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Georges Didi-Huberman
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tir dos processos de modernizações urbanas, como as reformas do
Barão Haussman em Paris3. A montagem como procedimento for-
mal buscava formas mais complexas de ver, apreender a realidade,
como aquela oferecida pelo caleidoscópio.
“Tão densa é a montagem que o autor, esmagado por ela, mal conse-
gue tomar a palavra. Ele reservou para si a organização dos capítulos,
estruturados no estilo das narrações populares; quanto ao resto, não
tem pressa em fazer-se ouvir.” (BENJAMIN, 1985, p. 57)
“Que não nos enganemos: essa montagem, que diz respeito a organi-
zação visual da revista não é um simples parâmetro de apresentação.
(…) Descobrimos que Bataille coloca esse paradigma da montagem
no centro de sua prática de editor chefe. (...)” (DIDI-HUBERMAN,
1995, p. 280, tradução nossa)
“É uma vontade súbita, que surge como uma rajada de vento noturno
que abre uma janela, de viver, mesmo somente um ou dois minutos,
retirando repentinamente todas as pesadas cortinas que escondem
a cada dia com as imagens que 29_ Nos últimos três anos
2013 (MAR, Rio) e por seus generosos quotidien. Paris : Gallimard, 1990.
seminários em 2012 e 2013 (Centre
DIDI-HUBERMAN, G. La ressemblance
Georges Pompidou e EHESS, Paris).
informe, ou le gai savoir visuel selon
34_ Sobre a questão, ver a entrevista Georges Bataille. Paris : Macula, 1995.
que Jeanne Marie Gagnebin nos
DIDI-HUBERMAN, G. Devant le temps.
concedeu na revista Redobra 14
Paris : Les éditions de minuit, 2000.
(2014): “A ideia de ‘desvio’ no prefácio
da Origem do drama do barroco DIDI-HUBERMAN, G. L’image survivante.
alemão, primeiramente faz um Histoire de l’art et temps de fantômes
trocadilho com a palavra ‘método’. selon Aby Warburg. Paris : Les
Em grego, método quer dizer com éditions de minuit, 2002.
(met) caminho (hodos). E desvio,
em alemão é umweg, um caminho DIDI-HUBERMAN, G. “Remontée,
(weg) que dá volta (prefixo um). remontage (du temps)”, Revue
Benjamin simplesmente lembra Étincelle, Paris: IRCAM, novembro
que o caminho não é sempre reto e 2007.
direto (como propunha Descartes
DIDI-HUBERMAN, G. Quand les images
quando se trata de adquirir certezas
no conhecimento, mas que há outras prennent position. L’œil de l’histoire 1.
formas de caminho e de caminhar Paris: Les éditions de minuit, 2009.
[...]” (GAGNEBIN, 2014, p. 15). Ver
DIDI-HUBERMAN, G. Atlas ou le gai
também, Gagnebin (2006).
savoir inquiet, L’œil de l’histoire 3.
... Paris : Les éditions de minuit, 2011.
DIDI-HUBERMAN, G. A imagem
AGAMBEN, G. Aby Warburg e a Ciência
sem nome. Arte&Ensaios, Rio de sobrevivente. História da arte e tempo
Janeiro, 2009. de fantasmas segundo Aby Warburg.
Rio de Janeiro : Contraponto, 2013a.
BENJAMIN, W. Magia e Técnica, Arte e
DIDI-HUBERMAN, G. História de
Política. São Paulo: Brasiliense, 1985.