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14/04/2010
Serviços Públicos
Então o serviço público vem desse binômio: necessidades humanas básicas (ou
necessidades essenciais para a realização da dignidade da pessoa humana) que a
sociedade não consegue atender satisfatoriamente.
É dentro desse espírito que ele se insere na ordem econômica nacional. Seu objeto são
as atividades econômicas, isto é, tudo o que lida com algum bem escasso (algum bem
que não tem como todo mundo ter. Ex: O oxigênio por enquanto não é um bem
econômico, pois ele não é escasso).
Os principais serviços públicos são os com publicatio. O que é isso? Atividades que
foram estatizadas, ou seja, atividades que passaram a ser de titularidade exclusiva do
Estado (art 175 da CF/88). O fato deles serem do Estado não significa que só possam
ser exercidos pelo Estado. Via de regra, nos termos do art. 175 pode haver uma
concessão a particular. Mas a atividade continuará pertencendo ao Estado. É uma
delegação do mero exercício da atividade. Então, por exemplo, se eu atendo todos os
requisitos para abrir uma sorveteria e o alvará não me é concedido, eu entro com um
mandado de segurança e abro. No entanto, por mais competência que eu tenha em
distribuição de gás canalizado, que pela Constituição, no art. 25 é considerado serviço
público estadual, não adianta mandado de segurança. Terá que esperar o Estado abrir
uma licitação, a qual ele abrirá se quiser, haverá assinatura do contrato, se o Estado
quiser. Isso tudo, porque a atividade é dele.
O serviço público sem publicatio (muitos autores não os consideram serviços públicos,
porque o art. 175 di que os serviços públicos são prestados pelo Estado ou por
concessionários dele) é uma atividade que o Estado para atender direitos
fundamentais possui a obrigação de exercer, mas que os particulares também
possuem o direito de exercer concomitantemente. Ex.: Educação, Saúde, Cultura,
Previdência. Alguns autores os chamam não de serviços públicos, mas de serviços
sociais.
Monopólios Públicos
Atividades econômicas estrito sensu que sobre elas também incidem a publicatio
(titularidade estatal exclusiva prevista nos arts 176 e 177 da CF/88, isto é, o Estado é o
único dono da atividade).
Entende-se que o serviço público é uma atividade prevista genericamente no art 175
da CF/88; já os monopólios não. Então, a doutrina majoritária diz que os serviços
públicos podem ser criados também por lei; os monopólios públicos já estão
taxativamente previstos na CF/88.
As atividades econômicas exercidas pelo Estado sem publicatio, isto é, sem ser o dono
da atividade; sem a exclusão dos direitos dos particulares de exercerem tal atividade. A
CF não prevê essas atividades. Mas o art 173 da CF/88 diz que ressalvados os casos
previstos na própria carta, o Estado só poderá exercer atividade econômica mediante
autorização legal específica, em caso de segurança nacional ou de relevante interesse
coletivo e desde que em paridade de regime jurídico com as empresas privadas, a fim
de se evitar a concorrência desleal do Estado com as empresas privadas.
Ambas são exercidas pelo Estado sem a exclusão de o particular também exercê-las. A
diferença é que um visa o interesse das pessoas, enquanto o outro visa um interesse
geral da nação (infra-estrutura). Para uma não haverá imposição de paridade de
regime jurídico (se não seria inconstitucional o ensino gratuito).
A regra é atividade ser só da iniciativa privada. O Estado não só não pode se considerar
o dono da atividade como também não pode competir com a iniciativa privada, salvo
as exceções constitucionais (monopólios públicos; os serviços públicos com publicatio
– só o Estado, o particular só poderia como delegatário; serviços públicos sem
publicatio)
Então essas atividades particulares estão sujeitas a controle pelo Estado (exercício do
poder de polícia).
Na intercessão, teremos os serviços públicos sem publicatio e art. 173.
As empresa privadas defendem que essa é uma atividade econômica e o art. 173
manda ter paridade de regime jurídico, isto é, concorrência. O professor entende que
não: a existência de concorrência ou não nesse setor é uma opção de política
legislativa, mas não uma imposição constitucional, tendo em vista que essa atividade
não é da iniciativa privada, mas sim do Estado (é uma opção dele). O art. 173 só se
aplica nos casos em que o particular tem direito de exercer a atividade.
Uti singuli: serviços públicos específicos e divisíveis. Somente eles podem dar ensejo a
cobrança de taxas. Dá para saber quem usufrui do serviço e o quanto usufrui. Ex:
Passagem de ônibus.
Uti universi: não há essa posibilidade de mensuração. Ele é usufruído pela sociedade
como um todo. Ex: coleta de lixo; iluminação pública.
O legislador em vários setores estabeleceu um regime parcialmente concorrencial, ou
seja, atividades com publicatio regidas pelo regime de concorrência.
Assimetria Regulatória
Cada setor de serviço público tem seu regime jurídico e dentro de cada setor tem
diversos regimes jurídicos. Assim, Telefonia fixa tem seu próprio regime jurídico e a
Telefonia celular tem seu próprio regime jurídico. Dentro da Telefonia fixa há as que
têm regime público e há as que têm regime privado. Qual o objetivo delas? Buscar
concorrência.
- não é todo serviço público que gera uma relação de consumo (os uti universi, por
exemplo, pois nem uma relação jurídica individual foi instaurada nesse caso. Não há
uma pessoa que possa ser chamada de consumidor);
- atividades estatais que não são consideradas serviços públicos (poder de polícia, por
exemplo);
Obs: Nem toda atividade estatal pode ser considerada serviço público. Serviço público
também é diferente de fomento (neste o Estado apóia um particular, para que este
forneça um serviço público)
Aos serviços públicos do art. 175, que podem ser concedidos, poderá ser aplicado o
CDC, desde que não contrarie a própria natureza do serviço público.
Pessoal,
cometi um equívco ao transcrever:
Att,
Isabela.