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Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil
Classificação
• ABNT classifica os resíduos sólidos quanto aos
seus riscos potenciais ao meio ambiente e à
saúde pública para que possam ser
gerenciados adequadamente.
– Assim, a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) define
resíduos sólidos como “resíduos nos estados
sólido e semi-sólido, que resultam de atividades
de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. ...”
Classificação
• Resolução específica para os resíduos da
construção civil, a Resolução 307, de 5 de julho
de 2002, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente – CONAMA:
– “são os provenientes de construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, e
os resultantes da preparação e da escavação de
terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos,
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas,
colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente
chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.”
Causas para a geração dos resíduos
• A falta de qualidade dos bens e serviços, podendo isto dar origem
às perdas de materiais, que saem das obras na forma de entulho;
• A urbanização desordenada que faz com que as construções
passem por adaptações e modificações gerando mais resíduos;
• O aumento do poder aquisitivo da população e as facilidades
econômicas que impulsionam o desenvolvimento de novas
construções e reformas;
• Estruturas de concreto mal concebidas que ocasionam a redução de
sua vida útil e necessitam de manutenção corretiva, gerando
grandes volumes de resíduos;
• Desastres naturais, como avalanches, terremotos e tsunamis;
• Desastres provocados pelo homem, como guerras e bombardeios.
Classificação
• A classificação dos resíduos sólidos pela NBR 10.004
(ABNT,
• 2004a) está relacionada com a atividade que lhes deu
origem e com seus constituintes. Desta forma, os
resíduos sólidos são classificados em:
• A) Resíduos classe I
– Perigosos;
• B) Resíduos classe II
– Não perigosos;
– resíduos classe II A – Não inertes.
– resíduos classe II B – Inertes.
Classificação
• Usualmente os resíduos da construção civil estão
enquadrados na classe II B, composta pelos resíduos que
“submetidos a um contato dinâmico e estático com água
destilada ou desionizada, à temperatura ambiente [...], não
tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de
água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.”
• Entretanto, a presença de tintas, solventes, óleos e outros
derivados pode mudar a classificação do RCD para classe I
ou classe II A.
• Resolução 307 do CONAMA/Modificado pela 348:
– insere o amianto como material perigoso (classe D) e mudando
a classificação do gesso, de Classe C para a Classe B,
respectivamente.
• Embora o gesso tenha sido reclassificado
como resíduo classe B, este ainda necessita
ser depositado em recipiente próprio, não
sendo permitido a sua mistura com os demais
resíduos classe B, muito menos com os das
outras classes.
Geração
• A cadeia produtiva da construção civil, também
denominada construbusiness, engloba setores que vão
desde a extração da matéria-prima e consequente produção
dos materiais até a execução da construção em si, sendo
que o setor que mais se destaca pela geração de empregos,
renda e pela dimensão é o da construção, conforme
detalhado na Figura abaixo. Somente no ano de 2009, a
construção correspondia 61,2% de toda a cadeia produtiva.

admite-se que os valores típicos


encontram-se entre 0,40 e 0,50
t/hab.ano, valor igual ou
superior à massa de lixo urbano
Composição
• Existe uma grande diversidade de
matérias-primas e técnicas construtivas
que afetam, de modo significativo, as
características dos resíduos gerados,
principalmente quanto à composição e à
quantidade. Outros aspectos, como o
desenvolvimento econômico e
tecnológico da região, as técnicas de
demolição empregadas, e a estação do
ano também podem interferir
indiretamente na composição dos RCD.
• De modo geral, podem existir
componentes inorgânicos e minerais,
como concretos, argamassas e
cerâmicas, e componentes orgânicos,
plásticos, materiais betuminosos, etc. A
variação da composição (em massa) é
estimada, em geral, em termos de seus
materiais.
Composição

• A argamassa é um dos principais constituinte do RCD, para a cidade de


Fortaleza, p. ex., corresponde em média a 38% da massa do RCD.
• Resíduos de concreto e de cerâmica correspondem a 14% e 13%.
• as maiores perdas (em Fortaleza) ocorrem nas fases de concretagem,
alvenaria, emboço/reboco e revestimento.
Problemas Ambientais Devido à
Deposição Inadequada
• Hoje já é reconhecido que os RCD são um dos responsáveis pelo
esgotamento de áreas dos aterros de RSU, uma vez que
correspondem a mais de 50% dos resíduos sólidos urbanos
(massa/massa)
• Estes resíduos possuem em sua composição materiais indesejáveis,
tais como cimento amianto, gesso de construção e alguns resíduos
químicos que, se depositados inadequadamente, podem provocar
graves impactos ao meio ambiente e prejuízos para a sociedade
• Há significativa geração de RCD em serviços classificados como
construção informal, abrangendo atividades de reforma e
ampliação, em que seus geradores ou os pequenos coletores que os
atendem dispõem estes resíduos em áreas não regularizadas pelo
poder público local. Como resultado, essas áreas se tornam
sorvedouros dos RCD e acabam atraindo todo e qualquer tipo de
resíduo para o qual não se tenha solução de captação rotineira.
Problemas Ambientais Devido à
Deposição Inadequada
• A deposição inadequada do RCD compromete a paisagem do local;
o tráfego de pedestres e de veículos; provoca o assoreamento de
rios, córregos e lagos; o entupimento da drenagem urbana,
carretando em enchentes; além de servirem de pretexto para o
depósito irregular de outros resíduos não-inertes, propiciando o
aparecimento e a multiplicação de vetores de doenças, arriscando a
saúde da população vizinha.
• O Art. 4 da Resolução 307 do CONAMA enfatiza que os RCD não
podem ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas
de “bota fora”, em encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas
protegidas por Lei. Para os RCD Classe A, a disposição final
adequada é exclusivamente em aterro de inertes, sendo que estes
resíduos devem, preferencialmente, ser reciclados.
Como evitar perdas no
canteiro de obras
• As perdas ocasionadas pelo desperdício dos
materiais durante a construção de uma
edificação são as grandes responsáveis pela
geração de RCD no canteiro de obras. Estas
perdas podem ocorrer em diferentes fases da
obra e por distintos motivos.
Como evitar perdas no
canteiro de obras
• Perda ocasionada por superprodução,
quando, por exemplo, produz-se
argamassa em quantidade superior à
necessária para o dia de trabalho;
• Perda por manutenção de estoques,
podendo induzir os operários a reduzirem
os cuidados com os materiais por saber
que existe grande quantidade
armazenada;
• Perda durante o transporte, quando, por exemplo, os blocos cerâmicos quebram por
serem carregados em carrinhos-de-mão não propícios ou o saco de cimento rasga
por ser carregado no ombro do trabalhador;
• Perda pela fabricação de produtos defeituosos, quando, por exemplo, durante a
inspeção de qualidade é verificado que uma parede foi construída em desacordo
com o projeto, ou quando o projeto sofre alteração, ou ainda quando, no ato da
desforma de uma peça estrutural, constata-se que a concretagem foi mal executada;
• Perda no processamento em si, quando, por exemplo, são feitos recortes em placas
cerâmicas ou quebras em blocos cerâmicos para adequação com a área construída.
Como evitar perdas no
canteiro de obras
• Os materiais que normalmente são desperdiçados em
maior quantidade nos canteiros de obra são o cimento,
a areia e a argamassa, não necessariamente nesta
ordem. E a ocorrência de perdas acontece com mais
intensidade no estoque e no transporte dos materiais
do que durante o processamento em si (FORMOSO et
al, 1996).
• Melhorias podem ser obtidas sem a introdução de
equipamentos caros ou avançadas técnicas gerenciais,
mas também simplesmente através de cuidados
elementares no recebimento, na estocagem, no
manuseio, na utilização e na proteção dos materiais
(FORMOSO et al, 1996).
Formas para minimizar a
ocorrência de perdas no canteiro de obras
• Produzir argamassa apenas na quantidade suficiente para o dia de
trabalho, determinada previamente pela área a ser executada no dia.
• Armazenar os blocos cerâmicos ou de concreto e as telhas formando
pilhas com quantidades iguais sobre paletes para evitar quebras e facilitar
o transporte.
• Transportar blocos e sacos de cimento em carrinhos adequados, como
ilustrado na Figura 5, a fim de reduzir o risco de quebra dos blocos e de
rompimento dos sacos.
• Armazenar o cimento em local arejado e protegido de sol e chuva sobre
estrado de madeira com 30 cm de altura e distante 30 cm da parede.
• A quantidade de sacos a serem empilhados vai depender do tempo em
que ficarão armazenados. Assim, deve-se empilhar 10 sacos se o tempo de
armazenamento destes for superior a 10 dias e 15 sacos se o tempo de
armazenamento destes for inferior a 10 dias.
• Sempre que possível, evitar cortes de placas cerâmicas. Para isso, o uso de
projetos com a coordenação modular é essencial.
Formas para minimizar a
ocorrência de perdas no canteiro de obras
• Sempre que possível, evitar cortes de placas
cerâmicas. Para isso, o uso de projetos com a
coordenação modular é essencial.
• Definir previamente o layout da central de
concreto de forma a reduzir o caminho
percorrido pelo operário dos materiais até a
betoneira.
• Manter o canteiro de obras limpo e organizado,
pois influenciará o trabalhador a ser mais
cauteloso no manuseio dos materiais, além de
reduzir a ocorrência de acidentes do trabalho.
PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS
NOS CANTEIROS DE OBRAS DE FORMA EFICIENTE

INTRODUÇÃO
O segmento de construção civil tem destaque no cenário econômico nacional por ser
um dos grandes agentes de impactos ambientais, modificando a paisagem das cidades
e gerando um alto volume de resíduos.

O número é assustador: o brasileiro produz, em média, meia tonelada de resíduos de


construção civil ao ano. De acordo com a Associação Brasileira para Reciclagem de
Resíduos de Construção Civil e Demolição (Abrecon), o Brasil joga fora oito bilhões de
reais ao ano porque não tem um processo eficiente de reciclagem. Para termos ideia,
os números indicam que 60% do lixo sólido das cidades vêm da construção civil e 70%
desse total poderia ser reutilizado.

Estas sobras das obras que não são reaproveitadas vão parar nas ruas e a consequência
é o entupimento de bueiros, maior probabilidade de enchentes e poluição dos rios.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

INTRODUÇÃO
O desafio das construtoras e empreiteiras está em, além de serem lucrativas, desenvolver e
organizar os canteiros de obras de forma sustentável, minimizando os impactos ambientais.
Cumprir o que está disposto na lei 12.305 de 2010 (Política Nacional dos Resíduos Sólidos) e
na resolução número 307 de 2002, da CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente),
que regulamentam diretrizes, definem metas de redução, reciclagem e reutilização dos
resíduos bem como critérios, procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil,
é o primeiro passo. Por intermédio desta norma, foi regulamentado também a
corresponsabilidade do gerador do resíduo em todo o processo, desde a geração até o
transporte e destinação final, sob pena de multas quando este fluxo não estiver em
conformidade com a lei.

O que você não pode deixar de fazer ao dar os primeiros passos em direção a
implementação de uma gestão de resíduos eficiente nos canteiros de obras da sua
construtora? É o que você vai descobrir nas próximas páginas.
Vamos lá?

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Conheça a classificação dos resíduos na


1 construção civil
Os resíduos na construção civil são provenientes de obras, reformas, reparos
e demolições e também os resultantes da preparação e escavação de
terrenos. Tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, metais, tintas, gesso,
vidros, plásticos, tubulações, pavimento asfáltico são exemplos destes
resíduos (Resolução 307 CONAMA).

A norma NBR 10.004 (ABNT, 2004a) classifica os resíduos conforme


o risco que oferecem:

Classe I: perigosos;

Classe II: não perigosos, resíduos classe II A - não inertes, resíduos


classe II B - inertes.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Conheça a classificação dos resíduos na


1 construção civil
Apesar desta classificação, a Resolução 307 CONAMA faz uma
segunda, mais adequada e mais utilizada, em 4 classes:
Classe A: Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados: De
construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação, inclusive solos
provenientes de terraplanagem;
De construção, demolição, reformas e reparos de edificações:
componentes cerâmicos, argamassa e concreto;
De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas
em concreto produzidas no canteiro de obras.

Classe B: Plásticos, papel, metais, vidros, madeiras e gesso.

Classe C: Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou


aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Conheça a classificação dos resíduos na


1 construção civil
Classe D: Tintas, solventes, óleos ou aqueles contaminados oriundos de
demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, indústrias,
telhas e demais objetos que contenham amianto.

É fundamental que você conheça a classificação acima, para então


definir o correto tratamento, acondicionamento e destinação ao
resíduo.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Identifique e qualifique os agentes

2 •
envolvidos na gestão de resíduos
Este passo é importante para que você garanta a segurança dos
processos pós-geração de resíduos, como coleta, transporte e
destinação, sem oferecer riscos ao ambiente e aos colaboradores.
Por isso, muita atenção nesta etapa!
Você deve pesquisar, qualificar e selecionar fornecedores de dispositivos e
acessórios, transportadoras e os destinatários dos resíduos.

Premissas e critérios para seleção destes envolvidos no processo devem ser


definidos com o objetivo de assegurar a qualidade no manejo dos resíduos
e evitar riscos ao meio ambiente. Lembre-se: todo resíduo tem seu valor e
ainda que seja enviado para descarte deve ser feito da forma correta e
segura. Por exemplo: os fornecedores de bombonas reutilizadas devem ter
licenças ambientais específicas para remover os resíduos dos recipientes,
de forma que a higiene e os efluentes gerados na higienização sejam
tratados de forma correta.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE
Identifique e qualifique os agentes

2 •
envolvidos na gestão de resíduos
Outro cuidado importantíssimo é na escolha dos transportadores e
de como eles vão levar o resíduo até o destino final. A composição
da carga deve ser feita tomando o cuidado de não misturar resíduos
como tinta e madeira, por exemplo. O transporte deve ser feito
acompanhado do MTR (Manifesto de Transporte). A falta deste
documento pode causar multas ao gerador de resíduo e ao
transportador, no caso de uma auditoria pela Polícia Federal.
Os destinatários são um ponto de atenção bem delicado. Dependendo do
tipo de área de destinação, as condições para utilização devem estar
amparadas por licenças municipais. Um exemplo disso são as áreas de
reciclagem destinadas à transformação dos resíduos Classe A em agregados:
devem ter obrigatoriamente uma licença da administração pública
municipal, licença de instalação e operação concedidas pelo órgão estadual
de controle ambiental.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Tenha como meta a geração mínima de resíduos


3 no canteiro de obras
Uma boa prática a ser adotada é que um dos colaboradores circule
periodicamente no canteiro recolhendo sacos de cimento com parte
do conteúdo, recortes de cabos e conduítes e latas de tinta
parcialmente utilizadas, por exemplo. Estes materiais podem ser
disponibilizados para o uso, evitando desperdício.

Adotar práticas como esta reduz significativamente a quantidade de


resíduos no canteiro.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Organize o canteiro de obras para lidar com os


4 resíduos
Ao projetar o canteiro de obras, tome o cuidado de deixar os
espaços para a disposição dos resíduos, considerando itens como
acondicionamento diferenciado e definição de fluxos eficientes. Uma
boa prática, por exemplo, é deixar espaço para as bombonas
próximas ao local de geração de resíduo e criar um almoxarifado
central de resíduos, onde estarão os resíduos já separados para a
destinação final.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Defina dispositivos e acessórios para manejo


5 dos resíduos
Defina e adquira os dispositivos que serão utilizados no manejo interno dos
resíduos. Bombonas, bags, baias e caçambas estacionárias são exemplos de
dispositivos. A bombona, por exemplo, muitas vezes exige sacos de lixo e
adesivos de sinalização como acessórios.

Para cada tipo de resíduo, o acondicionamento deve ser feito de uma


forma específica, para que sejam manuseados com segurança e de forma
adequada para o processo de descarte ou reciclagem.

Por exemplo, sobras de serragem devem ser acondicionados em sacos de


ráfia próximos ao local de geração, para evitar que se espalhe pelo canteiro
ou no transporte até a destinação final.

Todos estes itens devem ser comprados com planejamento e antecedência,


para que os resíduos sejam acondicionados tão logo sejam produzidos, sem
riscos para o meio ambiente.
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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Ajuste a atividade de limpeza do canteiro


6 de obras
O que a atividade de limpeza tem a ver com a gestão dos
resíduos? Tudo! Veja porque.

Durante a limpeza do canteiro, as pessoas envolvidas no processo


encontram muita sobra de material que é descartada ou acondicionada de
maneira incorreta. Estas sobras podem representar resíduos de insumos
que devem ser encaminhados para o acondicionamento correto, para então
entrar no fluxo de tratamento e destinação.

Por exemplo, sobras de tijolos: devem ser acondicionados em caçambas


para serem destinadas ao ponto de coleta definido. O pessoal da limpeza
deve estar capacitado para reconhecer este tipo de resíduo, acondicioná-
lo da maneira certa, e deixá-lo no lugar apropriado para que entre no fluxo
de tratamento dos resíduos. Assim você ganha tempo e evita multas por
destinar os resíduos de forma não permitida.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Implemente fluxo para o tratamento e


7 destinação de cada resíduo gerado
Este é um dos itens mais importantes do processo de gestão de resíduos. A
lei determina, para cada tipo de resíduo, como deve ser acondicionado,
transportado, removido do canteiro e entregue à destinação final.
Este processo é minucioso e deve contemplar os seguintes cuidados:

✓ Avaliar a possibilidade de reutilizar ou reciclar resíduos no próprio


canteiro: para evitar a retirada dos resíduos do canteiro, gerando
economia nos custos de transporte e remoção. Deve ser feito um
levantamento de custos deste processo, a fim de identificar a viabilidade
financeira para a obra.

✓ A coleta e a remoção dos resíduos do canteiro de obras também deve


levar em conta os custos envolvidos. Os equipamentos utilizados na
remoção e coleta devem seguir padrões definidos por lei. Gesso, por
exemplo, é um material que deve ser transportado em caminhão com
caçamba e coberto.
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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Implemente fluxo para o tratamento e


7 destinação de cada resíduo gerado
✓ Todos os resíduos gerados devem ser pesados no canteiro de obras,
para registrar em histórico.
✓ Por fim, a destinação do resíduo deve ser feita de acordo com cada
tipo, combinando compromisso com o meio ambiente e viabilidade
econômica. A sustentabilidade deve estar em primeiro lugar. Leve em
conta proximidade dos destinatários, para reduzir custos de transporte.
Existem inúmeras possibilidades de destinação para cada resíduo. As
madeiras, por exemplo, podem ser destinadas para uso em caldeiras
da atividade industrial ou para reciclagem.

As definições acima devem ser feitas com cuidado e documentadas, de


forma que todos nos canteiro
sigam o processo, evitando avarias e multas para a construtora.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Faça uso da tecnologia para facilitar a gestão de


8 resíduos
Por conta da norma 307 da CONAMA, sua construtora pode ser auditada a
qualquer momento no processo de gestão de resíduos. Para facilitar o
controle de todos os resíduos gerados no canteiro de obras, e prestar contas
de forma ágil e baseada em informações legítimas no caso de uma
fiscalização, um bom sistema de gestão ambiental é a melhor saída.
O processo de identificação e pesagem dos resíduos gerados é feito de
forma automática e fica registrado para consulta a qualquer momento.
Com o uso da tecnologia sua empresa pode contar com de recursos de
geolocalização, que facilitem a identificação do acondicionamento de cada
resíduo. Você tem acesso rápido ao histórico do resíduo, para onde foi
movimentado, como foi acondicionado e transportado, e por fim, qual foi a
sua destinação. Caso seja necessário, você pode chegar às informações
detalhadas como o peso e volume gerado de cada tipo de resíduo e qual foi
o processo e matéria-prima deram origem aquele resíduo, bem como a
data e o local do canteiro de geração.
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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS CANTEIROS DE
OBRAS DE FORMA EFICIENTE

Faça uso da tecnologia para facilitar a gestão de


8 resíduos
Já no processo de fluxo do resíduo, uma boa solução tecnológica ajuda a
definir qual é a melhor trajeto de transporte do resíduo, tanto dentro como
fora do canteiro de obras, até o seu descarte final. A composição da carga,
controle dos transportadores e a geração do MTR (Manifesto de transporte)
também devem ser funcionalidades presentes em um bom sistema de
gestão de resíduos.

Assim, você e sua construtora que são corresponsáveis pelo processo de


gestão de resíduos gerados nos canteiros, ficam mais tranquilos em relação
ao cumprimento da norma CONAMA e contribuem com a
sustentabilidade do meio-ambiente.

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PASSO A PASSO PARA IMPLEMENTAR A GESTÃO DE RESÍDUOS NOS
CANTEIROS DE OBRAS DE FORMA EFICIENTE
CONCLUSÃO
Implementar a gestão de resíduos nos canteiros de obra da sua construtora significa
muito mais do que atender o que pede a lei: é contribuir para a sustentabilidade do
ambiente e fazer mais com menos. Menos desperdício, mais aproveitamento dos
insumos e mão-de-obra.

Fazer com que as pessoas envolvidas na obra entendam a importância do tema é


fundamental, pois é esta cultura que será a chave para o sucesso deste processo.

Execute um passo de cada vez, e não deixe de ter o olhar para o processo completo.
Assim você alcançará o objetivo de gerar menos resíduos quanto for possível, reutilizar
as sobras de maneira eficiente e minimizar os riscos ambientais e de multas para sua
construtora.

Atuar de forma consciente e responsável com os resíduos é um fator chave para sua
construtora ser bem percebida no mercado. Comece já!

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Tecnologias para o reaproveitamento de
entulhos
• Britadores móveis, conchas trituradoras e
tesouras hidráulicas viabilizam a reciclagem de
entulhos para reaproveitamento na própria
obra
• A cidade de São Paulo, por exemplo, produz
aproximadamente 20.000 t/dia de entulhos e
no máximo 10% desse material é
reaproveitado”,
Caçamba trituradora
• As caçambas trituradoras ou
conchas trituradoras,
oferecidas em modelos
menores, com capacidade
de produção de 5 a 10 m³/h,
até as versões de maior
porte, que produzem entre
40 e 50 m³/h.
Componente das tesouras otimiza a
britagem do entulho
• na medida em que o material a ser
reciclado é cortado em três lados,
em apenas uma operação, evita-se a
produção de peças de armadura de
ferro demasiadamente compridas,
facilitando o processo de separação
do material.

Outro ganho desse equipamento está relacionado à redução na produção de poeira


no canteiro de obras. “Ele permite reciclar mais material demolido com alta qualidade
e, simultaneamente, protege o meio ambiente devido à menor emissão de pó.” As
novas mandíbulas estão disponíveis também nas versões “U” (universal), para
trabalhos de demolição em concreto, e “S” (steel cutting), para cortar estruturas de
aço.
Acondicionamento
• Exemplo de Perda no
Processamento (sobra
de cerâmica após
execução de recortes
para arremates).

• Blocos Cerâmicos Mal


Acondicionados e
Espalhados no
Canteiro, Possibilitando
Quebra e Favorecendo
o Desperdício.
• Armazenamento Inadequado de Revestimento
Cerâmico Gerando Perda
Exemplo de
Organização no
Armazenamento de
Materiais.

• A boa organização dos espaços destinados ao armazenamento dos


materiais possibilita uma boa verificação, controle dos estoques e
otimização na utilização dos insumos.
• É necessário, portanto, atentar para as vantagens de se ter um
canteiro bem organizado, pois um canteiro assim faz com que sejam
evitados desperdícios na utilização e na aquisição dos materiais. Em
alguns casos, quando os materiais permanecem espalhados pelo
canteiro estes podem terminar sendo descartados como resíduo.
Acondicionamento dos Resíduos
• Após ser feita a segregação dos resíduos, é necessário que
estes sejam acondicionados de uma forma correta, desde a
segregação nos locais de geração até o transporte para o
destino final.
• O acondicionamento inicial é feito no próprio local onde os
resíduos são gerados. Existem alguns dispositivos que
podem ser utilizados para este fim. Plásticos, madeiras,
papeis e metais de pequenas dimensões podem ser
acondicionados em bombonas10 ou outro recipiente
aberto e resistente. Internamente os recipientes podem
conter um saco de ráfi a adequado ao tamanho do
recipiente, dobrado para fora, facilitando a disposição dos
resíduos e a coleta para destinação fi nal.
Bombonas de 50l para Acondicionamento Inicial dos Resíduos

• Para o caso de resíduos orgânicos e suas


embalagens, copos plásticos usados,
papéis sujos (refeitório, sanitários e áreas
de vivência) ou outros passíveis de coleta
pública o acondicionamento inicial deverá
ser feito em recipientes com tampa
contendo internamente um saco de lixo
simples.
Tipo de Resíduo Acondicionamento Inicial
Blocos de concreto, blocos cerâmicos, Pilhas formadas próximas aos locais de
argamassas, componentes cerâmicos, transporte interno, nos respectivos pavimentos
concreto, tijolos e similares
Madeira Bombonas ou pilhas formadas nas proximidades da própria
bombona ou dos dispositivos de transporte vertical
Plásticos Bombonas ou fardos
Papelão Bombonas ou fardos
Metal (ferro, aço, fiação, arame, etc.) Bombonas
Serragem Sacos de ráfia próximos aos locais de geração
Gesso de revestimento, placas e Sacos de embalagem do gesso ou sacos de ráfia
artefatos próximos aos locais de geração
Solos Eventualmente em pilhas para imediata remoção
Telas de fachada e de proteção Recolher após o uso e dispor em local adequado,
sendo este já para acondicionamento final.
EPS (poliestireno expandido) – isopor Quando em pequenos pedaços, colocar em sacos
de ráfia. Em placas, formar fardos.
Resíduos perigosos presentes em Manuseio com os cuidados. Imediato transporte
embalagens plásticas, instrumentos de pelo usuário para o local de acondicionamento
aplicação (pincéis) final.
Restos de uniformes, botas, panos e Disposição nos bags para resíduos diversos
trapos sem contaminação por produtos sendo este o acondicionamento final.
químicos.
Big Bag em Suporte Metálico.

Big Bags em Suporte de Madeira.


Baia Móvel de Madeira.
Baia Móvel Metálica com Suporte para
Transporte

Baia Fixa.
CAÇAMBAS ESTACIONÁRIAS
• Estas caçambas comumente têm capacidade de 5m3. Seu uso deve ser
determinado de acordo com a necessidade de cada obra, normalmente
para acondicionamento de resíduos de madeira e de alvenaria e
concreto.
Estes recipientes facilitam a coleta dos resíduos, principalmente quando
associados a dutos para transporte interno que despejam os resíduos dos
pavimentos diretamente nas caçambas. Deve-se atentar para o acesso dos
caminhões poliguindastes para retirada das caçambas. É importante lembrar
que algumas leis municipais proíbem a disposição de caçambas nas calçadas.
Transporte interno
• O transporte interno pode ser realizado utilizando-se dos meios
convencionais e disponíveis no canteiro de obras. Para o transporte
horizontal, podem ser utilizados: carrinhos de mão, gericas, transporte
manual, entre outros. Já para o transporte vertical podem ser utilizados:
grua, elevador de carga, etc. É necessário que durante o planejamento do
canteiro exista a preocupação com a movimentação dos resíduos para que
futuramente não existam problemas com relação ao fluxo dos resíduos
que podem gerar desperdícios de tempo dos trabalhadores sem agregar
valor ao processo.
• Uma outra opção para o transporte vertical é o duto coletor de entulho
que agiliza bastante o transporte interno, principalmente, de resíduos
classe A. Estes dutos são constituídos por elementos tubulares de
polietileno de média densidade com diâmetro aproximado de 34cm
fixados por correntes. Nos pavimentos um elemento especial permite a
colocação dos resíduos.
• Este transporte é ainda mais eficiente se dispusermos a baia, a caçamba,
ou mesmo o caminhão sob a base do coletor evitando um transporte
horizontal adicional.
Tipos de Resíduo x Transporte Interno
Destinação Responsável
• De acordo com a Resolução 307 do CONAMA os geradores também são responsáveis
pela destinação final dos resíduos quando não sejam viáveis o reuso ou reciclagem
dos resíduos na própria obra. Sendo assim, as obras são responsáveis por todos os
resíduos que são retirados sendo passíveis de multas definidas pelos municípios em
caso de deposição irregular.
• Ao se retirar os resíduos do canteiro é necessário atentar para alguns pontos, a
saber:
– é preciso que o veículo que será usado no transporte seja compatível com a
forma que os resíduos estão acondicionados na obra.
– deve-se buscar reduzir os custos com a coleta e remoção dos resíduos, portanto
parcerias com cooperativas devem ser estimuladas; e
– deve-se adequar os equipamentos utilizados para coleta e remoção dos resíduos
aos padrões definidos em legislação e/ou pelos receptores.
Além disso, é necessário definir o local onde os resíduos serão depositados. A tabela a
seguir possibilita a identificação de algumas soluções de destinação para os resíduos
gerados. No entanto é necessário verificar quais as soluções disponíveis em cada cidade
/ região do país.
Soluções de
Destinação

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