem de ar comprimido para o
carretel. Quando o obturador é atraído pelo núcleo magnetizado, é aberta a passagem do ar comprimido
para o carretel, e o carretel muda de posição.
Uma ilustração do funcionamento da válvula direcional com solenoide pode ser vista no vídeo
disponível no SIGAA (solenoide).

Figura 9 Ilustração em corte de uma válvula direcional com solenoide, disponível no vídeo no SIGAA, no tempo 3:34.

As válvulas direcionais estão disponíveis em dois modelos: válvula direcional com simples
solenoide; válvula direcional com duplo solenoide. As válvulas com simples solenoide apresenta o
controle do carretel em apena uma direção. Na direção oposta, o movimento do carretel é feito por uma
mola. Essa válvula está exemplificada no vídeo da Figura 9. Quando o solenoide é energizado, a válvula
direcional muda a posição de funcionamento e quando o solenoide é desligado, uma mola faz com que
o carretel volte a posição inicial.
Nas válvulas com duplo solenoide, cada uma das posições de manobra da válvula possui um
solenoide. A válvula com duplo solenoide e com duas posições de funcionamento, não apresentam mola,
portanto ao acionar um dos solenoides, o carretel muda de posição e estaciona nessa nova posição,
mesmo quando o solenoide for desligado. O carretel só irá voltar para a posição original quando um
solenoide oposto for acionado.

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