1. Lei nº 12.651/2012 e Lei nº 12.727/2012 e suas alterações.
2. Lei nº 11.284/2006 (títulos I, II e III e V); Resolução CONAMA nº 378/2006 e suas alterações; Resolução CONAMA nº 379/2006 e complementações. 3. Dendrometria e inventário florestal madeireiro e não madeireiro. 4. Manejo florestal sustentável; noções de valoração ambiental e florestal. 5. Recuperação de áreas degradadas. 6. Manejo e gestão de bacias hidrográficas. 7. Aquecimento global e sequestro de carbono. 8. Desmatamento, corte seletivo. 9. Conversão de floresta. 10. Sistemas agroflorestais. 11. Compensação de Reserva Legal. 11. Compensação de Reserva Legal.
A reserva Legal, conforme disposto no código florestal Lei 12.651/2012,
é uma área localizada no interior da propriedade rural na qual deve ser mantida a cobertura vegetal nativa, com o objetivo de associar o uso econômico da propriedade e a preservação do meio ambiente. A Reserva legal (RL) é conceituada pela Lei 12.651/2012, conforme o Art. 3º: III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitadas nos termos do art. 12º, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção da fauna silvestre e da flora nativa. Os percentuais mínimos exigidos par cada bioma é: de 80% dos imóveis localizados na região da Amazônia Legal; 35% no Cerrado localizado na Amazônia Legal; 20% nos campos gerais localizado na Amazônia Legal e 20% no restante do país, conforme o art. 12º do Código Florestal Brasileiro. Os imóveis florestais que não mantêm os percentuais mínimos de Reserva Legal são classificados como irregulares e estão sujeitos a penalidade e impossibilidade de serem objeto de licenciamento e financiamentos rurais. A regularização da área de Reserva Legal pode ser alcançada através de implementação de Projeto de Recuperação da área desmatada e até de regeneração natural da vegetação nativa, mediante a aprovação de órgão ambiental competente. Contudo, na prática, é sabido que os projetos de recuperação de áreas desmatadas são complexos e muito caros ao produtor rural. Os programas de recuperação de áreas desmatadas, seja Reserva Legal (RL) ou de Áreas de Preservação Permanente (APP), estão estruturados pelo Código Florestal de forma a obrigar o detentor do imóvel rural a declarar as áreas degradadas e preservadas ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) e aderir ao Programa de Recuperação Ambiental (PRA), criado pelo Estado de situação de seu imóvel. A despeito dos 10 anos de vigência do Código Florestal, o Programa de Recuperação Ambiental não está regulamentado na maioria dos Estado, o que gera incertezas de elaboração e aprovação de projetos pelos órgãos ambientais. O Código Florestal traz alternativas para a regularização da área de Reserva Legal (RL) através do instituto da Compensação de Reserva Legal, admitida em quatro modalidades distintas: I - Aquisição de Cota de Reserva Ambiental (CRA): São títulos representativos de uma área de cobertura vegetal natural e uma propriedade, que podem ser usados para compensar a falta de Reserva Legal em uma outra propriedade. Cada cota corresponde a 1 hectare e elas podem ser criadas por proprietários rurais que tenham excesso de RL para que negociem com produtores com menos áreas de RL que o mínimo exigido. II – Arrendamento de Área Sob Regime de Servidão Ambiental ou RL: Ocorre quando o proprietário do imóvel rural destina o excedente da vegetação (há na área percentual de área nativa além do exigido em lei) para terceiro que tem déficit de Reserva Legal (RL). III – Doação ao Poder Público de Área Localizada no Interior de Unidade de Conservação UC de Domínio Público Pendente de Regularização Fundiária: Segundo a lei, o proprietário de imóvel rural que detinha, até 22 de julho de 2008, área de reserva legal em determinada extensão pode regularizar sua situação por doação ao poder público de área localizada no interior de UCs de domínio público pendente de regularização fundiária. Na prática, o proprietário doa uma parte de sua área que esteja dentro de UC em troca da regularização de sua situação. IV - Cadastro de Outra Área Equivalente e Excedente à RL, em Imóvel de Mesma Titularidade ou Imóvel Adquirido de Terceiro com Vegetação Nativa desde que localizado no Mesmo Bioma: consiste na aquisição de área diversa para fins de compensação, desde que com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição, e localizada no mesmo bioma da área que se busca regularizar. Assim, de forma equilibrada, a legislação permite que haja a compensação entre imóveis com excedentes de áreas nativas preservadas e deficitários, respeitados os conceitos de adequação ao meio ambiente. O mercado de compensação, embora ainda incipiente, se mostra como importante alternativa ao produtor rural para alcançar a regularidade do seu imóvel, com menor custo e com sustentabilidade. A exigência da área de Reserva Legal é necessária ao equilíbrio entre a exploração do imóvel e a preservação do meio ambiente. Veio para ficar. Os métodos de compensação são um importante mecanismo para os produtores rurais atenderem à legislação vigente, além de fomentarem o mercado imobiliário de áreas rurais.
11.1 Conceitos Diversos
11.1.2 Amazônia Legal Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e abrange a totalidade de oito estados - Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, e parte do Estado do Maranhão (a oeste do meridiano de 44ºW), perfazendo 5 milhões de km² (IPEA, 2008).
11.1.3 Distinção entre Reserva Legal, Área de Preservação Permanente e
Unidade de Conservação. Ainda que se relacionem em alguns aspectos, notadamente o viés conservacionista que compartilham, Reserva Legal, Área de Preservação Permanente e Unidade de Conservação não são sinônimos. As Áreas de Preservação Permanente (APPs) são áreas com determinada fragilidade ambiental – florestas e demais formas de vegetação natural, situadas e locais específicos listadas em um rol taxativo constante do art. 4º do CFB 12.651/2012 e que, por conta da tal fragilidade, demanda uma especial proteção do Estado. Trata-se, em suma, de áreas situadas as margens de lagos ou rios (perenes ou não), nos altos dos morros, nas restingas e manguezais, nas encostas com declividade acentuada e nas bordas de tabuleiros ou chapadas com inclinação maior que 45º e nas áreas em altitude superior a 1.800 metros, com qualquer cobertura vegetal. Tais áreas, tem como objetivo a proteção dos solos, das águas e matas ciliares, de tal forma que só é possível o desmatamento total ou parcial da vegetação quando for para execução de atividades de utilidade pública, de interesse social, atividades eventuais de baixo impacto, e desde de que precedida de autorização do Governo Federal. Na definição legal, contida no CFB no art. 3º, II da Lei 12.651/2012, área de preservação permanente (APPs) é: Área protegida coberta ou não por vegetação nativa, com função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas (BRASIL. Lei nº 12.651, 2012, art. 3º II). A principal distinção entre APP e RL, consta no fato que as APP devem ser instituídas tanto em áreas urbanas como em área rural, enquanto que a Reserva Legal, só tem cabimento em imóveis rurais. Diferentemente das APP, a legislação brasileira permite o manejo sustentável das Reservas Legais, viabilizando sua exploração econômica. O CFB Lei 12.651/2012 distingue os dois institutos – RL e APP – quando autoriza que a Áreas de Preservação Permanente seja computada no cálculo da Reserva Legal. Ora, se Reserva Legal e APP fossem sinônimos, seriam um todo indissolúvel, não haveria previsão legal autorizando a mescla. As Unidade de Conservação, por sua vez, são conceituadas pela Lei que institui o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da forma a seguir descrita: Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (BRASIL. Lei nº 9.985, 2000, art. 2º, I). As Unidade de Conservação distinguem-se das APP’s e da RL, portanto, na medida em que as áreas são selecionadas porque apresentam ‘’características naturais relevantes’’ e a partir de então se sujeitam a determinado regime administrativo, conforme o grupo em que se encaixam: das Unidades de Conservação de Proteção Integral ou das Unidade de Conservação de Uso Sustentável. Diferentemente das APP e das RL, as Unidades de Conservação (UC) contemplam diversas categorias conforme o grupo que pertençam – de proteção integral ou de uso sustentável. Ademais as UC ficam permanentemente ligadas ao conteúdo dos respectivos Planos de Manejo, concedidos de acordo com a natureza de cada UC.