Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Servico Social No Judiciario Limites e P
Servico Social No Judiciario Limites e P
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
São José dos Campos, _____ de ________________de 2007.
3
Agradecemos
RESUMO
ABSTRACT
This essay aims to reflect the social worker practice within the Judiciary, tracing an ideal
profile based on a survey of the knowledge and skills that are peculiar to this kind of
professional that acts over several expressions regarding to the social question. This article
increases the vision range concerning the Social Work performance inside the Judiciary
farther the assignments that are relevant to the social worker and it introduces a discussion
about competence regarding to theoretical-methodological, technical-operational and ethical-
political aspects. This article was elaborated using the bibliographical study and the critical
analysis of the practice that was developed on the Technical Section of the Brazilian Justice
Tribunal from São Paulo's province, within Caçapava's Judicial District. These considerations
emerge from the contact with the professional acting limits, since the practice is inserted into
a complex and contradictory reality. Based on the discussion about the competence inside this
institutional area, it can be concluded that there is no ideal profile, but there is the existence of
a qualified performance that grow between limits and new possibilities.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 08
2 REVISÃO DE LITERATURA 10
3 RESULTADOS 17
3.1.1 Gerenciamento 21
4 DISCUSSÃO 27
5 CONCLUSÃO 31
REFERÊNCIAS 33
8
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a prática do Serviço Social nas instituições - seja ela qual for, está
permeável ao fenômeno da globalização. A economia globalizada faz-se acompanhar de
graves implicações no campo social, cultural e político, reproduzindo e acentuando a má
distribuição de renda.
A prática do Serviço Social sofre também influência do neoliberalismo que vem
alterando as dimensões, orientações e funções do Estado, através da concepção do Estado
mínimo, a privatização de empresas públicas, a não intervenção do Estado na economia e a
redução do gasto público destinado à área social.
Neste contexto, percebe-se que há uma tendência para novos postos de trabalho em
organizações não governamentais, ampliação de consultorias devido à terceirização e serviços
privados de saúde, mas ainda assim o Estado é o maior empregador da profissão.
Segundo a Constituição Federal de 1988, enquanto Estado democrático, há a
tripartição dos poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
Desde a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente a atuação dos
assistentes sociais no Tribunal de Justiça (órgão pertencente ao Poder Judiciário, cuja função
principal é a de julgar e aplicar as leis) é consolidada a partir da realização de processos
seletivos no Estado de São Paulo para ampliar o quadro dos setores técnicos, notadamente nas
comarcas do interior.
Assim, o espaço institucional do Poder Judiciário passa a ser um campo de atuação
que desperta a curiosidade e o fascínio dos estudantes de Serviço Social, dada a importância
deste na trajetória de vida dos indivíduos que a ele recorrem.
A partir da experiência de estágio prático do Serviço Social realizado no Setor Técnico
do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, na Comarca de Caçapava, buscou-se elencar
os conhecimentos e as habilidades específicas do Assistente Social no Judiciário que
propiciam um perfil ideal da profissão nesta área.
Contudo, a reflexão sobre a prática é o fio condutor da elaboração do presente trabalho
que inicialmente trará apontamentos de autores que discutem o Serviço Social no Judiciário e
o conceito de “competência”.
O presente trabalho pontuará que, numa atuação competente, o profissional
desenvolve uma série de habilidades essenciais, valendo-se de técnicas para transpor o
9
2 REVISÃO DE LITERATURA
É neste espaço contraditório que se insere a prática do Serviço Social. Como nos alerta
Buriolla (2001)
“o agir profissional do assistente social está constantemente em transformação,
procurando oferecer respostas às questões que as transformações da sociedade lhe
cobram. Isto implica que a prática profissional precisa constantemente redefinida e
que o assistente social (para que essas respostas tenham um caráter transformador)
tenha conhecimento da realidade em sua totalidade, integrando suas várias
dimensões: o jogo de poder entre as classes, as lutas de classe, as condições de vida
dos setores populares, as diversas organizações da população, o conhecimento das
leis que regem os movimentos sociais etc”.
Ao abordar tal questão, Mioto (2001) afirma que “A competência técnica refere-se à
habilidade do profissional na utilização dos seus instrumentos de trabalho, a qual condiciona a
qualidade técnica da ação profissional”.
Entretanto, segundo Rios (1995),
“Falar em competência significa falar em saber fazer bem [...] numa dupla
dimensão: técnica e política [...], isto é, do domínio dos conteúdos de que o sujeito
necessita para desempenhar o seu papel, aquilo que se requer dele socialmente,
articulado com o domínio das técnicas, das estratégias que permitam que ele,
digamos, „dê conta de seu recado‟, em seu trabalho”.
Assim, o profissional competente é aquele que busca o encontro daquilo que lhe é
desejável, estabelecido valorativamente com relação à própria atuação. A competência,
portanto, não está estabelecida, não é estático, ao qual deva se ajustar o comportamento dos
indivíduos, ou um modelo prescrito num Código. Ela é construída cotidianamente, como um
ideal a ser alcançado (RIOS, 1995).
3 RESULTADOS
Setor
Técnico
dano moral e o Direito de Família (separação, divórcio, disputa de guarda de filhos). A área
criminal trata dos processos criminais. Na 1ª Vara Criminal de Caçapava está incluída a Seção
de Execução Criminal, que corresponde ao acompanhamento dos indivíduos reclusos e
acompanhamento e fiscalização das execuções da penas impostas pelo Juízo.
19
Juizado Juizado
Especial Especial
Cível Criminal
“Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe
quanto és no mínimo que fazes. Assim, em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive”. –
Fernando Pessoa.
Em seu quadro, o Setor Técnico de Caçapava conta com duas assistentes sociais e uma
estagiária. Tecnicamente, o Serviço Social responde para o Juiz da Vara da Infância e
Juventude e administrativamente para o Juiz Diretor, que no caso de Caçapava, é o Juiz da 1ª
Vara Judicial.
O principal objetivo do Setor é fornecer subsídios técnicos nos processos das Varas da
Infância e Juventude, Família e Sucessões, quando solicitados pelo Juiz. O Assistente Social
utiliza-se de instrumentos próprios da ação profissional: visitas domiciliares, entrevistas,
relatórios, busca de recursos comunitários, para estudo social do caso e elaboração do parecer
técnico. A atuação do Assistente Social Judiciário está prevista no artigo 151 da Lei Federal
8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente e no Comunicado DRH nº. 308/2004.
Na operacionalização de suas atribuições, o Serviço Social da Comarca de Caçapava
desenvolve procedimentos contidos em seu Plano Anual de Trabalho, devidamente
documentado e levado ao conhecimento e apreciação do Juiz Diretor.
Para melhor compreensão e visualização da abrangência e competência que lhes é
assegurado seguem os procedimentos organizados em três grandes blocos:
1. Gerenciamento;
2. Ações acadêmicas;
3. Ações Técnico-operacionais.
21
3.1.1 Gerenciamento
O Estudo Social é constituído numa forma de prova pericial e tem por finalidade
apresentar uma avaliação técnica da situação sócio-familiar das partes em litígio ou de
crianças e adolescentes e prestar subsídios ao Juiz. A elaboração do Estudo Social dá-se
através da utilização do instrumental pertinente ao Serviço Social, ou seja, entrevistas sociais,
contatos com recursos da comunidade, visitas domiciliares (realizadas durante o período
matutino das terças e quintas-feiras), exame de documentação, estudo dos autos e observação.
O instrumental é utilizado de acordo com o objetivo da avaliação e de acordo com as
particularidades de cada caso. Através dele a assistente social efetua levantamento de dados
sobre a situação da criança/adolescente/família e formula o diagnóstico, emitindo parecer
sobre o caso.
Para elucidar a prática do Estudo Social, reproduz-se trecho de um relatório social, no
qual foram alterados os nomes das pessoas e as localidades, para preservar os envolvidos,
visto que o processo corre em segredo de justiça.
“Jonas Silva possui 30 anos, natural de Divinópolis/MG., cursando o último ano de direito, policial
militar, casado há 3 anos com Lívia Silva de 25 anos, estudante de direito. O casal tem uma filha de 2
anos. O endereço do casal encontra-se às págs. 09 dos autos em questão. No dia da visita não
encontramos os moradores em casa. Fomos atendidos por um pedreiro que trabalhava na casa
vizinha. Esta pessoa informou que o Sr. Jonas trabalha e estuda em outra cidade e que retorna ao seu
domicilio somente nos finais de semana. A Sra. Lívia estava viajando. Agendamos visita para o Sr.
Jonas em nova data. No dia marcado o requerente compareceu e foi possível levantarmos os dados
familiares transcritos neste relatório. Jonas relatou que manteve relacionamento com Marília de 30
anos, natural de Bauru/SP., segundo grau, solteira. Desta relação nasceu Andrezza Vieira Silva aos
15/04/96. Andrezza sempre morou com a mãe e a avó materna, Sra. Ísis Vieira de sessenta e três anos,
viúva. A família reside em casa própria ( três quartos, sala, cozinha, banheiro, garagem, amplo
quintal) e conta com os seguintes serviços de infra-estrutura urbana: água encanada, luz elétrica, e
rede de esgoto. Com a detenção de Marília, mãe da infante, Jonas assumiu a guarda da filha, apesar
da Sra. Ísis tentar responsabilizar-se pela neta (sic). Com a liberação de Marília, ocorrida em
dezembro de 2006, após um período de 8 meses e 10 dias, Andrezza voltou a morar com a mãe e com a
avó materna. Jonas esclareceu que permitiu a permanência de Andrezza com a mãe, tendo em vista o
longo período de afastamento entre elas. Disse que há diálogo com Marília. Desta forma, as decisões
referentes a filha são tomadas em conjunto. Efetuamos contato com Marília, que esclareceu não estar
de acordo com a concessão da guarda exclusiva de Andrezza para Jonas. Confirmou que há diálogo
entre ela e o requerente, no entanto, a questão da guarda não foi discutida. Relatou ainda que a
criança visita o pai esporadicamente e, nem sempre está disposta a acompanha-lo. Informou que na
primeira audiência dos autos em questão não pode comparecer, pois se encontrava presa e não teve
escolta (sic). Disse que não contestou a ação, pois, segundo Jonas não havia necessidade (sic).
Andrezza está matriculada no quinto ano do Ensino Fundamental. É certo que Andrezza pretende
continuar junto à mãe e a avó. Jonas por sua vez, desdobra-se entre o trabalho e o curso de direito,
24
ambos em outra cidade, não dispondo de tempo para dedicar-se à filha como gostaria. Possui, porém,
contato freqüente com a criança em tela, na medida do possível. Andrezza recebe assistência adequada
na companhia da mãe e da avó, pessoas que lhe são queridas, havendo reciprocidade de afeto e
segurança emocional. Conversamos tanto com Jonas, quanto com Marília, sobre a possibilidade da
guarda compartilhada tendo em vista a facilidade de diálogo entre eles, conforme exposto por ambos
durante as entrevistas. Houve receptividade à proposta apresentada, ficando o assunto para reflexão.”
A Organização do Cadastro de Casais Interessados em Adoção encontra respaldo legal
no artigo 50 do Estatuto da Criança e do Adolescente e tem por finalidade propiciar a eficaz
colocação de crianças em lares substitutos, diminuindo o índice de rejeição e fracasso da
adoção. O pretendente à adoção é atendido pela assistente social que fornece o requerimento
de inscrição e o formulário referente à “Qualificação do (a) Pretendente”, cujo preenchimento
fica a cargo do usuário. O requerimento, acompanhado dos documentos exigidos (RG, CPF,
certidão de casamento, certidão de nascimento – se solteiro, comprovante de residência,
comprovante de rendimentos ou declaração equivalente, atestado ou declaração médica de
sanidade física e mental, fotografias do(s) pretendente(s) e de sua residência – parte externa e
interna) é protocolado para início da ação.
O Cadastro de Crianças em Condições de Adoção é realizado mediante determinação
judicial. A organização deste cadastro, além de relacionar as crianças liberadas para a
colocação em família substituta, possibilita agilidade no andamento dos casos que necessitam
de definição.
O Cadastro Individual da Criança/Adolescente sob Medida de Proteção de Abrigo
consiste no acompanhamento direto de cada caso de criança ou adolescente abrigado com
preenchimento de fichas, onde constam dados como data do abrigamento, possibilidade de
retorno à família ou encaminhamento para adoção, entre outras situações até o
desabrigamento.
O Grupo de Apoio à Adoção promove reflexões e formação para os casais e demais
interessados na temática, minimizando assim a problemática da criança abandonada. O seu
desenvolvimento se dá através de reuniões periódicas com pessoas simpatizantes e com os
casais devidamente cadastrados para adoção. Tais reuniões são realizadas fora do horário de
expediente e do local de atuação profissional. Abrange momentos de formação e partilha
sobre temáticas estabelecidas pelo próprio grupo de participantes, tais como “Revelação sobre
a Adoção”, “Divulgação da Mídia versus propaganda Enganosa”, “Trâmite Burocrático”,
“Essência da Adoção”, “Contribuição como Cidadão”, “Abandono versus Adoção”, “Grupo
de Apoio = Alicerce”.
25
desejando “Feliz Dia das Mães”. Ao término da canção cada um dos participantes dirigiu-se
aos membros do outro grupo abraçando-os um a um. O abraço fazia parte do presente. Uma
das participantes, Sra. Ana Lúcia disse “Minha mãe não gosta de mim, tenho raiva dela”
(sic). Outra participante, Sra. Silvia indagou: “Você já perguntou pra sua mãe se ela
realmente não gosta de você?”(sic). Ana Lúcia comentou que não: “É melhor cada um no
seu canto”(sic). A diretora da ação perguntou se Ana Lúcia gostaria de dar um abraço em
sua mãe e a resposta foi positiva. Então, solicitou que todos fechassem os olhos e abraçassem
em pensamento a mãe da Sra. Ana Lúcia. Ao abrir os olhos, a diretora sugeriu que a Sra.
Silvia abraçasse a Sra. Ana Lúcia. Na seqüência, em círculo, houve o compartilhar e os
participantes se manifestaram, agradecendo o presente recebido, num clima de forte emoção.
Entretanto, a Sra. Mônica disse “Não foi bom, porque nada está bom para mim, sem meu
filho”(sic). A diretora conduziu o aquecimento especifico de Mônica, perguntando o porquê
de sua insatisfação e descontentamento. Mônica comentou que o grupo poderia ajudá-la a ter
o filho de volta. A diretora conduziu a dramatização, colocando Mônica em pé frente ao
grupo para que a mesma fizesse o pedido. Mônica dirigiu-se à estagiária, perguntando “O
que você pode fazer pra eu ter meu filho de volta?”. A diretora fez uma intervenção, pedindo
para que Mônica fizesse um pedido ao grupo e não a uma pessoa específica. Mônica não
conseguiu. A diretora então perguntou se alguém do grupo poderia ajudá-la. A Sra. Silvia
disse que sim e, ocupando o lugar de Mônica, pediu ao grupo que a ajudassem ter o filho de
volta porque estava sofrendo muito. A diretora pediu que Silvia retornasse ao seu lugar e que
Mônica repetisse o pedido. Mônica repetiu a fala de Silvia. A diretora pediu para que Mônica
se sentasse e como parte do grupo, desse uma resposta. No papel de integrante do grupo,
Mônica falou “Tenha paciência, confie em Deus porque só Ele pode ajudá-la”. A diretora
questionou se era isso mesmo que ela queria dizer e Mônica concordou. Novamente a
diretora conduziu o compartilhar e cada um dos participantes falou sobre os sentimentos
despertados durante a sessão psicodramática. Ao término, de mãos dadas, fizeram um circulo
e cantaram novamente, encerrando o momento com aplausos.
27
4 DISCUSSÃO
O assistente social se coloca com todas as suas dimensões de “ser por inteiro”
(SOUZA; AZEREDO, 2004) em cada uma das atividades que desenvolve: leitura de
processos, visita domiciliar, estudo social, plantão social, encaminhamento, supervisão de
estágio, elaboração de laudos, pareceres, relatórios, cadastro, reuniões com grupos de apoio à
adoção, trabalho com as famílias, agindo, portanto, sob esta idéia de competência.
Embora o Comunicado 308/2004 TJ delimite as atribuições do Assistente Social do
Judiciário, antes de tudo, a prática profissional é pautada no Código de Ética Profissional e na
Lei de Regulamentação da Profissão a fim de garantir que as pessoas sejam tratadas, não
como súditos e clientela, mas como cidadãos (FALEIROS, 1991).
Em sua prática profissional, o Assistente Social do Judiciário fomenta o exercício
pleno da cidadania, afinal o seu trabalho é também educativo, visando despertar a consciência
do usuário acerca da prática cidadã (BRITO, 1999).
Assim, torna-se evidente que o Assistente Social não é mais o missionário, nem
apenas o técnico, mas também o intelectual que produz saber (IAMAMOTO, 2001) com
perfil profissional crítico, competência teórica-metodológica, técnica-operativa e ético-
política (RIOS, 1995) e uma postura de compromisso com os sujeitos, construindo respostas
qualitativas (SOUZA; AZEREDO, 2004) frente às demandas sociais.
Na prática do Estudo Social, a Assistente Social deveria proceder a uma visita
domiciliar, realizar entrevista, elaborar o relatório social e devolver o processo (Carta
Precatória) à Vara da Infância e Juventude.
Aponta-se que, mais do que cumprir o que lhe foi ordenado, como seu dever, a
Assistente Social foi além das solicitações atuando com competência e utilizou da habilidade
da atitude investigativa (BATTINI, 1994) identificando o que estava por trás do pedido de
guarda; buscou resposta satisfatória que preenchesse lacunas para uma avaliação mais
profunda do caso e questionou o motivo pelo qual a criança deveria deixar a segurança do lar
que a acolheu desde o nascimento, da comunidade na qual estava inserida, da convivência
amorosa com a avó materna, com a genitora, com os amigos da escola e professores. Elaborou
o parecer visando a garantia do direito à convivência familiar e comunitária da criança.
Assim, não somente analisou-se o caso, mas estabeleceu-se uma crítica, que possibilitou a
tomada de decisão na forma de intervenção, construindo o saber profissional, como ensina
Baptista (1995).
Como afirma Fávero (2006), há a necessidade de sistematizar metodologias de
intervenção concreta sobre a realidade. Nesta lógica, a aplicação do Psicodrama é um
exemplo, mesmo não sendo atribuição própria do Assistente Social no Judiciário. As sessões
29
1
Citação Bíblica que traz referências ao personagem João Batista, o precursor de Jesus Cristo, cuja missão era
anunciar a vinda do Messias e denunciar as iniqüidades, alertando o povo sobre a necessidade de conversão.
30
ampliadas, para contribuir diretamente com propostas que não lhe cabem como intervenção
no Setor, mas que implicam no compromisso com o projeto ético-político da profissão.
Os dados estatísticos elaborados no Setor Técnico do Judiciário podem e devem
contribuir para a elaboração de um “projeto profissional vinculado ao processo de construção
de uma nova ordem societária”, conforme pressupõe o Código de Ética da Profissão. Ora,
como nos aponta Faleiros (1991) as estatísticas recolhem dados sobre o cotidiano das camadas
populares e por isso são formas de sistematização do conhecimento sobre a vida da população
e podem contribuir para a elaboração de estratégias para ao atendimento das necessidades,
bem como servem de indicadores da situação de vulnerabilidade social do município.
Enfim, por sua atuação competente, o Assistente Social do Judiciário assume um dos
maiores desafios da profissão: ser propositivo e não só executivo, como reflete Iamamoto
(2005), visto que sempre há possibilidades de propor alternativas criativas ao apropriar-se das
possibilidades, mesmo diante das contradições presentes na dinâmica da vida social.
31
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURIOLLA, Marta Alice Feiten. O Estágio Supervisionado. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
CRESS. Legislação Brasileira para o Serviço Social. 2. ed. Ver. Ampl. Atual. São Paulo:
Cress 9ª Região, 2006.
______. Resolução n. 15, de 13 de março de 2002 - Diretrizes Curriculares para os Cursos
de Serviço Social. Disponível em <http://www.cress-
se.org.br/pdfs/legislacao_diretrizes_cursos.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2007.
34
FALEIROS, Vicente de Paula. Saber Profissional e Poder Institucional. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 1991.
FARIA, José Eduardo. O Poder Judiciário nos universos jurídicos e social: esboço para
uma discussão de política judicial comparada. In Revista Serviço Social e Sociedade, n.
67. São Paulo: Cortez, 2001.
FÁVERO, Eunice Teresinha; MELÃO, Magda Jorge Ribeiro; JORGE, Maria Rachel Tolosa.
O Serviço Social e a Psicologia no Judiciário construindo saberes, conquistando direitos.
São Paulo: Cortez, 2005.
FRIAS, Clarinda. et al. Manual do Curso de Iniciação Funcional para Assistentes Sociais
e Psicólogos Judiciais. São Paulo: Convênio Centro Brasileiro para a Infância e
Adolescência, 1991/1992.
GIRADI, Halim Antonio; DIDONET, Vital (coord). O município e a criança de até 6 anos
– Direitos cumpridos, respeitados e protegidos. Brasília: UNICEF, 2005.
GOMES, Bárbara Suely Rosa; RESENDE, Raquel de Azevedo. Serviço Social e Poder
Judiciário: desafios para a efetivação dos direitos sociais. In Revista Libertas, v. 1, n.1,
2001.
GONÇALVES, Camila Salles; WOLFF, José Roberto; ALMEIDA, Wilson Castello de.
Lições de Psicodrama – introdução ao pensamento de J.L. Moreno. São Paulo: Agora,
1988.
MARTINELLI, Maria Lúcia. L. O Uno e o Múltiplo nas relações entre as áreas do saber.
2. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 4. ed. São Paulo:
Cortez, 2001.
RIOS, Terezinha Azeredo. Ética e competência. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1995.
SOUZA, Rosany Barcellos de; AZEREDO, Verônica Gonçalves. O assistente social e a ação
competente: a dinâmica cotidiana. In Revista Serviço Social e Sociedade, v. 25, n.80, nov.
2004.