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1 Introdução
Com esta aula finalizaremos o assunto dedicado às Funções Vetoriais. Este assunto é
abordado no Capı́tulo 12 de nosso livro-texto (Cálculo - Volume II, Howard Anton).
A aula passada é abordada nos tópicos 12.1, 12.2 e 12.4. Já esta aula é abordada nos
tópicos 12.3, 12.5 e 12.6.
Na aula desta semana veremos como as ideias dos vetores tangente e normal, assim
como as de curvatura, podem ser usadas na fı́sica para estudar o movimento de objetos,
sua velocidade e sua aceleração, quando estão se movendo ao longo de uma curva espacial.
Notação: →
−
v (t) → vetor velocidade da partı́cula.
Definição 2.2 O comprimento do vetor velocidade k →
−
v (t) k=k →
−
r 0 (t) k e é chamado de
velocidade escalar.
Definição 2.3 O vetor aceleração da partı́cula é dado pela derivada do vetor velocidade,
ou seja,
→
−
a (t) = →
−
v 0 (t)
= →
−
r 00 (t)
Observação 2.1 O vetor aceleração é perpendicular ao vetor velocidade.
Exemplo 2.1 Determine o vetor velocidade, vetor aceleração e a velocidade escalar de
uma partı́cula que se mover segundo a função vetorial:
→
− →
− − →
→ −
r (t) = cos(2t) i + sin(2t) j + k
1
Adaptado pelo Prof. Artino Quintino da Silva Filho em 07/12/2020 a partir das notas de aula do
Prof. Jarne Donizetti Ribeiro
2
Atualizado em 18/12/2020
k→− p
v (t)k = (−2 sin(2t))2 + (2 cos(2t))2
q
= 4(sin2 (2t) + cos2 (2t))
√
= 4
= 2
e para mostrar que o vetor velocidade é perpendicular ao vetor posição e que o vetor ace-
leração é perpendicular ao vetor velocidade temos respectivamente que o produto interno
entre eles seja nulo, ou seja:
→
− →
− − →
→ − →
− →
− →
−
r (t) · →
−
v (t) = (cos(2t) i + sin(2t) j + k ) · (−2 sin(2t) i + 2 cos(2t) j + 0 k )
= −2 sin(2t) cos(2t) + 2 sin(2t) cos(2t)
= 0
→
− →
− →
− →
− →
− →
− →
−
v (t) · →
−
a (t) = (−2 sin(2t) i + 2 cos(2t) j + 0 k ) · (−4 cos(2t) i − 4 sin(2t) j + 0 k )
= 8 sin(2t) cos(2t) − 8 sin(2t) cos(2t)
= 0
calcular o tamanho de cada um deles e ao final iremos somar todos seguimentos. Porém a
soma de todos seguimentos só irá aproximar da curva se os pontos de suas extremidades
estão próximos um do outro, sendo assim vamos considerar os valores infinitesimais em
suas extremidades, como é feito no cálculo.
Como queremos que a hélice circular passe pelo ponto (1, 0, 0) até o ponto (1, 0, 2π),
então devemos ter
hcos(t), sin(t), ti = h1, 0, 0i e hcos(t), sin(t), ti = h1, 0, 2πi
ou seja,
cos(t) = 1 cos(t) = 1
sin(t) = 0 ⇒ t = 0 e sin(t) = 0 ⇒ t = 2π
t =0 t = 2π
Ideia Geométrica:
Calculando o vetor tangente temos →−r 0 (t) = h−3 sin(3t), 3 cos(3t), 4i. Daı́
q
k→−
r 0 (t)k = 9 sin2 (3t) + 9 cos2 (3t) + 16 = 5
e o comprimento de arco
Z 4π Z 4π
L= k→
−
r 0 (t)kdt = 5dt = 20π.
0 0
Observação 2.2 Um única curva C pode ser representada por mais de uma função ve-
torial. Por exemplo a cúbica retorcida
→
−
r 1 (t) = ht, t2 , t3 i 1 ≤ 2.
→
−
r 2 (t) = heu , e2u , e3u i 0 ≤ ln(2).
Portanto →−
r 1 (t) e →
−
r 2 (t) são parametrizações da mesma curva. A primeira pergunta que
surge é:
Definição 2.4 Suponhamos agora que C seja uma curva dada pela função vetorial
→
−
r (t) = hf (t), g(t), h(t)i, a ≤ t ≤ b.
em que → −r 0 (t) é continua e C é percorrida exatamente uma vez a medida que t aumenta
de a até b.
3 Curvatura
Definição 3.1 Umm parametrização →−
r (t) é dita lisa (ou suave) em um intervalo I se
→
− 0 →
− 0
r (t) for continua e r (t) 6= 0 em I.
Definição 3.3 Considere C uma curva lisa definida por uma função vetorial →
−
r (t), assim
definimos o vetor tangente unitário,
→
−
r 0 (t)
T (t) = →
k−
r 0 (t)k
Observação 3.1 Quando a curva C é quase reta podemos perceber que T (t) muda de
direção devagar e quando C é uma curva acendente T (t) muda de direção rapidamente.
Logo adiante vamos definir a curvatura como sendo o módulo da taxa de variação do
vetor tangente unitário com relação ao comprimento de arco.
1
Exemplo 3.1 Mostre que a curvatura de um cı́rculo de raio a é .
a
Solução: Podemos tomar o cı́rculo com centro na origem e parametrizado por
→
−
r (t) = ha cos(t), a sin(t)i,
portanto →
−
r 0 (t) = h−a sin(t), a cos(t)i e
k→
− p
r 0 (t)k = (−asen(t))2 + (a cos(t))2 = a,
logo
→
−r 0 (t) h−a sin(t), a cos(t)i
T (t) = →
− = = h− sin(t), cos(t)i,
k r (t)k a
daı́,
T 0 (t) = h− cos(t), − sin(t)i,
então
p
kT 0 (t)k = (− cos(t))2 + (sin(t))2
q
= cos2 (t) + sin2 (t)
√
= 1
= 1
Embora temos a formula para encontrar a curvatura de uma curva podemos vê-la de uma
forma diferente no Teorema a seguir.
Teorema 3.1 A curvatura de uma curva parametrizada pela função vetorial →
−
r (t) é:
k→
−
r 0 (t) × → −
r 00 (t)k
K(t) =
k→−r 0 (t)k3
→
−
r 0 (t)
Considere o vetor tangente unitário T (t) = → e função comprimento dada por
k−
r 0 (t)k
Z t
S(t) = k→
−
r 0 (u)kdu ⇒ S 0 (t) = k→
−
r 0 (u)k,
a
daı́
→
−r 0 (t) = T (t).S 0 (t)
→
−
r 00 (t) = T 0 (t).S 0 (t) + T (t).S 00 (t)
observe que
→
−
r 0 (t) × →
−
r 00 (t) = T (t).S 0 (t) × (T 0 (t).S 0 (t) + T (t).S 00 (t))
= T (t).S 0 (t) × T 0 (t).S 0 (t) + T (t).S 0 (t) × T (t).S 00 (t)
= S 02 (t)(T (t) × T 0 (t))
Logo,
k→
−
r 0 (t) × →
−
r 00 (t)k = kS 02 (t)(T (t) × T 0 (t))k,
como T (t) é unitário então kT (t)k = 1, assim
k→
−
r 0 (t) × →
−
r 00 (t)k = kS 02 (t)kk(T (t)k.kT 0 (t))k
= kS 02 (t)k.kT 0 (t))k
daı́,
0 k→
−
r 0 (t) × →−r 00 (t)k 0 k→
−
r 0 (t) × → −r 00 (t)k
kT (t)k = kT (t)k =
kS 02 (t)k k→−r 002 (t)k
portanto a curvatura é dada por:
kT 0 (t)k k→
−
r 0 (t) × → −
r 00 (t)k
K(t) = → =
k−r 0 (t)k k→−r 0 (t)k3
Exemplo 3.2 Determine a curvatura da cúbica retorcida parametrizada pela função ve-
torial
→
−
r (t) = ht, t2 , t3 i,
em um ponto genérico e no ponto (0, 0, 0).
4 Tarefa da semana
Nesta semana, a tarefa para contabilização da presença consiste em resolver os dois
exercı́cios a seguir. Os exercı́cios devem ser feitos em letra cursiva (famoso ”letra de
mão”). Encaminhar uma foto (pode ser do celular mesmo) da tarefa realizada.
Como 24/12/2020 é recesso pelo calendário, a data de entrega fica para a próxima
quarta-feira.
4.1 Exercı́cio 1
Encontre o comprimento do caminho percorrido por uma partı́cula que se move ao
longo das curvas de equações dadas durante o intervalo de tempo especificado em cada
um dos casos abaixo:
4.2 Exercı́cio 2
Encontre a curvatura em um ponto genérico das curvas do exercı́cio anterior.
Referências Bibliográficas
ANTON, H. Cálculo: um novo horizonte. 10 Edição Bookman, 2000.
STEWART, J. Cálculo - Volume 2. Cengage Learning, 2016.