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TECNOLOGIA NO

MERCADO FINANCEIRO
TECNOLOGIA NO
MERCADO FINANCEIRO

Tudo bom, pessoal? Meu nome é Rafael Chanin, estou muito feliz de estar aqui com vocês
para compartilhar esse assunto que é super pertinente para o contexto atual: O impacto da
tecnologia no mercado financeiro.
Então a ideia hoje é passar durante essa aula sobre um pouco de contexto situacional, onde a
gente se encontra em termos de sociedade, comportamento, passar obviamente por alguns
fatos da tecnologia financeira e no final falar mesmo das tecnologias; essa é a ideia para aula
de hoje.
E antes de começar é importante eu me apresentar para quem não me conhece. Eu sou formado
pela PUC de Porto Alegre em computação, tenho graduação e mestrado e atualmente estou
finalizando o meu doutorado, também pela PUC. Tenho MBA pela Northeastern University nos
Estados Unidos, então eu tenho essa correlação entre computação, eu curto muito a fronteira
entre a computação e o empreendedorismo, e eu desde 2011, eu dou aula na escola politécnica
da PUC nas disciplinas mais da área de computação, também dou aula de empreendedorismo
digital, mas tudo mais focado para tecnologia. Também na PUC eu sou assessor estratégico do
Tecnopuc, trabalho diretamente com as startups, ajudando elas a se desenvolverem dentro do
nosso parque tecnológico; e também, eu não coloquei aqui, mas fora do contexto universitário,
eu tenho os meus investimentos, eu tenho as minhas participações e startups, e nesse processo
eu muito mais errei do que acertei, desde que eu comecei a trabalhar com isso.
E por conta disso eu acabei conhecendo um evento muito legal, que lá na Califórnia chamado
FailCon e esse evento ele estava muito... Ele estava acontecendo justamente no momento
em que uma startup minha estava não dando certo, estava falhando e esse evento caiu quase
como uma luva, porque ele é um evento onde as pessoas que fracassavam, as startups, os
empresários que fracassavam compartilhavam seus cases de fracasso. Eu no início achei um
pouco estranho essa ideia, depois eu entendi o evento. Basicamente diz que o sucesso, claro,
ele nos inspira, mas só o fracasso nos ensina.
Eu não consigo assistir uma palestra, por exemplo, de alguém que teve sucesso e copiar
aqueles passos, aqueles passos que aquele empreendedor teve porque não existe uma receita
de sucesso, a gente não consegue botar todos os ingredientes no liquidificador e ter sucesso.
Até porque se isso existe de fato, ninguém estaria aqui; nós não estaríamos tendo essa aula, ou
não nós não estaríamos aí trabalhando no mercado, não estaríamos botando os ingredientes
no liquidificador e não estaríamos gerando a receita de sucesso.
Mas existe sim passos que a gente pode dar para evitar fracasso, isso sim a gente pode evitar o
fracasso que talvez outros tomaram para chegar mais rápido eventualmente no sucesso. Então
esse evento é um evento onde as pessoas compartilham seus cases e a ideia muito mais é
humanizar o processo do fracasso, é mostrar que ele faz parte do processo empreendedor,
do processo de crescimento. Então ninguém chegou lá sem ter dado seus tropeções, sem ter
errado bastante e eu tenho organizado esse evento desde 2012 aqui no Brasil, mais focado em
Porto Alegre, onde eu resido.

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E o interessante é que o meu maior medo com relação ao evento sobre fracasso é que ele
fosse um fracasso e por graças a deus as pessoas compraram a ideia. O evento tem sido um
sucesso todos os anos que a gente faz, ganhando bastante mídia espontânea também; se vocês
procurarem pelo meu nome por FailCon no google, vocês vão ver que tem bastante aparições
em alguns programas de tv ou até em algumas revistas, então foi bem legal a repercussão que
o evento trouxe para mim, mas o mais importante é o efeito que na verdade esse evento traz,
que é justamente mostrar que fracassar faz parte do processo. E para fechar a minha rápida
introdução, tá aqui meu contato, quem quiser me acompanhar no Instagram, está aqui @
rafaelchanin eu não coloquei aqui meu e-mail, mas obviamente no final da apresentação,
eu vou deixar meu e-mail para vocês, vocês vão conseguir meu contato através do pessoal
do curso, de qualquer forma eu respondo todos os contatos que chegam para mim, seja por
Instagram, por Linkedin, por Facebook, é só me contatar lá que se precisar de algum tipo de
interação, seja dúvida dessa aula, seja uma outra coisa que vocês tenham curiosidade de me
perguntar e interagir, estou cem por cento à disposição.

O MUNDO MUDOU
E a ideia como eu falei, é a gente começar falando um pouquinho sobre algo que é um pouco
clichê, mas que eu acho que é muito relevante a gente alinhar para que vocês entendam lá na
frente os porquês.
Eu acho que a gente tem que entender o momento que a gente se encontra hoje na sociedade
com a tecnologia dentro das nossas vidas, com o celular fazendo parte do nosso corpo né, esse
vício que a gente tem hoje, tudo isso tem um porque, tem um histórico. E eu queria rapidamente
falar um pouco sobre esse histórico para que vocês entendam e vocês vão trazer para nossa
realidade para gente poder refletir não só como a tecnologia hoje está nos influenciando, mas
o mais interessante é como a tecnologia pode nos influenciar no futuro, essa é a ideia principal.
Mas o que eu quero dizer aqui? Há 30 anos a gente não tinha a tecnologia que a gente tem hoje,
então, eu só para citar dois exemplos de comportamentos que a gente mudou completamente
por conta da tecnologia, eu vou citar nossos processos de viajar. Então eu lembro quando eu era
pequeno que eu ia, por exemplo, com os meus avós, ou para praia, ou para outra cidade para
o interior passear, era assim, era muito simples; eles iam lá em casa, eu fazia minha mochila,
eu dava tchau para os meus pais, eu entrava no carro e a partir daquele momento eu não
tinha mais nenhuma comunicação com meus pais, com o mundo no geral. Quando eu chegava
no destino, dependendo do destino, eu só ia conseguir fazer uma ligação pros meus pais
para avisar que eu cheguei bem no dia seguinte, às vezes se é um hotel, claro um hotel tinha
telefone, mas a nossa casa da praia, por exemplo, que eu lembro, não tinha telefone quando
eu era criança, quando eu era jovem. Então a gente ia à telefônica, fazia a ligação só no dia
seguinte e pensem só, a gente ia na estrada, olha a quantidade de coisas que pode acontecer,
pode ter um acidente, obviamente envolvendo outro veículo que a gente fica ali parado não
tem informação nenhuma. A gente pode sofrer algum acidente e ter que chamar guincho, ter
que chamar ajuda, como é que a gente fazia isso sem celular? Confesso para vocês que hoje
chega a me dar um arrepio de pensar em pegar a estrada sem celular, porque não só hoje eu
compartilho a minha posição no celular com meus familiares, meus pais, com a minha esposa,
dependendo da onde eu estou, para eles saberem aonde eu estou e me acompanharem, como
qualquer problema, como eu já tive problema na estrada, eu rapidamente ligo para o seguro,
ligo para o guincho e resolvo meus problemas.

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Sem contar, claro, Google Maps, Waze, que a gente consegue acompanhar o trânsito, saber
a hora que a gente vai chegar, saber se tem algum acidente mais à frente, saber se tem que
reduzir a velocidade por conta de algum radar, então hoje a gente tem a tecnologia colada na
gente e a gente não consegue se enxergar sem usar ela.
Eu, por exemplo, não consigo me ver na estrada ou mesmo às vezes na cidade sem usar Waze,
sem usar o Google Maps. Então nós mudamos o nosso comportamento e é esse tipo de mindset
que eu quero que vocês tenham para quando a gente for analisar indústria financeira.
Como é que está o comportamento das pessoas? Claro, principalmente dos milênios, daquelas
pessoas que já nasceram na era digital. Como é que está sendo o comportamento dessas
pessoas? O que elas querem? Como é que nós podemos entregar melhores produtos e serviços
para elas e como de fato a tecnologia está impactando na vida dessas pessoas.
Uma coisa que é óbvia que eu não preciso nem falar aqui, nós temos cada vez menos tempo
para esperar, a gente tem menos paciência para esperar. A gente não quer ficar em fila, a gente
não quer ficar esperando, fila seja fila física, por exemplo, de um banco ou ficar pendurado no
telefone meia hora para ser atendido, a gente quer agilidade. Aí claro, as gerações mais antigas
têm um pouco mais de paciência, até se sentem mais seguras talvez utilizando um processo
físico do banco, de um banco, de uma instituição financeira, mas pessoas das gerações mais
novas, mais dos milênios não tem essa paciência. Então a gente precisa refletir sobre isso para
ver o que que nós vamos entregar, porque essa geração que veio para ficar. As gerações mais
anteriores obviamente um dia não estarão mais com a gente, então quem vai ficar aqui é a
geração digital e é para elas que nós temos que hoje dar a nossa atenção com relação a esse
impacto.
Aí aqui só para reforçar esse comentário inicial do impacto da tecnologia, aqui uma foto, duas
fotos na verdade das posses dos papas no ano de 2005 e do ano de 2013. Notem, não preciso
nem falar né, olha a diferença; poderia ser um show de música, poderia ser um show de uma
banda de rock ou qualquer coisa do gênero. O ponto é, a primeira foto, todo mundo observando
o evento, claro, por que isso? Nós não tínhamos na época celulares e smartphones que podiam
fazer o registro do momento; e a partir de 2012, 2013 a gente começou a ter, isso ficou cada vez
mais parte do nosso comportamento.
Hoje nós vamos num show de música, ou mesmo numa futura posse de um papa, ninguém
vai, ou poucas pessoas vão nesses eventos e ficam só assistindo. A gente quer registrar alguns
momentos, a gente quer não só registrar, mas postar rápido no instagram, no facebook, nas
redes sociais.
Então tudo isso eram coisas que no fundo no fundo sempre, a gente sempre teve vontade de
fazer, mas nós não podíamos, nós não tínhamos tecnologia para tirar uma foto e compartilhar
com as pessoas. Hoje como a gente tem, a gente faz.
Então essa é a nova pegada da sociedade. Então está tudo na palma da mão, hoje a gente
acessa todos os produtos, praticamente todo produto e serviço que a gente quer hoje, a gente
acessa com a palma da mão pelo celular.
Eu acho que mesmo aqueles produtos e serviços que a gente não vai finalizar a compra pelo
celular, não imagino ninguém... É mais difícil finalizar uma compra de um carro ou de um imóvel
via celular sem ter um processo físico, mas praticamente todos os outros processos que a gente
faz acabam sendo pelo celular. Compra e venda de produtos, cumprimento de serviços, acesso
a produtos e serviços, acesso a muita informação, comunicação seja com parentes, amigos,
então tudo isso está na palma da mão.

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Inclusive muitos de vocês, é possível que estejam assistindo essa aula do celular ou de
repente do tablet, pode ser que alguns estejam no notebook em casa, mas muitos podem
assistindoestar assistindo essa aula em movimento no carro, indo para a praia, por exemplo,
então hoje a gente acessa tudo com a palma da mão e claro nós também queremos acessar
produtos e serviços financeiros com a palma da mão; a gente não tem mais a paciência como
eu falei, nossa sociedade não tem essa paciência de esperar horas e horas numa fila para ver
o saldo na nossa conta bancária, por exemplo, ou para fazer uma operação muito simples, a
gente quer agilidade, assim como a gente tem agilidade hoje para comprar um produto numa
Amazon, a gente quer agilidade hoje para também comprar um produto, comprar um serviço
financeiro, certo pessoal?
Então aqui, consequências de todo esse avanço tecnológico, obviamente eu botei aqui só quatro
exemplos, a gente poderia citar inúmeros exemplos aqui, não quero perder muito tempo com
isso, mas interessante é que todas essas tecnologias de outras mais que eu não citei aqui, como
Instagram, Netflix, elas só surgiram por causa da evolução tecnológica e todas elas são muito
novas. Tem talvez, com exceção do Facebook, o Facebook é 2003 se não me engano, elas têm
aí, nenhuma delas tem mais de 20 anos de vida e todas elas têm valor bilionário.
Então olha o impacto e escalabilidade que essas soluções tiveram; e o mais interessante é que
elas quebraram mercados que estavam muito estabelecidos e quebraram paradigmas, no caso
eu sempre gosto de fazer essa piada com Uber, porque meus pais sempre diziam que eu jamais
deveria pegar carona com estranho e jamais deveria pegar doce de estranho e hoje talvez uma
das coisas que eu mais faça é entrar no Uber que é um carro de um estranho e pego lá uma
balinha desse estranho. Então mesmo comportamentos que eram ditos como tabus para nós,
hoje é muito comum, era inviável a gente pensar pegar uma carona com estranho no meio da
estrada. Hoje o Uber possibilitou que a gente fizesse isso e quebraram-se paradigmas.
Mesma coisa o Airbnb, nós temos muitos ativos parados, a gente consegue hoje não só oferecer
os nossos ativos que estão parados, uma casa na praia, enfim, a nossa própria casa onde a gente
vive, um quarto extra, por exemplo, mas como a gente pode também usufruir desse serviço em
outros lugares e não ter que sempre ir para o hotel ou para lugares mais caros. Então tudo isso
aconteceu por conta da evolução tecnológica.
Aqui só para dar uma continuidade nesse processo de evolução, para vocês verem, em 2005
um chip e cabia 128MB de espaço que basicamente a gente consegue armazenar algumas fotos
nesse espaço ou um vídeo curto, é o que a gente consegue armazenar hoje com esses 128MB
e nesse mesmo espaço, menos de dez anos depois a gente já consegue armazenar 128GB de
espaço, então a gente já consegue armazenar vídeos de alta qualidade, fotos de alta qualidade
num mesmo espaço físico. Então essa é a evolução que está acontecendo e é uma evolução
que acontece não só na tecnologia, mas tem como consequência o nosso comportamento.
Então aqui peguei uma reportagem das diversas reportagens que você deve ver por aí de
como a evolução tecnológica está mudando também as profissões, o mercado de trabalho.
Então aqui é uma reportagem da InfoMoney e dizendo que 60% dos jovens estão aprendendo
profissões que vão deixar de existir. Isso é uma coisa que eu confesso pra vocês que me intriga
como professor, porque às vezes eu tô em sala de aula falando alguma coisa, será que o que
eu tô falando faz sentido? Será que o que eu tô falando ano que vem já vai estar ultrapassado?
E muitas vezes está e muitas vezes eu não consigo controlar porque a evolução tecnológica é
muito mais rápida do que a velocidade com que a gente consegue entregar o conteúdo, e aí
qual é a solução? Vocês podem estar se perguntando.

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Na verdade a solução é uma, como a gente tem bola de cristal, a única solução é nunca parar
deestudar, se a gente parar no tempo é 100% certo que a tecnologia vai nos atropelar, isso
eu não tenho nenhuma dúvida. Então vocês que, por exemplo, estão aqui assistindo essa
aula, se inscreveram nesse curso, vocês estão no caminho certo, vocês estão descobrindo
conhecimentos novos, vocês estão se especializando, esse é o caminho certo pra estar inserido
no mercado de trabalho do futuro. Quem parar no tempo, com certeza, fazendo o paralelo com
a máquina de datilografar, máquina de escrever, vai ficar na máquina de escrever enquanto
está todo mundo no celular.
Então nós temos que se manter e claro para se manter atualizado, obviamente tem um custo,
não só o custo financeiro, eventualmente de se inscrever em cursos, mas de tempo também,
porque eu posso também me especializar olhando vídeoaulas gratuitas ou conteúdos no
youtube, em cursos gratuitos que são oferecidos por aí, mas eu preciso investir tempo. Então
nós precisamos investir tempo para tentar nos manter o máximo atualizados possíveis com as
novas tecnologias que vem surgindo por aí.

BLOCKBUSTER
E aqui só para fechar esse exemplo que talvez alguns de vocês podem tá pensando, tá, entendi
seu ponto, a tecnologia está mudando estamos cada vez mais exigentes, mas as instituições
financeiras são muito sólidas, elas não vão quebrar, eu não vejo um grande bando hoje saindo
do mercado e verdade, pode ser, é possível.
A gente tem diferente de outros mercados, o mercado financeiro ele é muito vinculado ao
governo, tem um lob muito grande, obviamente, a conexão com a economia, o impacto na
economia é muito grande, então não é tão simples assim influenciar o mercado financeiro
apesar de a gente estar vendo vários movimentos por aí acontecendo, mas tem indústrias que
também se falava que também não iriam quebrar que não iriam ser impactadas e que hoje
quebraram.
O Blockbuster que todo mundo sabe, que também é meio clichê falar da Blockbuster, todo
mundo sabe o que aconteceu, mas quando eles perceberam a entrada do Netflix, eles
resolveram conversar com seus clientes atuais “ah, vamos fazer uma pesquisa de mercado,
para confirmar que eles são fiéis a nós, que eles gostam dos nossos serviços.” Eles foram lá e
perguntaram “olha, o que vocês gostam e tal?” e os relatórios mostraram isso aqui, mostraram
que as pessoas gostam de ir até as lojas da Blockbuster, que elas gostam da experiência de olhar
os cases, de olhar as caixinhas dos DVDs, de ler os resumos, de olhar os personagens, de se
cruzar com vizinhos, de comprar uma pipoquinha, comprar um refrigerante. E claro, uma coisa
muito importante quando a gente fala de novos negócios, de novos comportamentos, pesquisa,
pessoal! Eu sou um cara muito restrito com pesquisa de mercado, porque as pesquisas, elas
podem nos dizer aquilo que a gente quer ouvir, a gente pode induzir o nosso participante a
responder aquilo que a gente quer ouvir.
Porque na verdade, claro, as pessoas realmente gostavam de ir às lojas, gostavam de se cruzar
com pessoas, gostavam de comer pipoca, de pegar um pipoquinha para assistir um filme, mas o
que elas realmente queriam era ficar em casa deitado e assistindo o que ela quiser sob demanda
apenas com o toque de um botão. Então essa é a pegada nova e como Netflix percebeu isso
antes da Blockbuster em apenas seis anos de entrada, seis anos após a entrada da Netflix no
mercado a Blockbuster faliu.

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Então imaginem que um grupo de pessoas que não tinham nenhuma influência digamos
assim, no mercado, tiveram uma ideia, começaram a testar essa ideia e seis anos depois elas
destruíram uma indústria consolidada, desculpa, uma empresa consolidada. Mas querendo ou
não uma indústria também porque ela quebrou o paradigma de aluguel de DVD transacional e
passou por modelos como a gente conhece sob demanda onde eu assisto o que eu quiser na
hora que eu quiser para quando eu quiser e pago uma taxa mensal e não uma taxa por vídeo.
Então em pouco tempo, seis anos é nada, pessoal. Em seis anos eles quebraram a Blockbuster,
então isso é super relevante, a gente entender. E como eu falei, eu não tô dizendo aqui que os
grandes bancos vão sofrer algo parecido, porque de novo, cada mercado é diferente, mas é
legal a gente refletir sobre essas coisas.

O QUE ESSE NOVO CLIENTE DA ERA DIGITAL ESPERA?


E aí entender o que esse novo cliente, o que esse cliente milênio tá esperando com essa nova
era digital, o que ele quer? A gente sabe, ele quer produtos e serviços mais rápidos, ele quer
não esperar, ele tem menos paciência, ele é mais ansioso e aí ele quer algo que é centrado nas
suas necessidades.

QUEM POSSUI PODER?


E o mais legal de tudo isso é a gente analisar algo que para mim é sensacional que é a balança
de poder entre clientes e empresas.
Se a gente pegar, por exemplo, 30 anos atrás, ou mais, 40 anos, as empresas detinham
totalmente o poder do mercado, elas podiam empurrar produtos por mercados que tinham
já um mercado grande e se acontecia qualquer tipo de problema, um produto que veio com
defeito ou algum tratamento ruim que alguém recebeu ou enfim, qualquer tipo de atrito entre
a empresa e o cliente aquilo tentava se resolver diretamente com a empresa e em muitos
casos a empresa não dava bola, porque não ia impactar em nada no seu negócio. Ás vezes em
algumas quando o cliente é muito insistente, ele iria, por exemplo, uma mídia tradicional vai
pra um jornal tentar divulgar aquela informação “olha fui maltratado por tal empresa, vocês
não quero fazer uma reportagem sobre isso?” Mas muitas pessoas acabavam desistindo e
acabavam sendo prejudicadas no processo.
Hoje a balança, ela se igualou um pouco mais, porque nós com poucos cliques no computador
a gente consegue trazer uma informação relevante e essa informação viralizar. Então se eu tive
uma relação ruim com uma empresa, seja porque ela me tratou mal, porque ela me vendeu um
produto que não era o produto que ela prometeu e eu compartilho essa informação nas redes
sociais e por algum motivo essa informação viraliza, eu posso fazer com que o mercado dessa
empresa se destrua de um dia para o outro, o que era algo impensável há 30 anos atrás.
Então hoje o poder está muito mais igualado e hoje o cliente tem muito mais poder de influenciar
o destino das empresas. Só para só para citar um exemplo disso, vocês podem estar pensando
em vários que vocês já viram de repente na internet, amigos de vocês que compartilharam
situações que passaram com empresas e essas situações acabaram explodindo, acabaram
sendo compartilhados por muitas pessoas.

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Esse caso aqui é um caso que eu gosto de falar, porque ele foi um caso emblemático que
aconteceu nos Estados Unidos em 2017, então aqui essa foto aqui é de um senhor sendo
carregado de um avião da United a força pelos seguranças e a história é o seguinte: O avião
estava pronto para decolar, voo lotado, de repente o piloto falou que teria que embarcar mais
um tripulante e que não tinha pro tripulante sentar e que eles iriam arbitrariamente sortear
um assento e quem fosse sorteado deveria sair do avião, essa foi a decisão que o piloto, que
a empresa tomou. Esse senhor acabou sendo sorteado, o acento desse senhor acabou sendo
sorteado e ele falou que não ia sair, ele pagou pelo acento dele, pela passagem, ele tinha que
estar no destino em algumas horas e não ia sair.
E bom, o vídeo que eu vou mostrar pra vocês, vocês já podem imaginar o que aconteceu, mas
o vídeo que eu vou mostrar para vocês vai resumir toda a história e o ponto é: após esse vídeo,
após todo esse acontecimento, que foi um acontecimento que poderia ter sido resolvido de uma
forma muito simples, a United, ela perdeu o 300 milhões de dólares em valor de mercado na
bolsa de um dia para o outro. Fora toda a repercussão de marca, as pessoas dizendo, querendo
boicotar a United, não voe mais de United, a pior companhia, trata mal os passageiros por
conta de uma ação que poderia ter sido resolvida de uma forma muito simples, ou mandar
o tripulante em outro voo ou simplesmente... Bom, já que o erro aconteceu, deixa assim, o
tripulante vai ter que ir em outra situação, vai ter que pegar um outro voo ou vai ter que ir no
dia seguinte, mas não resolver dessa forma.
De novo, se isso acontecesse nos anos 80, talvez o impacto para empresa seria muito pequena,
porque só as pessoas do avião saberiam o que aconteceu, mas como hoje nós temos acesso a
celular, todo mundo no avião filmou, compartilhou e aquilo explodiu nas redes sociais. Então
vamos rapidamente, três minutinhos, vamos ao vídeo para vocês enxergarem aqui o que
aconteceu.
Então pessoal, chocante né, e uma situação que poderia ter sido tratada de uma forma muito
simples, teve toda essa repercussão e a United perdeu valor de mercado, perdeu valor de
marca, por uma situação muito simples. E ainda a forma como ela veio ao público também
não foi uma forma muito legal e as pessoas no Twitter ali que o twitter é muito usado, muito
mais usado do que a gente aqui no Brasil. O pessoal dizendo “nunca mais use a United” foi uma
situação... E de novo, se essa situação tivesse acontecido nos anos 80 anos, nos anos 70, talvez
a gente tivesse ouvido uma história, mas ninguém ia saber se era verdade, ia ficar por isso
mesmo. Então hoje as empresas também tem que tomar muito cuidado com a forma como que
elas tratam os seus clientes.
O interessante é isso, então estamos nessa era, na era onde nós temos acesso a tudo pela palma
da mão, a gente acessa produtos bancários, produtos e serviços, entretenimento, tudo aqui na
palma da mão. E o interessante pessoal é que quando a gente fala de empresas de tecnologia,
que é o nosso foco desse nosso conteúdo, é legal perceber que as empresas que elas nascem,
estão nascendo agora já digitais; elas acabam definindo a experiência que as pessoas querem
ter, até coloquei o comentário aqui, mesmo que elas não deem certou ou muito certo.
O exemplo Napster é um exemplo clássico disso, o Napster foi um dos primeiros streamers
de música que existiu no mundo, pelo menos um dos mais conhecidos e ele passou por um
perrengue gigantesco, porque ele sofreu problemas judiciais, foi acusado de pirataria e acabou
meio que no final dando uma reviravolta e ele foi vendido para uma empresa. Então o seu
dono, o seu criador não tirou tanto proveito assim quanto poderia ter tirado dessa tecnologia.
Porém se percebeu que as pessoas, elas queriam streaming de música, elas não queriam mais
ter que carregar um CD com músicas finitas ou um pen drive talvez com um pouco mais de
músicas e carregar dispositivos com músicas fixas. Elas querem o serviço sob demanda, elas
querem poder acessar a música que elas quiserem quando elas quiserem.
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Então o Napster apesar de não ter dado tão certo assim, ele no final, como eu falei, não é que
ele quebrou, mas ele não deu tão certo como hoje é um Spotify ou um Apple music, ele definiu
a experiência.
Então as pessoas que olharam esse movimento falaram “opa, beleza, o Napster está passando
por um momento ruim, mas é isso que as pessoas querem” isso a gente pode traçar o paralelo
também com o Uber, que teve a mesma coisa, o Uber teve um atrito gigantesco em quase
todos os países que ele entrou principalmente nos primeiros, mas por que ganhou mercado?
Por que o Uber, por exemplo, está hoje no Brasil consolidado? Porque as pessoas querem, as
pessoas estavam precisando do serviço.
As pessoas entendiam que o serviço privado, o anterior, digamos assim, o corrente que era
o dos taxistas não era muito bom e passaram a aprovar esse novo serviço. Então tudo é uma
questão de mercado, quando o mercado quer, quando as pessoas querem, as coisas acontecem.
E aí vamos começar a falar um pouquinho sobre instituições financeiras. Eu coloquei aqui um
exemplo, coloquei aqui a foto da caixa que foi a foto que eu achei que ficou mais bonita para
o slide, mas não é nada contra a Caixa, poderia ter qualquer um dos bancos tradicionais aqui
nesse slide; então se alguém aí que tá me ouvindo é da caixa, me perdoe, tá? É só um exemplo,
mas nós temos que concordar mesmo quem trabalhe na Caixa, no Itaú, Bradesco, nos bancos
tradicionais; a gente tem que concordar que essas instituições, elas trabalham com sistemas,
legados, sistemas antigos com linguagens antigas que são difícil de interagir, difíceis de criar
sistemas em cima desses sistemas. Essas pessoas, elas têm uma cultura muito tradicional, muito
hierarquizada, muito militarizada, difícil de trabalhar em inovação e aí a pergunta que eu deixei
aqui será... Estamos falando agora voltando ao início da disciplina; será que as pessoas que
estão chegando hoje no mercado, os nossos novos clientes digitais, eles querem interagir com
empresas que tem essa pegada mais tradicional? Não só interagir, mas será que elas querem
trabalhar em empresas com essa pegada? A gente tem ouvido muito falar em propósito “ai eu
quero trabalhar com uma empresa que tem propósito, que eu consiga desenvolver as minhas
próprias ideias” então será que essa nova geração vai conseguir se adaptar a essas empresas
ou essas empresas vão ter que se adaptar às novas gerações? Então essa é a pergunta que fica
no ar e a gente sabe bem a resposta, a gente sabe que adaptação tem que acontecer. Mas sem
querer colocar toda a culpa nos bancos, eu acho meio injusto também “ok, então os bancos
são culpados, eles tem que mudar” vamos entender o que aconteceu e qual é o processo que a
gente passou nesses últimos anos ou nos últimos tempos para entender aonde a gente chegou.

BANCOS TRADICIONAIS
Se a gente vai olhar a história dos bancos, eles surgiram para uma função muito interessante
para a sociedade. Na verdade, uma função fundamental. As sociedades, as suas cidades
estavam se desenvolvendo e os governos perceberam, os governantes perceberam que para
que a iniciativa privada de fato conseguisse tocar seus negócios e criar produtos e serviços
relevantes, elas precisavam de capital, óbvio.
E era difícil conseguir capital, não era uma coisa muito fácil de conseguir, o dinheiro para
criar uma fábrica, para construir um prédio gigantesco para, por exemplo, comprar grãos e
maquinário para fazer um plantio, isso tudo requer muito dinheiro. Então, enfim, estou aqui
resolvendo todo um histórico dos porquês.

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Então os bancos surgiram com essa visão, a visão de ajudar a sociedade a crescer. Ajudar a
iniciativa privada, enfim, a desenvolver seus produtos e serviços para que todos ganhem no
final.
Então os bancos eles vieram pra uma função muito legal. O problema é que com o passar
do tempo e hoje a gente vê muito isso, por conta da competição, por conta de uma série de
fatores, essa função primordial meio que se perdeu e hoje a gente tem uma sensação de que
os bancos, eles... Não que os bancos e as empresas não tenham que visar o lucro, mas a gente
percebe que em muitos as instituições se aproveitam da inocência das pessoas, da falta de
informação das pessoas pra enfiar um produto que ela não precisa, para de repente fazer com
que ela pegue um crédito que não é necessário pra entrar no juros, ou uma taxinha a mais
que ela não vai perceber. Ou mesmo para quem é investidor não o lado do que está buscando
recurso, o lado do investidor “ ah, vou te oferecer esse produto aqui, mas no fundo no fundo
o gerente sabe que não é o melhor produto para aquele cliente, mas ele ganha comissão em
cima daquele produto” então a situação se perdeu um pouco e as pessoas no geral elas não
percebem os bancos como uma instituição que de fato ajudam as pessoas.
A gente percebe como entre aspas um motivo, não digo um mal necessário, mas nós temos que
passar por eles, mas ninguém confia assim tanto em todos os processos dos bancos.
E claro, sem contar óbvio a gente acaba não tirando todos os reais proveitos que os bancos
podem nos dar. Aí, obviamente pessoal, coloquei aqui alguns exemplos, existem bons serviços,
a gente sabe quem já utilizou serviços prime, personnalité, o nome que seja aqui, os serviços
top dos bancos, sabe que a gente obviamente pode ser bem tratado, pode enxergar melhor
uma carteira de produtos e serviços um pouco mais adequada para o nosso perfil, pode ter
alguém que de fato nos ajude a atingir nossos objetivos, mas também a gente sabe que para
isso tem que ter muita grana, no varejão e isso não tem acontecido.
O varejão é isso aqui, o varejão é uma fila e vamos forçando produtos para essas pessoas, elas
não sabem mesmo o que acontece, então elas tem que comprar, elas tem que contratar, então
vamos tocar.

VOCÊ INDICARIA O SEU BANCO PARA UM AMIGO?


Bem, a pergunta que fica para a gente refletir, mesmo que vocês... É possível que vocês não
estejam concordando tanto comigo e isso é muito legal, a ideia de que a gente de repente gere
depois uma discussão.
Você indicaria o seu banco para alguém? Você confia realmente que o seu banco, que o seu
gerente, que a sua instituição, ela de fato te entrega os melhores produtos e melhores serviços
que você está buscando?
A gente sabe que Netflix, por exemplo, eu indicaria o Netflix para um amigo, eu sei que ele vai
encontrar os melhores filmes que ele quer ver de acordo com a demanda dele, eu sei que ele
vai encontrar as melhores séries de acordo com os gostos dele, eu sei disso e por um preço
justo, eu sei que ele vai pagar um preço justo e vai receber um excelente serviço.
Agora eu não sei se é tão simples assim indicar um banco para alguém. Obviamente que quando
a gente fala desses novos bancos, quando a gente fala desses bancos digitais, quando a gente
fala de serviços financeiros digitais talvez a história seja outra, mas os bancos tradicionais eu
tenho minhas dúvidas.

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Aí vocês podem estar se perguntando “tudo bem, mas os bancos aí estão firmes, cada vez até
reportando lucros maiores, estão de pé, por mais que toda essa revolução esteja acontecendo,
eles estão de pé, quando é que vão acontecer essas mudanças?” e de fato eles estão de pé
porque ainda assim existe como eu falei, uma regulação forte, existe uma dependência, um
vínculo muito forte das instituições com o governo, mas as mudanças já estão acontecendo,
aos poucos elas já estão acontecendo e é inevitável que elas virão.

ABORDAGEM CENTRADA NO USUÁRIO


E qual é a nova pegada, tá pessoal? A nova pegada é abordagem centrada no usuário, mas aí
não é da boca para fora como muitos dizem “nossa empresa ela foca nos usuário” eu tô falando
de verdade, focar no usuário; de entregar aqueles produtos e serviços que de fato vão agregar
para a vida daquele cliente.
Voltando o exemplo da Netflix, quem tem Netflix sabe que o Netflix, ele vai através do seu
sistema de inteligência artificial, através do teu comportamento, ele vai te indicando filmes e
séries que ele sabe que pra ti vai ser o próximo filme que tu gostaria de assistir, então ele vai te
entregando melhor experiência do usuário.
Será que os nossos bancos estão entregando uma melhor experiência para nós? Atualmente
não, mas essa é a nova pegava. E o interessante é que as empresas que estão entendendo que
a nova pegada é essa são as que estão se consolidando.
A gente vê aí a Amazon, por exemplo, se consolidando nesse mercado icommerce, não é à toa,
porque eles conseguem implementar uma abordagem forte centrada no usuário. E hoje o mais
interessante é que nós temos ferramentas para isso, hoje existem ferramentas, vamos falar
mais para o final da disciplina, temos ferramentas de inteligência artificial, temos ferramentas
de big data para poder processar dados e entregar melhor a informação para nossos usuários e
em muitos casos nós não estamos fazendo isso.
E o mais legal é que alguns e de novo, não é à toa que algumas empresas estão onde estão. O
Steve Jobs, essa frase é de 1997 pessoal, imagina, em 97 a internet ainda estava capengando e
ele largou essa frase numa interação com o público que ele estava conversando, tem um vídeo
na internet, se vocês procurarem essa frase vocês vão encontrar. E no meio dessa resposta ele
falou... Na verdade a pessoa da plateia reclamou sobre alguma tecnologia que estava sendo
descontinuado pela Apple e o Jobs respondeu assim “Nós temos que começar pela experiência
do usuário e trabalhar de volta na tecnologia, ou seja, a partir da experiência que o usuário quer,
a gente vê qual a tecnologia se encaixa para resolver aquela experiência e não ao contrário,
não desenvolver uma tecnologia e enfiar goela abaixo do usuário.” Então imagina, o Jobs já
entendia isso em 1997. Então não é à toa que a Apple hoje é uma das número um em entrega
de experiência, porque toda a empresa entendeu que esse é o processo.
Então quando as instituições sejam os bancos ou outras empresas de outros contextos
entenderem “qual é a dor do meu usuário?” “qual é dor do meu cliente?” começar a entender o
que eles precisam e começar a entregar valor de fato para esse cliente aí as coisas vão começar
a acontecer. Então essa é nova pegada, essa é a pegada da geração da era digital.

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SOLUÇÃO FINTECHS + INCUMBENTES


E tentando responder a pergunta que eu fiz lá atrás, como é que as mudanças vão acontecer; eu
concordo que é muito difícil hoje por uma questão até de regulamentação, a gente ter um fim
dos bancos. Então acho que os bancos são instituições muito fortes e ainda muito necessárias,
obviamente, para o desenvolvimento da sociedade. Mas elas precisam, as instituições precisam
evoluir. E a forma como não só eu vejo, mas muitas pessoas veem que essa evolução vai
acontecer, é através da junção da fintechs, não defini fintechs ainda, mas muitos de vocês devem
estar a par do que eu tô falando, são essas instituições, essas startups com foco em finanças,
essas empresas que nascem com base tecnológica, com serviços e produtos na área financeira,
essas startups se juntando com os Incumbentes, ou seja, com as empresas tradicionais. E por
que essa parece ser a solução ou o caminho mais adequado? Porque nós temos de um lado
instituições que são inovadoras que conseguem trabalhar ciclos de desenvolvimento mais
rápido, são ágeis e entendem o cliente, entendem o online, entendem essa pegada centrada
no usuário.
E nós temos do outro lado as instituições tradicionais que elas têm o volume de clientes, elas
têm clientes para atender que estão necessitados, que precisam desses produtos e serviço,
elas têm o compliance, essa é a revelação embaixo do braço, elas estão conectadas com a
regulamentação e querendo ou não elas tem uma certa aprovação governamental, elas tem
o respaldo do governo para poder agir. Então parece que essa fusão acaba sendo o caminho e
qual é a consequência que isso pode ter? A gente pode ter clientes que hoje estão os chamados
desbancarizados. A gente pode atender clientes que não estão sendo atendidos e claro, atender
melhor, sejam os milênios ou os futuros clientes que vão começar a surgir na nova geração.
Então que as fintechs entendem esses caras e elas não só entendem esses caras, mas entendem
também que hoje tem uma parcela gigantesca da população mundial desbancarizada e isso é
uma baita oportunidade de negócio; vamos falar um pouquinho sobre isso mais para frente.
E aqui um exemplo desse processo é o Nubank, o Nubank é fruto da fusão de dois bancos
pequenos e quem lembra quem abriu conta no início lá no Nubank, 100% o processo pelo
celular, tu manda o cadastro, manda as documentações e eu até anotei aqui os números só para
não esquecer, pessoal. Eles tiveram, hoje já passaram de 10 milhões de cartões, de pedidos de
cartões de crédito e por conta desse processo desburocratizados, desse processo digital, eles
economizaram mais de 130 mil toneladas de papel ou um milhão e meio de árvores. Então
além de ser um processo rápido e fácil onde o cliente sai satisfeito, eles ainda entenderam a
pegada sustentável que também é outro tema que entra junto nesse processo todo.
Então não é à toa que quem é cliente Nubank hoje e não é propaganda, mas quem é cliente
Nubank dificilmente se arrepende. As pessoas que têm conta Nubank dificilmente voltam...
Claro, no início talvez quando o processo ainda está um pouco, não 100% ajustado, tinham
produtos e serviços que os bancos ajudavam melhor do que a própria fintech, do que o próprio
Nubank, mas hoje em dia é muito difícil alguém não estar satisfeito dentro do Nubank.
E aí a ideia é essa, a ideia de que no contexto de fintechs, no contexto de startups, essas
parcerias podem testar produtos mais rápidos, podem errar mais rápido, porque pra um banco
errar é muito ruim, ela pode perder muito dinheiro, perder confiança de usuários e clientes.

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Ela não tem a questão da burocracia e da regulamentação, e claro, dando errado tu descartas,
dando certo tu pode acoplar a solução em definitivo no banco. Então, por exemplo, a parceria
entre dois bancos, a startup está lá usando a estrutura do banco para poder rodar os seus
processos; tudo que dá errado ela descarta e o impacto no banco é praticamente nulo e tudo
dá certo ela consegue incorporar na instituição, esse é o caminho que está se vendo nesse
mercado hoje.
E aqui outro ponto muito importante, lembra que eu falei sobre a pegada de ser centrado no
usuário? Eu tenho certeza que o Nubank copiou a cultura ZAPPOS de atender cliente. Se vocês
não conhecem ZAPPOS que é uma empresa americana de vestuário, se vocês entrarem no site,
não é nada demais, é uma empresa que vende produtos, vende roupa, vende tênis; só que
eles são reconhecidos pelo excelente nível de atendimento. Só para dar um exemplo do que
eu estou falando, tem um caso muito famoso que está no livro também; por isso que eu acho
que eu sugiro, quem quiser, compre, ache o livro da ZAPPOS e deem uma olhada, porque vale
a pena, são exemplos de cases de sucesso de atendimento ao cliente. Eles desburocratizaram o
atendimento das pontas, então os atendentes não tem script para atender seus clientes, para
atender aos seus clientes que ligam. Então não é aquela coisa que aqui no Brasil a gente está
acostumado a ligar para uma central, uma pessoa atende com aquela voz quase robotizada
lendo o script, qualquer coisa que a gente fala um pouco diferente script a pessoa se atrapalha.
No caso da ZAPPOS ele atende o cliente numa linguagem humana digamos assim e tenta
atender o cliente da melhor forma possível.
E o case muito legal da ZAPPOS é uma senhora que ligou dizendo que gostaria de devolver o
sapato que tinha acabado de comprar pro seu marido porque o meu marido faleceu. Nesse
intermédio entre fazer o pedido e chegar o sapato na casa deles, houve alguma coisa e o senhor
faleceu. Então obviamente não fazia mais sentido manter o sapato em casa; prontamente o
atendente da ZAPPOS falou “Claro, devolve, manda para cá que a gente te reembolsa” nem
pediu documentação, não falou nada, simplesmente acreditou no cliente e pediu para ele
devolver o sapato. A gente sabe que no Brasil seria um pouco mais complicado, iriam pedir
atestado de óbito ou pedir que o próprio morto ligasse para confirmar que morreu ou pedir
documentos em x vias registrado em cartório, ia ser uma complicação tão grande que no
final tu pensa “não vou devolver esse sapato, vou ficar com esse sapato para sempre” então
além de passar pela perda de um ente querido, tu ainda tem que ficar perdendo tempo nesse
envolvimento mercadológico.
E a ZAPPOS então, fechando esse parênteses, recebeu o sapato e não só isso, uma semana
depois a senhora recebe outra caixa e ela “que estranho... não fiz nenhum pedido” ela abre
e tem uma coroa de flores. O atendente mandou uma coroa de flores para senhora em
condolências pela perda do marido. Então não preciso nem dizer para vocês que ela se tornou
fã incondicional e se tornou cliente eterna da ZAPPOS, por um ato muito pequeno e muito
singelo do atendente; não foi algo que o gerente mandou fazer, o próprio atendente tinha
autonomia para isso. E o Nubank copiou esse estilo, eu acredito muito que eles copiaram esse
estilo de atendimento da ZAPPOS.
Os exemplos que eu acho mais legais, que vocês podem procurar na internet que tem por aí.
Um que o cachorro tinha comido o cartão de crédito do Nubank e o cliente ligou para pedir um
novo cartão “ah, olha, o meu cachorro mordeu minha carteira, mordeu meu cartão e eu perdi
o meu cartão” eles mandaram um cartão novo e mandaram junto um mordedor para que ele
desse para o cachorro, então uma forma divertida de interagir com o cliente.

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E outro exemplo muito legal, muito legal entre aspas; o cara ligou dizendo que foi assaltado e
que precisava de um novo cartão. E daí mandaram um novo cartão, daí passou dois meses e
ligou de novo “olha, fui de novo assaltado” mandaram de novo o cartão para ele e mandaram
uma caixinha com sal grosso e umas mandinga para ver se ele fica com menos azar nos próximos
meses. Então uma forma divertida que o Nubank encontrou de trabalhar o relacionamento
direto com os seus clientes.
Então por conta desses pequenos atos não só esses atos são compartilhados na internet,
fazendo com que outras pessoas se interessem por interagir com empresas como o Nubank,
mas os próprios clientes viram clientes muito satisfeitos e eternos. E essa é a nova pegada, a
pegada é tratar o cliente, cada cliente como único e tentar personalizar o máximo a experiência
do usuário.
Então essa é a ideia de trabalhar suas parcerias entre as fintechs, essas startups tecnológicas
com base em finanças e as empresas tradicionais. O ponto é esse, o ponto é que esse aparece
ser o caminho, mas existe a adaptação e tem que ter paciência dos dois lados. No caso as
empresas tradicionais, os incumbentes, eles precisam de fato comprar internamente a ideia,
não dizer assim “ah, terceiriza aí a inovação e depois traz pra nós” tem que de alguma forma
começar a mudar cultura interna e por outro lado, claro, a fintech também tem que entender o
lado burocrático de uma instituição financeira. Certo, pessoal? Vou mostrar rapidamente mais
um vídeo, eu só tenho dois vídeos nessa aula, que resume um pouco todo esse processo que a
gente está passando dessa revolução tecnológica da área de fintech e daí a gente volta a falar
sobre alguns fatos interessantes que a indústria está passando.
(...)
Então pessoal como vocês viram, esse vídeo obviamente tem muita informação; não vou
analisar ponto por ponto, mas a ideia principal é que a gente tenha ainda como vocês podem
ter observado uma confiança muito grande nas instituições tradicionais em relação à segurança
e por outro lado, quem utiliza serviços digitais entende que a experiência é melhor, ou seja, há
um balanço claro aí entre as duas forças e o ponto é que a evolução vai nos dizer para onde a
gente vai e como eu falei, o que parece é que a fusão dessas duas forças é o que vai nos dar os
produtos e serviços que a gente vai estar utilizando no futuro. Mas tem um processo ainda de
maturação de mercado, temos as gerações ainda antigas, as gerações anteriores que confiam
mais nos serviços tradicionais e assim como as gerações mais atuais, elas preferem evitar o
contato humano e preferem trabalhar só com o celular interagindo para contratar e comprar
seus produtos e serviços.
Mas então, em resumo, nós temos que entender e colocar essas duas perguntas em perspectiva,
porque elas que vão estar de fato, elas que norteiam o processo de qualquer fintech que a
gente vai desenvolver, de qualquer impacto de tecnologia no mercado. O lado do quem está
precisando de dinheiro e o lado de quem está emprestando dinheiro para o banco.
“Será que podemos oferecer serviços que de fato ajudem o cliente a sair do buraco?”
“Será que podemos oferecer serviços que de fato ajudem o cliente a atingir seus objetivos?”
Então no caso de alguém que está passando por uma situação ruim, será que de fato nós não
podemos, as instituições, as fintechs não podem oferecer produtos e serviços que ajudem essas
pessoas a resolver seus problemas financeiros? Então se eu já sei por uma questão de predição
do meu sistema que aquela pessoa vai entrar no cheque especial, ou vai entrar no negativo
daqui a dois, três meses, por que eu não vou conversar com essa pessoa?

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Não vou dar sugestões de mudanças comportamentais pra essa pessoa para que ela não
chegue nesse ponto? Então esse é um caminho. ]A outra pergunta agora do lado oposto. Eu sou
o investidor e eu quero... Investidor, eu tenho dinheiro e eu quero... Tenho alguns objetivos de
vida. Seja me aposentar, seja fazer uma viagem no fim do ano. Só que o meu comportamento,
meus gastos atuais não parece que vão comportar a minha viagem no fim do ano. Então da
mesma forma o banco poderia sugerir para mim mudanças comportamentais para me dar um
alerta “olha, tu quer fazer essa viagem para Europa no fim do ano, por enquanto está apertado.
Pela forma como tu vem gastando nesse, nesse e nesse item, não vai dar. a Quem sabe tu não
economiza aqui, de repente para de sair para jantar, para não sei o que...” Enfim, dar sugestões
para mim e eu “opa, realmente se eu fizer isso, eu não vou poder viajar ou vou viajar e vou estar
no vermelho” Então, será que de fato... Então essa é a pergunta, as instituições não podem
nos ajudar a atingir os nossos objetivos? Sejam eles resolver os nossos problemas financeiros
negativos ou positivos? Essa é a pergunta que eu acho que tem que nortear a nossa discussão.

FINTECHS JÁ ESTÃO FAZENDO ISSO


E o ponto é que muitas fintechs já estão fazendo isso, já estão resolvendo esses problemas. A
gente tem uma série de empresas aí que estão trabalhando com predição de comportamento,
com gestão de ativos, com gestão de objetivos, já estão trabalhando com essas coisas, já
tem hoje tecnologia suficiente para fazer isso. Fora coisas assim mais óbvias estão caindo de
maduro, como cartões sem taxas, serviços digitais, coisas que já estão aí caindo de maduro e
que as pessoas estão começando a se dar conta que estão pagando a mais por serviços que elas
podem ter de graça.
Mas certamente trabalhar com controle financeiro e inteligência artificial para fazer predições
é um dos caminhos mais óbvios desse mercado e que com certeza vai ser uma das suas grandes
filões aí do mercado financeiro.
Então, porque a ideia até pela questão da evolução que eu falei, a ideia é que no futuro as
operações, o foco desse mercado, sejam em operações light e tudo com foco no cliente. O que
eu chamo de operações light? Operações que utilizam poucos ativos e mais foco no cliente.
Se a gente for olhar todas essas indústrias aqui, a gente pega indústria de transporte privado de
automóveis; a indústria, digamos, hoteleira ou de aluguel de espaço; de serviços ou de compras.
Todas elas têm aquela característica básica de não ter os ativos que elas utilizam; então o
Uber não tem veículos, mas ela utiliza veículos de outros, o Airbnb não tem casas, não tem
imóveis, mas aluga imóveis de outros e assim por diante. Esses caras intermediam operações
de serviços ou de compra e venda e esse é o foco, hoje os bancos são muito atrelados a ativos
fortes “eu tenho um banco, eu tenho uma estrutura física grande, com estruturas grandes,
com burocracias grandes. O futuro é ter estruturas mais lights, não estou dizendo que vai ser
igual uma estrutura de uma Amazon, ou igual uma estrutura de um Uber, mas a operação tem
que ser mais light, por quê? Porque o cliente, ele quer um resultado mais rápido e ele quer
operações mais velozes. Então na verdade se a gente mantiver os processos atuais que as
instituições tradicionais estão trabalhando, a tendência é que os clientes migrem para aqueles
que vão oferecer serviços que se adequem mais aos seus contextos.

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O QUE SÃO FINTECHS?


Eu falei, falei e falei de Fintechs, mas o que são essas fintechs? A definição formal é justamente
essa, é a junção da questão financeira com a questão tecnológica.

FINANCIAL + TECHNOLOGY
Então são essas empresas que estão redesenhando a área financeira com uso intensivo de
tecnologia, esse é o conceito de fintechs. E vou aqui mostrar para vocês o mapa atual, esse
mapa eu peguei dessa fonte Finnovation, é um site bem legal, se vocês quiserem entrar
depois e buscar mais informações, eu peguei esse mapa de lá. E claro, sempre os números
são questionáveis, porque cada um faz a contagem de acordo com enfim, com critérios que
são diferentes, mas de acordo com eles, em setembro de 2019 existiu no Brasil 504 já, 504
fintechs nas mais diversas áreas ou nos mais diversos subnichos. Aqui como vocês podem
ver, os círculos representam os nichos e os tamanhos são obvimente o tamanho do nicho.
O nicho de pagamentos é o maior deles, quase que por óbvio, onde se concentra o maior
número das fintechs. Mas olha que interessante, a gente tem também as fintechs de câmbio,
onde as pessoas compram e vendem moedas obviamente estrangeiras; como eu falei as de
pagamentos, temos bancos e contas digitais como o Nubank que eu dei o exemplo. Temos
fintechs de investimentos, temos que fintechs de seguros, as chamadas insurtechs, vou falar
sobre elas um pouquinho mais, mais para frente. Temos as fintechs de crédito, fintechs focadas
em criptomoedas e blockchain, também vamos falar de cripto e blockchain mais pro fim da
aula.
Tecnologias para as instituições financeiras e gestão financeira, tanto pessoal quanto
empresarial. Então olhem, só aqui a classificação Finnovation tem 10 subnichos e 504 fintechs
só Brasil, então é um mercado que está muito quente. No mundo são mais de 12 mil fintechs,
além dessas 500 no Brasil nós temos mais de 12 mil fintechs no mundo e aqui eu estou contando
grandes players do mercado, como Apple Pay, como Google Pay, a própria a Amazon Pay; então
esses caras estão entrando com tudo também e alguns de vocês já deve ter ouvido falar, Apple
já criando o seu cartão de crédito próprio. Então mercado aí está se movendo.
Esses caras aí que estavam em mercados completamente diferentes, mercado de computadores
ou mercado de compra e venda de produtos, agora estão entrando também no mercado
financeiro. Então isso é uma atenção também que a gente tem que dar, esses grandes players
entram com força, porque ele tem muito capital e muito mercado.

FATOS RELEVANTES
Vou agora passar por alguns, talvez perto de 20, não me engano, não me lembro de cabeça.
Alguns fatos relevantes sobre a indústria financeira para a gente avaliar sobre movimentos que
indústria financeira está passando e claro, óbvio, o impacto que toda a tecnologia está trazendo
para cada um desses pontos aqui.
Vamos então pro primeiro ponto. 46%, quase metade das pessoas usam somente canais digitais
para seus processos financeiros. Claro que isso tende a cada vez aumentar mais, mas já temos
um número significativo de pessoas que só usam canais digitais. Então, seja para verificar saldo,
para pagar contas, para fazer eventualmente até alguns empréstimos mais simples.
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É óbvio que tem operações financeiras mais complexas que ainda não são possíveis ou não
completamente possíveis de serem feitas digitalmente, que ás vezes precisa de algum tipo de
assinatura física, mas já está esse número aqui interessante, já está quase metade das pessoas
que usam os serviços financeiros usando somente canais digitais. Então isso mostra uma
tendência óbvia de querer cada vez mais usar esse tipo de canal e evitar o espaço físico, o uso
físico da instituição.
Aqui para mostrar como o movimento é forte e como o mercado não é um mercado de
brincadeira.
Vocês todos aqui devem conhecer o Paypal, porque é uma empresa antiga de processamento
de pagamento focada mais em pequenas e médias empresas, então certamente se vocês
já compraram produtos no icommerce, vocês já podem ter usado o Paypal para fazer o
pagamento; ou eventualmente se você tem um negócio, vocês podem ter usado o Paypal para
receber pagamentos dos clientes. E o Paypal, ele tem, ele é sócio, o Paypal é sócio de um outro
aplicativo chamado Venmo que é do mesmo grupo do Paypal e que oferece o mesmo tipo
de serviços de pagamentos, mas para pessoas físicas. E alguns bancos dos estados unidos se
uniram e criaram a Zelle, que é uma espécie de concorrente do Venmo, que também trabalha
procedimentos de pagamentos pras pessoas físicas. E olhem que interessante, no terceiro
trimestre de 2018, a Zelle dobrou o volume de pagamentos, de transações de pagamentos da
Venmo, mas quando eu digo dobrou, atingiu uma marca de 32 bilhões de dólares. Então nós
estamos falando de um mercado gigantesco onde muita gente já está usando esses aplicativos
para efetuar suas operações financeiras, para pagar um amigo, para enfim, executar qualquer
tipo de operação financeira que seja pertinente ao contexto pessoal.
Aqui um dado que aquele vídeo que eu apresentei anteriormente trouxe também “metade das
pessoas que não usam aplicativos de pagamento dizem que os métodos atuais são fáceis de
usar” aqui, claro, a maioria das pessoas são pessoas mais velhas, mas o segundo motivo por
eles não utilizarem o aplicativo de pagamento é a insegurança. Então muita gente ainda tem
medo de transacionar, pagar suas contas, enfim, ou botar seu número de cartão de crédito em
aplicativos de celular, por medo, não entender muito bem do processo e por medo de ter seus
dados roubados, ou ter seus dinheiros, seus ativos roubados. E na minha opinião, é até uma
questão de tempo para que não só as pessoas comecem a se educarem mais pra terem mais
confiança nesse tipo de serviço, como também uma questão de tempo para a geração atual
tomar o lugar e começar a cada vez mais não usar os serviços tradicionais e passar a usar só os
métodos digitais.
Outro dado interessante sobre recorrência, “24% de usuários de aplicativos bancários acessam
uma vez por semana. 14% acessam muitas vezes ao dia” Daí a função mais utilizada, na verdade,
é a verificação do saldo. Eu acho que eu estou no meio do caminho dessas duas opções; eu
certamente não entro várias vezes do dia na minha conta, mas devo entrar algumas vezes
por semana para verificar meu saldo, para ver se está tudo certo, ver se não teve nenhuma
surpresa, ver se alguém já me pagou alguma coisa, alguma conta foi paga, ou foi paga certinho.
E notem, pensem que no passado quando a gente não tinha esse tipo de serviço, eu tinha duas
opções, ou tinha no passado um pouco mais recente ou tinha que ir até um caixa eletrônico
para verificar meu saldo, ver se alguém pagou, não pagou, enfim, para depois cobrar a pessoa
ou executar minha operação seguinte; ou tinha que ir até o banco numa fila de banco para falar
lá com o caixa, pro caixa me dar o meu saldo. Então virou uma facilidade muito interessante e
isso obviamente tende a aumentar cada vez mais e se tornar cada vez mais frequente. Mas o
interessante dessa pesquisa aqui é que o saldo é a operação mais verificada, então a pessoa
entra, vê o saldo e depois vai embora, só para conferir para ver se está tudo certo.

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A outra coisa que eu notei aqui para não esquecer, bem interessante, que 30% dessas pessoas
que foram entrevistadas gostariam de ter a função liga e desliga do cartão de crédito via celular,
até para poder, enfim, não só pra poder desligar o cartão para evitar que outras pessoas
utilizem o cartão, uma função bem interessante; mas até para elas mesmas poderem reduzir
seus gastos. Então elas gostariam de ter uma função que ó, meu cartão está desligado, então
não vai cobrar nada no meu cartão, então eu também vou evitar de gastar algo extra.
Bom, 2019 transacionamos 4.1 trilhões expectativa de transacionar para 2020, 5 trilhões de
dólares nos meios digitais. E a expectativa é 6,7 trilhões até 2023. Obviamente pagamentos
é um ponto forte dessa indústria, o processamento de pagamento. Então notem como tem
espaço para crescer e como esse mercado tá quente.

CHATBOTS
Próximo ponto, chatbots, chatbots vão economizar até mais de 7 bilhões de dólares até 2023.
Para quem não sabe o que é um chatbot, é um chat que a gente conversa, um serviço de chá
que a gente conversa de atendimento, só que do outro lado não é uma pessoa, do outro lado
é um robô. Isso hoje, todos nós, eu garanto que todos vocês ou sabendo ou não sabendo, já
conversaram com algum robô do outro lado. Se vocês não souberam é porque o robô estava
muito bem desenvolvido e se vocês perceberam porque a pergunta foi se repetindo, ou porque
a resposta não foi transacionada, é porque o robô ainda estava em fase de desenvolvimento.
Mas é claro pessoal, é uma coisa óbvia que eles vão economizar porque os chatbots, eles não
recebem salário no fim do mês. É um robô que quanto mais ele interage com as pessoas, mais
ele aprende e mais ele consegue entregar melhores produtos e serviços, mais ele consegue
ficar mais digamos assim, humano.
Então quanto mais essa máquina é treinada, essa máquina de inteligência artificial, mais ela
é treinada, mais economia eu vou ter; porque eu vou ter menos pessoas na ponta tendo que
atender meu cliente, claro, eu vou ter muito mais agilidade. Claro, qual é o desafio que a gente
tem aqui? Em muitos casos análise de sentimento, às vezes é difícil a gente interpretar um
sentimento; seja por voz, seja por texto. São os desafios que inteligência artificial está nos
trazendo aí nos próximos anos. Mas os chatbots certamente são uma mão na roda e vai ser
utilizado tanto o chatbots quanto assistentes virtuais vão ser muito utilizados, porque não só
economiza muito dinheiro, mas eles muitos casos são mais eficientes que as próprias pessoas.
Bom, e há, vamos falar mais pra frente especificamente de inteligência artificial, mas um dado
interessante é que vão economizar uma grana para indústria de seguros até 2023, tentem
imaginar... Eu vou trazer um exemplo só de como isso pode acontecer. Hoje como é que
funciona? Eu não sou especialista em seguros, mas já tive que acionar e a gente sabe como é
que funciona. Tu bateu o teu carro, aí tu tem que levar até uma oficina, daí tem que fazer uma
verificação, daí o pessoal do seguro confere para ver como é que o acidente aconteceu, tem
toda uma análise de dados para dizer de quem foi a culpa, quem paga. Enfim, um processo,
digamos assim, manual para que o pagamento seja ou não seja feito, ou mesmo um processo
de fraude, para verificar se foi fraudado ou não aquele acidente, para verificar se o pagamento
vai ou não vai ser feito.

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Imagine que com inteligência artificial, a gente vai poder, por exemplo, ter câmeras que
obviamente já vão filmar, obviamente, o veículo; vamos ter fotos que vão ser tiradas no
momento talvez do acidente; vão ter dados do carro que vão poder ser transmitidos sobre
demanda. Então vai saber, por exemplo, se o carro freou bruscamente, ou se aconteceu alguma
coisa no entorno que atrapalhou o trânsito e com tudo isso o próprio sistema pode de forma
quase que instantânea definir o resultado daquele pedido, por exemplo. Vai definir se de fato a
culpa foi do motorista, se a culpa foi de outra situação, foi do motorista do outro veículo. Então
imagina que com inteligência artificial a gente vai poder automatizar todos esses processos
a ponto de economizar uma fortuna, a ponto de economizar um pouco três milhões de 1.3
bilhões dólares e muito mais obviamente a partir de 2023.
Bom, 90 bilhões serão vendidos de seguros de forma automatizada até 2020. Esse é o nicho
muito fácil de entrar para as fintechs tem uma abertura fácil e eles estão trazendo muita
inovação, estão trazendo mais experiência de usuário. Hoje o mercado de seguros é um mercado
extremamente manual, então tem bastante oportunidade e ele não é tão... De novo, ele é mais
fácil de entrar do que, por exemplo, o mercado de pagamentos. Então muitos investidores e
muitas pessoas estão entrando nesse mercado para entregar melhores experiências e melhores
serviços para os clientes. Então são as chamadas insurtechs. Então eu acho que vale ficar bem
atento, vai ter um movimento muito grande de insurtechs nos próximos anos que a forma como
nós vamos nos relacionar com os nossos sistemas de seguros vai mudar daqui para frente.
Por sinal, eles vão levantar, levantaram, aliás, quase 2 bilhões em 2018 e tendem a levantar
cada vez mais. São mercados quentes, são mercados que não só conseguem ter um
crescimento rápido e um lucro rápido, então isso que investidores buscam, mercados que têm
auto crescimento e alta rentabilidade. Na verdade a prioridade dos investidores é crescimento,
só que as insurtechs conseguem entregar os dois, conseguem entregar um bom crescimento
e bom retorno. Porque o fluxo de caixa acontece constantemente, então aqui um grande
mercado que vale a ser explorado.
Bom, ativos geridos por fintechs, chegarão a 600 bi em 2020. Claro, o grande desafio aqui,
muitos desses ativos aqui que são ingeridos são de fintechs ou de startups vinculadas aos
grandes players, vinculados aos incumbentes, as empresas tradicionais. O grande desafio das
fintechs é conseguir dado às suas baixas taxas, baixas ou zero taxas de cobrança, conseguir
baixos spread e conseguir lucrar em cima disso. Mas certamente gestão de ativos também é
um outro mercado que está bombando cada vez mais e está indo para o meio digital, então a
gente tem vários, inclusive várias startups, várias fintechs famosas do Brasil que já vem fazendo
gestão de ativos há alguns anos aqui.
Bom, empréstimos via fintech chegarão a $74B em 2022, estou falando aqui tanto de
empréstimo para pessoa física quanto para pessoa jurídica e esse dado traz até empréstimos
para estudantes são os chamados lowes, os lowes americanos. O americano tira muito
empréstimo para estudar na faculdade, então obviamente há muitos anos atrás, tudo isso era
feito diretamente com o banco. Hoje a possibilidade é desfazer esses empréstimos 100% focado
no digital. É outro dado que claro, só tende a aumentar e é um mercado também quente,
mercado de empréstimos.

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STRIPE
E aqui para continuar mostrando como esse mercado está quente, não sei se vocês conhecem
ou já devem ter ouvido falar no stripe, que é mais um desses aplicativos de processamento de
pagamento para médias e pequenas empresas. É uma espécie de concorrente do PayPal, dá
para se dizer assim; mas ele oferece mais funcionalidades, ele oferece pagamento recorrente
também, tu pode setar venda de produtos recorrentes.
No último investimento que eles receberam, faz pouco tempo. Acho que esse último
investimento, vocês podem procurar no Google, acho que está ou no Wikipédia mesmo ou nos
artigos; mostra todas séries, todos os últimos investimentos que stripe recebeu e no último
investimento, o valor que entrou que eu não me lembro de cabeça, foi um valor de 35 biliões
de dólares.
Então imaginem uma empresa que nasceu há poucos anos, não tenho ideia exatamente de
quando nasceu, mas não faz mais de 15 anos que o stripe nasceu e já tem um valuation de 35
bilhões de dólares. É esse o movimento que a gente está enxergando aí no mercado financeiro.
Falando em movimento, não sei se vocês conhecem o conceito, mas aquelas empresas, aquelas
fintechs, aquelas startups que conseguem atingir um valuation de um bilhão de dólares antes
de ir a mercado, antes de abrir capital na bolsa, por exemplo, são chamadas... Receberam
carinhosamente o nome de unicórnio. Porque o unicórnio, como é algo muito difícil de se
encontrar, então esse é o nome dado para as empresas que crescem muito rápido, em pouco
tempo, a ponto de valer bilhão antes de entrar na bolsa. E obviamente as fintechs, elas tem um
potencial grande para isso, porque elas já trabalham diretamente com o mercado financeiro,
diferente de outras empresas. E só entre o fim de 2018 e início de 2019, 12 fintechs ganharam o
status de unicórnio, ou seja, 12 fintechs que não tem o capital aberto receberam investimento
privado a um valuation acima de 1 bilhão de dólares. Então olhem como o negócio está quente.
E daí vocês podem estar pensando “Tá, o negócio está quente, tem startups no Brasil, mas os
grandes mercados é que estão comendo toda essa... estão se aproveitando de todo esse bolo
aqui” E não é verdade. A própria CB insights mostra que 40% dos investimentos nas fintechs
ocorreram fora dos principais mercados que a gente acredita que é onde tudo acontece. Então
fora lá no Silicon Valley, fora dos Estados Unidos, fora da China que é um gigantíssimo mercado
hoje de fintechs, fora da Inglaterra, fora de Israel, desses grandes países que desenvolvem
muitas fintechs. Então quase metade dos investimentos aconteceram fora dos grandes centros.
O Brasil é um exemplo; nós temos grandes players aqui, alguns mais novos, alguns mais antigos
como o próprio PagSeguro, um player já mais antigo que está no mercado há um tempo bem
consolidado. Então não é uma brincadeira para quem está fora do Brasil, para quem está dentro
do Brasil também é uma brincadeira, aliás, uma brincadeira que já começou há muitos anos.
E para, digamos assim, consolidar essa informação foram investidos 112 bilhões de dólares
em fintechs em 2018, sendo que tiveram deals de mais de 10 milhões para uma empresa só.
Então teve empresa, teve fintech que recebeu de uma tacada só mais de 10B, então para vocês
entenderem como esse mercado, obviamente ele está quente e está crescendo.
E aí falando um pouco mais das instituições financeiras, olha que interessante esses dois
dados que eu vou fazer para vocês. O primeiro dado é que quase 90% delas acreditam que vão
perder mercado para as fintechs nos próximos cinco anos. Então claro, elas podem tomar duas
decisões nesse caso. Ou elas podem observar isso acontecer ou elas podem

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Ao mesmo tempo, 77% delas estão aumentando o foco em inovação, estão pretendendo
aumentar o foco em inovação. Na verdade, se vocês forem procurar, principalmente os bancos
mais tradicionais, não vou lembrar de cabeça todos os programas, mas pega ali, Bradesco,
Itaú, tem diversos programas que eles fazem, que eles estão tentando fazer parceria com
universidade, tem muito Hackathon, tem laboratório de inovação, programa de aceleração, até
fundos de investimento em startups, programas em parcerias com instituições como Sebrae,
ou até mesmo com universidades. Então eles estão se mexendo, então não é uma coisa que os
bancos estão observando e estão parados, eles estão se mexendo.
Como a gente falou, existe esse desafio da cultura organizacional dos bancos e eles conseguiram
de fato quebrar a hierarquização, seus processos internos para poder acompanhar o passo do
mercado.
Então aqui na verdade é para fechar esses pontos que eu trouxe. Isso aqui é o que mais está
pegando, falei algumas vezes já e vale falar de novo. O que mais está dificultando esse processo
é a diferença entre, não só de gestão, mas também de cultura entre a fusão dessas duas
instituições, das fintechs com os incompetentes.
Então gestão, porque a gestão obviamente das fintechs é muito desburocratizada, ela é uma
gestão muito mais desburocratizada e obviamente com isso o processo decisório é muito mais
rápido e a mesma coisa a questão cultural. As fintechs tem essa cultura mais propensa a falha,
mais propensa a tentar errar, ajustar e repetir, as instituições tradicionais não tem essa cultura
de errar, o errar é visto como algo negativo. Então voltando lá o meu ponto inicial FailCon; não
é tão simples assim falar de fracasso, a gente fala assim que é legal, é importante fracassar mas
na hora do vamos ver, na hora de entrar na cultura organizacional nem sempre esse processo,
ele é aceito. Então pessoal, só fechando essa última parte sobre esses fatos importantes; o
ponto é esse, o ponto é esse mix entre gestão e cultura. A ideia é que as duas partes tem
que conseguir se entender dadas essas diferenças que a gente mencionou e vocês já estão
captando.

OPORTUNIDADES
Vamos falar um pouquinho de algumas oportunidades que a gente enxerga dentro desse
mercado. A gente tem aí um volume muito grande, como eu mencionei antes, de pessoas
desbancarizadas, como a gente chama; pessoas que não têm acesso a qualquer tipo de serviço
financeiro. E aqui eu peguei dessa fonte aqui, depois vocês podem olhar o site e baixar o
relatório completo, mas isso aqui é um gráfico que mostra justamente oportunidades que se
tem para oferecer serviços financeiros, obviamente para os desbancarizadas, o foco muito mais
é atender aqueles que hoje não tem acesso à essas informações; mas também, obviamente,
melhorar serviços para aqueles que já tem acesso.
E aqui eles dividiram nesse caso, em três grupos basicamente nessas cores azul, laranja e verde.
O primeiro grupo, serviços de pagamento, desde pagamento ponto a ponto, P2P ou processos
de pagamento. No segundo caso toda a parte de empréstimo, seja mensuração de risco ou
empréstimo em si. E por fim, partes de investimentos e seguros. Então assim que eles dividiram
e claro, aqui eu não vou entrar em detalhes, mas eles mencionaram quais tecnologias poderiam
ser utilizadas pra cada uma dessas soluções.
Então a gente tem aqui obviamente celular, Cloud Computing, inteligência artificial, BlockChain,

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internet das coisas que poderiam ser aplicadas a cada uma dessas tecnologias. O ponto mais
interessante, eu queria falar para vocês aqui, é que é óbvio que os benefícios que a gente tem
de trazer esse tipo, de oferecer esse tipo de serviço para os desbancarizados não só é trazer
eles para dentro do mercado e isso obviamente vai gerar mais lucros, mais capital para os
negócios que vão estar envolvidos no processo, mas também claro, vai resolver uma questão
social de bancarizar essas pessoas que hoje não tem acesso porque, enfim, os serviços atuais
não comportam oferecer serviço para essas pessoas.
Qual é o ponto principal que eu achei bem interessante de ponto negativo com relação a esse
processo que se tem que tomar muito cuidado? Primeiro ponto é o ponto educacional, porque
por um lado as pessoas que estão desbancarizadas provavelmente são pessoas de mais baixa
renda, com menos acesso à informação, até com menos acesso à tecnologia, então tu dá um
passo muito grande. Bancarizar e trazer tecnologia para essas pessoas é bom, mas também
pode trazer problemas, pode trazer riscos; porque eu posso estar abrindo brechas e de repente
essa pessoa está ficando mais vulnerável ainda por estar com um dispositivo tecnológico na sua
mão que ela não sabe utilizar. Esse é um dos riscos meio óbvios do uso da tecnologia. Mas um
que eu achei o mais interessante de todos, foi a questão de acesso de mensuração de crédito de
risco para verificar se o empréstimo pode ser dado, ou se o seguro vai ser concedido. E um dos
riscos que eles levantam aqui, tem vários artigos na internet vocês podem procurar que é bem
interessante; sobre como a tecnologia, como a inteligência artificial ela pode eventualmente ser
preconceituosa, digamos assim, com de repente um gênero, de repente com um estrato social,
de repente com uma raça. Porque pensem só, imaginem quem está alimentando o meu sistema
de inteligência artificial é um ser humano, ele está lá colocando os parâmetros e o meu sistema
está aprendendo e está gerando os resultados para gente. Agora imaginem que de repente
por algum motivo, através desses inputs, sempre um grupo específico, por exemplo, negros,
por exemplo, mulheres, por exemplo, pessoas de uma classe x nunca conseguem aprovação
de crédito naquele aplicativo, ou nunca conseguem aprovação nesse tipo de serviço. Então
esse é o grande dilema que se tem se discutido muito nessa área no uso de tecnologia na área
financeira é o quanto que a inteligência artificial, ela pode trazer também malefícios através
de entre aspas mau uso da tecnologia, de inputs errados podem gerar consequências sérias
sociais pra esse contexto. Então esse foi o ponto mais interessante que eu achei aqui desse
relatório, vale conferir, está aqui a fonte. Vocês entram lá e vocês... Esse aqui eu só recortei de
um PDF grande lá, vocês podem olhar o extrato completo lá.
E aqui só para explicar, falando um pouco sobre empréstimos para a gente ver o tipo de
paradigma que a gente está mudando. Até agora, até hoje, a gente passa por um modelo
tradicional como esse onde existe o modelo intermediário, existe o banco, no caso, que ele
intermedia as operações. Todo mundo sabe isso, ele recebe o dinheiro de quem quer investir,
a um juros X e ele empresta para quem solicita o crédito e ele intermedia essa operação, ele
define quanto ele vai pagar pra um lado e quanto ele vai cobrar do outro. Quando a gente
está falando de um MarketPlace, quando a gente está falando de um processo P2P, a gente
está eliminando esse middleman. Então eu tenho diretamente aquelas pessoas que querem
emprestar, negociando com aquelas pessoas que diretamente querem o crédito e isso aqui é
possível pessoal, inclusive utilizando tecnologia BlockChain; mais para frente eu vou explicar
como ela funciona e talvez entendendo como a tecnologia funciona, vocês vão conseguir voltar
para esse ponto e enxergar “opa, faz sentido. É possível eu fazer um processo de empréstimo
P2P, porque a tecnologia BlockChain permite fazer isso com segurança”.

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E antes de pular para quase a última parte dessa nossa aula, ninguém menos do que Larry
Summers que foi esse secretário do tesouro. Não é eu dizendo, não é um milênio dizendo, é um
cara do sistema tradicional dizendo que os empréstimos online vão capturar 70% do mercado
de pequenos negócios nos próximos anos. Então eles sendo um cara das antigas, um cara mais
tradicional falando isso, já se percebe que ele não tem nada, um princípio para ganhar falando
isso, que ele está enxergando essa tendência que tá acontecendo aí no mundo.

TECNOLOGIAS
Então eu vou agora passar pelas tecnologias dando um enfoque mais forte no blockchain,
porque eu acredito que o blockchain precisa ser entendido por todo mundo e vai ser uma das
tecnologias que vai mudar a forma como a gente vai interagir financeiramente. Então as outras
tecnologias eu vou passar um pouquinho mais rápido, até porque não é necessariamente o
foco dessa disciplina, mas que é importante a gente saber, mas o blockchain eu gostaria de dar
um pouquinho mais de atenção.
Primeira tecnologia importante que eu gostaria de mencionar é o 5G. O 5G pra quem não
sabe é a evolução do nosso 4G. Nós tínhamos lá o 3G no início, agora todo mundo tem
o 4G. A partir deste ano, a partir de 2020 para 2021 e para frente, nós vamos ter cada vez
mais a implementação e a entrada do 5G nas nossas vidas. O que isso implica? Nós vamos ter
velocidade de transferência pelo menos 20 vezes maiores, o que vai fazer com que transmita e
obviamente interaja de forma muito mais rápida. E qual é a consequência direta e indireta para
os bancos? Certos serviços que hoje são empecilhos por conta da rede vão poder acontecer de
forma muito mais natural. Imaginem, por exemplo, um assistente virtual. Por exemplo, tem que
aparecer uma pessoa para interagir com milhares ou milhões de pessoas; hoje em dia não é tão
simples com configuração de rede que a gente tem que trabalhar com esse tipo de informação
ou até mesmo reconhecimento biométrico, esse tipo de coisa, até facial. A gente vai poder
transmitir e enviar dados de forma muito mais... Na verdade, assim, no futuro, imaginem que
no futuro os nossos bisnetos não vão entender o conceito de upload e download, na verdade
vai ser tudo a mesma coisa. Então os arquivos vão estar tudo no mesmo lugar, o fato de eu
clicar em um arquivo de 100 megas, 200 megas, eu vou abrir ele tão instantaneamente que vai
parecer que ele já está na minha máquina. Então isso vai trazer muitos benefícios obviamente
porque vai dar mais agilidade nas transações que a gente está trabalhando.

INTERNET X BLOCKCHAIN
Bom, vamos agora para a tecnologia que mais me encanta e que eu acho que todo mundo tem
que entender que é essa tal de blockbhain. Para começar, antes de clicar diretamente o que
é blockchain eu vou dizer o que eu acho, onde eu acho que o blockchain está. Se a gente for
pegar a internet lá em 1997, quem lembra quem era nascido em 97, 96 sabe do que eu estou
falando. E em 97, 96 o que a gente tinha? E-mail, a gente tinha sites como hiperlinks, talvez
algum tipo de comunicação, mas muito pouco e só. A gente não tinha transações acontecendo,
a gente não tinha compra e venda de produtos. Até eventualmente devia ter, mas muito ainda
nos seus estágios iniciais. A gente não conseguia vislumbrar que nós teríamos smartphones
nas nossas mãos conversando pelo Whatsapp, transacionando ativos financeiros um para o
outro de forma quase que instantânea com aplicativos tipo PicPay, por exemplo, que hoje todo
mundo ver propagando em tudo que é lugar do PicPay.

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Então a analogia que eu gosto de fazer é que nós estamos hoje no ano de 1997 da internet
no BlockChain, então quer dizer que o BlockChain nos próximos cinco, dez anos, vai nos
trazer evoluções tão grandes quanto à internet nos trouxe lá em 1997. Não estou querendo
comparar a internet com o blockchain, vocês vão ver que são coisas que não são comparáveis
estruturalmente, com base em termos de maturidade. Então a maturidade do blockchain hoje,
ela teve umas primeiras aplicações que funcionaram bem como o Bitcoin, Ethereum e outras
criptomoedas, mas assim, o futuro do blockchain pra indústria financeira pode ser muito maior.
Vamos lá, vamos entender primeiro o que é esse tal de blockchain. Para entender blockchain eu
tenho que entender conceitos de sistemas centralizados e distribuídos. Todos os sistemas que
a gente está acostumado a interagir, hoje eles têm essa característica de ser centralizado ou até
descentralizado, mas com dono. Então vamos pegar o exemplo do facebook, todo mundo aqui
deve ter acesso ao Facebook ou instagram. Para eu fazer uma postagem ou para eu interagir no
Instagram, no Facebook ou no Whatsapp, eu mando a minha informação para os servidores do
Facebook, sejam eles distribuídos, mas alguém manda nesse servidor, esse servidor processa
a minha informação, ele decide se a formação vai ser postada ou não, ou ele decide inclusive
por apagar uma informação e aí me devolve a informação que eu solicitar, certo? Então é assim
que funciona hoje em todo e qualquer sistema que nós estamos acostumados a interagir. Vale
para a Amazon também; eu vou na Amazon, eu vou solicitar uma página para ver um produto,
eu estou fazendo uma solicitação para um serviço central e esse serviço central está me
devolvendo essa informação. E claro, um banco funciona assim também; eu vou lá, eu vou fazer
uma solicitação, há um processamento e me devolvem a informação. Estamos acostumados
a viver em sistemas centralizados ou esse conceito mais computacional descentralizado, mas
com dono.
O blockchain, ele funciona no modelo distribuído. Quer dizer, todo mundo que participa dessa
rede detém tanto a aplicação quanto os dados, ninguém é o único dono, ninguém consegue
dar ordens, digamos assim, nesse sistema. Está parecendo um pouco esquisito isso, mas eu
vou mostrar para vocês com um exemplo que eu gosto muito de usar quando eu explico o
blockchain que talvez fique um pouco mais claro. Como é que eu consigo trabalhar um sistema
que não tem dono e que não é centralizado? Essa foi a grande sacada da criação do blockchain.
E esse exemplo, não é meu, eu até esqueci de colocar a fonte, mas eu peguei na internet, vocês
podem depois procurar. Ele vem da seguinte hipótese, tá? E de novo, aqui é uma abstração
para entender o conceito, não é a explicação de blockchain, mas se vocês entenderem a
abstração desse conceito vocês vão entender o conceito de blockchain. Vamos imaginar que
nós moramos numa república, numa casa, vinte pessoas moram nessa casa. Nós temos que
nos organizar para fazer a limpeza nessa casa ou para limpar... Vamos dar um exemplo de lavar
louça que é o exemplo mais simples. A forma mais normal que a gente conhece, da gente fazer
essa organização de repente é ter uma pessoa que é o gestor, digamos, o dono do processo e
ele vai dizer qual é a ordem que as pessoas vão executar essa tarefa, ele vai definir se a louça foi
ou não foi bem lavada, ele que vai punir aqueles que não lavaram bem. Então, por exemplo, se
eu sou o gestor dessa república “Joãozinho, é tua vez de lavar louça” ele lavou a louça, eu vou
lá conferir, beleza. “Agora Mariazinha, vai lá lavar louça roupa” Opa, não lavou bem, volta e lava
de novo. Eu sou o centralizador, eu estou aqui nesse centro dizendo o que cada um pode e não
pode fazer e dando as ordens.
Agora vamos imaginar que ao invés da gente gerir o nosso sistema de lavar louça assim, a gente
tem uma espécie de um dispositivo tipo esse; vamos assumir que é um dispositivo indestrutível
e inviolável, onde tem uma base, um tubo, onde eu coloco fichinhas dentro e essa fichinha
e esse tubo é controlado por cadeados e eu só consigo abrir cadeado se todo mundo abrir o
cadeado. Esse é o grande lance.

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Se todo mundo da república ou pelo menos a maioria, no blockchain é a maioria, mas vamos
dizer aqui. Se todo mundo abriu o cadeado eu posso colocar uma fichinha, se alguém não
quiser abrir cadeado, eu não coloco a fichinha. Então vamos supor que cada fichinha representa
uma ação que a gente executou, por exemplo, lavar a louça. Então eu fui lá, lavei a louça, eu
quero dizer que eu lavei louça, eu quero colocar minha fichinha no pote; a única forma de
eu confirmar para minha turma que eu lavei é todo mundo abrir, então todo mundo vai lá,
olha que eu lavei a louça, abre o cadeado, eu coloco minha fichinha, fecha o cadeado. Agora
quando a próxima pessoa for lavar louça o processo é o mesmo, até que enfim, eventualmente
se muitos de nós olham “tu não lavou a louça, tá podre, a cozinha tá um lixo” não vamos liberar
o cadeado, ninguém libera o cadeado e tu vai ter que voltar lá e vai ter que lavar a louça de
novo. Essa é moral, notem que em um sistema como esse, ninguém controla, ninguém é dono
do processo, ninguém tem como controlar o processo. Eu não consigo entrar nesse tubo aqui e
trocar a ordem das fichas ou fazer “quer saber, eu vou acordar de noite e vou tirar as fichas do
Joãozinho para ele ter que lavar mais louça” eu não consigo, esse tubo é inviolável, eu preciso
de cadeado e a única forma da fazer isso vai ser se todo mundo concordar em fazer isso; só
que se todo mundo concordar em fazer isso o sistema acabou. Então ele é um sistema em
que não precisa ter dono, mas ao mesmo tempo as partes acabam trabalhando para o bom
funcionamento, porque todo mundo quer no fundo ter a louça bem lavada. Então se eu for
sacana e não quiser abrir o cadeado para Mariazinha, depois a Mariazinha não vai querer abrir
o cadeado para mim. Então acaba tendo essa reciprocidade, então eu abri para ela porque
eu vi que ela lavou a louça, agora ela vai abrir para mim porque ela viu que eu lavei a louça e
assim por diante. Notem, além disso, que com esse sistema eu consigo além de saber quem
fez a tarefa, eu consigo ver o histórico, eu consigo saber e eu consigo controlar, é um sistema
transparente. Eu sei que primeiro foi esse, depois foi esse, depois foi esse e eu sei quem é
o próximo, sem ter alguém, um gestor para dizer o que fazer. Esse é o conceito por trás de
blockchain.
Então em suma, o blockchain é uma técnica para obter consenso descentralizado. Como vocês
viram não precisa de uma autoridade central para dizer o que fazer, basta tem uma regra
inicial e os participantes jogarem com aquela regra. E o mais interessante de tudo é que os
participantes não precisam confiar uns nos outros, desde que todo mundo tenham os mesmos
interesses que é ter a casa limpa, no momento em que eu concordar que a louça foi limpa
pelo meu colega, depois ele vai concordar que a nossa foi limpa por mim. Então o sistema ele
se autogere mesmo não necessariamente as partes confiando. Então essa é, digamos assim,
a filosofia por trás do BlockChain, sistemas descentralizados sem dono com técnicas para se
chegar em consenso.
Agora imagino que vocês estão entendidos dos princípios do BlockChain, vamos tentar descer
um pouquinho mais o nível para entender como se funciona e como pode impactar na indústria
financeira.
Bom, na parte prática mesmo, o blockchain, aquelas fichinhas que eu mostrei pra vocês no
desenho anterior são blocos; são blocos onde eu tenho transações que são envios de moedas,
envios de criptomoedas de uma pessoa para outra linkadas por um código que amarra um
bloco no outro. Então imaginem aquela tradução que eu fiz do tubo, traduzam para essa
corrente aqui. Então como vocês mais ou menos podem entender, quando eu fiz uma transação
nesse bloco 64, como os blocos estão todos conectados, se alguém da rede tentar burlar essa
transação, todo o resto da rede vai dizer “Opa, esse bloco daqui, ele é inválido, então nós não
aceitamos esse bloco” o bloco verdadeiro é o que tem a transação X, então é impossível. Ah não
ser que toda a rede do blockchain, toda a rede do bitcoin, por exemplo, queira se automutilar,
ninguém tem interesse em burlar o bloco. Então na prática todos trabalham para o bem para
manter o bloco sempre com a informação crível e verdadeira.

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Então o mais interessante de tudo é que pela primeira vez na história nós conseguimos criar de
fato algo que represente uma moeda digital, porque no passado se tentou criar moedas digitais,
só que existe um problema muito grave com digital. O digital ele pode ser copiado em arquivos;
eu tenho arquivos, vocês têm arquivos em casa, um PDF, em PPT, se você copiam e colam esse
arquivo, fazem cópias desse arquivo você pode fazer isso mil vezes. Então a dificuldade que se
teve no passado em criar moedas digitais é porque arquivos são facilmente copiados, então se
o arquivo ele é facilmente copiável, replicável, ele tende a valer 0.
No caso pela primeira vez se criou uma estrutura onde tu não consegues replicar esses arquivos,
então pela primeira vez a gente conseguiu ter uma representação fidedigna de algo que é muito
similar a moeda no meio digital. Então imaginem que claro, hoje o bitcoin é a primeira aplicação
que a gente tem aí que está funcionando, pode ser que ela não vingue, mas nós provamos que
é possível ter uma moeda 100% digital; então vamos estudar as consequências disso para o
mercado financeiro.

VANTAGENS
Mas beleza, quais são as vantagens de eu ter um blockchain? De eu trabalhar com blockchain?
Eu tenho vantagem de custo porque todo custo está distribuído entre os participantes da
minha rede, os chamados mineradores. Outra coisa muito legal que vocês viram no exemplo,
tanto no exemplo aqui dos blocos como eu mostrei aqui, quando no exemplo da república,
todo o histórico ele se mantém. Nada é omitido, nada é apagado, eu consigo trackear até o
início dos tempos das transações, tudo que aconteceu. E por consequência também os dados
são imutáveis, eu não consigo mudar os dados de um blockchain, se eu tentar mudar o dado
de uma blockchain, o resto dos mineradores vão dizer “opa, esse bloco é válido, a maioria disse
que esse bloco não é válido” e o bloco anterior que era válido continua sendo o válido. Então
mesmo tentando simular, os hackers mais incríveis do mundo tentaram burlar os blocos do
blockchain e também não conseguiram, justamente por essa complexidade do consenso. Não
adianta eu burlar só o meu bloco, eu tenho que burlar o bloco de toda a rede e isso claro,
quando eu falo no modelo como eu falei da república que eu tenho dez, quinze pessoas, talvez
eu consiga convencer pessoas a agirem de má fé, mas quando tem um sistema no mundo
inteiro com centenas de milhares de pessoas, aí é mais difícil eu conseguir fazer com que mais
da metade das pessoas burlem o sistema, é um pouco mais complexo, quase impossível.

HOW BLOCKCHAIN WORKS


Mas vamos lá, como é que funciona agora saindo do mundo da república indo pro mundo real?
Como é que funciona um Blockchain? Eu estou assumindo aqui um blockchain do Bitcoin, é
uma criptomoeda. Alguém nessa blockchain faz uma solicitação de uma transação, então, por
exemplo, eu vou enviar uma criptomoeda pra uma pessoa, lá para o Joãozinho. Então eu fiz
uma solicitação, essa solicitação vai para um grupo de transações que os mineradores estão
observando para tentar montar o próximo bloco da blockchain. Quando eles montam esse
bloco da blockchain, eles têm que descobrir um código que é um código justamente que linka
um bloco no outro, eles precisam fazer um cálculo matemático complexo para descobrir qual
é o código que eu vou colocar para fechar um quebra-cabeça, é uma questão computacional
matemática que não vem ao caso; mas o ponto é, acreditem em mim, eu preciso adicionar
as transações que eu quero colocar no bloco e preciso adicionar um código que é um cálculo
matemático complexo.

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Quando eu conseguir calcular esse código complexo, eu vou dizer para todo mundo “olha, achei
o próximo bloco” transmite para toda a rede do blockchain o novo bloco que eu fui o primeiro
a conseguir, eu transmito. Todo mundo valida a transação, ou seja, todo mundo diz “sim tu
achou” é o paralelo do exemplo da república, é o paralelo do você limpou a louça, todo mundo
validou, todo mundo disse sim. Esse bloco é válido então, nós vamos encaixar esse bloco na
nossa blockchain, então todo mundo agora tem um bloco mais. Quando isso acontece, aquele
minerador que conseguiu achar o código, ele gerou um novo bloco da blockchain, ele recebe
do próprio sistema automaticamente uma recompensa por fazer esse processamento. Então
claro, se não o minerador, se não recebesse recompensa ninguém seria minerador. Então ele
recebe bitcoins em recompensa por fazer esse processamento. Aí claro, o bloco é adicionado
nesse novo bloco na blockchain, então, por exemplo, aqui vamos supor que eu esteja no bloco
bloco 65, se eu descobrir o código do próximo bloco, ele vai ser o 66 e eu vou receber uma
recompensa por montar esse bloco. O próximo minerador que descobrir o código do próximo
block vai receber recompensa do próximo block e assim por diante, é assim que funciona o
modelo. E a transação vai ser completada e eu vou verificar finalmente aqui que o meu o meu
bitcoin ou o meu meio bitcoin, ou centavos de bitcoin foram transmitidos para a pessoa que tô
enviando.
Então esse é o processo completo, obviamente super resumido, mas para vocês entenderem,
tem muitas questões técnicas que são relevantes aqui, mas esse é o princípio do modelo
descentralizado do blockchain. Esse material aqui vocês tem acesso, fica aqui como dica quem
tiver curiosidade de explorar mais esse assunto; como eu falei, eu acho que é um assunto super
relevante que vocês devem... para quem está na indústria financeira deve ficar atento, porque
nos próximos anos vão acontecer mudanças significativas com o uso de blockchain. Botei aqui
3 links interessantes, primeiro é um link que vocês podem simular o funcionamento de um
blockchain, então esse cara aqui fez um site onde pode entrar com os dados de blocos, fazer
o cálculo matemático e entender por que que eu não posso burlar bloco, como é que eu faço
para criar um novo bloco; então esse site é bem legal, porque ele mostra todos esses dados em
detalhes.
O segundo é o blockchain.info é super legal porque ele mostra ao vivo todas as transações
do bitcoin, do blockchain do bitcoin. Então vocês podem tanto olhar lá a primeira transação
feita pelo Satoshi Nakamoto lá em 2008, primeiro bloco que ele minerou da blockchain lá em
2008 quando o bitcoin ainda não valia nada e vocês podem inclusive ver o bloco atual sendo
minerado; qual é o número do bloco que foi minerado e enfim, saber quantos bitcoins foram
enviados naquele bloco; saber qual endereço mudou para quem. Vocês não sabe quem é o
dono do endereço, mas vocês tem toda informação do bloco. Então esse site é bem legal, vocês
clicam lá, vai ter o bloco atual, pode clicar no bloco pra ver as informações, super divertido de
enxergar e de entender a coisa ao vivo. Detalhe, a cada dez a cada dez minutos um novo bloco é
minerado, então a cada dez minutos a informação ali é atualizada para o novo bloco.
E esse outro site aqui tem algumas estatísticas interessantes sobre quantos bitcoins estão
perdidos na rede, porque muita gente perde o bitcoin por mau uso, por enviar para o endereço
errado. Quantos bitcoins ainda faltam ser minerados, quando vai ser minerado o último
bitcoin; como é que está atualmente o cálculo da recompensa dos mineradores, quando que a
recompensa vai diminuir, quando é que ela vai ser reduzida. Então vários dados interessantes
sobre bitcoins, vocês podem encontrar aqui. Eu digo bitcoins, porque os bitcoins hoje são a
aplicação mais conhecida de blockchain, obviamente o blockchain pode ser usado para muitas
outras coisas,já vou falar sobre isso, mas todo mundo conhece então acho que vale dar uma
explorada.

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CARACTERÍSTICAS DE UMA BLOCKCHAIN


Aqui então algumas características importantes de uma blockchain, algumas delas eu já falei,
mas tentem olhar isso aqui e ver como isso pode fazer sentido no contexto de uma indústria
financeira. Eu tenho dados criptografados, eu tenho dados criptografados, eu tenho dados que
são imutáveis, ou seja, eu não consigo ir lá e burlar um dado, ou seja, hoje na teoria alguém
pode... Claro que existem verificações, então não é tão simples assim, mas eu posso burlar
a conta de alguém no banco, se eu tenho acesso a uma conta, eu ir posso lá fazer alguma
alteração numa conta de alguém. Em uma blockchain eu não consigo mudar um dado, eu não
consigo tirar dinheiro numa conta sem autorização. Então eu tenho imutabilidade dos dados,
eu não consigo alterar transações.
Eu tenho provenance, eu não lembro em português o nome exato, mas significa poder acessar
desde o início da blockchain todas as transações. Então eu tenho desde a primeira apresentação
que foi feita na blockchain até a atual, eu consigo acessar transação, por transação, consigo
trackear desde o início onde cada moeda, cada criptomoeda e por onde ela passou. Obviamente
de forma anônima sem saber quem mandou, quem é o dono daquele endereço, mas eu consigo
saber que o endereço x mandou 100 bitcoin para o endereço Y, isso eu consigo saber; eu não
consigo saber quem é aquela pessoa.
Como a gente viu, característica do sistema é descentralizado e por conta de tudo isso é um
sistema transparente, é um sistema onde tu consegue enxergar por conta disso todas transações
que aconteceram porque ele é descentralizado. Vocês podem hoje entrar na blockchain do
bitcoin e baixar todos os blocos na máquina de vocês, então vocês vão ter acesso a todas essas
informações.

dApps
Só para entender agora a questão, eu fiz aquela comparação de maturidade da internet com o
blockchain, mas é importante vocês entenderem que a internet, digamos assim, ela está aqui,
digamos no nível http do processo da pilha de transmissão de dados da internet; a internet que
a gente conhece está aqui.
O blockchain é uma infraestrutura que se constrói em cima, digamos, da internet e em cima
dela se constrói aplicações em cima de blockchains, então, são as chamadas dAPPs, aplicações
distribuídas. Então exemplos, bitcoin é um exemplo de uma aplicação feita em cima da
blockchain, ethereum é outro exemplo de aplicação feita em cima da blockchain, essa aqui
STORJ. IO é um outro exemplo de aplicação, esse cara aqui é uma espécie de Google drive,
Dropbox distribuído; ou seja, todos os participantes eles cedem também os seus discos rígidos
para outras pessoas armazenarem seus dados de uma forma obviamente criptografada. Então
tu tens uma parte do teu disco que é usada para armazenamento de dados, de dados de outras
pessoas. Então existe hoje espécie de IO distribuídos, tem uma série de aplicações distribuídas
que já estão sendo desenvolvidas. Então é assim que funciona, eu preciso ter uma infraestrutura
de blockchain, para assim fazer uma aplicação em cima dessa infraestrutura.
Aí o interessante de tudo isso é que beleza, a blockchain do bitcoin, ela é específica do bitcoin,
ou seja, eu consigo transferir bitcoins para outras pessoas dentro daquela infraestrutura do
bitcoin.

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A estrutura do ethereum eu construo, eu mando ethereum de uma pessoa para outra na


estrutura do ethereum, eu não consigo mandar um ethereum pra estrutura do bitcoins são
sistemas que não se conversam. Só que com a evolução da bolckchain e por essas características
que eu comentei, essa foi uma das primeiras evoluções, foi a criação dos tais dos contratos
inteligentes. Então assim, parei, já que eu tenho essa estrutura com essa característica, eu
posso criar uma espécie de protocolo em que eu consigo processar contratos automaticamente
dentro da blockchain; daí a coisa começou a ficar um pouco mais interessante. Então, olhem
só vou dar um exemplo muito simples; vamos supor que eu tenho a minha identidade criada
dentro de uma blockchain e nós temos todos os nossos imóveis, por exemplo, veículos, imóveis
e veículos, por exemplo, cadastrados nessa bockchain, o registro do imóvel, o registro do
veículo cadastrados nessa blockchain. Então eu tenho lá o meu nome e está vinculado que o
meu nome, que eu detenho o apartamento X. Está vinculado que o meu nome, meu ID detém o
veículo Y, certo? Tudo isso como se fosse o banco de dados atual do governo, mas na blockchain.
Agora imaginem que eu poderia criar um contrato, uma espécie de um contrato, um código que
diz o seguinte: olha, eu quero vender meu carro, está aqui meu carro, está aqui o registro do
meu carro. Se alguém pagar, vamos botar em reais a conta para garantir aqui, para ficar fácil a
conta. Se alguém botar 50 mil reais desse contrato, o título desse veículo passa para pessoa que
pagou, olhem que interessante. Então eu posso criar um contrato em que se as cláusulas forem
executadas, ou seja, o pagamento foi executado, o resultado pode também ser executado
automaticamente. Então imagina que eu posso com isso aqui começar a matar intermediários
em diversos processos, tanto no dia a dia quanto em processos financeiros. Então esse é um
exemplo clássico onde eu posso tanto vender uma casa para alguém, ou vender um imóvel
para alguém, ou vender algo muito simples pra alguém, vender uma mesa, vender uma cadeira
para alguém em cima do contrato inteligente sem intermediários, porque o próprio blockchain
garante que bom, se ninguém pagar, ninguém vai receber, mas se pagar vão receber; então as
duas partes estão garantidas no processo. Então imaginem que eu posso fazer isso também
com o dinheiro, eu posso fazer um empréstimo em cima da bockchain. Então eu coloco lá, olha,
estou colocando aqui à disposição X1000 reais, X1000 criptoreais; se alguém topar pagar tanto
por mês, com juros tal, digamos, pode executar esse contrato. E o contrato vai ser executado
automaticamente com uma garantia... Ah, e se o contrato não for pago a garantia é o imóvel
tal. Então fica lá o registro de um imóvel que fica em garantia o não pagamento do empréstimo.
Então eu posso tirar os intermediadores de todo o processo financeiro, olhem o impacto que
isso pode ter.

QUAL O IMPACTO DA BLOCKCHAIN?


Eu botei aqui alguns exemplos de impactos que a tecnologia blockchain pode trazer pra gente;
obviamente não coloquei aqui diretamente, mas a gente pode ter o fim dos cartórios, porque
pode não fazer sentido mais ter o intermediário, se eu tenho tudo registrado no blockchain,
não faz sentido ter alguém fazendo aquele mesmo processo para mim, da mesma forma que o
mercado imobiliário. Eu posso tirar o corretor fora e simplesmente fazer uma transação ponta
a ponta, do comprador e do vendedor. Já se falou muito disso, sobre votação, se discute muito
a questão de confiabilidade do sistema eletrônico atual, e sendo bem honesto, para quem é
como eu da área de tecnologia, a gente sabe, qualquer sistema, na verdade na prática pode
ser burlado; inclusive o sistema de votação e levando em consideração que a gente conhece de
processos governamentais no Brasil, a chance de ter fraude em sistemas eletrônicos é muito
grande.

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Então isso pode ser uma solução, um sistema de votação dentro da blockchain, já tem países
fazendo isso. Questões de copyright, então eu fiz uma música, eu fiz um livro, eu jogo na
blockchain e eu por antiguidade, eu vou saber que eu sou o primeiro criador daquela música,
daquele filme, daquele livro.
E claro, falamos já do mercado de seguros também da mesma forma posso executar contratos
automaticamente de seguros e para indústria financeira tem esse exemplo muito óbvio, que
pela primeira vez nós somos capazes de criar uma moeda virtual. Então olhem o caminho que
a gente pode estar trilhando nos próximos anos, daqui a pouco a gente cada vez mais não
utilizaremos a moeda-papel, utilizaremos cada vez mais a moeda digital. Porque não daqui
a pouco migrar para um sistema que ainda é mais seguro, que tem rastreabilidade, que tem
confiabilidade, então temos que ficar atentos. Eu acho que nos próximos anos, nós vamos
ter aí blockchain entrando em diversas indústrias e mercados; se vai ser primeiro a indústria
financeira que talvez é uma das mais resistentes à mudança, que tem mais, eu falei no início,
mais lob e mais regulamentação, não sei, mas que tá entrando com força e tá mostrando que
faz sentido, isso sim. Então eu acho que vale vocês... Como eu falei, dei uma pincelada rápida
aqui no assunto, vale procurar mais informações, no Youtube está cheio de vídeos explicativos,
se informe sobre isso blockchain, sobre criptomoedas porque eu acredito que... Não se vai ser
o bitcoin, talvez não seja o bitcoin a moeda que vai vingar, como a grande moeda de transação
financeira, pode ser que a gente crie criptoreais ou alguma outra coisa, mas a impressão que eu
tenho é que isso tem chance de virar.

CLOUD COMPUTING
Bom respirando um pouco, vou falar de Cloud Computing porque também é uma outra
tecnologia que também já está em voga, é a computação em nuvem. A gente tem cada vez
mais dados sendo processados, e claro, no caso de instituições financeiras o único cuidado é
questão de regulamentação. No passado recente, acho que há uns 10, 15 anos, eu lembro que
a regra... Eu não estou 100% seguro da regra atual, mas eu lembro que a regra era que os
servidores de instituições financeiras onde detinham os dados tinham que ficar fisicamente nos
prédios da empresa, tinha uma regra bem específica quanto a isso, e claro, tem a questão de
entender que isso é seguro, mas também, o prédio explodiu tu perdeu todos os dados. Então
hoje até onde eu sei está tendo uma flexibilidade um pouco maior, então as empresas estão
começando a criar estruturas privadas de nuvem, não estruturas públicas; tipo Amazon, por
exemplo. As instituições financeiras estão começando a trabalhar com estruturas privadas de
nuvem para poder atender um volume cada vez maior de demandas. Então lembrando, estamos
com... Vamos conectar os dados, a gente está com cada vez mais pessoas utilizando serviços
digitais. O volume de dados está crescendo; a gente precisa de uma estrutura agora não só de
experiência do usuário, mas estrutura física de dados que comporte todo esse processo; então
trabalhar com computação em nuvem, pode ser... Pode não né, é o caminho que praticamente
não tem volta, é inviável hoje trabalhar com os servidores locais, obviamente por questões de
segurança e até por questão de confiança; não tem como manter uma sala cheia de servidores,
dá qualquer problema tu perdeu os dados de transação dos seus clientes. Então esses dados
tem que estar replicados, eles tem que estar distribuídos para poder minimizar as chances de
problemas.

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Bom, já falamos bastante sobre inteligência artificial, lembrando que existem vários. Muita
gente não entende bem o conceito, inteligência oficial não é máquinas que vão ter vida própria
e vão sair decidindo por si; na verdade máquinas que trabalham com inteligência artificial, elas
nada mais são do que máquinas que tomam decisões mais rápidas que o ser humano baseado
em inputs humanos. Então teve até uma história um tempo atrás, saiu uma reportagem que
uma máquina conversou com a outra, isso aí foi lorota, tá pessoal? Isso não existiu, não existe,
pelo menos hoje, máquinas que tem vida própria. O que existe é uma complexidade algorítmica
computacional que faz com que pareça que a máquina tem vida própria, mas ela não tem; ela
tem uma série de processos de decisão e ela de acordo com as informações que ela tem, ela
decide o melhor caminho. Então fazendo analogia, quem aqui conhece ou joga xadrez, quanto
mais jogos de xadrez tu vai colocando para dentro do computador que faziam os cálculos, mais
informação ele tem para poder tomar uma decisão quando tu for jogar o próximo lance. E o
paralelo é esse, quanto mais informações eu recebo, mais eu aprendo para tomar uma decisão.
Mas não aprender no sentido da máquina estar aprendendo, mas no sentido de ter mais dados
para ela tomar decisão.
Então a gente já falou sobre chatbots antes, que é uma das grandes ferramentas que estão
entrando no mercado financeiro. Um outro ponto que é muito importante que eu falei
antes e vou reforçar, a questão de predição; tanto predição de uso de serviços, predição de
inadimplência. Então os serviços que de fato vão focar em experiência do usuário, eles vão
trabalhar com esse tipo de predição para de fato evitar que o usuário fique inadimplente,
ou prever até... Assim como hoje o Netflix prevê que nós vamos querer assistir uma série tal
pelo nosso comportamento anterior, porque o serviço financeiro não pode prever que a gente
vai querer um tipo de serviço? Então de repente eu estou lá trabalhando na minha aplicação
financeira e de repente de acordo com os meus movimentos, ele entende que tem um tipo de
aplicação, um tipo de fundo, um tipo de serviço que se adapta a mim. Eu vou olha e falar “opa,
realmente parece que se adapta a mim mesmo” porque ele está entendendo o meu contexto,
não é um serviço, um produto sendo jogado para mim de qualquer jeito. E claro, na questão de
predição de inadimplência, aí é realmente ter uma pegada centrada no usuário aonde eu vou
de fato ajudar ele a atingir seus objetivos e não afundar ele num cheque especial eterno. Então
a inteligência artificial está aí para fazer essas conexões.
Um dos grandes desafios da inteligência artificial com os bancos tradicionais, o que não
acontece com as fintechs, é como conectar essas novas tecnologias nos sistemas legados atuais
nos bancos. Para quem trabalha em banco e conhece o banco sabe que os bancos trabalham
com sistemas muito antigos e que alguns deles dificilmente sofrem manutenção, porque já são
linguagens defasadas, não tem gente que trabalha nessas linguagens, mas ao mesmo tempo
são sistemas que ninguém quer mexer. O desafio é como linkar esses sistemas legados com
os processos atuais de inteligência artificial que estão surgindo. Aí entra aquele velho desafio
entre essa cultura nova ágil e a cultura tradicional trabalhando com sistemas arcaicos e enfim,
culturas arcaicas. Porque o desafio na verdade é cuidar para não obviamente aumentar o
débito técnico, mais ainda. Então para quem trabalha na área de TI sabe que débito técnico
é uma medida muito importante e basicamente significa o quanto eu vou deixando para trás
a tecnologia, o quanto vale a pena eu ir deixando para trás a tecnologia. Em alguns casos fica
incontrolável esse custo a ponto de eu ter que refazer um sistema inteiro, então às vezes vale a
pena eu deixar para trás alguma atualização, mas nem sempre isso é verdade.

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FINTECHS E SAÚDE
Bom, vamos falar então sobre como as fintechs podem se integrar com os sistemas de saúde,
com o contexto de saúde. Na verdade os sistemas hoje, tanto de financeiros quanto o de saúde
estão desconexos e tem oportunidades bem legais aí pro futuro para os dois ganharem, para os
dois ganharem, os dois lados e o próprio usuário ganhar.
Então vamos imaginar que os nossos sistemas estão conectados, eu estou imaginando um
futuro distante, mas não tão distante onde eu utilizo um relógio que pega os meus batimentos
ou utilizo algum dispositivo que mede quantos passos quantos passos eu estou dando, ou se eu
estou fazendo exercícios. Então se esses sistemas estão conectados, imagine que eu posso ter,
por exemplo, lá na frente uma redução do custo do meu seguro saúde, porque se eu estou de
fato me alimentando bem, se eu estou de fato me exercitando, as chances obviamente de eu
necessitar de um serviço é melhor, então eu mereço, entre aspas, um prêmio por estar fazendo
o meu próprio bem. Por outro lado, se eu não estou me exercitando, se eu estou comendo mal,
se eu estou fumando, na teoria eu tenho mais chance de precisar de serviços de saúde, então
eu posso ter o meu serviço aumentado.
Hoje para quem conhece, muitos de vocês devem ter seguro saúde, eles são feitos basicamente
por faixas de idade, alguns outros cálculos, mas não é tão preciso assim. Tem pessoas que estão
na mesma faixa de pagamento e que a gente percebe que são completamente diferentes em
termos de comportamento; só que hoje não tem como ainda, os sistemas atuais ainda não
permitem essa ligação entre a tecnologia financeira e o sistema de saúde. Então quando essas
conexões acontecerem, eu vou poder ter dados que vão me provar que tal pessoa ou tal tipo de
pessoa, tal comportamento de pessoa merecem ter, por exemplo, um desconto.
E o mais legal de tudo isso é que vai incentivar com que outras pessoas... Aí entra no modelo
gameficação, isso vai incentivar com que as pessoas comecem de repente a se exercitar, comece
a comer melhor. Porque pensa só, eu estou pagando mais porque eu estou me exercitando
pouco e o meu colega do lado está pagando bem menos, isso é um incentivo para eu economizar
200, 300 reais por mês do meu seguro de saúde.
Então até mesmo as estratégias de gameficação podem ser utilizadas aí para ter ganhos e
ofertas de melhores produtos e serviços nessa área. Por fim, não sei se é por fim na verdade,
não... Acho que é por fim sim, esse é o último item que eu vou falar de tecnologia é comando
de voz.

COMANDOS DE VOZ
Por incrível que pareça, ainda é pouco utilizado para buscas, apesar de alguns de vocês que
devem utilizar a siri ou alexa, mas ainda não é tão utilizado como deve ser no futuro. Hoje a
gente faz buscas, por exemplo, no Google por texto, o Google nos entende muito bem, você
sabe como isso funciona, é impressionante como ele interpreta, mas a ideia é que no futuro
comandos de voz vão ser tão eficientes quanto os comandos de texto. E quando isso acontecer
pode ter certeza, nós vamos acabar com o texto; porque a gente quer cada vez mais conforto,
não faz sentido eu procurar no Google, enfim, cursos online MBA se eu posso simplesmente
perguntar “olha, me vê aí quais são os melhores cursos online MBA que são oferecidos no Brasil”
e através da interpretação desse meu pedido, a siri, a alexa, o google me dão essa resposta.

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Da mesma forma, imaginem isso encaixado em serviços financeiros. Eu já imagino coisas como
“oi banco, eu queria transferir cem reais para o João. Valeu, abraço” e acabou. Eu vou transferir
os cem reais para conta do João. Ele vai me pedir uma confirmação mínima lá. Beleza, entro
lá no sistema, mesmo sendo hoje digital, seleciono o destinatário, eventualmente não está
cadastrado... Conta corrente, conta não sei o que, bota o valor, reconhece a face de novo e daí
confirma. Talvez no futuro simplesmente com a tua voz e com alguns comandos, a gente consiga
pedir saldo, fazer transferências, solicitar serviços, de forma muito mais rápida e muito mais
fácil. Obviamente isso perpassa a indústria financeira, mas como estamos falando de indústria
financeira, eu enxergo muito claramente essa dor que a gente tem hoje que mesmo ainda com
serviços digitais, tem muita coisa que com voz nos facilitaria muito em certos processos.

REFLEXÃO
Uma pequena reflexão aqui sobre tudo, e acho que vale. Eu lancei um monte de dados
para vocês, lancei fatos que estão acontecendo na indústria; trouxe tecnologias que estão
impactando, falei um pouco de 5G, um pouco de blockchain, um pouco de Cloud Computing,
comandos de voz, a questão de injunção de indústrias, fintech saúde e falei até de big data
aqui, porque big data está englobando tudo isso, tudo isso está dentro de um escopo de muitos
dados que estão sendo armazenados.
Vale a reflexão, onde, que oportunidade a gente vê com tudo isso pra indústria financeira? E
essa pergunta vale para a gente tentar voltar como eu falei naquela minha, aquele paralelo
que eu fiz da internet com o blockchain. Lá em 1997, será que nós poderíamos vislumbrar que
em X anos nós teríamos dispositivos, que nós teríamos aplicativos de mapas que nos dariam
a posição instantânea do trânsito ou aplicativos tipo WhatsApp que nós nos comunicaríamos
ou aplicativos como Netflix, que a gente poderia ver vídeos on demand. Será que a gente
vislumbrava isso lá em 97? Então não sei a resposta, eu com certeza não conseguia enxergar
todo esse avanço que a gente teve nos anos seguintes. E a pergunta que a gente tem que fazer
hoje é que beleza, o passado já passou, o que a gente pode enxergar para frente? Então que
oportunidades a gente está vendo com tudo isso que eu falei e com outras coisas que eu não
tive tempo de abordar aqui dentro da insdústria financeira. Eu imagino que combinando todas
ou parte dessas tecnologias, a gente pode enxergar coisas bem interessantes lá para frente e o
momento de começar é agora, porque se nós não começarmos alguém vai começar.
Então fica essa reflexão, acho que vale pensar, porque daqui há uns anos nós vamos ver coisas
espetaculares acontecendo na indústria financeira e talvez quem está assistindo essa aula vai
lembrar “putz, o rafael falou de blockchain, o Rafael falou...” Eu imaginei tal coisa e não fiz
ou não levei pro meu chefe, eu não percebi aquele projeto; então é um momento legal de
perseguir esse assunto.
E aqui só para dizer que isso não é mesmo brincadeira, o último ponto antes da gente falar
sobre segurança. Não sei se vocês já ouviram falar na libra que é uma criptomoeda que está
sendo puxada se eu não em engano pelo Facebook, mas em associação com outras diversas
entidades aqui, tem todos esses caras aqui envolvidos; então já tem gente trabalhando forte
para criação de, por exemplo, de criptomoeda, a libra é um exemplo. Sugestão: procure na
internet sobre a libra, sobre esse projeto que o Facebook está liderando de criação de uma
moeda virtual, que a ideia é poder dar acesso financeiro a toda a população do mundo. Então
é um projeto bem ambicioso que imaginem, se o Facebook está fazendo é porque é quente.
Então fica a dica de procurar aí esse material sobre a libra.

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Bom, então pessoal vamos para o último assunto que eu queria abordar porque eu acho
que a gente falou bastante de tecnologia, mas não podemos esquecer de um assunto super
importante, acho que ela pela minha imagem do slide vocês devem imaginar o que eu vou
falar sobre a segurança. Porque nós temos aí mais dispositivos conectados, a gente tem mais
informações trafegando, mais gente interessada nessa informação, a gente tem bem mais
transações financeiras acontecendo e ao mesmo tempo as pessoas ali, os hackers atrás da
gente. E nós estamos falando de vários tipos de informações, estamos falando de voz, estamos
falando de texto, áudio, vídeo e dentro do texto estamos falando também de transações
financeiras. Aí se a gente vai pegar um histórico, tem todo um processo educacional que nos
fez ir evoluindo no conceito de segurança ou no que a gente acha que é segurança para nós. Lá
no ano passado no início dos anos 2000, acredito que muitos de vocês e eu também tínhamos
medo de colocar o número de cartão de crédito na internet porque achava que o cartão seria
roubado, seria clonado e toda aquela história.
Hoje boa parte das pessoas tem menos medo de colocar o número de cartão, apesar de haver
clonagens, porque já existem sistemas que são de seguros ou pelo menos que a gente entende
que são seguros então a gente já executa esse tipo de transação. Porém nós estamos falando
não só desse tipo de transação financeira, nós estamos falando de acesso a imagem, estamos
falando de acesso a dispositivos. Então coisas que para mim ainda soam estranho, não sei se
para vocês também, tem muita gente que acabou automatizando e digitalizando a sua casa,
trazendo dispositivos que controlam a TV, controlam a luz, controlam o ar condicionado,
controlam a porta, então, ou seja, tem gente que está chegando em casa e através do celular já
liga o ar-condicionado, por exemplo. Já liga a tv ou já de repente, enfim, faz alguma operação
de fora. E para mim, ou até acessa a câmera da tv para enxergar para ver se está tudo bem em
casa. E para mim hoje soa um pouco estranho, conhecendo de tecnologia porque eu sei o quão
fácil é, não uma pessoa comum, como eu, como vocês que não são visados necessariamente,
mas como é fácil se o hacker quiser entrar no dispositivo e acessar essas informações. Então
eu hoje me sinto desconfortável imaginando que alguém está enxergando a minha casa, ou
estaria, porque eu não tenho câmera em casa, mas estaria enxergando a minha casa. Ou mais
ainda, alguém estaria acessando no dispositivo e de repente aumentando o ar condicionado,
diminuindo o ar condicionado, ou desligando o ar condicionado. Então imagina de repente,
alguém com filho pequeno, vai lá o hacker entra e aumenta o ar condicionado e torra a criança
dentro de um quarto.
Então essas preocupações que eu tenho hoje, realmente com relação ao uso da tecnologia,
eu não tenho com o cartão de crédito, mas no passado eu tinha. Então tem um processo
educacional que a gente está passando e agora também com as transações financeiras também;
porque se a gente vai começar a transacionar, fazer empréstimos, a fazer mais compras e
vendas, aos poucos a gente tem que se educar, mas nós temos que entender que as empresas
que nos fornecem esses serviços, elas têm se preocupar com as brechas, apesar de que a gente
também tem que preocupar com essas brechas.
Um exemplo de brecha só para vocês entenderem antes de eu passar pro próximo slide, são
por exemplo wi-fis abertas, wi-fis por exemplo de aeroporto. Uma vez eu já fiz um teste, é
que eu sou do bem, então eu não fiz nada demais; mas eu fiz um teste e verifiquei quais
computadores que estavam acessando a rede wi-fi do aeroporto que eu poderia entrar se eu
quisesse e eu percebi que teria alguns computadores. Então quer dizer, se tem alguém mal-
intencionado no aeroporto acessando a rede wi-fi pública que é aberta, eventualmente pode
entrar no seu computador e eventualmente vai bloquear se computador, vai apagar os dados
ou pedir resgate de dados.

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Então mesmo nós não sendo pessoas visadas, nós podemos acabar criando a situação onde
nós viramos alvo de hackers. Então essa é uma dica que eu sempre dou, evitar o uso de wi-fi
pública, principalmente o wi-fi pública aberta, sem senha de aeroportos onde tem pessoas ali
verificando a rede.
Porque esses são os princípios que a gente tem que seguir, que as empresas têm que seguir
quando a gente fala de segurança. É o princípio da confidencialidade, ou seja, o limite de acesso
à informação que as pessoas têm, até onde vai o acesso de cada pessoa; tem o próximo que é a
integridade, que obviamente a informação está crível e correta; e o terceiro é disponibilidade,
availability, disponibilidade que é se o acesso está confiável a quem possa acessar essa
informação.
Então esse é o tripé importante que essas fintechs que estão surgindo, essas iniciativas
tecnológicas estão surgindo porque elas têm que prestar atenção. Imagine entrar de cara na
experiência do usuário, que a experiência do usuário também é segurança, também é passar
confiança, também é ter disponibilidade e também é ter integridade.
Aqui só para mostrar a vocês alguns exemplos de coisas que já aconteceram num passado não
tão distante. Dois desses exemplos eu lembro exatamente o que são, esse de vermelho eu não
me lembro, tá pessoal? Mas aqui vocês devem lembrar que teve um vazamento de dados na
Suíça, lá no HSBC na Suíça e revelou dono de contas, inclusive teve artistas brasileiros, nomes
revelados aí de contas... Parece nesse caso que foi um vazamento interno, ou seja, o problema
não foi de segurança da tecnologia da informação, mas uma segurança da informação com
relação ao acesso dos próprios funcionários.
Esse caso aqui foi um caso muito interessante e bizarro até, não sei se vocês lembram; está
meio apagadinho aqui de propósito, mas essa era a planilha do google docs que o governo
Temer guardava as informações de acesso às suas redes. Então aqui tem a conta do Twitter,
a conta do Gmail, a conta do Facebook, a conta do... Enfim, do SnapChat, tudo isso com seus
logins e senhas cadastrados, aberto, todo mundo teve acesso a essa planilha. Claro que muito
rapidamente o governo bloqueou as contas e tal, mas imagina, o governo guardava o acesso às
contas oficiais do governo no google docs com as contas abertas assim.
Então aqui também tem uma questão muito educacional, que não adianta nada o sistema no
caso Twitter, o Gmail, o Instagram serem sistemas fortes, em termos de segurança se o usuário
também não tiver um processo educacional de como gerir essa relação.
Aí aqui um exemplo de conta que foi bloqueada, ou seja, esse exemplo do aeroporto que eu dei.
Alguém entrou no computador, daí lança essa tela para o usuário dizendo “olha, seu sistema foi
bloqueado, por favor, clique aqui para pagar” no caso aqui era meio Bitcoin. Clica aqui para
pagar meio Bitcoin ou os seus dados serão apagados em 24 horas, boa sorte. E aí dá o pânico,
e aí vocês podem estar pensando assim “ah, isso aí é coisa de novela, nunca vi acontecer”. Eu
fiz esse print pessoal do meu facebook, isso aqui é real, só tapei o nome e a foto da pessoa
para preservar. Essa pessoa aqui, relacionamento meu do facebook escreveu isso aqui: Apple id
sequestrada e resgate pedido em Bitcoins. O que fazer?
Essa pessoa recebeu uma tela muito similar a essa aqui, porque ela devia estar... Não lembro
detalhes, mas devia ser isso, devia estar numa rede aberta, alguma coisa assim, alguém entrou
na máquina dela e fez um pedido de resgate. Não sei o que aconteceu com essa história, mas
é só para mostrar pra vocês que isso acontece e se vocês não estão protegidos ou não estão
se importando com a segurança dos dados de vocês, isso pode acontecer e eventualmente se
vocês não pagarem vão perder todos os dados. Ás vezes o pedido é caro.

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Mas aí eu vou mostrar coisas interessantes. De novo, nem sempre a culpa é da empresa, isso
aqui é um exemplo de uma tela do Bradesco, quem tem conta no Bradesco... Claro, esse é um
print um pouquinho mais antigo, eu não sei se o Bradesco já atualizou, mas isso aqui é o print
do acesso da conta do Bradesco pela web, só que essa tela é falsa, essa tela aqui ela não é
verdadeira; os hackers copiaram essa tela e eles criaram exatamente o layout do Bradesco para
tentar capturar dados de pessoas desprevenidas. Eles disparam isso aqui para todo mundo,
obviamente pessoas que tem conta no Banco do Brasil, na caixa, olham e falam “beleza, não
tenho conta no Bradesco, vou descartar.” mas se por acaso eu tenho conta no Bradesco eu vou
dizer “putz, minha senha vai ser bloqueada, recadastre agora” o cara vai lá no link correndo,
entra nesse link cadastra agência, conta, senha, entra... Quando o cara faz isso, o hacker na
hora entra na conta da pessoa, faz a limpa, faz transferências, faz pagamentos e depois vai
embora e vocês ficam a ver navios. Então tem o fator humano que é muito importante, então
não adianta nada.
Essa foto aqui eu acho genial, porque ela representa muito bem esse aspecto da segurança
da informação que nós temos que começar a prestar atenção cada vez mais, então não
adianta o sistema ser à prova de balas se nós não formos educados suficientes para interagir
com o sistema e entender quando a gente está de fato interagindo com o sistema e quando
a gente não está. Então isso aqui é chamado, tem um termo para isso que é chamado fishing
que tem a ver com pescar também, que é quando eu estou puxando informações do usuário
para depois eu aproveitar. Então tem muito hacker que não perde tempo tentando entrar em
sistemas complexos como sistemas de bancos, ou do governo, ou de grandes instituições que
sabe que vai ser barrado, ele vai no do usuário. Ele faz esses spams para os usuários, o usuário
desprevenido cai e aqueles de 10 mil pessoas que eles mandam se cem pessoas caírem já são
vários R$1000 aí de lucro fácil para esses hackers.
Então essa é a mensagem final que eu queria deixar para vocês, é que toda essa tecnologia que
veio, ela vem para nos ajudar, mas tudo isso tem que vir com o processo educacional no que
tange a nossa educação e segurança. Porque não adianta nada os sistemas se preocuparem
se nós acharmos que ok, eles estão fazendo tudo e eu não preciso me preocupar com nada,
eu estou tranquilo. Não, nós também precisamos nos educar e estar preparados porque nós
podemos sim, por incrível que pareça, nós podemos sim ser alvo, mesmo que sem querer, alvo
de oportunidade de ataques de hackers.
Eu queria agradecer a todo mundo por ter assistido essa aula, está aqui o meu e-mail, eu tinha
falado lá no início do minha apresentação que eu deixarei meu e-mail, então o meu e-mail
aqui da PUC, rafael.chanin@pucrs.br podem mandar e-mail, eu respondo todos os e-mails.
Se quiser também me contatar via Instagram, sou bem ativo lá, posto quase todo dia. Então
também sou @rafaelchanin pode me mandar mensagem por lá. Assuntos referentes a isso ou
outras coisas que vocês acharam pertinente, super à vontade. Como eu falei, a minha ideia é
trocar informações com vocês e ajudar vocês a evoluírem nas suas carreiras. Tá certo, pessoal?
Grande abraço a todos e até a próxima.

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