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IFSC / A Derivada Prof.

Júlio César TOMIO

A DERIVADA [Noção e Definição]


Introdução:
O cálculo é a matemática das variações. O instrumento principal do cálculo para estudar as taxas de variação é um método
conhecido como derivação. Neste estudo, vamos descrever esse método e mostrar como ele pode ser usado para determinar
a taxa de variação de uma função [em qualquer um de seus pontos] e também a inclinação de qualquer reta tangente a uma
curva.

Exemplo intuitivo:

Num experimento científico em laboratório, um móvel se desloca sobre uma trajetória retilínea obedecendo à função horária
S(t) = 3t2 – 5t + 2 [sendo S em metros e t em segundos]. Assim:
a) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 4 ] ?
b) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 3 ] ?
c) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; 2,1 ] ?
d) Qual a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 ; (2 + h) ], com h ≠ 0?
e) Como você interpreta fisicamente a velocidade média da partícula no item anterior, quando “h” tende a zero?
f) Qual a velocidade da partícula no instante t = 2 s?

Resolução: Cálculos auxiliares:


2
a) A velocidade média V m de um móvel num certo intervalo de tempo é definida pelo S (t ) = 3t − 5t + 2

S = S final − S inicia l e o intervalo de tempo


2
quociente entre o espaço percorrido S ( 2) = 3( 2) − 5( 2) + 2
S ( 2) = 3( 4) − 10 + 2
gasto para percorrê-lo t = t final − tinicial . Assim:
S ( 2) = 12 − 8
S S final − S inicia l S (4) − S (2) 30 − 4 26 S ( 2) = 4
Vm = = = = = = 13
t t final − t inicial 4−2 2 2 2
S (t ) = 3t − 5t + 2
2
Logo: Vm = 13 m / s S ( 4) = 3( 4) − 5( 4) + 2
S ( 4) = 3(16 ) − 20 + 2
S ( 4) = 48 − 18
b) Neste item, temos:
S ( 4) = 30
S S final − S inicia l S (3) − S (2) 14 − 4 10
Vm = = = = = = 10 2
S (t ) = 3t − 5t + 2
t t final − t inicial 3− 2 1 1
2
S (3) = 3(3) − 5(3) + 2
Logo: Vm = 10 m / s S (3) = 3(9) − 15 + 2
S (3) = 27 − 13
c) E neste item, temos: S (3) = 14

S S final − S inicia l S (2,1) − S (2) 4,73 − 4 0,73 2


S (t ) = 3t − 5t + 2
Vm = = = = = = 7,3
t t final − t inicial 2,1 − 2 0,1 0,1 2
S ( 2,1) = 3( 2,1) − 5( 2,1) + 2
S ( 2,1) = 13, 23 − 10 ,5 + 2
Logo: Vm = 7,3 m / s S ( 2,1) = 4,73

d) Neste caso, calcularemos primeiramente S ( 2 + h ) . Ao h denominamos ”incremento”. Então:


2
S (t ) = 3t − 5t + 2
2
S ( 2 + h ) = 3( 2 + h ) − 5( 2 + h ) + 2
2
S ( 2 + h) = 3( 4 + 4h + h ) − 10 − 5h + 2
2
S ( 2 + h ) = 12 + 12 h + 3h − 8 − 5h
2
S ( 2 + h ) = 4 + 7 h + 3h

S S final − S inicia l S (2 + h) − S (2) [4 + 7 h + 3h 2 ] − [4] 7h + 3h 2 h(7 + 3h)


Vm = = = = = = = 7 + 3h
t t final − t inicial 2+h−2 h h h

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Logo: Vm = [ 7 + 3h ] m / s

Observe que este item com o incremento genérico h na verdade engloba os itens calculados anteriormente. Veja:

No item (a) temos: h=2 s  Vm = 7 + 3.(2) = 7 + 6 = 13 m / s


No item (b) temos: h=1 s  Vm = 7 + 3.(1) = 7 + 3 = 10 m / s
No item (c) temos: h = 0,1 s  Vm = 7 + 3.(0,1) = 7 + 0,3 = 7,3 m / s

e) No item anterior [d] obtivemos a velocidade média da partícula no intervalo de tempo [ 2 , ( 2 + h ) ] , com h  0 . Quando
h tende a zero [ h → 0 ] , o segundo extremo de intervalo de tempo tende a 2 e o referido intervalo tende para [ 2 , 2 ] ,
que podemos definir como um “intervalo de amplitude nula”, caracterizando exatamente o instante t = 2 s . Assim,
fisicamente, quando h tende a zero [ h → 0 ] , a velocidade média tenderá para o que chamaremos de velocidade
instantânea da partícula no instante t = 2 s e esta velocidade poderá ser denotada por V ( 2) .

f) Considerando o exposto no item [e], concluímos que: V ( 2) = lim [ 7 + 3h ] = 7 m / s


h →0

2
Nota: O gráfico abaixo representa a função S (t ) = 3t − 5t + 2 do exemplo intuitivo em questão. Trace a reta secante para
t = 2 s e t = 4 s e observe os valores utilizados para calcular a velocidade média nesse intervalo. Trace também a reta
tangente para t = 2 s e observe que isso resultou no cálculo da velocidade instantânea para esse instante.

Observação:

Taxas de variação normalmente podem ser


identificadas através de suas unidades. São
exemplos de taxas de variação:

→ m/s
→ km/h
→ ºC/min
→ m/s2
→ g/dia
→ habitantes/m2
→ litros/h
→ peças/min
→ libras/pol2
→ g/cm3

entre outras.

A velocidade média é uma TAXA DE VARIAÇÃO MÉDIA [TVM], pois indica a variação entre duas grandezas [o espaço percorrido
S
em relação ao tempo gasto para percorrê-lo] e é definida como: = Vm .
t
Quando calculamos a velocidade no instante t = 2 s encontramos a velocidade instantânea, e assim, temos neste caso uma
TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA [TVI], que chamaremos de derivada de “S” em relação à “t” no instante 2 s, e
dS
podemos denotar por: = V (2) = 7 m / s
dt t = 2

De maneira análoga, para funções com as variáveis x e y , a derivada é a taxa de variação [instantânea] de y em
dy
relação à x , e podemos denotar por: .
dx

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Agora podemos formalizar o conceito de derivada:

DEFINIÇÃO

Derivada de uma função:

A derivada de uma função f (x ) em relação à x é a função f (x ) [que se lê: “f linha de x”] dada por:

f ( x + h) − f ( x )
f ( x) = lim
h→0 h

Uma função f (x ) é derivável [ou diferenciável] num ponto x = a , se f (x ) existe, ou seja, se o limite [acima] existe no
ponto em que x = a.

Observação: O processo para calcular uma derivada é chamado de derivação (ou diferenciação).

Notação de derivada [Operadores]:


dy
A derivada f (x ) muitas vezes é escrita na forma y  , ou ainda, na forma: . Nesta última notação, o valor da derivada
dx
dy dy
da função f no ponto em que x = a , ou seja, f (a ) , é escrito na forma: . Assim: f ( a ) =
dx x =a dx x =a

Pronúncias e outras notações:

y → [lê-se: “y linha”, ou melhor: derivada de y]

y (x) → [lê-se: “y linha de x”, ou melhor: derivada de y em relação à x]

dy
→ [lê-se: “dê y sobre dê x”, ou melhor: derivada de y em relação à x].
dx

y → [lê-se: “y ponto”, ou melhor: derivada de y]

Dx f → [lê-se: “dê f de x”, ou melhor: derivada de f em relação à x]

df
→ [lê-se: “dê f sobre dê x”, ou melhor: derivada de f em relação à x].
dx

Algumas similaridades de operadores:


dy df
Com indicação que a derivada é no ponto x=a: f (a) = = y(a) = (a) = Dx f ( a )
dx x =a dx
dy df
Apenas a indicação do operador de derivação: f ( x) = = y = = Dx f = y
dx dx
Notas:
Veja a similaridade:
dy
• A notação é devida a Leibnitz. y f ( x 2 ) − f ( x1 )
dx • Na TVM temos:  TVM =
x x 2 − x1
• A notação f (x ) é atribuída a Lagrange.
dy f ( x1 + h) − f ( x1 )
• Na TV temos:  TV = lim
• A notação y é atribuída a Newton. dx h→0 x1 + h − x1

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Agora, revisitando o exemplo intuitivo visto anteriormente:

Para encontrarmos a velocidade no instante t = 2 s , calculamos a derivada da função S (t ) = 3t − 5t + 2 no ponto em


2

que t = 2 s . Assim:
dS
= S (2) = V (2) = 7 m / s
dt t =2

Isso implica em dizer que a derivada da função horária da posição nos fornece a função da velocidade, ou seja:

dS
= V (t )
dt

Veremos a seguir que, a derivada da função horária da velocidade nos fornece a função da aceleração, ou seja:

dV
= a(t )
dt

A derivada como coeficiente angular da reta tangente à curva num determinado ponto

Seja f uma função derivável [qualquer] representada no gráfico abaixo:

𝑷
f(x)

x x

Gostaríamos de encontrar a inclinação da reta tangente a este gráfico em um determinado ponto. Vamos supor o ponto
P ( x , y ) , que representaremos por P ( x , f (x )) . Sabemos que o coeficiente angular de uma reta nos dá a inclinação da
mesma. Sendo assim, vamos encontrar o coeficiente angular da reta tangente à curva [gráfico] no ponto P ( x , f (x )) .

𝑷
f(x)

x x

Agora, sejam P ( x , f (x )) e Q ( x + h , f ( x + h )) dois pontos da função f onde h [incremento] representa a diferença


entre as abscissas de P e Q . Já é de nosso conhecimento como determinar o coeficiente angular da reta que passa pelos
pontos P e Q , utilizando os conceitos de trigonometria no triângulo retângulo PQR . Então:

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Seja s a reta secante ao gráfico de f pelos pontos P e Q .


f(x)
y s
Q
f(x+h)

P
f(x) R

x x+h x

Observando o triângulo PQR , sabemos que o coeficiente angular m s da reta secante s é dado por:

cat . op. QR f ( x + h) − f ( x ) f ( x + h) − f ( x )
ms = tg  = =  ms =  ms =
cat . adj. PR x+h−x h

Agora, vamos considerar no gráfico de f os pontos Q1 , Q2 , Q3 ,..., Qn posicionados cada vez mais próximos de P . Imagine
que a reta s permaneça passando pelo ponto P , entretanto, o ponto Q será trocado gradativamente pelos
Q1 , Q2 , Q3 ,..., Qn que se aproximam de P . Isso fará com que a reta s que é secante à curva, “tenda” para a posição de
tangência no ponto P [tornando-se a reta t ] fazendo, consequentemente, o acréscimo [ou incremento] h , tender a zero.
f(x)
y s
Q
f(x+h)
Q1

Q2

P Q3
f(x) R

x x+h x

f ( x + h) − f ( x )
Assim, o coeficiente angular m t da reta tangente t à curva no ponto P , será dado por: mt = lim .
h→0 h

Note que o valor de m t coincide com o valor da derivada de uma função, conceito este visto anteriormente. Assim concluímos
que:

f ( x + h) − f ( x )
mt = f ( x) = lim
h →0 h

Conclusivamente:

A derivada de uma função f [diferenciável] no ponto P ( a , f ( a )) é:

• O coeficiente angular m t da reta tangente à curva da função f nesse ponto P.


ou
• A [TV] taxa de variação f (a ) [da grandeza f (x ) em relação à x ] nesse ponto P .

f ( a + h) − f ( a )
Simbolicamente temos: mt = f (a) = lim
h →0 h

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1) Considere o movimento de um corpo ao cair de uma grande altura. De acordo com a física clássica, em t segundos de
queda, o corpo percorre uma distância S (t ) = 4,9t metros. Suponha que estejamos interessados em determinar a velocidade
2

do corpo após 2 segundos. A menos que o corpo caia equipado por um velocímetro, é difícil medir diretamente a velocidade.
Entretanto podemos determinar a distância percorrida pelo corpo entre o instante t = 2 e t = 2 + h e calcular a velocidade
média durante esse intervalo de tempo e, fazendo h → 0 , teremos a velocidade instantânea em t = 2 s .

Resolução:

S S (2 + h) − S (2) 4,9.(2 + h) 2 − 4,9.(2) 2 4,9.(4 + 4h + h 2 ) − 4,9.(4) 19,6h + 4,9h 2


Vm = = = = = = 19,6 + 4,9h
t 2+h−2 h h h

Se o intervalo de tempo h é pequeno, a velocidade média está próxima da velocidade instantânea no instante t = 2 s . Assim,
é razoável determinar a velocidade instantânea tomando o limite da expressão anterior quando h tende a zero:

dS
V ( 2) = lim [ 19,6 + 4,9h ] = 19,6 m / s ou, usando a notação de Leibnitz: = 19,6 m / s
h→0 dt t =2

Dessa forma, após 2 segundos de queda, o corpo estará viajando a uma velocidade de 19,6 m / s .

2) [FLEMMING] Uma região X é atingida por uma moléstia epidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de
pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia da epidemia) é,
aproximadamente, dado por:
t3
N (t ) = 64t −
3
Pergunta-se:
a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 4 ?
b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 8 ?
c) Quantas pessoas são atingidas pela epidemia no 5 º dia?

Resolução:

A taxa com que a epidemia se propaga é dada pela razão de variação da função N (t ) em relação à t.
Aplicaremos a definição de derivada para resolver os itens [a] e [b].

N (4 + h) − N (4) N (h + 4) − N (4)
a) Para t = 4 dias : Aplicando a definição, temos: N (4) = lim = lim
h→0 ( 4 + h) − 4 h→0 h

 ( h + 4) 3   ( 4) 3   ( h 3 + 12h 2 + 48h + 64)   704 


 64( h + 4 ) − −
  64.4 −   64 h + 256 − − 3 
N ( 4) = lim
 3   3 
= lim  3   
h→0 h h→0 h

144h − h 3 − 12h 2 h.(144 − h 2 − 12h) (144 − h 2 − 12h)


N (4) = lim = lim = lim = 48
h→0 3h h→0 3h h→0 3

dN
Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: = 48 pessoas atingidas / dia
dt t =4

N (8 + h) − N (8) N ( h + 8) − N (8)
b) Para t = 8 dias : Aplicando a definição, temos: N (8) = lim = lim
h→0 (8 + h) − 8 h→0 h

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 ( h + 8) 3   (8) 3   ( h 3 + 24h 2 + 192h + 512)  1024 


 64.( h + 8) − −
  64.8 −   64 h + 512 − − 3 
N (8) = lim
 3   3 
= lim
 3   
h→0 h h→0 h
−h3 − 24h 2 h (−h 2 − 24h) (−h 2 − 24h)
N (8) = lim = lim = lim = 0
h →0 3h h →0 3h h →0 3

Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos:

dN
= 0 pessoas atingidas / dia
dt t =8

 Qual o significado deste resultado?

t3
Ao lado, a representação gráfica de N (t ) = 64t − .
3

Nota: Poderíamos otimizar os cálculos das questões [a] e [b]


calculando a derivada da função N (t ) genericamente para t+h
e somente ao final, substituir os valores de t=4 e t =8 [como
no exemplo 2 de sala de aula, que será resolvido a seguir].

c) Para determinarmos quantas pessoas foram atingidas pela


epidemia no 5 º dia, basta calcular N (5) − N ( 4) . Assim:

 (5) 3   (4) 3   835   704  131


N (5) − N (4) = 64.(5) −  − 64.(4) −  = − = = 43,66...
 3   3   3   3  3

Logo, no 5 º dia serão atingidas pela epidemia aproximadamente 44 pessoas.

3) Uma partícula caminha sobre uma trajetória retilínea de modo que sua velocidade obedece à função V (t ) = 8t − 2 , com
V em m/s e t em segundos. Determine a aceleração da partícula no instante t = 4 s .

Resolução:

Para obter a aceleração instantânea da partícula no instante t = 4 s , deve-se inicialmente calcular a aceleração média no
intervalo de tempo [ 4 , ( 4 + h) ] .

A aceleração média a m de um móvel num certo intervalo de tempo é definida pelo quociente entre a variação de velocidade
V = V final − Vinicia l e o intervalo de tempo correspondente: t = t final − tinicial . Assim:

V V final − Vinicia l V (4 + h) − V (4) [8.(4 + h) − 2] − [8.(4) − 2] [30 + 8h] − [30] 8h


am = = = = = = =8
t t final − t inicial ( 4 + h) − 4 h h h

Assim: am = 8 m / s 2

Para obtermos a aceleração instantânea em t = 4 s , devemos calcular a ( 4) fazendo com que h → 0 . Como am = 8 é uma

função independente de h [função constante], quando h → 0 , a am continua sendo 8 , ou seja: a ( 4) = 8 m / s 2 .

Veja: a ( 4) = lim [ 8 ] = 8 m / s 2 [Quando a aceleração é constante temos um MUV!]


h→0

dV
Utilizando a notação de derivada [Leibnitz], temos: = 8 m / s2
dt t =4

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dV
Observe que a derivada da velocidade em função do tempo nos fornece a função aceleração: = V (t ) = a(t ) .
dt
Notação:
Quando derivamos a função horária da posição encontramos a velocidade. Se a derivarmos novamente encontramos a
aceleração. Sendo assim, podemos dizer que a aceleração é a segunda derivada da posição e indicamos por:

dS d 2S
S (t ) = = V (t ) e S (t ) = = a (t )
dt dt 2

Nota: Abordaremos esse conteúdo [derivadas sucessivas] com detalhes mais adiante!

4) Obtenha a equação da reta tangente à curva y = x


2
no ponto A(1 , 1 ) .

Resolução:

Inicialmente, vamos calcular o coeficiente angular m s da reta secante à parábola dada, que passa pelos seus pontos de
abscissas x = 1 e x = 1 + h . Assim:

(1 + h) 2 − (1) 2 (1 + 2h + h 2 ) − 1 2h + h 2 h.(2 + h)
ms = = = = = 2+h
1+ h −1 h h h

O coeficiente angular m t da reta tangente à parábola no seu ponto A(1 , 1 ) será obtido a partir de m s , fazendo-se h tender
a zero. Desta forma:
mt = lim [ 2 + h ] = 2
h→0 .

Então, a reta tangente à parábola no ponto A(1 , 1 ) tem coeficiente angular mt = 2 .

Substituindo em y − y A = m( x − x A ) temos:

y − 1 = 2.( x − 1 )  y −1 = 2x − 2  y = 2x − 1

Logo, a equação da reta tangente à curva y = x


2
no ponto A(1 , 1 ) é: y = 2x −1 .

EXEMPLOS ADICIONAIS [resolução em sala]:

1) Determine a [fórmula da] derivada da função f ( x ) = x − 5 x + 6 , através da definição de derivada. Em seguida,


2

 19 
calcule f  .
2

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2) Dada a função f ( x ) = x − 2 x + 4 , determine:


3

a) a TV quando x = 0 .
b) a equação da reta t tangente à curva f (x ) no ponto em que x = −1 .
c) o coeficiente angular da reta tangente à curva f (x ) no ponto em que 𝑥 = √2/3. [veja observação abaixo]

Nota: O gráfico acima foi plotado no Winplot.

Observação: Para simplificar o texto, poderemos escrever a questão 2(c) assim:


→ Determine o coeficiente angular da curva f (x ) no ponto 𝒙 = √𝟐/𝟑.

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3) Determine a derivada da função f ( x ) = ax + bx + c aplicando a definição.


2

[Lista 06A] EXERCÍCIOS – A Derivada: Noção e Definição

1) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer de modo que sua velocidade obedece à função: v(t) = t2 – 4t
[sendo: “v” em m/s e “t” em segundos]. Sabe-se que a aceleração média da partícula [am] num certo intervalo de tempo, é
dada por am = ∆v/∆t , determine:

a) Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 ; 1 ] ?


b) Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 ; 0,5 ] ?
c) Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 ; 0,1 ] ?
d) Qual a aceleração média da partícula no intervalo de tempo [ 0 , h ] , com h ≠ 0?
e) Como você interpreta fisicamente a aceleração média da partícula no item anterior, quando “h” tende a zero?
f) Qual a aceleração da partícula no instante t = 0 s?

2) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo à função horária: S(t) = t2 – 7t + 10 [com S em
metros e t em segundos]. Assim:

a) Determine a lei de sua velocidade em função do tempo.


b) Calcular a velocidade da partícula no instante t = 3 s
c) Obter a lei de sua aceleração em função do tempo.
d) Calcular a aceleração da partícula no instante t = 3 s.

3) Dada a função 𝒇(𝒙) = 𝟓𝒙𝟐 + 𝟔𝒙 − 𝟏 , calcule 𝒇′(𝟐).

4) Dada a função 𝒈(𝒙) = 𝟓 − 𝟐𝒙 , determine 𝒈′(𝟏).

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5) Determine a equação da reta tangente à curva 𝒚 = 𝟐𝒙𝟐 + 𝟑 no ponto 𝑷(𝟐 , 𝟏𝟏).

6) A população inicial de uma colônia de bactérias é 10000. Depois de t horas a colônia terá uma população P(t) que obedece
a lei: P(t) = 10000 + 8600t + 10000t2. Assim:

a) Determine o número de bactérias presentes depois de 10 horas.


b) Encontre a lei que dá a taxa de variação da população P em relação ao tempo t.
c) Determine a taxa de variação [instantânea] da população quando t = 10 horas.

7) Determine:

1
a) o coeficiente angular da curva y= no ponto em que x = 3 .
x Nota:

1 1 Com o objetivo de simplificar o “texto”,


b) para qual valor de “ x ”, o coeficiente angular de y = será − ?
x 4 onde escrevemos: “o coeficiente angular
da reta tangente à curva no ponto P”,
1
c) o coeficiente angular da curva y = no ponto em que x = a escreveremos: “o coeficiente angular da
x curva no ponto P”.
e avalie o seu sinal [quando será positivo e/ou negativo].

1
Nota: represente graficamente a função y= para avaliar melhor seus resultados.
x
Extraído/adaptado de: THOMAS, George B. Cálculo. V. 1. Pearson. São Paulo: 2002.

8) Uma partícula caminha sobre uma trajetória qualquer obedecendo a função horária: S(t) = 4t3 – 5t2 + 8t +1 [sendo S
em metros e t em segundos]. Então:

a) Determine a lei de sua velocidade em função do tempo.


b) Calcular a velocidade da partícula no instante t = 1 s
c) Obter a lei de sua aceleração em função do tempo.
d) Calcular a aceleração da partícula no instante t = 4 s.

RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS – RESPOSTAS

1a) –3 m/s2 1b) –3,5 m/s2 1c) –3,9 m/s2 1d) h − 4 1e) aceleração instantânea 1f) – 4 m/s2

2a) v(t) = 2t – 7 2b) v(3) = –1 m/s 2c) a(t) = 2 2d) a(3) = 2 m/s2

3) f’(2) = 26

4) g’(1) = –2

5) y = 8x – 5

6a) P(10) = 1.096.000 bactérias 6b) dP/dt = 8600 + 20000t 6c) 208.600 bactérias/hora

7a) –1/9 7b) para x =  2 7c) m < 0 para a  *

8a) v(t) = 12t2 – 10t + 8 8b) v(1) = 10 m/s 8c) a(t) = 24t – 10 8d) a(4) = 86 m/s2

O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente.

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IFSC / A Derivada Prof. Júlio César TOMIO

RELEMBRANDO: TIPOS [FORMAS] DE EQUAÇÃO DE UMA RETA [NO PLANO]

A equação de uma reta [no plano] pode ser escrita na forma:


↳ Geral Nota:
↳ Reduzida Nem todas as retas podem ser
↳ Segmentária representadas em todas as
↳ Paramétrica formas citadas ao lado.

Detalhando um pouco, temos:

a c
• Equação Geral: ax + by + c = 0 → Sendo que na equação geral: m=− e n=−
b b

Observe que, se na forma geral: ax + by + c = 0


− ax − c
Isolarmos o termo em y temos: by = − ax − c → y=
b
a c  a  c
Agora, separando o denominador: y = − x− → y =  − x +  − 
b b  b  b
Assim temos a equação da reta na sua forma reduzida: y = mx + n

y y
• Equação Reduzida: y = mx + n
n ●n

y − yA
↳ Coeficiente angular: m = tg  ou m= B
xB − x A ●
0 x 0

x

Nota: A função polinomial do 1º grau é representada pela equação reduzida da reta.

y
x y
• Equação Segmentária: + =1
p q q

 p → intercepto x
↳ Sendo que: 

p 0 x
q → intercepto y

 x = f (t )
• Equações Paramétricas: 
 y = g (t )
 x = 4t − 7
↳ Sendo que t é um parâmetro comum às equações. Veja um exemplo: 
y = 2 + t

RELEMBRANDO: COMO ENCONTRAR [CALCULAR] A EQUAÇÃO DE UMA RETA

Quando conhecemos:
x y 1
• 2 pontos A( x A , y A ) e B ( x B , y B ) : Substitua os pontos em: y = mx + n ou aplique: xA yA 1 = 0
xB yB 1

• 1 ponto P ( x P , y P ) + o coeficiente angular m : Aplique em: y − y P = m( x − x P )


↳ “Equação Fundamental da Reta”

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[Relembrando] Exemplo 1: Escreva a equação da reta “s” na forma geral e reduzida, sabendo que ela passa pelo
ponto P ( 1 , 2) e tem coeficiente angular igual a 3 .

Resolução:

Aplicando a “equação fundamental da reta”, temos:

y − y P = m( x − x P ) Da equação reduzida da reta em questão, fazemos:

y − 2 = 3( x − 1 ) y = 3x − 1

y − 2 = 3x − 3 0 = 3x − y − 1

s: y = 3x − 1 s: 3x − y − 1 = 0
↳ equação reduzida da reta ↳ equação geral da reta

[Relembrando] Exemplo 2: A reta “ r ” está representada graficamente logo abaixo. Escreva a equação desta reta nas
formas: segmentária, geral e reduzida.
y
Resolução:

●5
Observando o gráfico ao lado, temos:
4

0 x
x y
r: + =1 → equação segmentária da reta
4 5

5x + 4 y 20
=
20 20

5 x + 4 y = 20

r: 5 x + 4 y − 20 = 0 → equação geral da reta

4 y = − 5 x + 20

− 5 x + 20 5x
y = → r: y = − + 5 → equação reduzida da reta
4 4

Não aprenda a desejar aquilo que não merece. [retirado de um biscoito da sorte chinês]

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