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Indice
Introdução................................................................................................................................3
O Objecto da Sociologia...........................................................................................................3
A determinação social do senso-comum..................................................................................4
A especificidade da perspetiva sociológica: Ruptura epistemológica.......................................5
Obstáculo Naturalista...............................................................................................................6
Obstáculo Etnocêntrista............................................................................................................6
Obstáculo Individualista...........................................................................................................7
Os contornos da Investigação Sociológica...............................................................................8
Classificações sociais...............................................................................................................9
7 mil milhões de Outros - Homens/Mulheres [PT].................................................................10
Conclusão...............................................................................................................................12
Referências Bibliográficas......................................................................................................13
Introdução
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Trabalho individual final – Objeto e Método de Sociologia
O Objecto da Sociologia
A sociologia é uma disciplina científica cujo enfoque consiste no estudo da atividade social. O
termo “sociologia” foi cunhado por Auguste Comte, fundador francês do positivismo, corrente
filosófica que infere que a obtenção do conhecimento é feita por meio da experimentação
científica. Para uma contextualização histórica, este campo de estudo atingiu a sua autonomia
teórica e conceitual em meados do século XVIII (Lenoir, 1996, p.60), sob o impacto da
revolução industrial e da revolução francesa, o que por sua vez facilitou a emergência da
sociologia. Corresponde ao período em que novos movimentos intelectuais apareceram com o
interesse de compreender e evoluir a sociedade a partir de um ponto de vista científico.
“A sociologia sempre se preocupou em narrar a sua própria história, tarefa tida como intrínseca
a um campo de conhecimento que tem muita dificuldade de se organizar em torno de um
paradigma único. O constante retorno aos clássicos, portanto, traduziria um procedimento
metodológico que reduziria a complexidade inerente à disciplina e forneceria um horizonte
conceitual comum.” (Alexander, 1988, p.13).Existe a noção corrente de que os “problemas
sociais” são o objeto de estudo da sociologia, isto é, encontra-se presente uma representação
social do que a atividade sociológica embarca, que na verdade é destituída de veracidade
científica. O papel do sociólogo consiste na análise dos processos da realidade social, na
interpretação dada aos “problemas sociais” e não na constituição deste. O sociólogo é, portanto,
o profissional que se ocupa no estudo das regularidades, dinâmicas e estruturas de carácter
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social. É fulcral que o investigador seja capaz de combater qualquer tendência para a produção
de julgamentos, noções e orientações simbólicas na compreensão das interações sociais. Deve
priorizar uma perspetiva encarada como um fato social, vista sempre em contextos dentro da
mesma natureza. É a partir de um ponto de vista objetivo de interdependências entre grupos
sociais ou indivíduos que se delimita a perspetiva sociológica.
Como Elias Nobert (2005) refere, o cidadão comum concebe a realidade social numa lógica
dicotômica, em que prevalece uma oposição entre os conceitos individuo e sociedade (p.13).
Isto se deve em grande parte ao modo de discurso reificante, que impõe uma barreira invisível
entre as entidades a que nos referimos. É um modo de exprimir tradicional que decompõe redes
de interdependência humanas complexas em partes constituintes simples. Parte de uma
perspetiva individualista egocêntrica em relação as restantes configurações sociais, como se de
uma realidade objetiva se tratassem, isenta de intercâmbio e irredutibilidade. Por um lado, tem
se o modelo das ciências naturais, com uma certa inclinação para a transposição automática de
conceitos ao cientificar o pensamento, que se revela como inadequada para os argumentos das
ciências sociais, uma vez que evidencia uma estrita separação entre os sujeitos envolvidos nas
relações sociais. Por outro lado, tem-se padrões de cultura socialmente interiorizados que
possibilitam a construção de “saberes práticos” com o objetivo de criar uma melhor
compreensão do mundo. Designa-se por senso comum os saberes adquiridos pelos indivíduos
no seu quotidiano que não são fundamentados cientificamente, que correspondem
exclusivamente à acumulação de conhecimentos espontâneos e superficiais da realidade. No
plano empírico, o senso comum não constitui necessariamente um aspeto negativo, visto que
estimula a resolução de problemas, viabiliza a comunicação entre os atores sociais e assume
uma ordem de previsibilidade no dia-a-dia das pessoas, portanto certamente tem o seu mérito no
processo de apreensão e socialização dos saberes. Contudo, no que concerne às ciências sociais,
é importante haver uma regularização na atividade epistemológica instantâneo porque o
descontrolo de interpretações mágico-míticas não fiéis á esfera social produz efeitos destrutivos
e nefastos aqueles que rodeiam. Nesse sentido, os modelos de pensamento e linguagem, quer
provenientes das ciências naturais, quer oriundos dos discursos correntes, consideram-se
inapropriados e nesse sentido, invoca-se uma reforma dos instrumentos institucionalizados de
linguagem e de pensamento, em prol de uma reorientação verbal e conceitual para um estudo
próprio da mutabilidade e complexidade dos fenômenos sociais. É necessária uma constante
revisão do paradigma científico para atender devidamente as particularidades do objeto de
estudo da sociologia.
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Trabalho individual final – Objeto e Método de Sociologia
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Obstáculo Naturalista
Trata-se de uma explicação de fenômenos sociais com recurso a propriedades de ordem
biológica ou natural. Impõe uma relação indiscutível entre a natureza e a contextos
socioculturais, ao imputar conceitos naturais originários de áreas de conhecimento tais como a
biologia e outras ciências naturais, exemplos como o sexo e a idade para a justificação de
conduta humana. Deve-se evitar de qualquer forma de reducionismo natural, e dados desta
ordem apenas complementam a informação e nunca explicam as ações sociais. Silva
exemplifica uma interpretação típica naturalista:
“os homens, mais ativos, são empreendedores, técnicos, optavam naturalmente por cursos
preparadores de carreiras sólidas, bem remuneradas, na maior parte dos casos liberais; e as
mulheres, mais afetivas, menos preparadas para as posições decisivas da atividade económico-
social (…) naturalmente preferiam os cursos de formação de professores e certas especialidades
de Medicina.” (1986, p.36).
Esta interpretação em particular seleciona uma categoria natural, o sexo, como argumento
explicativo e determinante para a escolha da atividade profissional, quando efetivamente se
deve às diferentes condições sociais impostas de acordo com o gênero, isto é, ao processo de
socialização vinculada ao gênero. Nunca se justifica contextos sociais com dados biológicos da
espécie humana. pelo que este fato óbvio produzido pelo senso comum constitui um
impedimento para a pesquisa sociológica.
Obstáculo Etnocêntrista.
A classificação de etnocentrismo provém do campo da Antropologia e define uma visão de
sobrevalorização de um povo ou grupo cultural, religioso e étnico em detrimento de outros.
Silva define como uma atividade que pressupõe a legitimação do fechamento no conhecimento
de outras áreas culturais devido a uma atitude superior quanto aos seus próprios hábitos e suas
maneiras de pensar e de ser ou incompreensão de fatos e ideias distintas das suas próprias
visões. (1986, p.46). Talvez o obstáculo mais facilmente identificável graças aos
acontecimentos reportados pelos órgãos de comunicação social, geralmente é expresso sobre a
formas mais extremas tais como o racismo, xenofobia e comportamentos preconceituosos em
relação a outros. Por meio do processo de relativismo cultural, perspetiva metodológica de
origem antropológica, é possível conduzir estudos em que o investigador adota um
posicionamento neutro sobre os diferentes sistemas culturais existentes. Em um ponto de vista
sociológico, é possível encontrar no formato mais discreto, como o anacronismo, “quando
analisamos uma época projetando nela os nossos quadros mentais da nossa, quando aplicamos
conceitos sem curar de testar a sua adequação à especificidade da sociedade que estudamos.”
(Silva, 1986, p.47).
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Obstáculo Individualista
A terminologia schumpeteriana do “individualismo” origina da velha dialética do
individuo/sociedade, em que Joseph Schumpeter adota a perspetiva individualista na medida
que considera este enquanto a unidade básica de análise econômica. A explicação individualista
postula que a conduta e a vontade de um sujeito derivam exclusivamente da sua capacidade
arbitrária, isto é, que as suas ações são fruto da sua racionalidade individual e portanto a sua
forma de estar é desvinculada da sociedade. Embora existem particularidades à escala
individual, no âmbito da sociologia, o determinismo social é a coadjuvante do comportamento
humano. Tal como Durkheim afirma:
“Um fato social reconhece-se pelo poder de coerção externa que exerce ou susceptível de
exercer sobre os indivíduos; e a presença desse poder reconhece-se, por sua vez, pela existência
de uma sanção determinada ou pela resistência que o fato opõe a qualquer iniciativa individual
que tende a violá-lo.” (Durkheim, p.44, 2004)
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evidenciar a sua posição em relação ao objeto de estudo para adequar a formulação das
hipóteses. Prossegue-se então para a fase exploratória da pesquisa, isto é, constitui uma etapa
mais avançada em que se procura conhecer em profundidade o nosso fenômeno de estudo.Vai-
se apresentar uma maior qualidade de questionamento por meio de uma revisão literária e na
definição de público-alvo, que corresponde a uma fonte informacional para a nossa
investigação. Estes são submetidos a entrevistas exploratórias e consolidam mais os
conhecimentos da realidade social.
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Este ato apenas é possível através do recurso de princípios teóricos estáveis de conhecimento,
como Raymond Quivy e LucVan Champenhoud explicam na sua obra “Manual de Investigação
em Ciências Sociais”. Este procedimento é importante porque:
“É graças a esta teoria que ele pode erguer as proposições explicativas do fenômeno a estudar e
prever qual o plano de pesquisa a definir, as operações a aplicar e as consequências que
logicamente se devem esperar-se no termo da observação.” (Quivy, 2003, p.26)
Estabelece-se um plano teórico com diversas óticas de autores em diversas categorias para
correlacionar todos as informações e efetuar uma devida construção da problemática.
Por conseguinte, tem se a análise de informação obtida, em que se visa confrontar tal
informação com as hipóteses e o quadro teórico formulado. De seguida, o último passo a tomar
consiste no processo de verificação experimental, isto é, as proposições são submetidas à prova,
o que pode resultar numa renovação do conhecimento ou em novas teorias desvendadas. As
hipóteses são, portanto, confirmadas ou negadas. Finaliza-se através de notas conclusivas da
interpretação dos resultados obtidos, articulando sempre com o enquadramento teórico, e
fazendo a referência ás limitações enfrentadas no decurso da pesquisa e pistas para futuras
projeções da realidade assinalada.
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onde é apresentado o
resultado da investigação,
apresentado a retrospetiva
dos modelos
adotados,” os conhecimentos
originado pelo estudo e as
considerações de ordem
prática,
ou seja nesta fase é
apresentado as questões e as
hipóteses e mostrar o que
descobriu
sobre o estudo. Logo esta
etapa permite verificar o
estudo com a realidade
social.
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Os novos problemas
(teorias, pesquisas e
analises suscitam a
colocação de novos
problemas) resultam para a
construção do objeto a ser
estudado, o que leva à
elaboração
de hipóteses. As
hipóteses, consiste numa
recolha de dados
precipitados antes de
formular as hipóteses de
investigação, que mais tarde
iram ser validadas na prática
ou
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Logo tem a capacidade de exercer coerção sobre os sujeitos dentro de contextos sociais que
promovem a diferenciação de sujeitos e a existência de redes de interdependência humana.
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Nestas cultura está presente uma subrepresentação do gênero femino devido á atitude
preponderante de atitudes machistas, conferida em grande parte ás estruturas religiosas
que moldam as mentalidades dos habitantes de países que cultivam tradições islâmicas.
Existe um preconceito do papel da mulher, que se encontra enraizado pelas crenças e
tradições locais e reforça a associação entre a identidade da mulher e execução de
tarefas ditas como “femininas”, como por exemplo atividades domésticas e a
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Conclusão
Referências Bibliográficas
ALEXANDER, Jeffrey (1988).” The centrality of the classics.” In: Giddens, Anthony; Turner,
Jonathan (Ed.). Social theory today. Stanford: Stanford University Press, p.11-57
ROSAS, Nina. Araújo, Bernardo Guimarães Praxedes de. Reis Neto, Milton Mendes. Pinto,
Luiz Eduardo de Souza. (2021) Sexo degradante e destruidor: uma análise sobre as interdições
sexuais presentes nos livros evangélicos. Religião & Sociedade, 41, p. 43-50
. DOI: 10.1590/0100-85872021v41n1cap10
LENOIR, Remi (1996), “Objeto sociológico e problema social”, in Patrick Champagne et al.,
Iniciação à Prática Sociológica, Petrópolis, Vozes, pp. 59-106.
ELIAS, Norbert (2005), “Introdução”, Introdução à Sociologia, Lisboa, Edições 70, pp. 13-34.
SILVA, Augusto Santos (1986), “A ruptura com o senso comum nas Ciências Sociais”, in A. S.
Silva e J. M. Pinto (orgs.), Metodologia das Ciências Sociais, Porto, Afrontamento, pp. 29-53.
COSTA, António Firmino da (2001), Sociologia, Lisboa, Difusão Cultural (3ª ed.), pp. 13-28
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DURKHEIM, Émile (2004), “O que é um fato social?”, Regras do Método Sociológico, Lisboa,
Editorial, Presença, 9ª Edição, 2004, pp. 37 – 47 ( Cap I)
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