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Aula: Tipos de colonização: vinda por motivos político-religiosos (Am. Norte); clima
diferente, interesse extrovertido, trabalho escravo (mais lucrativo – tráfico e menor
custo – tráfico promovia escravidão), latifúndio, exclusivo metropolitano, importa
manufaturados, exporta matéria-prima, balança comercial favorável à metrópole,
monocultor, atende demandas da metrópole (Am. Sul)
Expansão ultramarina > colonização Novo mundo > absolutismo > sociedade
estamental > desintegração do feudalismo > estrutura feudal + produção capitalista >
capitalismo mercantilista.
Escravismo não foi opção, mas decorria da adequação da empresa aos mecanismos do
Regime Colonial.
Aula: Martins – trata de uma economia não exportadora; aponta um equívoco que tendia
dizer que MG era um estado que exportava escravos. Defende a ideia que MG não era
exportadora, mas importadora de escravos. Por isso, tenta explicar o porquê isso
aconteceu. Bibliografia não trazia base coerente para explicar essa importância. Tenta
contrastar com ela o caráter do sistema colonial : extrovertido. Encontra explicação no
funcionamento em um mercado de subsistência, tentando recuperar argumento clássico.
Mineração não requeria muitos escravos; com o declínio da mesma, teria levado a uma
transferência dos mesmos para outras atividades e estados. A mineração não foi uma
fonte exportadora e mesmo com o declínio, MG continuou recebendo contingentes de
escravos. A explicação não é econômica, mas que MG teria apego aos valores
(tradicionais) em torno da escravidão, sendo responsável pelo elevado contingente
escravo no estado.
Martins: social > econômico; Slenes: econômico > social.
Fichamento: *Não fora a produção para o mercado externo que gerou a demanda por
escravos. Minas tinha de enviar escravos para fora para permitir sua importação.
Argumento encontrado é o de que a decadência da mineração deixou um estoque de
escravos, que serviu para outras regiões, como RJ ou SP. Argumento: MG, na primeira
parte do séc. XIX era uma economia de exportação significativa e que os efeitos
multiplicadores do setor externo sobre o interno eram maiores em Minas do que nas
outras áreas de plantation do RJ e SP.* O desenvolvimento da lavoura teria
desencadeado a migração interna. Martins/Slenes acreditam que Minas, SP e RJ, nos
municípios onde avia lavoura, eram importadores de escravos e nos que não tinham,
tendiam-se a perder escravos. O setor cafeeiro só veio a empregar mais de mil escravos
na década de 1830, não passando de 30~35 mil. O objetivo do autor é estudar a
participação de Minas no tráfico internacional e interno de escravos no século XIX.
Em 1835, o tráfico continuava a todo pano, porém os escravos eram mais caros em
Minas do que no RJ, que era feito por cafeicultores que eram ou tinham sido traficantes.
Durante o censo feito, Minas tinha mais escravos que o PR, MG, BA e GO somados.
Para defender sua hipótese, Martins faz estimativas da taxa de crescimento. A
quantidade de escravos é muito sensível à taxa de crescimento natural adotada, mas a
direção do tráfico, segundo o autor, seria inequívoca. Ao contrário de Slenes, que
constatou que a taxa de crescimento era negativa entre 10~15 mil ao ano, Martins
verificou que a mesma tinha um saldo positivo entre 8~9 mil ao ano.
Aula: Slenes: propõe uma releitura dos dados de Martins, por vezes defendendo seus
argumentos. A verificação de que não havia exportação de escravos não é suficiente
para invalidar o argumento central da historiografia e não elimina o caráter extrovertido
da economia. Ainda que MG utilizasse escravos, isso seria uma característica do estado,
não invalidando que a agroexportação era o centro dinâmico. Mercados de subsistência
foram o suporte para a economia agroexportadora. O centro dá economia é externo.
Fichamento: Questiona Martins e seus argumentos. Minas era uma economia vicinal,
voltada para o consumo local, com grande setor camponês. Segundo os Martins, o
impulso para a compra de escravos sairia da alta razão terra/população que caracterizava
Minas, impedindo a formação de um mercado de mão-de-obra livre, já que ninguém se
submeteria a trabalhar como assalariado, confirmado o apego à escravidão. O aumento,
segundo Martins, teria se dado naturalmente, de um balanço nas taxas de nascimento e
mortes. Slenes acredita que Martins subestima a importância do setor exportador de
Minas e seu impacto na economia, apontando que Martins negligencia a análise de
outros contextos em que o trabalho servil foi significativo além da plantation. Segundo
Slenes, os mineiros não teriam capacidade de pagar tantos escravos quanto Martins
segure.
Nem terra abundante, nem ligações entre a exportação e o setor interno, nem um
mercado vigoroso, nem o conjunto disso teria sido suficiente para produzir um sistema
escravista dinâmico em MG no período anterior a 1850. Os brasileiros antes de 1850
enfrentavam uma situação de terra livre e escravos abundantes cujo preço era acessível
a pessoas que não tinham o capital para instalar plantations. Com o fim do tráfico, a
oferta ficou restrita, e o preço, subiu, fragmentando o mercado nacional, surgindo
diferenças nas mão-de-obra forçadas. A transferência teria sido feita para atividades
domésticas.
Slenes acredita não ser possível acreditar no censo feito, pois as informações seriam
parciais e incompletas. Martins não consegue, a seu ver, derrubar o argumento que as
regiões mineiras eram exportadoras de escravos. O efeito multiplicador em Minas era
grande e incidia sobre tudo no setor escravista. A economia em MG fazia parte do
complexo cafeeiro. A produção para fora teve um impacto dentro da economia que não
é visível nos dados sobre exportação. O centro dinâmico da economia encontrava-se no
setor exportador. Era uma economia “fechada” – não à possibilidade exportar, mas de
importar. A escravidão teve importância devido à possibilidade de usar o trabalho e a
terra para a produção mercantil.
Cafeicultura se manteve pelo avanço da demanda. Oscilação dos preços até o teto varia
de acordo com o caráter permanente da cultura cafeeira, fatores naturais e procura
externa. Ciclo cafeeiro não varia de acordo com a oscilação das economias
exportadoras, mas de acordo com a oferta. Período de maturação do café é grande.
Solução foi generalizar a demanda, baixando os preços para aumentar a oferta.
Surgimento de oligopólios, manipulação do preço e taxas altas de lucros.
Desvalorização da taxa de câmbio compensava a baixa dos preços.
A demanda por produtos primários, exercida pelo centro, marca o nascimento das
economias periféricas, teria revelado pouco dinamismo, por duas vezes: devido ao
crescimento econômico relativamente lento dos países centrais e a queda de seu
coeficiente global de importação, decorrente do deslocamento da hegemonia central da
Inglaterra para os EUA.
A deterioração das relações de troca se explica pela relativa lentidão com que o
desenvolvimento industrial do mundo vai absorvendo o excesso real ou potencial de
população ativa dedicada às atividades primárias.
Segundo Fernando Henrique, a economia cafeeira cria as condições ao gerar uma massa
de capital monetário concentrada nas mãos de determinada classe social, ao transformar
a própria força de trabalho em mercadoria e promover a criação de um mercado interno
de proporções consideráveis. O capital industrial nasce como desdobramento do
cafeeiro emprego no núcleo produtivo do complexo exportador e seu segmento urbano.
O movimento do capital cafeeiro ao industrial beneficiou-se da Política Econômica do
Estado, com crédito farto e os instrumentos utilizados. A existência de trabalhadores
livres permitiu converter os excedentes. O complexo cafeeiro gerou capital-dinheiro que
se transformou em industrial e criou condições para essa transformação, o que só foi
possível porque se estava atravessando um auge exportador.
A lucratividade dos projetos foi favorecida pela queda da taxa de salários, pelo grau de
proteção que gozou a produção industrial e pelas isenções tarifárias. Nas últimas
décadas do século XIX, a indústria está passando por um processo de monopolização
com mudança tecnológica. O capital cafeeiro dá nascimento e estimula a grande
indústria ao mesmo tempo em que coloca limites à acumulação industrial. A produção
do café é demanda por terras, meios de produção e força de trabalho, pelo lado da
acumulação e, pelo lado do gesto corrente, demanda por alimentos, bens de consumo
assalariado e bens de consumo capitalista.
A partir de 1933 até 1955, há uma nova fase de transição, uma vez que a acumulação se
move a um novo padrão, de industrialização restringida, porque as bases técnicas e
financeiras de acumulação são insuficientes para o processo de desenvolvimento
industrial. O setor industrial se liberta da dependência que o atrelava pela realização dos
lucros da economia cafeeira, porém a capacidade para importar continua a impor um
limite dentro do padrão de acumulação, mantendo-se restringida. O nascimento tardio
acarretava em uma descontinuidade tecnológica.
Período cafeeiro possui dois períodos: 1886 – 1918, de expansão e até 1929 de
depressão. As condições de acumulação foram favoráveis, com amplitude de terras,
extensão das estradas de ferro e força de trabalho abundante. As desvalorizações
cambiais estão ligadas ao período de expansão, permitindo acumulação. A política
econômica do Estado contribuiu para a valorização e para a desvalorização.
Quando se dá a crise, o Estado não dispunha meios de financiá-la, não podendo contar
com créditos externos, uma vez que o governo não conseguia pagar os funding loans.
Assim, restabeleceu-se a tarifa-ouro, aumento a carga tributária e o funding fora
negociado. Após as reformas fiscais entre 1899-1902, o Estado lançou um vigoroso
programa de investimentos em infraestrutura de transportes e melhoramentos urbanos.
Não conseguindo controlar os gastos, fez-se outro funding loan.
Há uma segunda valorização do café. A burguesia cafeeira não teria podido deixar de
ser a matriz da industrial porque foi a única classe que acumulou suficiente para tal. Há
um vazamento de capital monetário do complexo exportador cafeeiro porque a
acumulação financeira sobre passava as possibilidades de acumulação produtiva.
Bastava que os projetos assegurassem uma rentabilidade positiva, garantindo a
reprodução de lucros. O movimento foi facilitado pelas condições de financiamento. O
complexo exportador cafeeiro engendrou o capital-dinheiro disponível para
transformação em capital industrial e criou as condições a ela necessárias: parcela de
força de trabalho disponível ao capital industrial e uma capacidade para importar capaz
de garantir a compra de meios de produção e de alimentos e bens manufaturados de
consumo, indispensáveis à reprodução da força de trabalho industrial.
Início do séc. XIX : diminuição das exportações, governo escasso em recursos, perda de
força do ouro, empobrecimento da população, crises políticas. Diante disso, o país não
tinha fontes de recursos de captação pois esteve preso a Portugal por muito tempo. Para
fomentar a indústria e a economia nacional o governo precisava de mais fontes de
recursos, ampliando a emissão de papel-moeda, desvalorizando a moeda para
compensar a “criação”, aumentando, os produtos importados.
Os EUA não passaram pela mesma situação pois o algodão lá plantado subsidiou a
Revolução Industrial inglesa. Mecanização de tecidos tinha demanda, permitindo novos
investimentos. O algodão teve o preço reduzido por conta da produção em larga escala,
o que permitiu ao país se inserir no mercado internacional, dinamizando a economia.
O café segue como fator dinamizador da economia por conta dos fatores específicos,
relacionados à abundância de terras, estratégia de ampliar fronteiras agrícolas. Seria
necessário mais mão de obra, uma vez que o escravo não se reproduz. País não tinha
condições de importar tecnologia. O desenvolvimento da economia viria com o mercado
interno, formado apenas com a mão de obra assalariada. Essa apenas não era usada
porque foi difundida a ideia que ela não servia para a grande lavoura, que não
compensaria nem o subsídio governamental. O governo, mudando de posição, paga o
transporte de imigrantes, que não deu certo, pois criou um regime de semi-servidão para
o pagamento do transporte.
1882: produção ultrapassa consumo, para isso o governo desvalorizou a moeda, gerando
inflação, prejudicando setores nacionais e favorecendo exportadores de café, pela queda
do preço do mesmo.
Burguesia consegue terras devido a ligação com o poder. Foi a valorização do café que
levou à valorização das terras. Manutenção do sistema fundiário: entrave ao
desenvolvimento capitalista, para completar deveria desvincular-se o capital agrário do
industrial, que se desenvolve localmente, explorando o trabalho.
Produção de café cresceu durante o século XIX, também deslocando a produção para SP
e mudando as relações de produção. Com a imigração, o trabalho escravo cedeu lugar
ao assalariado. Havia, inclusive migrações internas, consequência do desenvolvimento
das relações capitalistas que tinha como centro a economia cafeeira. Há greves e
mecanização do trabalho, que consistiu num meio necessário ao estabelecimento de
plantações distantes de portos, que só foi possível com as estradas de ferro, resultando
num desenvolvimento do capitalismo. Casas de exportação centralizam a compra da
produção.
Capital cafeeiro apresenta características do agrário, industrial, bancário e comercial,
sendo dominantemente comercial., resultado do desenvolvimento ainda fraco das
relações de produção capitalista no Brasil. Aqui, o comercial domina a produção e a
submete às suas exigências e pela posição no seio da economia mundial.
Terras de “ninguém” passam a ser da burguesia, que está no poder. Expandem o café,
assim como capitalismo. A abundância de terras é essencial à expansão cafeeira. Com o
desenvolvimento do capitalismo, a terra perde sua importância.
Dívida externa crescente indica dependência comercial e financeira. Para pagar funding
(necessário equilíbrio financeiro), precisa diminuir despesa, aumento de taxas é
inadequado. Manutenção da posição subordinada. Expansão cafeeira – rápida
acumulação. Divisão do trabalho limita os efeitos dessa acumulação ao nível da
revolução do modo de produção. Desequilíbrio externo é contradição – nascimento da
indústria e consequente elevação da produtividade, é associado á formas de
desenvolvimento capitalista. Trabalho assalariado representa saída para o mesmo.
Capital industrial concentra-se nos setores de bens de consumo. Brasil passa direto à
grande indústria, sem estágios anteriores. É o capital industrial que exprima as
características das formas de desenvolvimento presentes no capital cafeeiro e que
determinam efeitos reduzidos da acumulação no nível do modo de produção.
Até o Estado Novo, nem o projeto de industrialização pesada ganhou consistência nem
foi levado a definição. Apenas traduziu a ação estatal. Plano Especial (Dasp):
concretizar ação industrializante sob a forma de planos globais dos investimentos, com
taxas sobre operações cambiais, lucros sobre operações bancárias e vendas de
Obrigações do Tesouro. Faltava um conjunto de instrumentos de ordem fiscal e
financeira que garantisse o suporte financeiro aos planos, cabendo ao Estado estimular a
produção, intervir, dirigir e tornar-se empreendedor e comerciante.
Criação de Comissões: sugestões e não ação propriamente ditas.
1946: Aparelho econômico sofre expansão, novo regime corta alguns órgãos.
Mantiveram-se o funcionamento das empresas e institutos de regulação da produção e
consumo, com o governo seguindo uma política econômica de corte liberação em
relação ao comércio exterior e ortodoxa em relação ao gasto público, crédito e
congelamento de salários.
Plano Salte (Dasp) não enfrentou setores como o rodoviário; energia – petróleo e
hidráulica, alimentação – melhoria na agricultura, saúde – campanhas contra doenças.
Fontes financeiras eram dotações orçamentárias comuns, mas não tinha instrumentos
para garantir sua implementação. Foi tentativa de planificar e coordenar a
industrialização. Prioridades eram investimentos em capital social básico, especialmente
transporte e energia.
Expansão das bases fiscais do Estado por meio de uma reforma do IR, tentativa de
financiamento externo e projeto de reforma bancária., elevando taxas tributárias.
Projetos e planos permitiram um avanço da diferenciação industrial e o amadurecimento
de pré-requisitos infraestruturas indispensáveis à industrialização pesada, voltada para o
crescimento definitivo do capitalismo industrial no Brasil esta sim ausente dos projetos
do governo Dutra.