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Resumo da Lei nº 13.

445/2017 – Lei de
Migração – Parte 1
Olá, pessoal. Tudo certo? No artigo de hoje veremos a primeira parte do
Resumo da Lei nº 13.445/2017, norma que instituiu a Lei da Migração.

Nesta primeira parte serão abordados os seguintes assuntos:

 Disposições Gerais
 Documentos de Viagem
 Vistos
 Registro

Vamos lá.

Disposições Gerais
O artigo primeiro traz as ideias centrais da lei que é:

 Dispor sobre os direitos e os deveres do migrante e do visitante


 regular a sua entrada e estada no País, e
 estabelecer princípios e diretrizes para as políticas públicas para o
emigrante.

Entretanto é válido ressaltar que a Lei não prejudica a aplicação de normas


internas e internacionais específicas sobre refugiados, asilados, agentes e
pessoal diplomático ou consular, funcionários de organização internacional e
seus familiares (Art. 2)

Como parte geral, também é válido conhecer algumas definições que são


utilizadas na Lei (Art. 1º, § 1º):

 II – imigrante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha


ou reside e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil;
 III – emigrante: brasileiro que se estabelece temporária ou
definitivamente no exterior;
 IV – residente fronteiriço: pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida
que conserva a sua residência habitual em município fronteiriço de país
vizinho;
 V – visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao
Brasil para estadas de curta duração, sem pretensão de se
estabelecer temporária ou definitivamente no território nacional;
 VI – apátrida: pessoa que não seja considerada como nacional por
nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção
sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº
4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhecida pelo Estado
brasileiro.
Dos Princípios e das Garantias
No artigo terceiro da Lei temos os princípios e diretrizes, enquanto que no
artigo quarto as garantias.

Em sua grande maioria são itens “lógicos”, elenquemos algumass hipóteses


“menos obvias” para exemplificar.

Art. 3º A política migratória brasileira rege-se pelos seguintes princípios e


diretrizes:

XIV – fortalecimento da integração econômica, política, social e cultural dos


povos da América Latina, mediante constituição de espaços de cidadania e
de livre circulação de pessoas;

XV – cooperação internacional com Estados de origem, de trânsito e de


destino de movimentos migratórios, a fim de garantir efetiva proteção aos
direitos humanos do migrante;

XIX – proteção ao brasileiro no exterior;

XXI – promoção do reconhecimento acadêmico e do exercício


profissional no Brasil, nos termos da lei; e

Art. 4º Ao migrante é garantida no território nacional, em condição de


igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, bem como são assegurados:

V – direito de transferir recursos decorrentes de sua renda e economias


pessoais a outro país, observada a legislação aplicável;

XIV – direito a abertura de conta bancária;

XV – direito de sair, de permanecer e de reingressar em


território nacional, mesmo enquanto pendente pedido de autorização de
residência, de prorrogação de estada ou de transformação de visto em
autorização de residência; e

Resumo da Lei nº 13.445/2017


Informação de fato relevante e que deve ser levada para prova é que
os direitos e as garantias serão exercidos em observância ao disposto na
Constituição Federal, independentemente da situação migratória e não
excluem outros decorrentes de tratado de que o Brasil seja parte (Art. 4,
§1º), em outras palavras, os direitos e garantias são aplicados mesmo que o
imigrante esteja ilegal no Brasil.

Dos Documentos de Viagem


No artigo quinto, a Lei nos apresenta os documentos de viagem., perceba
que existem muitos outros além do famoso passaporte.

É válido conhecer a divisão apresentada dos documentos de viagem que são


de propriedade ou não da União.

1) Documentos de propriedade da União, cabendo a seu titular a posse


direta e o uso regular.

 I – passaporte;
 II – laissez-passer ;
 III – autorização de retorno;
 IV – salvo-conduto;
 V – carteira de identidade de marítimo;
 VI – carteira de matrícula consular;
 IX – outros que vierem a ser reconhecidos pelo Estado brasileiro em
regulamento.

2) Documentos que não são de propriedade da União:

 VII – documento de identidade civil ou documento estrangeiro


equivalente, quando admitidos em tratado;
 VIII – certificado de membro de tripulação de transporte aéreo;

Dos Vistos
O visto é o documento que dá a seu titular expectativa de ingresso em
território nacional (Art. 6º), é bom lembrar que poderão

O visto será concedido por embaixadas e similares no exterior (Art. 7)


e excepcionalmente, os vistos diplomático, oficial e de cortesia poderão
ser concedidos no Brasil (Art. 7º, Parágrafo único).

Vejamos os casos de impedimento de concessão de visto.

 I – a quem não preencher os requisitos para o tipo de visto pleiteado


(Art. 10, I)
 II – a quem comprovadamente ocultar condição impeditiva de
concessão de visto ou de ingresso no País (Art. 10, II)
 III – a menor de 18 anos desacompanhado ou sem autorização de
viagem por escrito dos responsáveis legais ou de autoridade competente
(Art. 10, III)
 IV – pessoa anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da
expulsão vigorarem (Art. 45, I)
 V – pessoa condenada ou respondendo a processo por ato
de terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra a
humanidade, crime de guerra ou crime de agressão
 VI – pessoa condenada ou respondendo a processo em outro país
por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira (Art.
45, III)
 VII – pessoa que tenha o nome incluído em lista de restrições por
ordem judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil perante
organismo internacional (Art. 45, IV)
 VIII – pessoa que tenha praticado ato contrário aos princípios e
objetivos dispostos na Constituição Federal (Art. 45, IX)

Dos Tipos de Visto

A Lei da Migração também elenca alguns tipos de visto (Art. 12). Vamos


conhecê-los.

 I – de visita -> concedido ao visitante que venha ao Brasil para estada


de curta duração, sem intenção de estabelecer residência (Art. 13)
Ex. Turismo

Do visto de visita também podemos citar que não se pode exercer atividade
remunerada no Brasil (Art. 13, §1º) e que não será exigido em caso de escala
ou conexão (Art. 13, §3º).

 II – temporário -> concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o


intuito de estabelecer residência por tempo determinado (Art. 14) Ex.
Estudo, tratamento de saúde e etc.

As diferenças entre os vistos diplomático, oficial e cortesia são melhores


explicadas pelo Itamaraty, assim vamos utilizar essa explanação, entretanto
também podem ser encontradas as disposições nos artigo 15 a 18 da Lei.

 III – diplomático –> concedido a autoridades e


funcionários estrangeiros que tenham status diplomático e viajem ao
Brasil em missão oficial, de caráter transitório ou permanente,
representando Governo estrangeiro ou Organismo Internacional
reconhecidos pelo Brasil, conforme Itamaraty.
 IV – oficial -> concedido a funcionários administrativos estrangeiros
que viajem ao Brasil em missão oficial, de caráter transitório ou
permanente, representando Governo estrangeiro ou Organismo
Internacional reconhecidos pelo Governo brasileiro; ou aos estrangeiros
que viajem ao Brasil sob chancela oficial de seus Estados, conforme
Itamaraty.
 V – de cortesia -> concedido a personalidades e autoridades
estrangeiras em viagem não oficial ao Brasil; companheiros (as),
dependentes e outros familiares que não se beneficiem de Visto
Diplomático ou Oficial por reunião familiar; trabalhadores domésticos de
Missão estrangeira sediada no Brasil ou do Ministério das Relações
Exteriores; artistas e desportistas estrangeiros que viajem ao Brasil para
evento de caráter gratuito e eminentemente cultural, conforme Itamaraty.

Do Registro e da Identificação Civil do Imigrante

Para finalizar o Resumo da Lei nº 13.445/2017, vejamos algumas informações


importantes sobre o Registro e Identificação Civil do Imigrante.
Deve-se registrar todo imigrante que adentre no Brasil com visto
temporário ou autorização de residência, o registro consiste
na identificação civil por dados biográficos e biométricos (Art. 19), este
processo é de competência da Polícia Federal.

A identificação civil de solicitante de refúgio, de asilo, de reconhecimento


de apátridia e de acolhimento humanitário poderá ser realizada com a
apresentação dos documentos de que o imigrante dispuser (Art. 20).

Considerações Finais
Pessoal, chegamos ao final da primeira parte do Resumo da Lei nº
13.445/2017. Espero que tenham gostado.

Não deixem de acompanhar o blog para a continuação do Resumo da Lei nº


13.445/2017, além de outras notícias relevantes de concurso público.

Até mais e bons estudos!


Resumo da Lei nº 13.445/2017 – Lei de
Migração – Parte 2
Olá, pessoal. Tudo certo? No artigo de hoje veremos a segunda parte do
Resumo da Lei nº 13.445/2017, norma que instituiu a Lei da Migração.

Veremos as principais partes que podem ser cobradas em concurso referente


à condição jurídica do migrante e do visitante.

Vamos lá.

Do Residente Fronteiriço
Comecemos relembrando quem é o residente fronteiriço. Trata-se da pessoa
nacional de país limítrofe ou apátrida que conserva a sua residência habitual
em município fronteiriço de país vizinho;

Nesse sentido, a fim de facilitar a sua livre circulação, poderá ser concedida


ao residente fronteiriço, mediante requerimento, autorização para a
realização de atos da vida civil (Art. 23).

Tal autorização indicará o Município fronteiriço no qual o residente estará


autorizado a exercer os direitos a ele atribuídos por esta Lei (Art. 24)

Entretanto a autorização será cancelada, a qualquer tempo, se o titular (Art.


25):

 I – tiver fraudado documento ou utilizado documento falso para obtê-lo;


 II – obtiver outra condição migratória;
 III – sofrer condenação penal; ou
 IV – exercer direito fora dos limites previstos na autorização.

Da Proteção do Apátrida e da Redução da


Apátrida
Lembre-se da definição de apátrida: pessoa que não seja considerada como
nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da
Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto
nº 4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.

Assim, a Lei estipula que o regulamento disporá sobre instituto protetivo


especial do apátrida, consolidado em processo simplificado de
naturalização (Art. 26).

Dessa forma, o processo simplificado será iniciado tão logo seja reconhecida a
situação de apátrida (Art. 26, § 1º) e reconhecida a condição de
apátrida o solicitante será consultado sobre o desejo de adquirir a
nacionalidade brasileira (Art. 26, § 6º).

Assim, há duas possibilidades ao consultar o apátrida:

 O apátrida opte pela naturalização (Art. 26, § 7º): a decisão sobre o


reconhecimento será encaminhada ao órgão competente do Poder
Executivo para publicação em 30 dias.
 O apátrida reconhecido que não opte pela naturalização (Art. 26,
§8º): terá a autorização de residência outorgada em caráter definitivo.

Resumo da Lei
nº 13.445/2017 – Lei de Migração – Parte 2
Em outras palavras, caso seja reconhecida a condições de apátrida, esse
poderá optar pela naturalização ou pela residência definitiva.

Também é possível que não se reconheça a condição de


apátrida, assim caberá recurso contra decisão negativa (Art. 26, §9º).

Outras informações Da Proteção do Apátrida

Importante frisar que mesmo que haja denegação do reconhecimento da


condição de apátrida, é vedada a devolução do indivíduo para país onde
sua vida, integridade pessoal ou liberdade estejam em risco (Art. 26, §10º).

Ainda, existem condições que implicam perda da proteção conferida por esta


Lei (Art. 26, §12), sendo elas:

 I – a renúncia;
 II – a prova da falsidade dos fundamentos invocados para o
reconhecimento da condição de apátrida; ou
 III – a existência de fatos que, se fossem conhecidos por ocasião do
reconhecimento, teriam ensejado decisão negativa.

Do Asilado
O asilo político, que constitui ato discricionário do Estado, poderá ser
diplomático ou territorial e será outorgado como instrumento de proteção à
pessoa (Art. 27)

Entretanto a Lei veda a concessão de asilo a quem tenha cometido crime


(Art. 28):

 De genocídio,
 Contra a humanidade,
 De guerra, ou
 De agressão,

Obs. A saída do asilado do País sem prévia comunicação implica renúncia ao


asilo (Art. 29).

Da Autorização de Residência
A autorização de residência poderá ser concedida, mediante registro, ao
imigrante, residente fronteiriço ou ao visitante (Art. 30).

Obviamente que é necessário que esses se enquadram em alguma hipótese


prevista em lei, seja por uma finalidade específica (ex. trabalho), seja por
uma condição pessoal (ex. beneficiária de refúgio).

Apenas para exemplificar, vejamos alguns exemplos que a Lei traz.

 I – a residência tenha como finalidade:

a) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica;

b) tratamento de saúde;

g) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário;

h) realização de investimento ou de atividade com relevância econômica,


social, científica, tecnológica ou cultural;

 II – a pessoa:

e) seja beneficiária de refúgio, de asilo ou de proteção ao apátrida;

g) tenha sido vítima de tráfico de pessoas, de trabalho escravo ou de violação


de direito agravada por sua condição migratória;

h) esteja em liberdade provisória ou em cumprimento de pena no Brasil;

Importante entender que outras hipóteses podem ser definidas em


regulamento.
Outras informações sobre autorização de residência

Lembre-se ainda que:

 O solicitante de refúgio, de asilo ou de proteção ao apátrida fará jus


a autorização provisória de residência até a obtenção de resposta ao
seu pedido (Art. 31, § 4º).
 Poderá ser concedida autorização de residência independentemente
da situação migratória (Art. 31, §5º)
 Poderão ser cobradas taxas pela autorização de residência (Art. 32)

Ainda, uma informação muito importante deve ser guardada:

 A posse ou a propriedade de bem no Brasil não confere o direito de


obter visto ou autorização de residência em território nacional (Art.
35)

Autorização de residência negada

Não se concederá a autorização de residência a pessoa condenada


criminalmente no Brasil ou no exterior por sentença transitada em julgado,
desde que a conduta esteja tipificada na legislação penal brasileira (Art. 30,
§1º), entretanto há ressalvas nos casos em que:

 a conduta caracterize infração de menor potencial ofensivo;


 residência com finalidade de tratamento de saúde;
 residência com finalidade de acolhida humanitária;
 residência com finalidade de reunião familiar;
 a pessoa seja beneficiária de tratado em matéria de residência e
livre circulação;

Ainda, também poderá ser negada a autorização de residência (Art. 34) em


algumas hipóteses do artigo 45.

 pessoa anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da


expulsão vigorarem (Art. 45, I)
 pessoa condenada ou respondendo a processo por ato de
terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra a humanidade,
crime de guerra ou crime de agressão (Art. 45, II)
 pessoa condenada ou respondendo a processo em outro país
por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira (Art.
45, III)
 pessoa que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem
judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil perante organismo
internacional (Art. 45, IV)
 pessoa que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos
dispostos na Constituição Federal (Art. 45, IX)

Da Reunião Familiar
Para finalizar o Resumo da Lei nº 13.445/2017, também é válido conhecer as
hipóteses em que o visto ou a autorização de residência para fins
de reunião familiar será cabível (Art. 37).

Assim será concedido ao imigrante:

 I – cônjuge ou companheiro, sem discriminação alguma;


 II – filho de imigrante beneficiário de autorização de residência, ou
que tenha filho brasileiro ou imigrante beneficiário de autorização de
residência;
 III – ascendente, descendente até o segundo grau ou irmão de
brasileiro ou de imigrante beneficiário de autorização de residência;
ou
 IV – que tenha brasileiro sob sua tutela ou guarda.

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