Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ementa: Análise da Teologia dos livros do Novo Testamento, agrupados por seus escritores,com
atenção especial para o valor doutrinário de cada autor. Ement Marconi: Estudo da disciplina
conhecida como Teologia Bíblica do Novo Testamento(TBNT), iniciando com o seu conceito,
classificação, fatores formativos e valores; estudo da sua formação histórica, e estudo dos principais
temas do NT, delineado por abordagens de vários teólogos, mencionando as dificuldades e buscando o
significado teológico e sua a compreensão nas Escrituras do Novo Testamento.
Objetivo Geral: Levar o aluno a conhecer a manifestação do reino de Deus revelado nos
Evangelhos Sinópticos, os pensamentos joanino, paulino e petrino, observando o desenvolvimento da
teologia na Igreja Primitiva e os acontecimentos futuros como revelados no livro de Apocalipse.
Objetivos do Marconi: O conteúdo desta disciplina alcança o entendimento do formando por meio do
estudo analítico e reflexivo dos temas teológicos. Ao concluir cada unidade ou temas, e finalmente os
estudos desta disciplina, o aluno será capaz de explicar o significado teológico e a importância dos
temas estudados, revelando conhecimento satisfatório acerca deles e de suas relações para com o viver
do homem hodierno.
Conteúdo Programático:
TBNT 2
TBNT 3
UNIDADE 6: APOCALIPSE
1. Escatologia Nos Evangelhos Sinóticos No Evangelho de João Nas Epístolas Paulinas
2. O conteúdo. Método de Interpretação.
3. O problema do mal. A visitação de ira divina.
3. A vinda do Reino.
Metodologia:
Exposição oral, Seminários, Pesquisas. Leituras de livros e textos. Dinâmicas.
Recursos Auxiliares:
Quadro branco e pincel apropriado, video-cassete, filmes, retroprojetor, textos, dinâmicas.
Avaliação:
Provas escritas, Trabalhos em equipe, Freqüência do aluno às aulas, discussões em classes.
Bibliografia:
Apostila:
Definição Teologia Bíblica
A Teologia bíblica estuda a Bíblia e organiza as conclusões obtidas pela Teologia exegética (que
usa técnicas como a exegese para interpretar a Bíblia) em várias divisões e áreas de estudo, com a
finalidade de estudar e conhecer a evolução ou a história progressiva da Revelação de Deus à
humanidade, desde da sua queda e passando pelo Antigo Testamento e Novo Testamento.
A Teologia Bíblica, ao contrário da Teologia Sistemática, é indutiva, isto é, a partir da pesquisa
exegética faz afirmações, ou seja, parte do específico para o geral. De um modo geral, a Teologia
Bíblica parte da exegese de textos bíblicos como afirmação primeira, daí elaborando afirmações
decorrentes.
A Teologia Bíblica divide-se em:
Teologia Bíblica do Antigo Testamento. (Prof. marcos) Nesta parte, os teólogos bíblicos dão
especial ênfase às profecias e indícios revelados no Antigo Testamento relativos à vinda e
missão de Jesus Cristo, o Messias;
Teologia Bíblica do Novo Testamento. (Prof. marcos)
Classificação da teologia
Não há uma Teologia Bíblica unificada, o que há são diversas teologias das tradições
biblicas. Mesmo no Antigo Testamento, encontram-se as teologias dos livros históricos, e
estas ainda se subdividem em outras teologias de acordo com o método de pesquisa
empregado, também encontram-se a teologia dos escritos proféticos e dos escritos
sapienciais. No Novo Testamento há a teologia de Mateus, de João (Jo, 1Jo, 2Jo, 3Jo, Ap), de
Paulo (Cartas Paulinas), de Lucas (Lc e At).
1. Teologia naturalista ou teodicéia (melhor termo)
É a busca pelo conhecimento divino utilizando-se do meio de observação humana da
natureza e da racionalização humana.
2. Teologia Sistemática
É a organização dos fatos teológicos, na forma de um sistema racional; tendo como fontes:
a revelação e a filosofia e várias outras ciências como a antropologia e a etnografia.
3. Teologia Bíblica (Teologia Exegética ou Positiva)
Tendo como fonte exclusiva as Escrituras. Estabelece os fatos teológicos, tendo como pontos de
vista a Revelação, historicidade e experiências.
O teológo alemão Hans-Joachim Kraus aborda no livro Die Biblische Theologie esta problemática da
múltiplas tradições e teologias bíblicas.
A Teologia Bíblica define-se basicamente
Teologia Bíblica do Novo Testamento
Objetivo específico é o de conhecer Deus através da pessoa de Jesus como a imagem
de Deus invisível (Col. 1.15).
Visa também conhecer as experiências dos cristãos sob a influência dinâmica do Espírito
Santo, e interpretar suas novas atitudes, em função da nova vida (regenerada) que
alcançaram.
Basicamente, é a busca por conhecer as Escrituras do Novo Testamento de maneira
especializada, tendo-a como a única fonte confiável, infalível e última na formação do corpo
de doutrinas cristãs, que conduz à prática e propicia respostas às inquirições humanas.
A partir de sua distinção em relação à Teologia Sistemática e à História das Religiões. A
proposta fundamental da Teologia Bíblica é construir uma teologia a partir das Escrituras, de modo
indutivo, sem depender das categorias definidas pela Sistemática ou pela Dogmática. a expressão
não diz respeito à teologia de acordo com a Bíblia, nem uma teologia herética. Ou uma teologia que
está baseada nas Escrituras. Nenhuma dessas sugestões é correta. Vejamos o seguinte quadro:
ABORDAGEM Fonte dos Dados Metodologia Hermenêutica
Teologia Bíblica Cânon das Escrituras Exegética e Teológica Descritiva
Organização: e Normativa
Conceitual, Tópica e
Histórica.
Teologia Sistemática Escrituras Sagradas, Teológica Normativa
Tradição Histórica, e Filosófica. e Construtiva
Razão (filosofia) e Organização
Experiência Humana. sistemática e lógica.
História da Religião Escrituras, Fenomenológica Descritiva
documentos de outras e Histórica:
religiões, literatura e Organização:
arqueologia. Cronológica e
Genética.
A Teologia Bíblica parte unicamente das Escrituras e procura prescindir da filosofia e da
teologia sistemática, organizando os dados bíblicos a partir da lógica interna do pensamento bíblico.
É essencialmente descritiva, mas pode também tornar-se normativa quando pergunta qual o valor do
texto bíblico para o intérprete de hoje. Um exemplo prático da diferença de abordagem entre as duas
pode ser percebido no campo da escatologia. Enquanto a teologia bíblica discute as tensões bíblicas
entre o “já” e o “ainda não” do Reino de Deus (escatologia realizada e escatologia futura), a teologia
sistemática evangélica volta-se para divisões como pré-milenismo, pós-milenismo, amilenismo, pré-
tribulacionismo, etc. Sr. José Maria
Resumo Histórico
As raízes da teologia bíblica estão na Reforma Protestante. O ponto de partida
protestante Sola Scriptura lançou a semente para uma teologia exegética, buscando livrar-se da
Dogmática Eclesiástica. (discutir) Os comentários de Calvino são os primeiros exemplos de uma
exegese bíblica histórico-gramatical, que estabelecia os primórdios da futura teologia bíblica.
Todavia, a maioria dos estudiosos define o início do moderno estudo da teologia bíblica, ou mais
especificamente, da teologia bíblica do Antigo Testamento, a partir da palestra inaugural do
professor Johann Philipp Gabler na Universidade de Altdorf em 1787. Antes de Gabler não havia
uma distinção entre teologia dogmática e teologia bíblica. Não havia separação entre teologia do
Novo Testamento e teologia do Antigo Testamento. Gabler defendia essas distinções. Mesmo que
nunca tenha escrito uma teologia do Antigo Testamento, foi o professor Gabler quem estabeleceu os
princípios básicos e o método pelos quais seria possível escrever uma teologia bíblica do Antigo
Testamento. A base do estudioso alemão era racionalista, e foi sobre tais fundamentos é que
surgem os primórdios da teologia bíblica. Apesar dessa influência filosófica da época, muito clara em
estudiosos como G. L. Bauer, de Wette e F. C. Baur, alguns estudiosos adotaram uma linha mais
evangélica e menos racionalista. Entre eles devem ser mencionados E. W. Hengstenberg, F.
Delitzsch e G. F. Oehler.
Entre 1880 e 1930 a incipiente teologia bíblica perdeu espaço para os estudos da
história da religião. As novas tendências filosóficas, aliadas à curiosidade européia para com os
costumes e idéias religiosas de outros povos fomentou uma interpretação da fé bíblica dentro de um
contexto religioso universal. A fé de Israel e do cristianismo deveriam ser vistas sob parâmetros
evolucionários e à luz da comparação com as outras religiões conhecidas.
Somente depois da década de 30 do século XX foi que ressurgiu o interesse pela
teologia bíblica. Tal efervescência perdura até os anos 70. Muitos nomes de peso surgem tanto no
campo do Antigo como do Novo Testamento. Nomes como O. Eissfeldt, W. Eichrodt, G. von Rad, B.
Childs, C. Westermann, W. C. Kaiser, S. Terrien, W. Brueggmann, R. Bultmann, H. Conzelmann, E.
Käsemann, H. J. Kraus, K. H. Schelkle, J. Jeremias, G. E. Ladd e D. Guthrie tornaram-se marcas na
teologia bíblica principalmente durantes as décadas de 30 a 70. Além disso, muito da teologia
contemporânea interagiu bastante com o pensamento bíblico e estabeleceu modelos sistemáticos de
teologia menos presos a categorias filosóficas clássicas. Aqui merecem destaque especial os nomes
de K. Barth, W. Pannenberg e Oscar Cullmann. Nas últimas décadas a teologia bíblica continua viva,
mas tem enfrentado dificuldades e alguns até crêem que esteja em grande crise. Para entendermos
melhor seus caminhos, é preciso destacar suas principais tarefas.
A Tarefa da Teologia Bíblica
Conforme já foi sugerido, a tarefa da teologia bíblica é construir uma teologia a partir do
texto bíblico, edificando uma espécie de “macro-exegese”, procurando metodologicamente isentar-se
de leituras confessionais e filosóficas a priori. Todavia, uma teologia bíblica séria deverá enfrentar
algumas questões importantes das quais não poderá omitir-se:
1. Teologia descritiva ou normativa. Qual é o papel de uma teologia bíblica? Procurar detectar
os conceitos teológicos dos autores bíblicos, ou deve ela também definir normas ético-religiosas a
partir da experiência histórica e teológica da comunidade da fé. Será que um aspecto exclui o outro?
É possível manter a tensão entre as duas ênfases?
2. A Relação entre os testamentos. Pode existir uma teologia do AT, independente do Novo
Testamento? Será que a teologia do AT é uma disciplina exclusivamente cristã? Existirá uma
teologia do AT judaica? Que tipo de relação existe entre os dois testamentos? Continuidade ou
Descontinuidade? Como trabalhar a unidade da mensagem bíblica, sem desvalorizar o AT e sem
uma “cristianização” exagerada do mesmo? Todas essas perguntas são inescapáveis e merecem
atenção do teólogo bíblico.
3. Abordagem diacrônica ou sincrônica. Muitas teologias bíblicas e sistemáticas parecem
considerar o texto bíblico homogêneo e uniforme. Será que é possível fazer teologia bíblica sem
considerar a história e algum tipo de desenvolvimento teológico nas Escrituras. É verdade que o
histori-cismo do século XIX e sua postura evolutiva trouxe uma espécie de trauma para muitos
estudiosos da Bíblia. No entanto, ainda que seja árdua lidar com o papel da história na teologia,
cremos ser impossível fazer uma boa teologia, sem considerá-la adequadamente.
4. Relação com a autoridade da Bíblia. Por mais isenta que seja uma teologia bíblica, ela não
poderá deixar de trabalhar com pressupostos. Um dos mais relevantes é exatamente o ponto de
partida para com a própria Bíblia. Devemos praticar uma hermenêutica de suspeita para com o
texto? Ou devemos interpretar o texto sagrado de maneira afirmativa, numa relação de empatia para
com o mesmo. Quando um outro referencial externo explícito comanda a hermenêutica das
Escrituras dificilmente poderá construir-se uma teologia bíblica que faça justiça ao texto.
5. Unidade e diversidade. Será possível achar um centro de organização para uma teologia
da Bíblia, ou do AT e do NT. Será que o conceito de aliança, de promessa ou de ação divina na
história são adequados para organizar o material bíblico. Seria tal abordagem forçada, pelo fato de
existirem vários centros de organização do texto? Essa é uma questão difícil que não pode ser
esquecida. Além disso, a diversidade presente nas Escrituras levanta outra questão: Existe uma
teologia bíblica (ou do AT/NT) ou existem várias teologias? É bem conhecido o fato de que os
teólogos liberais levaram a diversidade teológica bíblica às últimas conseqüências. Por outro lado,
fundamentalistas têm tentado ver unidade a partir de lentes mais sistemáticas e filosóficas do que
bíblicas. Como deve ser trabalhada essa relação? Aí está um grande dilema ainda aberto para a
discussão dos estudiosos.
6. Teologia canônica ou não canônica. Por mais simples que possa parecer essa questão, ela
merece muita atenção. Já que temos acesso a material religioso da fé de Israel e da igreja primitiva,
devemos perguntar se uma teologia bíblica deve fazer referência a esse material. Por outro lado, já
que se trata de uma teologia construída dentro da comunidade da fé, a igreja, deve-se perguntar se
os parâmetros da dogmática cristã e esse fator devem restringir a teologia a uma abordagem
canônica.
7. Relação com a sistemática. Uma vez construída uma teologia bíblica chegará ela a algum
lugar sem uma relação com a sistemática? É possível construir uma teologia bíblica sem cair na
fragmentação muitas vezes acéfala? Que tipo de relação deve se manter entre as duas abordagens?
Doutrinas cardeais e essencias da fé como a Trindade teriam relevância significativa numa teologia
bíblica? Com certeza o diálogo é fundamental e necessário, para que as duas abordagens se
completem.
FATORES FORMATIVOS DA TEOLOGIA (Autêntica)
Nº 1 Jesus Cristo é uma pessoa Real, Histórica e Divina.
Nº 2 Aceitação e Credibilidade das Escrituras Sagradas (Neo-Testamentárias)
Nº 3 Reconhecer e Aceitar a Real Atuação do Espírito Santo na Vida dos Cristãos.
Nº 4 Entender e Explicar as Experiências Espirituais dos Cristãos Referidos nas
Escrituras do Novo Testamento Sujeitos à Operação do Espírito Santo.
VALOR E NECESSIDADE DA TEOLOGIA
Reconhecemos, também, que há teologias que em nada contribuem ao fortalecimento da fé,
não exercem motivação ou estimulo paro o crente viver e agir conforme a vontade de Deus. Isto
acontece porque tais teologias exercem um caráter puramente especulativo, filosófico e inclinações
confusas e indutoras de disputas infrutíferas.
A Teologia desenvolvida sem as distorções dos que a desprezam, ou dos que a
supervalorizam, é fiel à natureza e finalidade do Evangelho, e representa um grande e
necessário valor para a vida dos filhos de Deus.
A Teologia é necessária em virtude da necessidade de conhecimento da natureza intelectual do ser
humano.
A Ausência da teologia verdadeira — falta de compreensão adequada das coisas de Deus —
possibilita duas distorções: a superstição e o fanatismo:
O REINO DE DEUS
(Marcos 1.14-15; Mateus 4.23; Lucas 4.21)
“De Agostinho aos reformadores, o ponto de vista dominante foi que o Reino, de um modo ou
de outro, deveria ser identificado com a Igreja” (p.55-6).
Atualmente, este ponto de vista é raro, mesmo entre os teólogos católicos.
Outros têm argumentado sobre um Reino futuro e totalmente escatológico (Johannes Weiss)
E Albert Schweitzer, interpretação escatológica, em que Jesus esperava o Reino num futuro
próximo.
Desde então, a maioria dos eruditos não tem considerado o Reino como
exclusivamente escatológico. "Rudolf Bultmann aceitou a aproximação iminente do Reino
escatológico como a interpretação correta da mensagem de Jesus, mas o verdadeiro
significado do Reino deve ser compreendido em termos existenciais: a proximidade e a
exigência de Deus” (p. 56)
“Tem havido um sem-números de interpretações não escatológicas do Reino de Deus.
Muitos eruditos têm interpretado o Reino primariamente em termos da experiência religiosa
pessoal — o reino de Deus na alma do indivíduo.” (p.56)
“Na Grã-Bretanha, a interpretação mais influente tem sido a de C. H. Dodd, conhecida
como ‘Escatologia Realizada’” (p.56). Ele compreende a mensagem apocalíptica como
uma série de símbolos que representam as realidades que os homens não entenderiam de
um modo direto.
Deste modo o Reino (o "totalmente outro") entrou na História através de
Jesus, sendo descrito numa ordem transcendental, tudo o que os profetas haviam
predito e esperado, agora tinha sido realizado na história. Dodd, minimizou o aspecto
futurista do Reino, mas em sua última publicação (The Founder of Christianity, 1970) ele
admitiu que o Reino ainda aguarda a consumação "além da história" .
"Se há algum tipo de consenso entre a maioria dos eruditos, este é que o Reino é,
em algum sentido, tanto presente quanto futuro"(p. 57 )
Em certos círculos evangélicos na América e Grã-Bretanha, uma perspectiva bem
recente a respeito do Reino tem alcançado grande influência [J.D. Pentecost, Things to Come
(1958); A.J. McClain, The Great-ness of the Kingdom (1959); J. Walvoord, The Millennial
Kingdom (1959); C.C. Ryrie, Dispensationalism Today (1965); The New Scofield Reference
Bible (1967). Uma crítica ampla sobre esta perspectiva pode ser encontrada no livro de G.E.
Ladd, Crucial Questions About the Kingdom of God (1952)].. Partindo da premissa de que todas
as profecias que o Velho testamento fez com relação a Israel precisam ser literalmente
cumpridas, os dispensacionalistas têm feito uma forte diferenciação entre o Reino de
Deus e o Reino dos Céus. O Reino dos Céus significa o domínio dos céus (Deus) sobre a
terra e tem referência primária ao Reino teocrático de natureza terrena prometido ao Israel do
Velho Testamento. Somente o Evangelho de Mateus nos fornece o aspecto judaico do
Reino. Quando Jesus anunciou que o Reino dos Céus estava próximo, estava fazendo
referência ao reino teocrático terreno prometido a Israel.
Entretanto, Israel rejeitou a oferta do Reino, e, em lugar de estabelecer o Reino para
Israel, Jesus introduziu uma nova mensagem, oferecendo descanso e serviço para todos os
que cressem, iniciando a formação de uma nova família de fé, que se faz presente ao longo das
linhas de separação racial, eliminando-as. O mistério do Reino dos Céus mencionado em
Mateus 13 representa a esfera da profissão de fé cristã — cristandade — que é a forma
assumida pelo domínio de Deus sobre a terra entre os dois adventos de Cristo. O
fermento (Mateus 13.33) sempre representa o mal; no Reino dos Céus — a igreja militante — a
verdadeira doutrina será corrompida pela doutrina falsa. O Sermão do Monte é a lei do Reino
dos Céus — a Lei Mosaica do Reino teocrático do Velho Testamento, interpretada por Cristo,
destinada a ser o código de conduta do Reino aqui na terra. O Reino dos Céus, rejeitado por
Israel, será consumado no evento da volta de Cristo, quando Israel será convertido e as
promessas do Velho Testamento a respeito da restauração do Reino de Davi serão literalmente
cumpridas. O princípio básico desta linha de pensamento teológico é que há dois povos de
Deus — Israel e a Igreja — com dois destinos, sob dois programas divinos. (p. 57-8)
Outras escritores recentes tem interpretado “o Reino basicamente do mesmo modo em
termos do descortinamento da história da redenção. O Reino de Deus é o domínio real de
Deus, que tem dois momentos: um cumprimento das promessas do Velho Testamento na
missão histórica de Jesus e uma consumação ao fim dos tempos, inaugurando a Era Vindoura”
(p.58)
O Deus do Reino
“O Reino é o Reino de Deus, não do homem: Basiléia tou theou (...) o reino significa o
domínio de Deus” (p. 77)
Deus sempre é visto como governador soberano sobre todos (inclusive no judaísmo). Deus
sempre tem sido o superintendente que providencia toda a existência humana. No presente tem
manifestado sua atuação redentora em Cristo e no final revelará sua glória na consumação dos
tempos e no surgimento da Era Vindoura.
Origem do conceito “Reino de Deus” no Antigo Testamento:
O Reino de Deus é o domínio soberano de Deus, Sl. 22.28; 103.19; 1Cr. 29.11; Ex. 15.18; Is.
6.5; Dn. 4.25. O estabelecimento do Reino de Deus no A.T é tanto em âmbito nacional, como no
caso de Israel, como em âmbito universal, Ex. 19. 5-6; Sl. 2.1-5, 8-11; Is. 2.2-4; Zc. 14.9. Esses
atos são apresentados no A.T. como ato, obra e feitos relacionados à história de Israel, Ex.
15.18; 14.13; Sl. 22.27- 29; 74.12; 98.2-3; 103.7; 103.19; Is. 7.17 a luz de 10.5-7, 12, 17. O
domínio de Deus é apresentado desde o ato da criação em Gn. 1.27-28, em sua posição
absoluta, Sl. 8.5-7; através da redenção do povo de Israel no Egito e a instituição da aliança, Ex.
19. 5-6. Podemos encontrar ainda o conceito de Deus como sendo o rei que domina sobre a
criação, sobre a história humana em termos de ser o Senhor da própria história. Como Senhor
da história está julgando a todos nessa vida, e todos haverão de prestar contas com Ele no
futuro, Gn. 18.25; Sl. 75.7; 96.13; 1 Sm. 2.10. Goppelt divide a origem do poder régio de Deus
em alguns grupos:
1. Os salmos de ascensão, onde Yahweh se tornou rei, Sl. 47, 93, 96-99;
2. Nos atos salvificos de Yahweh na vida de Israel, Ex. 15.18; Sl. 44.1-5; 145.1, 13; 146.10;
74.12;
3. A profecia assume um caráter escatológico por intermédio da proclamação das boas-novas,
Is. 52.7-10;
3. Origem do “Reino de Deus” no Novo Testamento:
Para os evangelistas, o reino de Deus foi inaugurado na pessoa e obra de Jesus Cristo, sendo,
portanto, uma realidade presente e futura.
Em Marcos 13 vezes
Em Mateus 27 vezes
Em Lucas 12 vezes
Em João 02 vezes
No Novo Testamento temos o uso do sentido reino territorial, Mt. 4.8; Lc. 4.5; Mt. 12.25; Mc.
3.24; Lc. 11.17, ou no sentido de dignidade real, Lc. 19.12, 15. O termo aparece ainda como reino do
diabo, Mt. 12.26; Lc. 11.18, ou reino dos homens, Mc. 11.10, At. 1.6; e por fim o reino de Jesus
Cristo, Mt. 13.41; 16.28; Lc. 1.33; 22.30; 23.42, cuja natureza deste reino não é mundana, Jo. 18. 36.
O reino de
Deus e o reino de Cristo assumem íntima identidade, Lc. 22.29; Cl. 1.13; 1Co. 15.24.
4. O Reino Escatológico (futuro):
Em Mc. 9.1; 9.43-48; 14.25; Lc. 13.28, Jesus fala de um evento futuro, e quando Jesus fala de
Basiléia, ele pensa quase sempre no juízo final. O teólogo Joaquim Jeremias vê nos textos de Mc.
1.15; Mt. 10.7; Lc. 10.9, 11, uma forma escatológica do Reino de Deus. Para ele essa aproximação
significa: “a hora escatológico de Deus chegou. Já para Ladd, a vinda do Reino de Deus inaugura a
era Vindoura, Mt. 6.10; Lc. 19.11. Assim para G. E. Ladd, entrar na vida eterna e entrar no reino de
Deus, são sinônimos de entrar e pertencer a Era Vindoura. Esta Era Vindoura será marcada pela
destruição total e final do diabo e seus anjos, Mt. 25.41, a criação de uma nova sociedade, Mt.
13.36-43, e a perfeição absoluta, Lc. 13.28-29. Ao mesmo tempo em que Joaquim Jeremias entende
que o Reino de Deus é um reino escatológico, defende que é também um reino presente, pois já no
presente a consumação do reino está por irromper-se, Lc. 7.22 ss. 4.16-21. A figura da figueira que
brota, Mc. 13.28 ss. Vinho novo que não pode ser posto em odres velhos, Mc. 2.22 ss. As vestes
festivas do filho pródigo, Lc. 15.22 ss. Mt. 22.11. Esses textos indicam a erupção de uma nova era
ou de um novo tempo, que ele chama de tempo da salvação, pois o Salvador chegou, no aqui e
agora. Jesus fala que a hora é agora, Jo. 5.22; Mt. 7.24-30; Mt. 8.5-13.
5. O Reino de Deus na perspectiva da redenção
Para os teólogos G. E. Ladd e H. N. Ridderbos, o Reino de Deus tem dois momentos: Um
cumprimento das promessas do Antigo Testamento na missão histórica de Jesus e uma
consumação no fim dos tempos, inaugurado na era vindoura. Um momento é o aqui e agora, o outro,
é lá futuro.
6. O Ensino de Jesus sobre o reino de Deus no A.T.
Is. 40.9; 52.7; Lc. 4.18-19, 21. Mc. 3.27, como um eco, de Is. 49.24-25 em comparação com Mt.
12.28. Mt. 11.2-5 em comparação com Is. 35.3-10. Mt. 6.9-10 em comparação com Ez. 36.16-38.
veja outros textos, Mc. 8.31; Sl. 22; 60; Pv. 2.5; Is. 52.13-15; 53. 10-12; Dn. 12.13; Mt. 5.12; Dn.
12.2-3. Comparar Mc. 8.31; 9.31; 10.32 com 6.2. Ver Mc. 13.26, 14.62 com Sl. 110.1; Dn. 7.13, Sl.
2.7. Ver ainda Ex. 4.22; Is. 52.13; 42.1; Dn. 7.13-14.
7. A Necessidade do Reino de Deus:
Após batismo Jesus Cristo iniciou sua missão e ministério que foram assim narrados por Marcos,
Mc. 1.14 -15; e Mateus, Mt. 4.23; e Lucas registra um incidente em Nazaré onde Jesus se identificou
com o cumprimento da profecia de Is. 61.1, veja Lc. 4.18-21.
Ele é “O Deus QUE BUSCA”
Aquele que deve ser conhecido pela experiência e não apenas ensinado pela comunicação
intelectual. A Chegada do Reino, anunciava uma possibilidade nova / desconhecida, que Deus
estava intervindo na História através de Jesus, buscando o pecador, num ato gracioso e
redentor. Jesus veio para ministrar aos pecadores (Marcos 2.15-17);
"O centro das "boas-novas" sobre o Reino é que Deus tomou a iniciativa de buscar e achar
aquilo que se havia perdido" (p.79)
Ele é "O DEUS QUE CONVIDA"
“Jesus descreveu a salvação escatológica em termos de um banquete ou festa para a qual
muitos foram convidados (Mateus 22.1 e ss.; Lucas 14.16 e ss.; cf. Mateus 8.11)” (p. 79)
“Jesus conclamou os homens ao arrependimento, mas a intimação foi também um convite.” (p.
79)
Ele é O Deus QUE JULGA
Enquanto Ele busca o pecador, seu atributo de justiça o mantém no posto de Juiz para
aqueles que rejeitam seu Dom gracioso e salvador. “O reverso de herdar o Reino será sofre a
punição do fogo eterno (Mt. 25.34,41)" (p. 83.) Os que recusaram a entrar e tentaram impedir a
outros (Mt. 23.13) Este destino escatológico, é uma decisão determinada pelo pecador em
resposta ao convite salvador de Cristo Jesus. (Mc. 8.38 e Mt. 10.32,33). Ais contra as cidades
impenitentes de Corazim, Betsaida e Cafarnaum (Mt.11.20-24 e Lc. 10.13-15)
Jesus chorou sobre Jerusalém (Mt. 23.37-39; Lc. 13.34,35)
A figura da galinha ajuntando seus pintainhos é do VT (Dt. 32.11; Sl. 17.8; 36.7) onde O
judeu ao converter um gentio, e visto como trazendo-o sob as asas do Shekinah (a presença de
Deus) O sentido simples, é o de introduzir os fariseus no Reino de Deus, mas a rejeição fez Jesus
chorar conhecendo o que lhes esperava "e te sitiarão" (Lc. 19.41-44) Ao rejeitar a episkope graciosa
(não conheceste o tempo da tua visitação v.44), a catástrofe histórica ficou determinada trazendo
morte e destruição.
Paternidade
“O Deus PATERNAL. Deus busca pecadores, convidando-os a que se submetam ao seu
domínio para que possa ser seu Pai. O justificado por Cristo entrará no Reino Eterno de seu Pai
(Mateus 13.43) É o Pai quem preparou a graça bendita a que os filhos herdarão no Reino
(Mateus 25.34) Na oração dominical, Jesus ensina a pedir que o Reino Venha, tal é o gozo dos
remidos pelo mesmo. (Mateus 6.10)
O conceito de Pai tem raízes no VT, A Paternidade é expressa em decorrência da Aliança
entre Deus e Israel (Ex. 4.22 “Israel é meu primogênito”; Dt. 32.6; Is. 64.8; Ml. 2.10 Deus é o Pai
da nação.)
A Paternidade Universal de Deus somente pode ser entendida no sentido potencial, e não
real, (Mt. 5.44 chuva para maus e bons; Mt. 6.26 Pai de todas as criaturas, alimenta-as. Lc.
15.11-24 Filho Pródigo. – A verdade central é que Deus Busca o Pecador, o lugar próprio do
homem é na casa do Pai.
A linguagem aramaica abba foi vestida pelo grego em Rm 8.15 e Gl. 4.6, no sentido
aramaico, significa a linguagem infantil semelhante ao nosso “paizinho” Jesus proibiu usar esta
palavra no uso diário como um título de cortesia (Mt. 23.9), “deveriam reservar este termo
apenas para Deus. Abba representa a nova relação de confiança e intimidade que Jesus
conferiu aos homens” (p. 82)
O Mistério do Reino
O mistério do Reino é a vinda do Reino para a história como uma espécie adiantamento de sua
manifestação apocalíptica. Em resumo, ele significa 'o cumprimento sem consumação'. Esta é a
verdade singular ilustrada pelas várias parábolas de Marcos 4 e Mateus 13. ‘A chamada dos
doze discípulos por Jesus para participarem de sua missão tem sido amplamente reconhecida
como um ato simbólico, no qual se demonstra a continuidade entre os seus discípulos e Israel.
Que os doze representam Israel, pode ser demonstrado pela atuação escatológica que lhes foi
atribuída. Eles devem sentar-se nos doze tronos, 'a julgar as doze tribos de Israel' (Mateus
19.28; Lc 22.30). Quer esta expressão signifique que os doze devem determinar o destino de
Israel através do julgamento ou devem governar sobre eles, os doze estão destinados a
encabeçarem o Israel escatológico. (p. 102).
O número 12 simboliza a transição entre o Israel passado e o Israel escatológico
(futuro).MATEUS 16.18,19 ekklesia passou a ser um termo bíblico que designa Israel como a
congregação ou assembléia de Yahweh.
...o Reino de Deus é o domínio redentor de Deus, ativo dinamicamente, visando estabelecer
seu governo entre os homens, e que este Reino, que aparecerá como um ato apocalíptico na
consumação dos tempos, já entrou para a história humana na pessoa e missão de Jesus com a
finalidade de sobrepujar o mal, de libertar os homens do seu poder e propiciar-lhes a
participação das bênçãos da soberania de Deus sobre suas vidas. (p. 87)
A vós vos é confiado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por
parábolas; para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para
que não se convertam e sejam perdoados. (Marcos 4.11-12)
A Ética do Reino.
Mateus 22.40 Resume todo o ensino ético de Jesus.
É a lei do amor (Original de Jesus) dos dois mandamentos depende a Lei e os Profetas.
( eruditos mais recentes como Brownlee, J.A. T. Robinson, e Scobie estão certos de que ele era
membro da Seita de Qunram, ( o que é: A seita de Qumran (Essênios) esperava a vinda de um
Messias sacerdotal, ao qual chamava Mestre da Justiça e Intérprete da Lei. A seita se havia
estabelecido em algum lugar próximo ao vale de Achor ou, no mesmo vale, o atual Buqei’a, situado
entre o mar Morto e Jerusalém. parece que a seita o considerava como de especial importância
para a história de Israel. Também nas palavras de Oséias encontramos razões para a eleição de
Qumran com sede:
"Portanto, Eu a atrairei e a conduzirei ao deserto, e falarei suavemente. E darei então suas vinhas e
o próprio vale de Achor como porta de esperança; e cantará ali como nos dias de sua juventude, com
no dia que veio do Egito (Os. 2: 14-15)."
O EVANGELHO
ARREPENDIMENTO
No Evangelho de João, Jesus é apresentado como salvador do homem (Jo 3.17 pois o
homem está perdido). Para a salvação, é preciso cumprir algumas condições (participação
humana): Mt. 3.2; Mc. 1.15
Arrependimento é uma das condições. E — Fé é a outra condição. Arrependimento é uma
mudança de mente (metanóia) e estado, na relação do homem para com Deus, e para com o
pecado. O verdadeiro arrependimento é aquele que contempla mais a Deus e a sua justiça, e não
meramente os seus pecados e as conseqüências de seus atos, como o fez Judas. (atitude que pode
levar de volta ao pecado).
Arrependimento não é um movimento suspeito que permita a pessoa olhar com saudade as
‘delícias’ do mundo pecaminoso. Arrependimento é uma volta completa, pela qual se fixa o olhar em
uma direção inteiramente oposta; e desde que o homem não tem olhos na parte posterior da cabeça,
o mundo fica completamente fora de vista da pessoa arrependida; só Deus fica à sua frente.
(Langston, p. 89-0)
FÉ
Sabemos que o fundamento da salvação é a morte de Jesus Cristo, o que Ele fez por nós. Como
nós nos apropriamos desta tão grande salvação? É pela fé. Jo 3. 18-21 Fala da fé como condição
para que o homem possa apropriar-se da salvação.
Voltando à figura do pão, poderemos compreender claramente a função da fé. O que salva o
homem da morte pela fome é o pão (ou o alimento que ele representa). Para o indivíduo apropriar-se
do pão, importa que ele o coma. É verdade que o ato de comer não salva ninguém, o ato é
simplesmente o meio pelo qual o pão traz a salvação. O pão é que salva da morte física, por meio do
comer. Assim é o crer em Jesus. A fé, por si só, não pode jamais salvar a ninguém. O crer não salva.
Jesus é quem salva, porém esta salvação só vem por meio da fé; isto é, por crer. A não ser que se
coma do pão, é certa a morte do corpo. A não ser que se creia em Jesus, é certa a morte espiritual.
Crê ou morre, esta é que é a verdade. O ato de alguém crer em Jesus é em tudo semelhante ao ato
de comer o pão para saciar a fome. Pela fé somos salvos por Jesus. (Ibid., p. 168).
João não usa a palavra fé no Evangelho, apenas uma vez na 1 Epístola cap. 5.4. Para João fé
não tem um só significado como acontece nos escritos de Paulo e na Epístola de Hebreus., no seu
entender há uma variedade de fé:
Jo 20.31 Indica o aceitar um fato e aceitar uma pessoa. Em 1 João ao combater o falso
agnosticismo, que negava a encarnação de Jesus, ele registra a fé como sendo uma afirmação de
que Jesus é o Cristo nascido de Deus. (Marta assim confessou João 11.27). Crer aqui é afirmar
certos fatos.
Textos em que o verbo ‘crer’ aparece como objeto direto à Pessoa de Deus, ou Jesus Cristo:
João 14.1 “credes em Deus, crede também em mim.”
João 3.16 Fé aqui está em seu nível mais alto, mais perfeito e mais frutífero.
Por crer, o crente apodera-se da vida do objeto da sua fé. Do mesmo modo que o homem pelo ato
de comer se apropria da vida, da substância do pão, assim também o crente pelo uso da fé em
Cristo, se apropria de todo o poder e vida que estão em Jesus Cristo... no discurso de Jesus sobre o
pão da vida. As expressões... ‘vem a mim’, ‘crê em mim’, são sinônimas de ‘comer da minha carne’ e
‘beber do meu sangue’. Todas falam da mesma fé forte e vigorosa, ativa e frutífera. Elas ensinam
também que o valor da fé se deriva do seu próprio objeto. (Ibid., p. 170-1)
Aparece o verbo crer, às vezes, sem o objeto direto como em João 1.7 e 3.12 “Este veio para
testemunho, para que testificasse da luz; para que todos cressem por ele” — “Se vos falei de coisas
terrenas, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?”
A FUNÇÃO DA FÉ.
A fé propicia vida. Assim como a analogia do pão serve para explicar que fisicamente o
homem vive por comer; espiritualmente vivemos pela fé. Mas assim também, como o ato de comer
não nos salva da fome, também a fé não nos salva da morte. O pão é que salva, seu exercício
poderoso sobre o organismo, sacia a fome. Assim, Jesus é quem salva, com a sua vida, e o seu
poder espiritual.
A NATUREZA DA FÉ.
A natureza da fé é propiciar o relacionamento vivo, perfeito e vital entre o Deus Salvador e o
homem pecador, é propiciar o remédio espiritual para o estado espiritual do homem.
A fé em si mesma é a submissão completa da personalidade a Jesus Cristo. (...) Mas a fé é mais do
que simplesmente um ato da inteligência; envolve a personalidade toda; é uma submissão voluntária
e inteligente da personalidade integral a Jesus Cristo. (...) Em geral a idéia é que quando alguém
pratica o ato de comer, está, por meio deste ato, entregando a comida ao corpo. Realmente é o
contrário; quando comemos não estamos entregando o alimento ao corpo, mas estamos entregando
o corpo ao alimento. Isto se torna bem claro, supondo que tomássemos um veneno qualquer; pois
vemos logo que o veneno se apossaria do corpo. O que se come domina o corpo; pois que ele, a
fim de assimilar o que come, submete-se à comida. Tem que ser assim, porque pelo plano de Deus
a comida vai agindo dentro do corpo, expulsando a fome e a fraqueza, edificando e fortalecendo o
corpo de muitas maneiras.(...) Havendo uma comida perfeita e uma completa submissão do corpo,
os resultados são ideais. A fé age da mesma maneira. Pela fé o homem entrega-se a Jesus Cristo,
o Pão dos céus, o perfeito alimento que nutre a alma; e Jesus, como o pão, vai agindo dentro da
nossa alma, fazendo a sua vontade. Ele expulsa de nós o pecado, purifica-nos e fortalece-nos
constantemente. A razão por que Ele não faz mais é a nossa imperfeita submissão. (Ibid., p. 172)
A FÉ NOS ESCRITOS PAULINOS. “Para o apóstolo, a fé é confiar em Deus, é fazer repousar a
alma em Deus ou em Jesus Cristo; é uma atitude tanto receptora como simpática para com Deus e a
sua graça.” (Ibid., p. 334)
É uma questão de confiança do coração humano na justiça divina (Rm. 10.10)
É no coração que Cristo vem habitar pela fé em amor (Ef. 3.17)
A fé é um princípio ativo de operação numa personalidade receptiva e acionada pelo amor (Gl.5.6).
A fé é o grande motivo para a obediência e para aplicação às boas obras (1 Ts. 1.3; 2 Ts. 1.11)
A fé não atrapalha o crente na obra, ela o dispõe a trabalhar, só é contrária às obras quando estas
se colocam como fundamento da salvação.
Aquilo que é feito sem vir de fé é pecado, isto é, não ter a fé como fundamento. (Rm 14.23)
Uma das frases mais características de Paulo é a frase “crer em Cristo” para descrever um intimo e
pessoal relacionamento entre o crente e o Senhor. É a fé que propicia a entrada nesta relação
espiritual com Cristo, este é o objetivo da fé cristã. Viver pela fé em Cristo é como Paulo expressou
aos Gl. 2.20: É viver em Cristo, ou Cristo viver no crente. É viver em comunhão muito intima, onde as
coisas velhas já passaram, tudo se fez novo 2 Co. 5.17.
GÁLATAS 5.6 Diz que só a fé operada por amor é que tem valor; Ef. 1.13 em razão da fé o crente é
selado com o Espírito Santo; Rm. 3.22 a justificação é pela fé para todos os que crêem ; 2 Co 13.5
“Examinai-vos... se permaneceis na fé...”
SALVAÇÃO PELA GRAÇA
Visto que o homem está num estado pecaminoso, necessitado de salvação, vimos que a salvação
vem de Jesus.
Como a salvação se torna possível ao homem?
1 João 1.5,7,9
v. 5 “... declara que Deus é luz e não há nEle nenhuma treva. A conclusão, portanto, é que só os
que andam na luz serão purificados de todo o pecado... É de interesse observar também que o
pecado de que aqui se fala é o do crente e não o do descrente. Mas tanto de um como de outro é o
sangue de Jesus que nos purifica.” (Langston, p. 165)
v.7 o sangue de Jesus Cristo purifica de todo pecado
v. 9 fala da purificação, condicionada à confissão de pecados. Estas passagens indicam que a
morte de Jesus, referência ao seu sangue, de algum modo está ligada à salvação, mas não explicam
ainda a maneira pela qual a salvação é proporcionada.
Em 1 João 3.5 está registrado que Jesus se manifestou para tirar os nossos pecados; e no
Evangelho de João 1.29, Ele é indicado pelo profeta, como “... o Cordeiro de Deus, que tira o pecado
do mundo.’ Este último texto está diretamente relacionado com Isaías 53.7, dando-nos compreensão
de que a nossa salvação depende de Jesus Cristo — do seu sofrimento e do seu sangue.
A NECESSIDADE DA MORTE DE JESUS É DECLARADA
João 12.24 – Jesus diz que o grão de trigo (Ele) deve cair na terra, morrer, para muito frutificar.
(vv.32-33 diz que através da morte de cruz atrairá a todos)
João 6.51 (“o Pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.”
João 10.11, 14 2 15 (O bom Pastor, deu a sua vida pelas ovelhas)
João 11. 47-53 (A profecia de Caifás, sumo sacerdote, “convém que um homem morra pelo povo, e
que não pereça toda a nação...)
Mas os dois textos mais importantes que fundamentam a doutrina da nossa salvação,
provavelmente são:
1 João 2.2 (Indica que Jesus é a propiciação pelos nossos pecados e de todo o mundo)
1 João 4.10 ( Revela que Deus nos amou antes, isto é, primeiro, e nos enviou seu Filho para fazer
propiciação pelos nossos pecados )
Os Escritos do Novo Testamento estão fundados nesta grande verdade, que João ensina, bem
como os outros — “o fundamento da salvação é a morte de Jesus Cristo. Ele fêz o grande sacrifício
pelo qual se realizou a nossa reconciliação com Deus.’ (Langston, p 167-8)
Cristologia
ESTUDO DA PESSOA DE CRISTO NA TEOLOGIA DE PAULO.
“Nos Evangelhos, Christos é quase sempre um título, raramente um nome próprio. Em Paulo,
Christos tornou-se exclusivamente um nome próprio. V. Taylor acha que há apenas um lugar onde
Christos é usado como título: ‘e de quem descende o Cristo segundo a carne” (Rom. 9.5). A
experiência de Paulo ao encontrar-se com o Senhor no Caminho de Damasco, conhecendo-o como
o Messias, e não apenas (como no judaísmo) — Jesus de Nazaré. É um quadro que mostra a
“diferença da avaliação da pessoa de Jesus. Tudo o mais — sua idéia a respeito da salvação, da
Lei, da vida cristã — foi determinado por isto.” (Ladd, p. 383)
“A formula mais simplificada, ‘Jesus, o Messias’, desapareceu completamente, enquanto ‘Jesus
Cristo’ e a expressão completa ‘nosso Senhor Jesus Cristo’ são frequentemente usadas.” (Ibid,
p.384).
- Em Antioquia (Atos 11.26) os crentes pela primeira vez foram chamados de Christianoi, o que
sugere que o termo Christos já seria visto como um nome próprio.
- O fato de Paulo falar pouco acerca do Reino de Deus e do messiado de Jesus, se dá muito
provavelmente, pelo fato de estar se dirigindo não aos judeus, mas aos gentios, num mundo em que
“proclamar qualquer rei que não fosse César fazia com que se ficasse passível à pena de sedição
(At. 17.3,7)” (Ladd, p. 384).
- No entanto, encontramos as seguintes passagens: O Reino de Deus associado com a
ressurreição e a salvação (I Co 15.12); Uma bênção escatológica a ser herdada (I Co. 6.9,10; 15.50;
Gál. 5.21); um Reino igualado à “glória” (I Ts. 2.12); Um Reino que será visível à aparição
escatológica de Jesus Cristo (II Tm. 4.1); Por causa do Reino, o povo de Deus suporta os
sofrimentos neste mundo (II Ts. 1.5); Estes sofrimentos além de submissão, inclui o serviço pelo
Reino (Cl. 4.11), ajudando outros homens a entrarem nele. “Os Santos, por causa do que Cristo fez,
já se libertaram do poder das trevas — deste século mau e caído — e foram transferidos para o
Reino de Deus (Col. 1.13).” (Ladd, p. 385). "Este "reino de Cristo" não pode ser identificado com a
Igreja; pelo contrário, é a esfera da lei de Cristo, que é mais extensa que a Igreja. Idealmente, todos
os que estão na Igreja estão também no Reino de Cristo; mas exatamente como o Reino de Deus
escatológico é mais amplo do que a Igreja redimida e conterá a subjugação de tudo o que é hostil à
vontade de Deus, assim é o Reino de Cristo, aqui, a esfera invisível do reinado de Cristo, dentro da
qual os homens entram através da fé em Jesus Cristo. Assim, o Reino de Deus não está
preocupado primariamente com coisas físicas, por mais necessárias que sejam, mas com realidades
espirituais: justiça, paz e alegria — os frutos do Espírito Santo (Rom. 14.17).
- O entendimento de Paulo, do Messiado de Jesus, contém uma transformação de categorias
messiânicas tradicionais, pois não é como um monarca terrestre que Jesus reina de um trono de
poder político, mas como o Senhor ressuscitado, glorificado.
- Ele foi elevado aos céus (Rom. 8.34), onde está assentado à mão direita de Deus (Col. 3.1), e
agora reina como rei (basileuein, I Cor. 15.25). Contudo, seus inimigos não são mais reinos e
impérios — os inimigos terrestres do povo de Deus — mas poderes invisíveis, espirituais. O objetivo
deste reino é subjugar todos estes inimigos rebeldes sob seus pés; o último inimigo será a morte (I
Cor. 15.26). Isto corresponde ao fato de que o próprio Jesus havia recusado um reino terrestre
(João 6.15), havia afirmado que sua lei vinha de uma ordem mais alta e não se baseava em poderes
mundanos espirituais do mal (Mat. 12.28 e s.). (Ladd, p. 385).
A Pessoa de Cristo
O MESSIAS É JESUS.
Não pode haver dúvida, para Paulo, que aquele que ressuscitou dentre os mortos e subiu aos céus,
e que agora reina como o Messias à mão direita de Deus não é ninguém além do Jesus de Nazaré.
O debate moderno a respeito do Jesus histórico e do Cristo exaltado e querigmático sempre
obscureceu o pensamento de Paulo, as se tentar fazê-lo responder a questões que ele nunca
levantou. (p. 386)
Se por um lado Paulo não levantou fatos biográficos do Jesus Histórico, ainda que ele conheceu algo
da tradição sobre a vida de Jesus I Cor. 11.23; Paulo sabe QUE:
1) que Ele é um israelita (Rom. 9.5) da família de Davi (Rom. 1.3),
2) que viveu Sua vida sob a Lei (Gál. 4.4),
3) que Ele tinha um irmão chamado Tiago (Gál. 1.19),
4) que era um Homem pobre (II Cor. 8.9),
5) que exerceu Seu ministério entre os judeus (Rom. 15.8),
6) que teve doze apóstolos (I Cor. 15.5),
7) que Instituiu a ceia (I cor. 11.23 e ss),
8) que foi crucificado, sepultado e ressurgiu dentre os mortos (II Cor. 4.14; I Cor. 15.4).
Ele também estava "familiarizado com as tradições sobre o caráter de Jesus" faz menção:
A) da sua mansidão e benignidade (II Cor. 10.1),
B) da sua obediência a Deus (Rom. 5.19),
C) da sua constância (II Tess. 3.5),
D) da sua graça (II Cor. 8.9),
E) do seu amor (Rom. 8.35),
F) da sua completa autoabnegação (Fil. 2.7 e s.),
G) da sua justiça (Rom. 5.18),
H) da sua impecabilidade (II Cor. 5.21)
Ainda que sejam poucas e casuais informações do Jesus histórico, isto não pode significar que
ele fosse um mito, ou um homem com consciência divina, foi porque ele teve uma experiência com
Jesus, o Senhor Exaltado, o que lhe propiciou um ministério sob a orientação do Espírito,
possibilitando-lhe conclusões e implicações acerca da pessoa divina de Jesus, como uma pessoa já
glorificada. Paulo podia perceber os poderes do Reino que anteriormente estavam em Jesus
(histórico), agora concedidos pelo Espírito Santo para todos os crentes. Assim os poderes da Era
Vindoura, foram libertos das limitações de tempo e de espaço, pois estas bênçãos não estão mais
limitadas pela presença corporal de Jesus na terra, "O reino de Deus... consiste... na justiça, na paz
e na alegria do Espírito Santo" (Rom. 14.17). Tudo o que Paulo fez, foi incluir além do que já havia
na História e Missão de Jesus, a pregação do Jesus glorificado, revelando, expandindo e
aumentando tudo o que a vida, os feitos e as palavras de Jesus significam, expandindo o significado
escatológico total da pessoa de Jesus, seus feitos, sua morte , sua ressurreição e exaltação.
O enunciado de II Cor. 5.16, precisa ser entendido, sob a iluminação do Espírito:
quando se conhece a Jesus segundo a carne, se tem um entendimento errado de Jesus, foi assim
que o sinédrio pediu a crucificação e assim que Saulo foi levado a perseguir a Igreja.
> Mas quando os olhos são abertos pelo Espírito, se pode entender, quem realmente era o
Jesus da história: o messiânico Filho de Deus.
JESUS, O SENHOR.
- Esta é a designação mais característica e predominante para Jesus (Kyrios), nos escritos
Paulinos e no cristianismo gentio em geral. As pessoas ingressavam à comunidade da Igreja
através da crença na ressurreição e da confissão de Jesus como seu Senhor (Rm. 10.9; I Co. 1.2; cf.
At. 9.14,21; 22.16; II Tm. 2.22). Cristo como Senhor é o centro da proclamação (II Co. 4.5).
É um relacionamento pessoal e da Igreja como um todo:
"nosso Senhor Jesus Cristo" (28 vezes),
"nosso Senhor Jesus"(9 vezes),
"Jesus Cristo nosso Senhor"( 3 vezes).
O confessor, juntou-se à comunidade daqueles que reconhecem que Jesus é o Senhor, tanto
dos vivos como dos mortos ( Rm. 14.9), exaltado acima de todos os poderes (deuses, senhores,
quer reais ou imaginários) do kosmos (I Co 8.5,6). Ali aguarda até o Dia do Senhor (que veio a se
tornar o Dia do Senhor Jesus Cristo cf. II Tes. 2.2; 1 Co. 5.5; 2 Co. 1.14), quando o último inimigo há
ser subjugado aos seus pés. "Isto é claramente afirmado no grande hino cristológico em Filipenses
2.5-11[...] O significado do título Kyrios é encontrado no fato de ser Kyrios a tradução grega do
tetragrama YHWH, o nome convencionado para Deus no Velho Testamento. O Jesus exaltado
ocupa o papel do próprio Deus, no governo do Universo.
Paulo também menciona JESUS COMO O FILHO DE DEUS
- com alguma freqüência (Rm. 1.3,4; Gál. 4.4; para recebermos o status de filhos por adoção
(Gál.4.5), Jesus é filho único, próprio, o Filho de seu amor - comum em natureza entre Pai e Filho
(Rm. 8.3,32; Col. 1.13); A imagem do Deus invisível, o Primogênito (prototokos = prioridade temporal
ou soberania de posição).
CRISTO, O ÚLTIMO ADÃO.
- É entendido como embasamento do título Filho do Homem escatológico, "o homem do céu", = o
Senhor (I Co. 15.45-47), ele preexistia na forma de Deus (Senhor) (Fil. 2.6).
A Obra de Cristo
Expiação
A palavra ‘expiação’ ..., aparece apenas uma vez na AV — em Romanos 5.11; mas na RSV esta
palavra está adequadamente traduzida: ‘pelo qual temos recebido a reconciliação’. Enquanto a
palavra em si não é uma palavra do Novo Testamento, a idéia de que a morte de Cristo contornou o
problema do pecado humano e reconciliou os homens com Deus é uma das idéias centrais do Novo
Testamento. (Ladd, p. 397)
A morte de Cristo é tema central na estrutura do pensamento paulino. Um exemplo disto é a
declaração confessional que Paulo recebeu da igreja primitiva (1 Co. 15.3), e “Em quase todas as
suas cartas, Paulo menciona, de uma forma ou de outra, a morte de Cristo (Rom. 5.6 e ss.; 8.34;
14.9,15; I Cor. 8.11; 15.3; II Cor. 5.15; Gál. 2.21; I Tes. 4.14; 5.10), seu sangue (Rom. 3.25; 5.9; Ef.
1.7; 2.13; Col. 1.20), sua cruz (I Cor.1.17 e s; Gál. 5.11; 6.12, 14; Ef. 2.16; Fil. 2.8; Col. 1.20; 2.14),
ou sua crucificação (I Cor. 1.23; 2.2; Gál. 3.1; II Cor. 13.4).
O AMOR DE DEUS.
- A morte de Cristo é a revelação suprema do amor de Deus (embora a base tanto no NT ou VT,
para a reconciliação por meio de Cristo, é a ira de Deus - a exigência de um sacrifício aceitável Rom.
3.21 e ss.; 1.18; Gál. 6.7). A cruz é a medida do Amor de Cristo, mesmo de Deus (II Cor. 5.19; Gál.
2.20; II Cor. 5.14; Ef. 5.25)
EXPIATÓRIA.
- "Paulo vê a morte de Cristo como uma morte expiatória"(Ladd, p. 399) Associada com o ritual e
conceito de sacrifício do VT (Rom. 3.25 alusão à oferta pelo pecado oferecida pelo Sumo Sacerdote
no dia da Expiação; Ef. 5.2 Oferta e sacrifício a Deus em cheiro suave; I Cor. 5.7 Cristo, nosso
cordeiro pascal, sacrificado; através do seu sangue temos um propiciador Rom. 3.25, que nos
justifica Rom. 5.9, nos redime Ef. 1.7, nos aproxima de Deus Ef. 2.13 e nos outorga a paz Col. 1.20)
VICÁRIA.
- Teologicamente é usada a palavra "vicária", para significar que Cristo não morreu meramente
como um homem comum e por causa própria. Ele 'morreu por nós'(I Tess. 5.10; Rom. 5.8, 32; Ef.
5.2; Gál. 3.13). Ele indicou que tipo de morte teria (Mar. 10.45) "para... resgate de muitos"
SUBSTITUTIVA.
- Ele foi o único que não conheceu pecado (II Cor. 5.21) no entanto ele sofreu a morte no lugar de
todos os culpados (pecadores) que mereciam morrer, por causa dela fomos libertados da
condenação e da experiência da ira de Deus. Cristo já morreu por todos, "logo todos morreram"(II
Cor. 5.14; nos identificamos com Cristo na sua morte, Gál. 2.20 Ele morreu em meu lugar, agora
serei poupado dessa morte (II Cor. 5.15; I Tim. 2.6; Gál. 3.13; Ef. 2.8,9).
PROPICIATÓRIA.
- A palavra "propiciação" (hilasterion) está no centro da doutrina de Paulo acerca da morte de
Cristo (Rom. 3.24,25), "Através da morte de Cristo, o homem é liberto da morte; ele é absolvido de
sua culpa e justificado; é efetuada uma reconciliação, pela qual a ira de Deus não precisa mais ser
temida. A morte de Cristo salvou o crente da ira de Deus, de modo que ele não mais espera pela ira
de Deus, mas pela vida (I Tess. 5.9) . A culpa e a condenação do pecado foram carregados por
Cristo; a ira de Deus foi propiciada."(Ladd, p. 403)
Sobre a ira de Deus ver (Rom. 1.18; 1.32; 2.5, 12; 6.23).
Um reconhecimento total do caráter propiciatório, substitutivo, da morte de Cristo não tem que
permitir-nos negligenciar ou menosprezar a doutrina de que a morte de Cristo, como uma
demonstração do amor divino, está designada a atear uma reação amorosa nos corações dos
homens. O objetivo e o caráter substitutivo da morte de Cristo como a demonstração suprema do
amor de Deus deve resultar numa transformação de conduta executada pelo poder restritivo desse
amor. Aqueles que reconhecem e admitem este amor têm que submeter-se ao seu poder
controlador; porque Cristo morreu por todos, os homens não devem mais se dedicar à satisfação de
seus próprios desejos, mas a ele, que, por amor a eles, morreu e ressuscitou (II Cor. 5.14,15). A
influência moral da morte de Cristo sobre as vidas dos homens não deve ser ignorada, porque tem-
se abusado deste ensino e erroneamente feito dele a verdade central da expiação. O amor de
Cristo manifestado em dar-se a si mesmo como um sacrifício a Deus deve ser imitado através de se
andar em amor ( Ef. 5.2). O exemplo de total humildade de Cristo em submeter-se em perfeita
obediência a Deus, mesmo essa obediência levando a morte na cruz, deve ser emulada pela
conduta humilde de seus discípulos em seus relacionamentos uns com os outros (Fil. 2.5 e ss). O
significado propiciatório, substitutivo, os benefícios do qual devem ser recebidos, pela fé, como uma
dádiva de graça; mas a influência subjetiva de sua morte, em despertar a reação de amor nos
corações dos homens, não pode ser nem negada nem ignorada. Há tanto uma significação objetiva
como uma subjetiva na morte de Cristo. (Ladd, p. 405)
REDENTORA.
- Palavras usadas no grego clássico e helenístico, denotam que houve um preço pago para
resgatar o homem que estava sob o penhor da escravidão.
Tito 2.14 (lutroo) "para nos remir";
Mc. 10.45 (lutron) "em resgate de muitos";
I Tm. 2.6 (antilutron) "em resgate por todos" "O uso de anti sugere substituição. A morte de Cristo foi
um resgate-substitutivo." (Ladd, p. 405)
Rom. 3.24,25 (apolutrosis) "mediante a redenção" (Ef. 1.7).
I Cor. 6.19,20 (agorazo) "fostes comprados por preço"
Gál. 3.13 (exagorazo) "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós" (cf.
4.4,5).
"Morris resume adequadamente a doutrina da redenção, incluindo ambos os
grupos de palavras. (a) O estado, para fora do qual o homem deve ser
redimido. Isto é semelhante à escravidão, que o homem não pode romper;
assim a redenção contém a intervenção de uma pessoa de fora, que paga o
preço que o homem não pode pagar. (b) O preço que é pago. O pagamento
de um preço é um elemento necessário na idéia da redenção; e Cristo pagou o
preço de nossa redenção. (c) O estado resultante do crente. Isto se expressa
num paradoxo. Somos redimidos para a liberdade, como filhos de Deus; mas
esta liberdade significa escravidão a Deus. A questão total desta redenção é
que o pecado não mais tem domínio. Os redimidos são aqueles que foram
salvos para fazerem a vontade de seu Mestre." (Ladd, p.406-7).
TRIUNFANTE.
- A morte de Cristo obteve triunfo sobre todos os poderes cósmicos (Col. 2.15). Ele está reinando
até que todos os inimigos sejam postos debaixo de seus pés: ( I Cor. 15.24,25). Seja regentes
políticos como Pilatos ou Herodes; ou sejam poderes angelicais, todos estão derrotados na vitória de
Cristo na cruz (Cf. Col 2.15).