Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Exemplo intuitivo:
Num experimento científico em laboratório, um móvel se desloca sobre uma trajetória retilínea obedecendo à função horária
S(t) = 3t2 – 5t + 2 [sendo S em metros e t em segundos]. Assim:
a) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 4 ] ?
b) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 3 ] ?
c) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 2,1 ] ?
d) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; (2 + h) ], com h ≠ 0?
e) Como você interpreta fisicamente a velocidade média da partícula no item anterior, quando “h” tende a zero?
f) Qual a velocidade da partícula no instante t = 2 s?
Página 1 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
Logo: Vm = [ 7 + 3h ] m / s
Observe que este item com o incremento genérico h na verdade engloba os itens calculados anteriormente. Veja:
e) No item anterior [d] obtivemos a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 , ( 2 + h ) ] , com h 0 . Quando
h tende a zero [ h → 0 ] , o segundo extremo de intervalo de tempo tende a 2 e o referido intervalo tende para [ 2 , 2 ] ,
que podemos definir como um “intervalo de amplitude nula”, caracterizando exatamente o instante t = 2 s . Assim,
fisicamente, quando h tende a zero [ h → 0 ] , a velocidade média tenderá para o que chamaremos de velocidade
instantânea da partícula no instante t = 2 s e esta velocidade poderá ser denotada por V ( 2) .
2
Nota: O gráfico abaixo representa a função S (t ) = 3t − 5t + 2 do exemplo intuitivo em questão. Trace a reta secante para
t = 2 s e t = 4 s e observe os valores utilizados para calcular a velocidade média nesse intervalo. Trace também a reta
tangente para t = 2 s e observe que isso resultou no cálculo da velocidade instantânea para esse instante.
Observação:
→ m/s
→ km/h
→ ºC/min
→ m/s2
→ g/dia
→ habitantes/m2
→ litros/h
→ peças/min
→ libras/pol2
→ g/cm3
entre outras.
A velocidade média é uma TAXA DE VARIAÇÃO MÉDIA [TVM], pois indica a variação entre duas grandezas [o espaço percorrido
S
em relação ao tempo gasto para percorrê-lo] e é definida como: = Vm .
t
Quando calculamos a velocidade no instante t = 2 s encontramos a velocidade instantânea, e assim, temos neste caso uma
TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA [TVI], que chamaremos de derivada de “S” em relação à “t” no instante 2 s, e
dS
podemos denotar por: = V (2) = 7 m / s
dt t = 2
De maneira análoga, para funções com as variáveis x e y , a derivada é a taxa de variação [instantânea] de y em
dy
relação à x , e podemos denotar por: .
dx
Página 2 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
DEFINIÇÃO
A derivada de uma função f (x ) em relação à x é a função f (x ) [que se lê: “f linha de x”] dada por:
f ( x + h) − f ( x )
f ( x) = lim
h→0 h
Uma função f (x ) é derivável [ou diferenciável] num ponto x = a , se f (x ) existe, ou seja, se o limite [acima] existe no
ponto em que x = a.
Observação: O processo para calcular uma derivada é chamado de derivação (ou diferenciação).
dy
→ [lê-se: “dê y sobre dê x”, ou melhor: derivada de y em relação à x].
dx
df
→ [lê-se: “dê f sobre dê x”, ou melhor: derivada de f em relação à x].
dx
Página 3 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
que t = 2 s . Assim:
dS
= S (2) = V (2) = 7 m / s
dt t =2
Isso implica em dizer que a derivada da função horária da posição nos fornece a função da velocidade, ou seja:
dS
= V (t )
dt
Veremos a seguir que, a derivada da função horária da velocidade nos fornece a função da aceleração, ou seja:
dV
= a(t )
dt
A derivada como coeficiente angular da reta tangente à curva num determinado ponto
𝑷
f(x)
x x
Gostaríamos de encontrar a inclinação da reta tangente a este gráfico em um determinado ponto. Vamos supor o ponto
P ( x , y ) , que representaremos por P ( x , f (x )) . Sabemos que o coeficiente angular de uma reta nos dá a inclinação da
mesma. Sendo assim, vamos encontrar o coeficiente angular da reta tangente à curva [gráfico] no ponto P ( x , f (x )) .
𝑷
f(x)
x x
Página 4 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
P
f(x) R
x x+h x
Observando o triângulo PQR , sabemos que o coeficiente angular m s da reta secante s é dado por:
cat . op. QR f ( x + h) − f ( x ) f ( x + h) − f ( x )
ms = tg = = ms = ms =
cat . adj. PR x+h−x h
Agora, vamos considerar no gráfico de f os pontos Q1 , Q2 , Q3 ,..., Qn posicionados cada vez mais próximos de P . Imagine
que a reta s permaneça passando pelo ponto P , entretanto, o ponto Q será trocado gradativamente pelos
Q1 , Q2 , Q3 ,..., Qn que se aproximam de P . Isso fará com que a reta s que é secante à curva, “tenda” para a posição de
tangência no ponto P [tornando-se a reta t ] fazendo, consequentemente, o acréscimo [ou incremento] h , tender a zero.
f(x)
y s
Q
f(x+h)
Q1
Q2
P Q3
f(x) R
x x+h x
f ( x + h) − f ( x )
Assim, o coeficiente angular m t da reta tangente t à curva no ponto P , será dado por: mt = lim .
h→0 h
Note que o valor de m t coincide com o valor da derivada de uma função, conceito este visto anteriormente. Assim concluímos
que:
f ( x + h) − f ( x )
mt = f ( x) = lim
h →0 h
Conclusivamente:
f ( a + h) − f ( a )
Simbolicamente temos: mt = f (a) = lim
h →0 h
Página 5 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1) Considere o movimento de um corpo ao cair de uma grande altura. De acordo com a física clássica, em t segundos de
queda, o corpo percorre uma distância S (t ) = 4,9t metros. Suponha que estejamos interessados em determinar a velocidade
2
do corpo após 2 segundos. A menos que o corpo caia equipado por um velocímetro, é difícil medir diretamente a velocidade.
Entretanto podemos determinar a distância percorrida pelo corpo entre o instante t = 2 e t = 2 + h e calcular a velocidade
média durante esse intervalo de tempo e, fazendo h → 0 , teremos a velocidade instantânea em t = 2 s .
Resolução:
Se o intervalo de tempo h é pequeno, a velocidade média está próxima da velocidade instantânea no instante t = 2 s . Assim,
é razoável determinar a velocidade instantânea tomando o limite da expressão anterior quando h tende a zero:
dS
V ( 2) = lim [ 19,6 + 4,9h ] = 19,6 m / s ou, usando a notação de Leibnitz: = 19,6 m / s
h→0 dt t =2
Dessa forma, após 2 segundos de queda, o corpo estará viajando a uma velocidade de 19,6 m / s .
2) [FLEMMING] Uma região X é atingida por uma moléstia epidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de
pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia da epidemia) é,
aproximadamente, dado por:
t3
N (t ) = 64t −
3
Pergunta-se:
a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 4 ?
b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 8 ?
c) Quantas pessoas são atingidas pela epidemia no 5 º dia?
Resolução:
A taxa com que a epidemia se propaga é dada pela razão de variação da função N (t ) em relação à t.
Aplicaremos a definição de derivada para resolver os itens [a] e [b].
N (4 + h) − N (4) N (h + 4) − N (4)
a) Para t = 4 dias : Aplicando a definição, temos: N (4) = lim = lim
h→0 ( 4 + h) − 4 h→0 h
dN
Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: = 48 pessoas atingidas / dia
dt t =4
N (8 + h) − N (8) N ( h + 8) − N (8)
b) Para t = 8 dias : Aplicando a definição, temos: N (8) = lim = lim
h→0 (8 + h) − 8 h→0 h
Página 6 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
dN
= 0 pessoas atingidas / dia
dt t =8
t3
Ao lado, a representação gráfica de N (t ) = 64t − .
3
3) Uma partícula caminha sobre uma trajetória retilínea de modo que sua velocidade obedece à função V (t ) = 8t − 2 , com
V em m/s e t em segundos. Determine a aceleração da partícula no instante t = 4 s .
Resolução:
Para obter a aceleração instantânea da partícula no instante t = 4 s , deve-se inicialmente calcular a aceleração média no
intervalo de tempo [ 4 , ( 4 + h) ] .
A aceleração média a m de um móvel num certo intervalo de tempo é definida pelo quociente entre a variação de velocidade
V = V final − Vinicia l e o intervalo de tempo correspondente: t = t final − tinicial . Assim:
Assim: am = 8 m / s 2
Para obtermos a aceleração instantânea em t = 4 s , devemos calcular a ( 4) fazendo com que h → 0 . Como am = 8 é uma
dV
Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: = 8 m / s2
dt t =4
Página 7 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
dV
Observe que a derivada da velocidade em função do tempo nos fornece a função aceleração: = V (t ) = a(t ) .
dt
Notação:
Quando derivamos a função horária da posição encontramos a velocidade. Se a derivarmos novamente encontramos a
aceleração. Sendo assim, podemos dizer que a aceleração é a segunda derivada da posição e indicamos por:
dS d 2S
S (t ) = = V (t ) e S (t ) = = a (t )
dt dt 2
Nota: Abordaremos esse conteúdo [derivadas sucessivas] com detalhes mais adiante!
Resolução:
Inicialmente, vamos calcular o coeficiente angular m s da reta secante à parábola dada, que passa pelos seus pontos de
abscissas x = 1 e x = 1 + h . Assim:
(1 + h) 2 − (1) 2 (1 + 2h + h 2 ) − 1 2h + h 2 h.(2 + h)
ms = = = = = 2+h
1+ h −1 h h h
O coeficiente angular m t da reta tangente à parábola no seu ponto A(1 , 1 ) será obtido a partir de m s , fazendo-se h tender
a zero. Desta forma:
mt = lim [ 2 + h ] = 2
h→0 .
Substituindo em y − y A = m( x − x A ) temos:
y − 1 = 2.( x − 1 ) y −1 = 2x − 2 y = 2x − 1
19
calcule f .
2
Página 8 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
a) a TV quando x = 0 .
b) a equação da reta t tangente à curva f (x ) no ponto em que x = −1 .
c) o coeficiente angular da reta tangente à curva f (x ) no ponto em que 𝑥 = √2/3. [veja observação abaixo]
Página 9 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
1) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer de modo que sua velocidade obedece à função: v(t) = t2 – 4t
[sendo: “v” em m/s e “t” em segundos]. Sabe-se que a aceleração média da partícula [am] num certo intervalo de tempo, é
dada por am = ∆v/∆t , determine:
2) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo à função horária: S(t) = t2 – 7t + 10 [com S em
metros e t em segundos]. Assim:
Página 10 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
6) A população inicial de uma colônia de bactérias é 10000. Depois de t horas a colônia terá uma população P(t) que obedece
a lei: P(t) = 10000 + 8600t + 10000t2. Assim:
7) Determine:
1
a) o coeficiente angular da curva y= no ponto em que x = 3 .
x Nota:
1
Nota: represente graficamente a função y= para avaliar melhor seus resultados.
x
Extraído/adaptado de: THOMAS, George B. Cálculo. V. 1. Pearson. São Paulo: 2002.
8) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo a função horária: S(t) = 4t3 – 5t2 + 8t +1 [sendo S
em metros e t em segundos]. Então:
1a) –3 m/s2 1b) –3,5 m/s2 1c) –3,9 m/s2 1d) h − 4 1e) aceleração instantânea 1f) – 4 m/s2
2a) v(t) = 2t – 7 2b) v(3) = –1 m/s 2c) a(t) = 2 2d) a(3) = 2 m/s2
3) f’(2) = 26
4) g’(1) = –2
5) y = 8x – 5
6a) P(10) = 1.096.000 bactérias 6b) dP/dt = 8600 + 20000t 6c) 208.600 bactérias/hora
8a) v(t) = 12t2 – 10t + 8 8b) v(1) = 10 m/s 8c) a(t) = 24t – 10 8d) a(4) = 86 m/s2
O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente.
Página 11 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
a c
• Equação Geral: ax + by + c = 0 → Sendo que na equação geral: m=− e n=−
b b
y y
• Equação Reduzida: y = mx + n
n ●n
●
y − yA
↳ Coeficiente angular: m = tg ou m= B
xB − x A ●
0 x 0
●
x
y
x y
• Equação Segmentária: + =1
p q q
●
p → intercepto x
↳ Sendo que:
●
p 0 x
q → intercepto y
x = f (t )
• Equações Paramétricas:
y = g (t )
x = 4t − 7
↳ Sendo que t é um parâmetro comum às equações. Veja um exemplo:
y = 2 + t
Quando conhecemos:
x y 1
• 2 pontos A( x A , y A ) e B ( x B , y B ) : Substitua os pontos em: y = mx + n ou aplique: xA yA 1 = 0
xB yB 1
Página 12 de 13
IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO
[Relembrando] Exemplo 1: Escreva a equação da reta “s” na forma geral e reduzida, sabendo que ela passa pelo
ponto P ( 1 , 2) e tem coeficiente angular igual a 3 .
Resolução:
y − 2 = 3( x − 1 ) y = 3x − 1
y − 2 = 3x − 3 0 = 3x − y − 1
s: y = 3x − 1 s: 3x − y − 1 = 0
↳ equação reduzida da reta ↳ equação geral da reta
[Relembrando] Exemplo 2: A reta “ r ” está representada graficamente logo abaixo. Escreva a equação desta reta nas
formas: segmentária, geral e reduzida.
y
Resolução:
●5
Observando o gráfico ao lado, temos:
4
●
0 x
x y
r: + =1 → equação segmentária da reta
4 5
5x + 4 y 20
=
20 20
5 x + 4 y = 20
4 y = − 5 x + 20
− 5 x + 20 5x
y = → r: y = − + 5 → equação reduzida da reta
4 4
Não aprenda a desejar aquilo que não merece. [retirado de um biscoito da sorte chinês]
Página 13 de 13