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104-Texto Do Artigo-304-1-10-20080925
104-Texto Do Artigo-304-1-10-20080925
RESUMO
Este artigo tem por objetivo discutir como o advento de novas tecnolo-
gias e dos sofisticados equipamentos de telecomunicação influenciaram
no aparecimento de novos modelos de organizações e, conseqüentemente,
de uma nova forma de realizar o trabalho: o teletrabalho. Para analisar
como essa forma de realizar o trabalho está sendo percebida pelos traba-
lhadores, organizações e sociedade, optamos por um estudo de caso em
que se cotejaram as diferentes percepções entre teletrabalhadores e tra-
balhadores tradicionais sobre os aspectos seguintes: trabalho em equipe
versus isolamento; relacionamento social (sociedade/família); autocon-
trole (autodisciplina, administração do tempo, motivação); representa-
ção social; padrões de comprometimento (carreira, autodesenvolvimen-
to, remuneração); confiança (decisão) e comunicação.
Palavras-chave: Teletrabalho; Satisfação; Condições de trabalho; Flexí-
vel organização; Organização do trabalho.
A
presenta-se, no atual cenário, uma conjuntura de rápidas transformações em
que a economia global realiza trocas de informações sejam elas de caráter cul-
tural ou de capital, em prazos quase que instantâneos, auxiliada pelos moder-
nos sistemas de informações. Principalmente nas grandes organizações do Ocidente,
vive-se um período em que constantes processos de mudanças são reflexos de dife-
rentes fatores e da forma como interagem os atores sociais diante dessas mudanças.
A Revolução Industrial desencadeou esses processos de mudanças ao cimentar o
trabalho baseado em um lugar e dentro de um tempo. À medida que as empresas
foram crescendo, cresciam também suas necessidades, imprimindo-lhes um ritmo e
nova forma de observar o mundo do trabalho.
*
Mestre em Administração; Professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e do Uni-
centro Newton Paiva. e-mail: boonened@aol.com.
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Com o objetivo de manter em sigilo a identidade da empresa em que se realizou a pesquisa de campo,
optamos por utilizar a denominação Lux Atacadista.
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organizacional da empresa Lux Atacadista pode fazer parte de uma estratégia geren-
cial em busca dessa competitividade e flexibilização da força de trabalho, já que esse
novo momento de inovações tecnológicas acaba por exigir das organizações mais
rapidez em suas ações comerciais.
REVISÃO DE LITERATURA
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As características do trabalhador que adere e/ou prefere o trabalho flexível irão va-
riar com o tipo de trabalho e a profissão que exerce. Os tipos de trabalhos mais comuns
são realizados em casa, e acabam por definir, em parte, o perfil do teletrabalhador.
A fase da vida em que se encontra e a situação familiar também são aspectos im-
portantes a serem analisados em um teletrabalhador. Os jovens demais podem ser
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Telecommuting – Não há nenhum termo equivalente para a palavra inglesa commuting (ida e volta
de casa ao trabalho), de onde se derivou a palavra telecommuting. Daí a razão de utilizarmos também
a expressão telecommuting, no original, em inglês, cujo termo correspondente em português mais pró-
ximo é o teletrabalho (MELLO, 1999).
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um problema para a realização desse trabalho, já que estão em uma fase em que ne-
cessitam de contatos maiores com os colegas e de relacionamentos sociais. Outros já
preferem estar em casa, trabalhando para melhorar o nível de relacionamento com
os filhos e esposa.
Nilles (1997) lembra que os hábitos compulsivos devem ser considerados como
um aspecto importante a ser observado. Nesse caso, a seleção de um profissional pa-
ra o teletrabalho deve seguir os mesmos cuidados daqueles da influência familiar. O
trabalhador com tendência a compulsividade pode ser levado a se exceder na ali-
mentação, na bebida, no uso de cigarros, de drogas, hábitos que podem ser acentua-
dos quando ele passa a trabalhar em casa. Para Nilles (1997), o teletrabalhador tem
um perfil específico. Esse perfil exige do teletrabalhador maior mobilidade pessoal e
autodisciplina dada a ausência de controles e hierarquia.
A convivência com colegas e a troca de informações, sejam elas formais ou in-
formais, também podem desencadear processos que venham motivar o trabalhador a
desempenhar suas tarefas. Além disso, hábitos sociais, idade, dinâmica familiar (pro-
fissão do cônjuge, número e idade dos filhos etc.), o comprometimento com o traba-
lho e a profissão e as relações de confiança estabelecidas no ambiente de trabalho são
aspectos e características que exercem influência na organização do teletrabalho.
A autodisciplina é outra característica considerada importante por Nilles (1997).
Por não estar submetido a um controle específico, é necessário que o teletrabalhador
desenvolva o hábito de iniciar o trabalho sem que seja motivado ou delegado por al-
guém, desempenhando suas atividades de forma planejada, ordenando as priorida-
des e controlando o tempo ideal para a execução de cada uma de suas tarefas. Essa au-
todisciplina foi chamada por Nilles (1997) de “partida automática para o trabalho”.
Considerado uma vantagem competitiva, o comprometimento é outra impor-
tante característica que um teletrabalhador deve ter. Cada vez mais as organizações
precisam de pessoas que invistam no trabalho e que se identifiquem com os valores
organizacionais. Estudos indicam correlação positiva entre comprometimento e re-
sultados empresariais (SÁ & LEMOINE, 2000). No entanto, a literatura disponível
não aborda a relação entre comprometimento e teletrabalho.
Da mesma forma que o comprometimento, a confiança nas organizações come-
ça a ser reconhecida pelas áreas do comportamento organizacional relacionadas com
a comunicação, liderança, política de recursos humanos e contratos de trabalho. A
crescente extensão dos mecanismos de comunicação e a necessidade de flexibilizar
as estruturas organizacionais alteraram o comportamento das organizações, tornan-
do a confiança um imperativo para as práticas de gestão (COSTA, 2000).
Jackson (1999) manifesta que alguns autores discutem que a flexibilização do
trabalho requer um profissional confiável. Mas o autor complementa que os estudos
não aprofundam se essa perda de proximidade e a falta de comunicação afetam o re-
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Censo – “Um censo envolve um exame de todos os elementos de um grupo” (STEVENSON, 1981,
p. 158).
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Amostragem “a amostragem envolve o estudo de apenas uma parte dos elementos. A finalidade da
amostragem é fazer generalizações sobre todo um grupo sem precisar examinar cada um de seus ele-
mentos” (STEVENSON, 1981, p. 158).
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goria, foram escolhidos 35 elementos formando uma amostragem que Marconi e La-
katos (1996) classificam como não probabilística e do tipo intencional. Isso porque
não nos dirigimos à “massa” e, sim, a elementos representativos da população geral,
já que ocupam cargos e exercem funções que estão diretamente ligados aos elemen-
tos da “Categoria A” (os teletrabalhadores).
Por meio do método “estudo de caso”, foi realizada uma análise comparativa en-
tre teletrabalhador com aqueles que na mesma organização desenvolvem suas tare-
fas em locais fixos, sem flexibilização de horários e centralizados em uma sede admi-
nistrativa, aqui denominada trabalhadores tradicionais. O instrumento escolhido para
o levantamento dos dados foi o questionário estruturado conforme a escala de likert.
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Além disso, ter um espaço só para o teletrabalho pode delimitar de maneira mais
nítida os papéis desempenhados pelo profissional, protegendo sua privacidade nos
momentos de trabalho e projetando uma separação simbólica entre o “lar” e o “escri-
tório”.
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tradicionais preferem trabalhar no espaço físico da empresa, apenas 24,8% dos tele-
trabalhadores evidenciam tal preferência.
No entanto, o fato de trabalhar em casa não afeta fortemente o sentido de isola-
mento, já que 47,2% dos teletrabalhadores discordam que se sentem isolados e mais
de 24,8% se mantiveram neutros em suas respostas. Os trabalhadores tradicionais
tendem a considerar que o trabalho fora da empresa pode provocar o sentido de iso-
lamento (77,0%). Ambas as categorias (42,4% dos teletrabalhadores e 37,1% dos
tradicionais) gostam de desenvolver seus trabalhos de forma mais independente da
equipe, 37,1% manifestaram-se neutros.
Os dados indicam que, por um lado, apesar de gostar de trabalhar fora da empre-
sa e não sentir muita falta do trabalho em grupo, o teletrabalhador sente falta de pes-
soas com quem discutir assuntos profissionais. Já o trabalhador tradicional, que tra-
balha permanentemente em contato com os principais decisores de uma área, não
valoriza tanto esse fato.
Tabela 3: Trabalho em equipe versus isolamento.
Tipo de Discordo Discordo Nem concordo/ Concordo Concordo
trabalhador muito nem discordo muito
Prefiro trabalhar dentro do espa- Teletrab. 14,4% 31,2% 29,6% 17,6% 7,2%
ço físico da empresa Trad. 8,6% 14,3% 42,9% 34,3%
Gosto muito de trabalhar no meu Teletrab. 4,0% 16,8% 16,8% 40,0% 22,4%
próprio espaço físico Trad. 5,7% 28,6% 17,1% 28,6% 20,0%
Considero melhor trabalhar em Teletrab. 4,8% 24,0% 38,4% 21,6% 11,2%
equipe (com líderes, chefes, cole- Trad. 11,4% 8,6% 60,0% 20,0%
gas de trabalho) todos trabalhan-
do em um mesmo espaço, próxi-
mos uns dos outros
Acho melhor trabalhar sozinho, Teletrab. 4,0% 22,4% 32,0% 32,0% 9,6%
sem um chefe ao meu lado Trad. 28,6% 45,7% 17,1% 8,6%
Creio que quem trabalha em casa, Teletrab. 12,0% 35,2% 24,8% 18,4% 9,6%
profissionalmente, sente-se mui- Trad. 14,3% 8,6% 54,3% 22,9%
to isolado
Acho muito importante a convi- Teletrab. 2,4% 10,4% 27,2% 28,0% 32,0%
vência com colegas de trabalho Trad. 5,7% 22,9% 8,6% 54,3% 8,6%
do escritório
Sinto-me bem em desenvolver Teletrab. 8,8% 24,0% 24,8% 32,8% 9,6%
meu trabalho de forma mais in- Trad. 8,6% 14,3% 40,0% 31,4% 5,7%
dependente dos colegas (equipe)
Desempenho parte de minhas Teletrab. 29,6% 36,0% 15,2% 12,8% 6,4%
atividades no escritório da empre- Trad. 60,0% 34,3% 2,9% 2,9%
sa (matriz ou filial)
É bom ter alguém da empresa Teletrab. 3,2% 16,8% 52,0% 28,0%
para discutir assuntos profissio- Trad. 5,7% 25,7% 37,1% 25,7% 5,7%
nais na hora de tomar decisões
Fonte: Elaborada pelo autor do trabalho.
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Vale observar que a opinião de Jackson (1999) não é compatível com o que di-
zem os trabalhadores tradicionais, afirmando que o avanço dos sistemas de informa-
ção permite conexões entre organização e pessoas, evitando, assim, o isolamento.
Kugelmass (1996) contribui relatando que não existem dados que comprovem a in-
satisfação do teletrabalhador e que os faça retornar para os escritórios.
Quanto aos trabalhadores tradicionais, eles preferem trabalhar dentro da orga-
nização e consideram melhor conviver com colegas e em equipes. Esses resultados
são coerentes com a posição de Toffler apud Kugelmass (1996). O autor diz que os
teletrabalhadores apresentam um sentimento de autoconfiança e de independência
dos colegas de escritório se comparados com os trabalhadores tradicionais.
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apud Kugelmass (1996), que diz que a maioria das pessoas preenche suas necessida-
des sociais fora do grupo de colegas de escritório.
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Para Jackson (1999) e Costa (2000), a flexibilização do trabalho sugere maior neces-
sidade de confiança recíproca.
CONCLUSÕES
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balhador não se sente isolado, a automotivação pode contribuir para que esse senti-
mento não venha a surgir com o tempo. Vale observar que nossa pesquisa não con-
templou o tempo de empresa dos teletrabalhadores. O isolamento do teletrabalha-
dor pode também ser uma conseqüência da falta de comunicação entre a organiza-
ção e o empregado. A ausência de comunicação, conforme Jackson (1999), Kugel-
mass (1996), Mello (1999) e Nilles (1997), pode gerar um sentimento de perda de
vínculo com o grupo de colegas e com o empregador, levando o indivíduo a ter
problemas psicológicos como a desmotivação e a sensação de solidão. Segundo da-
dos levantados, a Lux Atacadista tem cumprido bem seu papel quanto à comunica-
ção, pois a maior parte dos teletrabalhadores se considera bem informada.
A autodisciplina também se revelou como um importante aspecto a ser observa-
do, já que o teletrabalhador não está sujeito ao controle físico e visual do ambiente
tradicional do escritório. A prática do teletrabalho exige um ambiente familiar tran-
qüilo, com espaços bem demarcados, separando o que é do lar e o que é espaço de
trabalho, para que se obtenham bons níveis de produtividade. Ruídos e interrupções
não podem fazer parte da rotina de um teletrabalhador, que realiza suas tarefas em
casa. Também é importante ressaltar que o teletrabalho não pode funcionar como
um solucionador de problemas domésticos. Recomendamos apoio e orientação da
organização, informando ao teletrabalhador as condições ideais de um ambiente de
trabalho flexível. Não só o teletrabalhador deve participar de palestras de treina-
mento sobre a disciplina no ambiente de trabalho em casa, mas também a família do
teletrabalhador.
Mas vale observar que a presença do teletrabalhador no lar pode ser uma vanta-
gem para esse tipo de trabalhador, já que o aproxima de sua família, facilitando o
acompanhamento da educação dos filhos ou a assistência a familiares. Porém, não se
pode dizer que esse tempo para a família é uma regra geral para todos dessa catego-
ria, pois o levantamento dos dados indica que os teletrabalhadores da Lux Atacadis-
ta trabalham bem mais do que os trabalhadores tradicionais. Os dados indicam que
mais de 50% deles trabalham mais de 13 horas por dia, não tendo, assim, muito
tempo disponível para a família e, conseqüentemente, também para buscar o auto-
desenvolvimento.
Sugerimos que a organização que opte por implantar o teletrabalho deva estar
aberta e preparada para realizar os chamados “contratos psicológicos”. Esses contra-
tos servem para lidar com as questões subjacentes aos relacionamentos entre as pes-
soas. Configuram-se “acordos implícitos” entre empregador e empregado, baseados
em crenças compartilhadas, nos quais cada parte se compromete a tratar a outra de
maneira justa (SHEIN apud STEIL; BARCIA, 2001). Na verdade, os contratos psi-
cológicos cobrem questões emocionais, questões ligadas ao sentimento de lealdade e
de pertencimento. Portanto, quando “quebrados”, esses contratos desencadeiam for-
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ABSTRACT
In this work we have the purpose to discuses how the arrival of new
technologies and of sophisticated equipments of new telecommunica-
tion which is influencing the appearance of new models of organization
consequently a new form of accomplishing the work: The “Telework”.
To analyze how this form of accomplishing work is been perceived by the
employees, organizations and society so we have opted to study of case
which means that I will compare the different perceptions of “telework-
ers” and traditional workers about the aspects: Social economics, team
work versus isolation, social relationships (society/family), self-
control(self-discipline, administration of time, motivation), social rep-
resentation, patterns of compromising (career, self-development, pay-
ment), trust (decision) and communication.
Key words: Telework; Satisfaction; Work conditions; Flexible organiza-
tion; Work organization.
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