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Questão: Ligação parafusada de uma dupla cantoneira trabalhando a tração:

Dimensione a diagonal de uma treliça que está submetida a um esforço de


tração Td de 1725 kN, que já é a solicitação de projeto.
Considere que a diagonal é formada por uma dupla cantoneira de abas iguais
(utilize a tabela de cantoneiras ao final da questão) e será ligada a uma placa de
gusset com uma dupla fila de parafusos com furos padrão executados com
broca. O aço para as cantoneiras e para a placa gusset é o MR250 (fyk=25,00
kN/cm2 e fu=40,00 kN/cm2). Utilize parafusos A325 db= 22,23 mm.
Em relação a furação executada, o espaçamento entre cada linha de 2 furos,
centro a centro é de 3 d b (após o cálculo de 3db, arredonde para um número
inteiro de milímetros) e da linha de 2 furos à borda da cantoneira é 1,75 db
(após o cálculo de 1,75db, arredonde para um número inteiro de milímetros)
(Figura 3a). As distâncias entre os furos de uma linha de 2 furos e do furo mais
próximo ao encontro das abas são dadas pelo gabarito de furação de cantoneiras na
tabela apresentada em anexo.

i) Dimensione a cantoneira efetuando todas as verificações necessárias,


conforme feito em aula;
ii) Calcule o número de parafusos necessários a ligação;
iii) Faça um desenho da furação na aba da cantoneira tomando por base o croquis
apresentado na figura 3b.
iv) Dimensione a placa gusset, efetuando todas a verificações necessárias,
conforme feito em aula;
v) Determine o comprimento máximo que a diagonal pode ter em função das
cantoneiras dimensionadas por você;

Figura 3.a

Figura 3.b
i) Dimensione a cantoneira efetuando todas as verificações necessárias,
conforme feito em aula;

DADOS:

T d=1725 kN
Parafusos= A 325 , d b=22,23mm=2,223 cm
25,00 kN 40,00 kN
Aço Placa=MR 250 , f yk = 2
, f u=
cm c m2
Distância centro a centro=3∗d b=3∗2,223 cm=6,669 cm ≅ 7,00 cm
Distância do furo à borda=1,75∗d b=1,75∗2,223 cm=3,890 cm ≅ 4,00 cm

i) Calcule o número de parafusos necessários a ligação;

Determinando o número de linhas de 2 furos necessárias para a solicitação


dada:

Esforço de tração
quantidade de parafusos=
Cisalhamentoduplo corte na rosca

1725 kN
quantidade de parafusos= =9,093 ≅ arredondando, 10
189,7 kN

Logo, será adotado um número de 5 linhas de furos com 2 parafusos em cada,


totalizando 10 parafusos.
Determinando a área da seção bruta:

A g∗f yk Fd . γα 1
F d= ,logo : A g =
γ α1 f yk

Sendo:

Td 1725 kN
F d= = =862,5 kN por cantoneira
2 cantoneiras 2

Logo:

862,5 kN .1,10
A g= 2
=37,95 cm2
25,00 kN /cm

A seção escolhida foi a de 6”, ou 152X152mm, as suas especificações são as


seguintes:

Desenho da furação na aba da cantoneira tomando por base os croquis


apresentado na figura 3b e os formulários auxiliares.
Verificando o ELU por escoamento da seção bruta para a seção adotada:

Ag . f y
N t ,sd =
γα1
2 2
41,48 cm ∗25,00 kN /cm
N t ,sd = =942,727 kN >862,5 kN ∴OK !
1,1

Verificação de ruptura da seção líquida no ELU:

Determinando a área líquida da seção furada:


2
An =41,48−2∗[( 2,223+ 0,15 )∗1,43]=34,693 cm

Determinando o C t

ec
C t=1−
l

4,34
C t=1− =0,84 5
4∗7 , 0

Ae = A n∗C t

Ae =34,693∗0 , 845=29,3156 cm ²

A e∗f u 29,3156∗40
N t ,sd = = =868,61kN > 862,5 kN ∴OK !
γ α2 1,35

Verificando esmagamento sem rasgamento:

1,2∗l c∗t∗f u 2,4∗d b∗t∗f u


Rdc ≤ ≤
γa2 γa 2

Lc=7,0−(2,223+0,15)=4,672 cm

Rdc ≤ ¿

Verificando rasgamento entre furo e borda:

Distância do furo à borda=1,75∗d b=1,75∗2,223 cm=3,890 cm ≅ 4,00 cm


l c =4,00−0,5∗( 2,223+0,15 ) =2,813 cm

1,2∗2,813∗1,43∗40
Rdc = =143,025
1,35

143,025 ≤226,054 ≤ 235,257

1725
=172,5
10

172,5
=86,25
2

Como:

86,25 ≤ 143,025∴ OK !

Verificação do estado limite da seção por rasgamento.

Calculando a área bruta sujeita ao cisalhamento:

Lgv =4∗70+40=320 mm=32cm

A gv =32∗1,43=45,76 cm 2

Calculando a área líquida sujeita ao cisalhamento:

Lnv =[ ( 4∗7,0 )+ 4,0 ]−4,5∗( 2,223+0,15 )=21,846 cm

2
Anv =21,846∗1,43=31,240 cm

Calculando a área líquida sujeita a tração:

Lnt =(6,4 +3,14)−1,5∗( 2,223+0,15 )=6,055 cm


Ant =6,055∗1,43=8,658 cm 2

Rasgamento:

1 1
Rd = ∗( 0,60∗f u∗A nv +C ts∗f u∗A nt ) ≤ ∗(0,60∗f y∗A gv +C ts∗f u∗Ant )
γ α2 γα2

(0,60∗40∗31,240+0,5∗40∗8,658) (0,60∗25∗45,76+0,5∗40∗8,658)
Rd = ≤
1,35 1,35

Rd =683,644 kN ≤ 636,711 kN

Será adotado Rd =636,711 kN

636,711 kN∗2=1273,42 kN <1725 kN ∴ não OK !

Como a condição não passou, vamos aumentar a quantidade de parafusos em


um par, logo:

Calculando a área bruta sujeita ao cisalhamento:

Lgv =5∗70+ 40=390 mm=39 cm

2
A gv =39∗1,43=55,77 cm

Calculando a área líquida sujeita ao cisalhamento:

Lnv =[ ( 5∗7,0 )+ 4,0 ]−5,5∗( 2,223+ 0,15 )=25,948 cm

2
Anv =25,948∗1,43=37,105 cm

Calculando a área líquida sujeita a tração:

Lnt =(6,4 +3,14)−1,5∗( 2,223+0,15 )=6,055 cm

Ant =6,055∗1,43=8,658 cm 2

Rasgamento:
1 1
Rd = ∗( 0,60∗f u∗A nv +C ts∗f u∗A nt ) ≤ ∗(0,60∗f y∗A gv +C ts∗f u∗Ant )
γ α2 γα2

(0,60∗40∗37,105+0,5∗40∗8,658) (0,60∗25∗55,77 +0,5∗40∗8,658)


Rd = ≤
1,35 1,35

Rd =787,911 kN ≤747,933 kN

Será adotado Rd =747,933 kN

747,933 kN∗2=1495,87 kN < 1725 kN ∴não OK !

Novamente, como a condição não passou, vamos aumentar a quantidade de


parafusos em mais um par, logo:

Calculando a área bruta sujeita ao cisalhamento:

Lgv =6∗70+ 40=460 mm=46 cm

2
A gv =46∗1,43=65,78 cm

Calculando a área líquida sujeita ao cisalhamento:

Lnv =[ ( 6∗7,0 ) +4,0 ]−6,5∗( 2,223+0,15 )=30,575 cm

2
Anv =30,575∗1,43=43,722 cm

Calculando a área líquida sujeita a tração:

Lnt =(6,4 +3,14)−1,5∗( 2,223+0,15 )=6,055 cm

2
Ant =6,055∗1,43=8,658 cm
Rasgamento:

1 1
Rd = ∗( 0,60∗f u∗A nv +C ts∗f u∗A nt ) ≤ ∗(0,60∗f y∗A gv +C ts∗f u∗Ant )
γ α2 γα2

(0,60∗40∗43,772+ 0,5∗40∗8,658) (0,60∗25∗65,78+0,5∗40∗8,658)


Rd = ≤
1,35 1,35

Rd =906,736 kN ≤ 859,156 kN

Será adotado Rd =859,156 kN

859,156 kN∗2=1718,31kN < 1725 kN ∴ não OK !

Novamente a condição não passou porem devido à proximidade no resultado,


iremos usar uma distância próxima a essa, com a quantidade inicial de parafusos
(10 unidades), devido a ter um menor número de parafusos, a área será maior, logo:

Distância centro a centro parafuso:

460−40
=105 mm=10,5 cm
40

Logo, será adotado 11 cm, assim:

Calculando a área bruta sujeita ao cisalhamento:

Lgv =4∗110+40=480 mm=48 cm

2
A gv =48∗1,43=68,64 cm

Calculando a área líquida sujeita ao cisalhamento:

Lnv =[ ( 4∗11,0 )+ 4,0 ] −4,5∗( 2,223+0,15 )=37,321 cm

2
Anv =37,321∗1,43=53,369 cm
Calculando a área líquida sujeita a tração:

Lnt =(6,4 +3,14)−1,5∗( 2,223+0,15 )=6,055 cm

2
Ant =6,055∗1,43=8,658 cm

Rasgamento:

1 1
Rd = ∗( 0,60∗f u∗A nv +C ts∗f u∗A nt ) ≤ ∗(0,60∗f y∗A gv +C ts∗f u∗Ant )
γ α2 γα2

(0,60∗40∗53,369+0,5∗40∗8,658) (0,60∗25∗68,64+0,5∗40∗8,658)
Rd = ≤
1,35 1,35

Rd =1077,05 kN ≤ 890,933 kN

Será adotado Rd =890,933 kN

890,933 kN∗2=17881,87 kN >1725 kN ∴OK ! Finalmente !

O esquema da furação da aba da cantoneira terá as seguintes características:


Dimensionando a placa Gusset:

Determinando a área da placa Gusset:

Inicialmente adotaremos a medida de 16mm, conforme tabela fornecida:

L
tg30 º =
440 mm

L=254,034 mm
Ltotal=2∗254,034+64=572,068 mm=57,207 cm

Considerando uma placa com 16 mm de espessura.


2
A g=57,207∗1,6=91,531 cm

Verificando o ELU para o escoamento da seção bruta:

A g . f y 91,531∗25
N t ,sd = = =2080,25 kN >1725 kN ∴OK ‼
γα1 1,1

Verificando o ELU para ruptura da seção líquida:

An =A g −2∗( 2,223+ 0,15 )∗1,6

2
An =91,531−2∗( 2,223+0,15 )∗1,6=83,937 cm

A n . f y 83,937∗40
N t ,sd = = =2487,02 kN >1725 kN ∴OK !
γ α1 1,35

Verificando o ELU para o colapso por rasgamento da placa:


Calculando a área bruta sujeita ao cisalhamento:

Lgv =2∗(4∗11,0+4,0)=96 cm

A gv =96∗1,6=153,60 cm 2

Calculando a área líquida sujeita ao cisalhamento:

Logo, a área líquida sujeita ao cisalhamento será:

Lnv =2∗[ ( 4∗11,0 ) +4,0 ]−4,5∗( 2,223+0,15 )=85,321 cm

2
Anv =85,321∗1,6=136,514 cm

Calculando a área líquida sujeita a tração:

Lnt =6,4−1,0∗( 2,223+ 0,15 )=4,027 cm

2
Ant =4,027∗1,6=6,443 cm

Rasgamento:

C t=1,0

1 1
Rd = ∗( 0,60∗f u∗A nv +C ts∗f u∗A nt ) ≤ ∗(0,60∗f y∗A gv +C ts∗f u∗Ant )
γ α2 γα2

(0,60∗40∗136,514+ 1,0∗40∗6,443) (0,60∗25∗153,60+ 1,0∗40∗6,443)


Rd = ≤
1,35 1,35

Rd =2617 kN ≤ 1897,57 kN

Será adotado Rd =1897,57 kN

1897,57 kN >1725 kN ∴ OK !

Determine o comprimento máximo que a diagonal pode ter em função das cantoneiras
dimensionadas por você:

Considerando que a maior índice de esbeltez não ultrapasse 300, temos que:

Considerando I mín =3 cm conforme a tabela fornecida.

L
λ≤
I mín
L
300 ≤
3 cm

L ≥900 cm=9,0 m

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