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Introducao 1.1 A INDUSTRIA ELETROELETRONICA recente surto de tecnologia em Wall Street é uma clara cevidéncia de que a industria eletroeletronica seri uma das ue terdo ampla influéncia sobre os avangos futuros em ‘muitas dreas que influenciaro nosso modo de vida — satide em geral e edueacdo profissional. Até mesmo as artes, inicialmente relutantes em niio usar métodos tec- noldgicos, estio adotando téenicas inovadoras que per- mitem explorar areas nunca antes imaginadas. O novo Windows faz com que as simulagies computacionais sejam realizadas em sistemas de computador de maneira muito mais acessivel as pessoas, de modo geral,resultan- do em uma expansdo de mercado que estimula o eresci- mento neste campo. Os computadores domésticos sera0 eventualmente tio comuns quanto telefone ou a tele- visio, Na realidade, os trés esto sendo integrados em um Linico equipamento, Todos os aspectos de nossa vida parecem ser in- ‘uenciados por avangos tecnoligicos que surgem com fre- quéneia cada vez maior. Para um leigo, 0 avango tecno- I6gico mais evidente desses sltimos anos tem sido a redugio de tamanho dos sistemas eletroeletrénicos. Os televisores hoje em dia so pequenos o suficiente para ‘serem transportados com facilidade e tm um sistema de bateria que os torna cada vez mais portiteis, Compu: tadores com uma significante capacidade de meméria sio atualmente menores. que este livro. O tamanho dos ridios € limitado simplesmente pela nossa capacidade de let os nnimeros no mostrador. Os aparelhos que auxiliam na audiglo sito pouco visiveis, e os marca-passos estio signi- ficativamente menores © mais confidveis. Toda essa redugiio de tamanho se deve, antes de tudo, ao sensacional avango tecnoldgico das tiltimas décadas — 0 eircuito itegrado (C1). Desenvolvido pela primeira vez no fin da década de 50, 0 CI jé alcangou um estégio no qual cortes de linhas com 0,18 micrometro so comuns. O eit- cuito integrado mostrado na Figura 1.1 € © processador Intel® Pentium® 4, que tem 42 milhdes de transistores em luma ‘rea que mede apenas 0,34 polegada quadrada (219,35 milfmetros quadrados). A Intel Corporation apre- sentou, recentemente, um artigo técnico descrevendo tran- sistores de 0,02 micrdmetro (20 nanémetros) em set labo- rat6rio de pesquisas em silicio. Esses transistores pequenos ¢ ultra-ripidos permitirio a colocagfio de aproximada- ‘mente 1 bilhio de transistores em um pedaco de silfcio um pouco maior que uma unha. Microprocessadores construs- dos a partir desses transistores poderiio operar em torno de 20 GHz. Isso nos deixa ansiosos em saber os limites de tais vangos tecnolégicos. E natural querer saber quais limites o desenvolvi- ‘mento pode ter quando considerarmas as mudancas das tiltimas décadas. Em vez de seguir uma curva de eres ‘mento estével que possibilitaria de algum modo previ 8, a indiistria esta sujeita a mudangas repentinas que moditi- cam significativamente os avangos teenolégicos no campo fem questdo. As indieagdes atuais so de que 0 nivel de ‘miniaturizagdo continuaré, porém em um ritmo mais mo- derado. O interesse esti voltado ao aumento da qualidade cc dos niveis de produgZo (porcentagem de circuitos inte- ‘grads dle boa qualidade no processo industrial), A hist6ria: nos mostra que existem altos e baixos no crescimento industrial, mas os lueros continuam a crescer a luma taxa estivel, © os fundos destinados & pesquisa € a0 desenvolvimento tecnol6gico, a absorver uma fatiacrescente do orgamento. Esse setor muda tio freqtientemente que requer reciclagem constante desde 0 iniciante até o diretor, Muitas empresas institutam seus préprios programas de tteinamento e incentivam universidades prdximas a desen- volverem programas para garantir que 0s coneceitos e es pro cedimentos mais atualizados sejam ensinados a seus empre- los. Um perfodo de relaxamento pode ser desastroso para 'uma empresa que atua com produtos competitivos. No entanto, por maiores que sejam as presses sobre alguém que trabalha nesse campo para que se mantenha em dia com os tiltimos avangos, existe uma vantagem que Jogo se tomar ébvia: uma vez que um conceito ou um 1 2 Capitulo 1 Introducio Figura 1.1 teh Corp) Chip de compatidar na ponts do dedo. (Cortesia da t- procedimento tenha sido claro e corretamente compreen- ido, dard frutos durante toda a carreira do individuo, em qualquer nivel. Por exemplo, depois que uma relagio fun- damental como a lei de Ohm (Capitulo 4) seja com: preendida, ela nunca ser substitufda por outra equacdo & ‘medida que considerarmos teorias mais avancadas. Essa lei & uma relagio entre quantidades Fundamentas, pode ser aplicada em qualquer situagdo. Além disso, logo «que um procedimento ou método de anilise for elaramente nilaco, pode, em geral, ser aplicado a uma grande (se nio infnita) variedade de problemas, fizendo com que seja desnecessirio aprender uma técnica diferente para «cada pequena variago no sistema. O contedido deste Livro ibrangente que cada fragmento de informagao teri aplicagdes em cursos mais avangados. Ele nfo ser subs- tituido por um conjunto de equagdes e procedimentos, diferentes, a nfo ser que isso seja necessério a uma dea de aplicagio espeeffica, Mesmo assim, os novos proce dimentos serio quase sempre uma versio expandida dos conceitos jf apresentados no texto. Desse modo, & extremamente importante que 0 assunto apresentado neste curso introdutério seja enten- dido com clareza e precisao, pois ele é fundamental para se obter um bom desempenho nos cursos seguintes, e ‘voc’ 0 aplicaré no seu dia-a-dia como profissional deste campo que esta sempre em desenvolvimento, 1.2. UM BREVE HISTORICO Na cigncia, uma vez que uma hipstese € provada e ace 1a, ela se torna um dos fundamentos daquela ‘rea de esta do, permitindo investigagio © desenvolvimento poste riores. Naturalmente, quanto mais pegas de um quebra- ccabegit estiverem dispontveis, mais fcil sera sua solugio. De fato, a histéria demonstra que, 2s vezes, um simples avango isolado pode sera chave para levaraciéncia a um novo patamar de compreensfo, aumentando também seu impacto sobre a sociedade. Se tiver oportunidade, leia alguma das diversas publicagées sobre a histéria do assunto tratado neste livro. Por causa das limitagées de espago, apresen- taremos aqui apenas um pequeno resumo. O nimero de pessoas que contribuiram é muito maior do que aquele ‘que podemos mencionat, € seus esforgos resultaram rmuitas vezes em contribuigées significativas para a solugdo de problemas importantes. ‘Como ja mencionamos anteriormente, exisiem perfodos caracterizados pelo que parece ser uma explosio de interesse e de desenvolvimento em deter- rminadas éreas, Mais adiante, veremos que no final do séeulo XVIII © no comeco do XIX invenedes, des- ccobertas € eorias apareciam de modo ripido e tem- pestuoso. Cada novo conceito aumentava © ntimero de possiveis dreas de aplicagdo, até que se tornou quase Jmpossivel rastrear os avangos sem escolher determinada firea de inveresse. A medida que voo8 estiver lendo, neste retrospecto, sobre 0 desenvolvimento do ridio, da televisio ¢ do computador, lembre-se de que a0 mesmo {tempo estavam ocorrendo zwancos semelhantes nas reas de tclegrafa, clefonia, geracio de energia elética, grax ‘vagio de dudio, de eletrodomésticos e assim por diante, Quando Iemos alguma coisa sobre os grandes cientistas, inventores e inovadores, hii uma tendéncia a acreditar que suas deseobertas foram resultado de um esforgo completamente individual. Em muitos casos, no entanio, iss0 no € verdadeiro. De fato, muitos dos individuos que deram grandes contribuigdes eram amigos ou colaboradores,e se apoiavam mutuamente em sous esforgos para investigar diversas teorias. Eles esta- vam, pelo menos, cientes das atividades uns dos outros, até onde era possivel numa época em que a carta era ‘quase sempre a melhor forma de comunicagao. Observe em particular a proximidade das datas durante periodos de desenvolvimento ripido. Um dos investigadores parecia estimular os esforgos dos outros ou, possi- velmente, fornecia os dados necessarios ’ pesquisa de uma drea de interesse. S pessoas que contribuiram durante os iniciais nesse campo nao eram engenheiros eletri eletrénicos ou de computagio, como os conhecemos hoje. Na maioria dos casos, eram fisicos, quimicos, atemiticos ou mesmo filésofos. Alm disso, no per- tenciam a um ou dois pafses do Velho Mundlo. Quando nos referimos aos que deram grandes contribuigdes, citamos, na maior parte dos casos, o pais de origem para mostrar que quase todas as comunidades com razosivel grau de organizaglo tiveram certo impacto no desen- volvimento das leis fundamentais dos circuitos ektricos. ‘A medida que voo8 for lendo os outros capitulos deste Livro, percebers que muitas unidades de medida receberam © nome de cientistas importantes nestas dieas —o conde Alessandro Volta teve seu nome associado & unidade de d.d.p., 0 volt; 0 ampere homenageia André Ampére: o olim, Georg Ohm, ¢ assim por diante — em reconhecimento a suas importantes descobertas, que de- ram origem a esse grande campo de estudo, ‘A Figura 1.2 mostra grficos temporais indicando certo nimero de avangos notiveis, com a intengio 12 Umbreve historico 3. 2 Grilcos tempor: () de longo slesnce: (b) expand principal de identificar perfodos especfficos de desenvol- vimento rapido e também mostrar até onde chegamos nas liltimas décadas, Em esséncia, 0 atual “estado da arte’ é © resultado de esforgos que tiveram inicio hi aproxi- madamente 250 anos, com o progresso dos silkimos. 100 anos sendo quase exponencial, Conforme vocé for lendo o breve histérico que se segue, tente imaginar o interesse crescemte na sea, 0 centusiasmo ¢ 0 alvorogo que devem ter acompanhado ‘cada nova revelaciio, Embora possa achar, no retrospecto, alguns termes novos cujo significado desconhega, os capitulos seguintes conterdo explicagdes sobre eles. © principio © fenmeno da eletricidade estitica era conhecido desde a Antiguidade, sendo naquela época encarado {quase sempre como brincadira, Os gregos denomina- vam elekiron a resina f6ssil usada freqlentemente em demonstragdes dos efeitos da eletricidade estitica, mas nnenhum estudo efetivo foi feito até que William Gilbert Pesquisou © assunto em 1600. Nos anos seguintes, a cletrostitica foi continuamente investigada indivi- ‘dualmente por pesquisadores como Otto von Guericke, {que construiu o primeiro gerador eletrostitico capaz de gerar uma quantidade aprecifvel de carga, e Stephen Gray, que conseguiu transmitir eargas elétricas a grandes distdincias usando fios de seda, Charles DuFay demons- trou que existem cargas que se alracm ¢ que se repelem, ‘0 que o levou a acreditar que hs dois tipos de carga — teoria aceita até hoje, com os nomes de carga positiva e carga negativa, Muitos acreditam que 0 real inicio da era da eletri- cidade esti baseado nas pesquisas de Piter van Mus- schenbrock © Benjamin Franklin, Em 1745, Van Musschenbrock apresentou a garrafa de Leyden, des tinada a armazenar carga elétria (0 pi ceapaciton, iia i [seat Sn L. [sh et e demonstrou os efeitos do choque elétrico (bem como 0 poder desta nova forma de energia). Franklin utilizou a gartafa de Leyden, aproximadamente sete anos depois, para demonstrar que o relimpago era simplesmente uma descarga eléirica e também expandiu esse estudo com vérias outras teorias importantes, incluindo a deno- minagio positiva e negativa para os dois tipos de carg ‘A partir daf, novas descobertas e teorias apareceram & medida que erescia o ntimero de pesquisas individuais com bom . Em 1784, Charles Coulomb demonstrou, em Pas, que a forga entre cargas & inversamente proporcionsl 20 ‘quadraco da distincia entre elas. Em 1791, Luigi Galvani, professor de anatomia na Universidade de Bolonha, Ilia, realizou experigneias que mostravam os efeitos da eletricidade nos nervos © miisculos de animais. A primeira célula voltaica (bateria), capaz de produzir eletricidade a partir da reagio quimica de um metal com um scido, foi desenvolvida por outro italiano, Alessandro Volta, em 1799, A febre de descobertas continuou no comego do século XIX com Hans Christian Oersted, professor de fisica sueco que anunciou, em 1820, uma rel agnetismo e eletricidade, que serviu de fundamento para a teoria do eletromagnetismo tal como a conhe- cemos hoje em dia, No mesmo ano, um fisico francés, André Ampére, demonstrou que existem efeitos magnéticos em tomo de condutores percorridos por ccorrentes ¢ guc tais condutores se atraem e se repelem do ‘mesmo modo que imas permanentes, No periodo de 1826 4 1827, um fisico alemo, Georg Ohm, apresentou uma importante relagao entre diferenca de potenecial, corrente e resisténcia, conhecida hoje como lei de Om. Em 1831, tum fisico inglés, Michael Faraday, demonstrou sua teoria sobre inducdo eletromagnética, por meio da qual uma corrente varidvel em uma bobina podia induzir uma ccorrente varidvel em outra bobina, mesmo que 3 di 4 Capitulo 1 Introducio bobinas sem diretamente conectadas. O professor Faraday trabalhou. também extensamente no desenvolvimento de um dispositivo destinado a arma- zenar cargas elétricas, que ele denominou condensador, conhecido atualmente como capacitor. E de Faraday a jdgia de introduzir um dielétrico entre as placas de um capacitor para aumentar a capacidade de armazenaamento (Capitulo 10), James Clerk Maxwell, professor escocés de filosofia natura," realizou uma anélise matemitica extensiva part desenvolver um conjunto de equacdes conhecido atualmente como equades de Maxwell, coroando os esforgos de Faraday para relacionar os efeitos elétricos e magnéticos. Maxwell também desen- volveu a teoria eletromagnética da luz em 1862, que, entre outras coisas, revelou que as ondas eletro- magnéticas. se propagam no ar a velocidade da luz (186.000 milhas por segundos ou 3 X 10 metros por segundo). Em 1888, um fisico alemdo, Heinrich Rudolph Hertz, por meio de experiéneias com onda. eletromagnéticas de baixa freqiiéncia (microondas), comprovou as predigdes ¢ equagdes de Maxwell. Na metade do século XIX, © professor Gustav. Robert Kirchhoff apresentou um conjunto de leis sobre tensdes © correntes em eircuitos que encontram aplicacdo em todas as reas e niveis desse campo (Capitulos 5e 6). Em 1895, ‘outro fisico alemo, Wilhelm Réntgen, descobriu ondas eletromagnéticas de alta freaténeia chamadas hoje em dia de raios X. No final do séeulo XIX, jé estava estabelecido um ‘grande niimero de equacGes, leis €relacies,€ varias éreas de estudo, incluindo a eletrénica, a geragio de energia eléiriea € a consirugto de miquina de calcular, ‘comegaram a se desenvolver cor respeitaveis. A era da eletronica Rédio © principio exato da era da eletrOnica é uma questo em aberto, sendo algumas vezes asso% primeiros trabalhos nos quais cientistas aplicaram diferengas de potenciais em eletrodos implantados em invélueros de vidro nos quais se tinha feito vacuo. Muitos, entretanto, preferem associar esse inicio a ‘Thomas Edison, que inseriu um eletrodo metilico no bulbo de uma lampada de filamento ¢ descobriu. que, {quando a Kimpada estava acesa e uma tensdo positiva era aplicada ao eletrodo, aparecia comrente elktrica no cir- ceuito, Esse fenémeno, observado em 1883, ficou co- hnhecido como efeite Edison, No perfodo que se seguiu, foi dada grande atencao 2 transmissio de ondas de ridio 2 20 desenvolvimento de aparelhos transmissores © receptotes. Em 1887, Heinrich Hertz, durante suas tenta- Livas de verificar os efeitos previstos pelas equagdes de Maxwell, efetuou em sew laboratério a primeira trans imissiio de ondas de ridio, Em 1896, um cientista Gusliclmo Marconi (ireqtlentemente denominado “p do radio"), demonstrou, utlizando uma antena aterrads, {que sinais telegréficos poderiam ser enviados sem a uti- lizagio de fios em distancias razodveis (2.5 km). No ‘mesmo ano, Aleksandr Popov enviou 0 que pode ter sido a primeira mensagem radiofOnica numa distancia de aaproximadamente 300 jardas (274 metros). Ele transmi tiv as palavras ‘Heinrich Hertz’, homenageando as con- tribuigdes pioneiras de Hertz. Em 1901, Marconi con- seguiu estabelecer comunicagdes de ridio através do Aulintico. Em 1904, John Ambrose Fleming baseou-se nas idéias de Edison para desenvolver o primeiro diodo, conhecido usualmente como vilvula de Fleming — na realidade, 0 primeiro dos dispositivas eletrdnicas. Esse dispositive teve profunnde impacto sobre o projeto de dotectores em receptores de ridio. Em 1906, Lee De Forest acrescentou um terceiro eletrodo 2 vilvula de Fleming e criou o primeiro amplificador, o triodo. Logo depois, em 1912, Edwin Armstrong construit 0 primeiro circuito regenerativo para melhorar © desempenho dos receptores, tendo depois utilizado esses mesmos circuitos para desenvolver o primeiro osciladior na 1915, sinais de ridio jé eram transmitidos nos Estados; Unidos, e em 1918 Armstrong solicitou patente do circuito super-heterédino, que € aquele empregado em praticamente todos os aparelhos de rio e televistio para permitir a amplificagio somente numa banda estreita de freqiiéncia em vez de em toda a faixa de freqiléncia do {nal recebido. Com isso quase todos 0s componentes de riidio modernos estavam disponiveis, © as vendas de receptores cresceram de uns poueos mithdes de délares no comego da década de 20 para mais de 1 bilho na década de 30. Esta éltima década compreendeu os assim chamados anos dourados do ridio, durante 0s. quais hhouve enorme quantidade de opgdes para os ouvintes. ‘Televistio Os anos 30 foram também o prinefpio exato dda era da televiso, embora desenvolvimentos com 0 tubo de imagem tenham se iniciado em anos anteriores com, Paull Nipkow e seu telescdpio elétrico, em 1884, ¢ John Baird e sua longa lista de sucessos, incluindo a transmis ssio de imagens de televisdo através de linhas telefonicas, cem 1927, através de ondas de ridio, em 1928, e trans- rmissGes simultdneas de imagem © som, em 1930, Em 1932, a NBC instalou a primeira antena de televisio ‘comercial no topo do edificio Empire State, na cidade de Nova York, ¢ a RCA iniciou a transmissio em 1939. A ‘guerra fez diminuir 0 desenvolvimento ¢ as vendas, mas rna metade da década de 40 0 nimero de aparelhos ceresceu de alguns milhares para alguns milhdes de unidades. A televisiio em cores popularizou-se no inicio dda década de 60. Filosofia nara ert 0 nome dado, ngquela epoca, 20 conjuno da eines hess, qunicase bioldgcas(N. do. Computadores Os primeiros sistemas de computador podem ser aribuidos a Blaise Pascal, em 1642, com sua iquina mecanica de soma e subtragio de nimeros. Em 1673, Goitfried Wilhelm von Leibniz usou 0 disco de Leibniz para acrescentar multiplicagio e divisio as ope- ragbes, e em 1823 Charles Babbage desenvolveu a mie Quina de diferengas para acrescentar as operagdes de seno, co-seno, logaritmo e diversas outras, Nos anos seguintes aconteceram melhorias, mas os sistemas foram essencialmente mecinicos até a déeada de 30, quando sistemas eletromecdnicos, usando componentes como relés, foram introduzidos. Somente na década de 40 ¢ que 0 sistemas totalmente eletrOnicos se tornaram a nova onda, E interessante notar que, ainda que a IBM tenha sido fundada em 1924, ela no havia entrado na indast de computadores até 1937. Um sistema completamente eletrdnico conhecido como ENIAC foi dedicado a Universidade da Pensilvainia em 1946, Ele continha 18,000 valvulas e pesava 30 toneladas, mas foi por diver sas vezes mais ripido do que a maioria dos sistemas cletromecdnicos. Embora outros sistemas com vilvalas a vieuo tenham sido construidos, foi somente depois do inicio da era do estado sélido (semicondutores) que 0s computadores experimentaram uma grande mudanga em tamanho, velocidade e eapacidade, A era do estado sélido Em 1947, os fisicos William Shockley, John Bardeen ‘Walter H. Brattain, dos laborat6rios Bell (Bell Telephone Laboratories), demonstraram o transistor de contato de ponto (Figura 1.3), um amplificador construtdo inteira- ‘mente de materiais semicondutores sem necessidade de ‘vécuo, bulbo de vidro ou tensiio de aquecimento para 0 filamento, Embora relutante no principio por causa da grande quantidade de conhecimentos disponiveis para projeto, andlise e sinteses de redes de comunicagio @ vilvula, a indistria eventualmente aceitava essa nova tecnologia como a onda do futuro. Em 1958, o primeiro itegrado (CI) foi desenvolvido pela Texas Instruments, € em 1961 0 primeiro cireuito integrado ‘comercial foi fabricado pela Fairchild Corporation, ES dl grt 13 nn ena de ATE abn sa 13 Unidades de medida 5 E impossivel apresentar adequadamente toda a historia do campo da eletrocletrénica em apenas algumas paginas. A intengio, aqui, tanto na discussio quanto no _grifico temporal mostrado na Figura 1.2, foi rever 0 incrivel progresso desse campo nos tiltimos 50 anos. O crescimento. mostra-se verdadeiramente exponenci desde © inicio do século XX, levantando uma questa interessante: Para onde iremos? O grifico temporal sugere que nas préximas décadas provavelmente surgirio importantes contribuighes inovadoras que poderso provocar uma curva de crescimento ainda mais ripido do {que 0 que estamos experimentando 1.3, UNIDADES DE MEDIDA Em qualquer drea téenica € naturalmente importante compreender os conceitos bisicos ¢ 0 impacto que eles, «em determinados pardmetros. Enretanto, a aplicagio dessas regras¢ leis terZo sucesso apenas se as operagées ‘matemitieas envolvidas forem aplicadas de mancita correta. Em especial, & de vital importineia 0 uso ade- ‘quado das unidades de medida para que uma grandez seja_compreendida. Os estudantes sempre geram solugoes numérieas, mas decidem nfo usar uma unidade de medida no resultado porque se sentem, de certa forma, inseguros em relagio a qual unidade deve ser usada, Considere, por exemplo, a seguinte equagio fundamental: ddados sejam obtidos para um objeto em movimento: d= 4.000 pés = 1 min e deseja-se que ¥ seja expresso em milhas por hora, Fre- {qlentemente, sem pensar dus vezes, o estudante apenas substitui os valores numéricos na equagio, cujo resul- lado seri d _ 4.000 pés v TOES = Tooth Conforme mencionado antes, a soluglo esté total- ‘mente errada. Se 0 resultado desejado & em milhas por hora, a unidade de medida para a distancia tem que ser ‘millias e, para 0 tempo, horas. Quando 0 problema & analisado adequadamente, 0 nivel do erro demonstra a importaneia de garantirmos que © valor numérico substituido em uma equagdo tem que tera unidade de medida especificada pela equacdo. 6 — capiulo 1 tnwodusie Normalmente a préxima pergunta seria: Como fago para converier a distancia e 0 tempo em unidade de medida adequada? Um método seri apresentado numa seco posterior deste capitulo, mas por enquanto seri dado que: 280 pés 4.000 pés = 0,7576 L min = gh = 0,0167 h Substituindo na Equagiio (1.1), temos: a _ 0.751 v= = Gareth 74537 mim istante diferente do resultado obtido anteriormente. Para complicar um pouco mais, suponha que a dlistincia seja dada em quilémetros, como € 0 caso de muitas placas de sinalizagiio em auto-estradas. Primero, lemos que perceber que 0 prefixo quilo significa multiplicar por 1.000 (apresentado na Segio 1.5) e, por tanto, temos que determinar 0 fator de conversdo entre quilémetros e milhas. Se esse fator de conversio no estiver prontamente acessivel, temos de efetuar a conversiio entre as unidades usando os fatores de conversio entre metros ¢ pés ou polegadas, conforme escrito na Seco 1.6. Antes de substituir os valores numéricos. numa equagio, experimente fazer mentalmente uma estimativa razosvel da faixa de valores possivels para fins de comparagio, Por exemple, se um earro percorre 4.000 pés em tim minuto, seria razodvel que a velocidade dele Fosse de 4.000 miff? E claro que no! Essa estimativa € particularmente importante, ja que hoje em dia as cal- ‘culadoras siio to comuns, e resultados absurdos podem ser aeeitos apenas porque eles aparecem no mostrador da ccaleuladora Finalmente, ax se uma unidade de medida estiver associada ao resultado ou a um conjunto de dadas, entao ela tem de ser associada aos valores numéricos. Fica sem sentido dizer que v = 45,37 sem incluir a unidade de media mifh ‘A manipulago da Equagao (1.1) no ¢ dificil. Uma. simples manipulagio algébrica resultard na solugao para qualquer uma das trés,varidveis, Entretanto, tendo fem vista 0 nimero de questdes suscitadas por essa equagio, pode-se perguntar se o grav de dificuldade associado a uma equacdo aumentaria na mesma pro- porgiio que 0 nimero de termos da equagao. De acordo com 0 bom senso, isso no acontece. Existe, & claro, maior probabilidade de se cometer algum erro ‘matematico em uma equagio mais complexa, mas uma ver escolhido o sistema adequado de unidades e que cada um dos termos tenha suas unidades expressas nesse sistema, devemos ter pouca dificuldade adicional associada 1 equagdes que apresentam maior nimero de foperagies matematicas. Em resumo, antes de substituir os valores numéricos ‘numa equagio, certfique-se dos seguintes pontos: 1. Cada quantidade tem uma unidade de medida prépria conforme definido pela equacao. 2. O valor nunérico de cada quantidade, confor- ‘me determinado pela equacao, foi substturdo, 3, Cada quantidade esté no mesmo sistema de wni- dades (ou conforme definido peta equacao). 4. 0 valor numérico do resultado € razodvel quando comparado com as quantidades substi- tuidas. 5. O resultado foi expresso na unidade de medida cadequada. 1.4 SISTEMAS DE UNIDADES Os sistemas de unidades mais usados no passado Foram 0 sistema ingles e o sistema métrico, ilustrados na Tabela ILL. Observe que, enquanto o sistema inglés é baseado em um tinico padrao, o sistema méurico ¢ subdividido em dois padrées inter-relacionados: MKS e CGS. As quantidades fundamentais desses_siste pparadas na ‘Tabela 1.1 acompanhadas de suas respectivas abreviagdes. Os sistemas MKS e CGS tém seus nomes derivados das unidades de medida usadas em sistema; o sistema MKS usa metros (meters), quilo- sgramas (kilograms) © segundos (seconds), enguanto 0 sistema CGS usa centimetros (centimeters), gramas (grams) e segundos (seconds). Para que se entenda, 0 uso de mais de um sistema de unidades em um mundo que se encontra continuamente diminuindo, gragas aos avangos tecnolégicos em comu- nicagdes e transportes, introduz complicagdes desne- ccessirias para a compreensio de quaisquer dados téen cos. A necessidade de um conjunto padrio de unidades a ser adotado por todas as nagdes tem se tornado cada vez ‘mais evidente, A Agéncia Internacional de Pesos Me- didas (International Bureau of Weights and Measures) situada em Sevres, Franca, tem sediado a Conferéncia Geral de Pesos e Medidas, recebendo representantes de todas as nagdes do mundo. Em 1960, a Conferéncia Geral adotou um sistema chamado Sistema Internacional de Unidades (Le Systéme International d’Unités), cuja utilizado pelo Instituto de Engenheiros Elétricos Elewénicos (IEEE — Institute of Electrical and Electronic Engineers, Ine.) e, desde 1967, pelo Instituto ‘Americano de Normas Técnicas (United States of América Standards Institute) como padrdo para toda a li- teratura cientifica e de engenhatia, cla L._ Compara ene os sistemas mticoe in ng MKS. Cee Mera) img) arm) (oaitm aan Sie Cigna tis 11003 foe Libra (Ib) ‘Newton (N) a) vio daw ae rane cen : Cetgate 0) =decen) ee (5 (-§cr-») bel: 7a a) Neomneo n) (issepe oomisg) (Oey Te ihn) sean) 5 do uiades 1 Sistemas de unidades 7 Meétrico cos SI ee Centimetro (em) Metro (m) (2.54em= I pol) Grama (g) Quitograma (kg) Dina Newton (N) Centigrade (°C) Kelvin (&) K= 27315 + °C Dina-censero ou erg Soule () (joule = 10” ergs) Segundo (6) Segundo (8) Para fins de comparagao, as unidades de medida do sistema $1 e suas abreviagdes so mostradas na Tabela 1.1 Essas abreviagdes so as associadas a cada unidade de medida, sendo cuidadosamente escolhidas de modo que sejam mais efetivas. Portanto, é importante que elas sejam sada, tanto quanto possivel, para uma compreensio uni- versal. Observe as similaridades entre os sistemas SI e MKS. Este livro emprega, sempre que cabivel e pritico, a maioria das unidades e abreviagées do sistema Sl.com 0 objetivo de mostrar a necessidade de um sistema tniversal de unidades. Aqueles Ieitores que precisarem de informagées adicionais sobre o sistema SI po-dem entrar em contato com 0 servigo de informagdes da Sociedade ‘Americana para Educagio em Engenharia (ASEE — American Society for Engineering Education). A Figura [4 pode auxiliar « desenvolver uma per cepeiio das magnitudes relativas das unidades de medida de cada sistema de unidades. Observe na figura a magni- tude relativamente pequena das unidades de medida do sistema CGS, Existe um padrio para cada unidade de medida de cada sistema. Os padrdes de algumas unidades sio bem interessantes, ‘O metro foi originalmente definido em 1790 como sendo 1/10.000,000 da distancia entre a linha do equador ‘© qualquer um dos pélos ao nivel do mar, que correspon- de ao comprimento de uma barra de platina ¢iridio man- lida na Agéncia Internacional de Pesos e Medidas em sev ca. ‘Atwalmente 0 metro € defnido tendo como referencia a velocidad da luz no vacuo, que ¢ 299.792.458 ms 0 quilograma ¢ definido como uma massa igual a 1.000 vezes a massa de wm centimetra ciibico de dgua pura a 4°C. Esse padrio de massa € mantido na forma de um cilindro de platina e iridio em Sevres, segundo foi originalmente definido como sendo igual a 1/86.400 do dia solar médio, Entretanto, visto que 1 rotagdo da Terra est diminuindo quase I segundo a cada 10 anos, (6 segundo foi dfinido em 1967 como sendo igual 4 9,192.631.770 periodos da radiacao letromagnetica emitida em uma determinada transicao do dtomo de césio, * American Society foe sting Elation (ASE), hpsvww.asee on 8 cos (i Capitulo 1 Introdugio Comprimento:, na ge o& “Temperatura {congetinen — 10 mec | Sms sige Forga! Bnergia: Figura 1-4 Comparigo entre unidades dos divers sistemas de uniades 1.5 ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS, PRECISAO E ARREDONDAMENTO Nesta segio, vamos enfatizar a importincia de conhe- cermos a fonte de um conjunto de dados, de sabermos ‘como um niimero apareceu ¢ como deve ser manipulado. Fregilentemente escrevemos nimeros de diversas ma- neiras sem nos preocuparmos muito com o formato uti- lizado, com 0 numero de algarismos incluidos € com a unidade de medidas a ser aplicada, Por exemplo, medidas expressas como 22,1" ou 10” implicam diferentes niveis de precistio. O primeiro resultado sugere que a medida foi feita com um instrumento com preciso na casa dos décimos; o segundo resultado foi obtido com um instrumento capaz de efetuar leituras precisas até a casa dos centésimos. Portanto, a quantidade de zeros em um niimero tem de ser tratada com cuidado, ¢ as implicagdes disso tém de ser bem compreendidas. [Em geral, existem dois tipos de nimeros: os exatos os aproximados. Os niimeros exatos tém a mesma pre cisio, independentemente do mimero da quantidade de algarismos com que slo representados: sabemos, por exemplo, que existem 12 magis em uma diizia, € ndo 1 Neste texto, o$ nimeros que aparecem nas des- crigées, diagramas e exemplos so considerados exatos, de modo que bateria de 100 V pode ter sua tensdo escrita como 100,0 V ou 100,00 V e assim por diante, pois convencionamos que a tensio € 100 V em qualquer grau de preciso, Os zeros adicionais nfo sio escritos por razdes priticas. Entretanto, considerando as condigdes ambientais de um laboratério, onde medidas sa0 re: Tizadas continuamente e 0 grat de precisiio pode variar de um instrumento para outro, ¢ importante compreen- der como trabalhar corretamente com os resultados. Qualquer resultado obtido no laboratério deve ser con- siderado uma aproximagdo. As escalas dos instrumentos analigicos com seus ponteiros podem ser de leitura dil cil, € muito embora os instrumentos digitais apresentem somente algarismos em seu mostrador, todos eles pos suem Timitagdes no niimero de algarismos, do dando nnenhuma informagio sobre os algarismos que nio apare- ceem no mostrador. A preciso de uma medida pode ser determinada pelo nimero de algarismos (digitos) significativas pre- sentes no resultado. Os alyarismos significativos sao 0s inteiros (de 0 até 9) que podem ser considerados precisos no caso da medida em questo. Como resultado, todos os algarismos diferentes de zero si0 considerados significa- Livos, enquanto os zer0s So significativos somente em alguns casos. Por exemplo: os zeros em L008 so consi- derados significatives, pois definem o “tamanho' do inimero e estdo entre algarismos diferentes de zero. En- tretanto, em um numero como 0,064, os dois zer0s no slo. considerados somente para deinir a localizagio da virgula decimal, no determinando a precisio da medida, No caso do riimero 0.4020, o zero a esquerta da virgula nio ¢ signi- ficativo, mas os outros dois so, pois definem 1 magnitu- de do nimero e a precisdio da medida até a quarta casa decimal Quando adicionarmos.niimeros aproximados, & importante que tenhamos certeza de ter levado em conta «preciso das parcelas de modo coerente. Ao adicionar- ‘mos um resultado cuja preciso s6 vai até a easa dos déci- ‘ms a outro eyja preciso vai até a casa dos milésimos, obtemos um resultado cuja preciso chega somente easa dos décimos. Nao podemos esperar que um resulta- do com maior grau de precisio melhore a qualidade de outro com preciso menor ‘Na adicao ou subtvacao de mimeros aprovimados, « precisao do resultado € determinada pela parcela de ‘menor precisao. No caso da multiplicacao ¢ da dvisao dle mimeros apraximados, a quantidade de algerismos sigificativos do resuliado € igual a do numero com menos algarismos significaives. Para niémeros aproximados (¢ exatos, quando for 0 caso), freqtientemente existe a necessidade de arredon- dar o resultado; ou seja, tem-se de decidir 0 grau adequat- do de precisio e alterar © resultado de modo coerente ‘com sua escotha, O procedimento consensual & simples- mente observar 0 algarismo que se segue 20 siltimo que desejamos manter na forma arredondada e adicionar 1a este tiltimo se 0 seguinte for maior ou igual a 5, dei do-o inalterado no easo de o seguinte ser menor que 5, Por exemplo: podemos arredondar 3,186 = 3,19 = 3,2, dependendo do grau de precisao desejado. O si significa aproximadamente igual a. bolo 1.6 Poténcias de de: 9 EXEMPLO 1.1 Execute as operagdes indicadas com os nimeros aproximados que se seguem e arredonde o resultado até © grau de precisio apropriado, 532,6 + 4,02 + 0,036 = 536,65 precisdo determinado por 532,6) b. 0.04 + 0,003 + 0,0064 = 0.0494 = 0,05 (grat de preciso determinado por 0,04) c. 4.632 X 2.4 = 11,1168 = 11 (conforme determina- do pelos dois algarismos significativos de 2,4) d. 3,051 x 802 = 246,902 = 2.450 (conforme deter- minado pelos ts algarismos significativos de 802) e. 1402/64 = 219,0625 = 220 (conforme determi do pelos dois algarismos significativos de 6,4) f. 0,0046/0,05 = 0,0920 = 0,09 (conforme determina do pelo tinico algarismo signifieativo de 0, 536,7 (grau de 1.6 POTENCIAS DE DEZ Deve estar claro que a partir da magnitude relativa de diversas unidades de medida, niimeros muito grandes ¢ ‘muito pequenos sZo fregtlentemente encontrados na prsi- far manipulago de niimeros - costuma-se utilizar porGucias w uso de todas as vantagens das propriedades matematicas das poténcias de dez. A nota- ‘so utilizada para representar niimeros que sio poténcias inteiras de dez & a seguinte: I mo 0.1 = 107 10 i100 = 0.01 = 10 100 171.000 0.001 = 10°* 1.000 = 107 1/10.000= 0,001 = 10-* Observe em particular que 10° = 1, pois qualquer rnimero elevado a zero é igual a 1 ("= 1, 1.000" = 1, e assim por diante). Observe também que os niimeros da lista que sio maiores que 1 esto associados a poténcias Positivas de dez, enguanto os niimeros menores que 1 ‘esto associados a poténcias negativas de dez. ‘Um método pritico para determinar a poténeia de __ x 10H ne Visto que o expoente da poténeia de dez aumenta por um fator de 2s, 0 muiplicador deve dinninair a locando-se a virgula trés casas para a esquerda, confor- ‘me mostrado a seguir: 1220, = 002 © 20 10" Hz = 0,02 X 10° Hz = 0,02 Mz b. No formato de poténcia de dez temos: 0,01 ms = 0.01 x 10s e 001x107 S= _ x 10s ge Visto que 0 expoente da poténeia de dez diminui por um fator de trés, o multiplicador t © que € conseguido deslocando-se a para a direita, como mostrado a segui 09) 10 e001 x 10° 10 10" 0 ps Quando se compara ~3 com ~6, existe a tendéncia de pensar que a poténcia de dez aumentou, porém quando se estiver comparando a magnitude do rmultiplicador, tenha em mente que 10-° & um valor ‘muito menor que 107°, —_ 0,002 x 10'm > x 10? m Nesse exemplo, temos de ser muito cuidadosos, pois a diferenca entre +3 e 3 € 6, o que torna neces- sério alterar o fator multiplicativo da seguinte maneira: 0.092000, = 2.000 € 0,002 x 10° m = 2.000 x 10™° m = 2.000 mm 1.8 CONVERSOES DENTRO DO MESMO SISTEMA E ENTRE SISTEMAS DE UNIDADES A conversio entre sistemas de unidades & um proceso que no pode ser evitado no estudo de nenhuma drea \écnica, Enlretanto, a execucio incorreta dessas ope- rages ¢ tio freqiiente que incluimos esta seco, na qual apresentamos um método que, se aplicado corretamente, levard sempre a0 resultado correto. Ha mais de um método para eletuar a conversio, Na verdade, algumas pessoas preferem efetuar 0 processo ‘mentalmente. Esse método € aceitivel para converses celementares, mas & bastante arriscado nos casos mais ccomplexos. (© método que desejamos introduzir pode ser entendido com mais clareza examinanda um problema relativamente simples, como a conversio de polegadas fem metros, Para sermos mais especiticos, vamos con- verter 48 polegadas (4 pes) em metros, ‘Se multiplicarmos as 48 polegadas (inch — in.) por tum fator 1, a magnitude dessa quantidade permanece a mesma: 48 pol. = 48 pol.) 10) 14 Capitalo1 tntroducio Vamos observar 0 fator de conversio, que no caso deste exemplo é 39,37 pol, Dividindo ambos os lados dessa expresso. por 39.37 polegadas, obtemos: im 39,37 pol Observe que o resultado final nos diz. que a Fazio | m/39,37 pol. é igual a 1,0 que € dbvio, pois essas duas 4quantidades so idénticas. Se substituirmos agora esse fator (1) na Equagao (1.10), obtemos: s\(Sm) 6 que resulta no cancelamento das polegadas, deixando apenas metros como unidades de medida, Além disso, visto que 39,37 esté no denominador, temos de dividir 48, por 39,37 para completar a operagdo: 48 poll) 48 Jog7 m= 1219m ‘Vamos agora rever © método passo a passo: 1. Coloque 0 fetor de conversdo numa forma que tenha 0 valor numérico (1) com a unidade de ‘medida a ser removida no denominador. 2. Efetue as operagdes matemdticas necessérias para obter 0 valor correto da quantidade em ‘questi na unidade de medida remanescente. EXEMPLO 1.13 a, Converta 6,8 min em segundos. bb. Converter 0,24 m em centimetros. Solucao: a, 0 fator de conversio € I min = 60s Visto que a unidade minuto deve ser removida do resultado final, ela deve aparecer no denominador do fator (1), conforme mostrado a seguir Passo I: (22)-0 T min Passo 2: 6,8 min(1)= (68)(60) 5 vo = 408s b. 0 fator de conversio & m= 100cm Como a unidade metro no deve aparecer no resul- lado final, ela deve estar no denominador do ator (1), ou seja Pa 1 (OSE = Passo 2: 0,24 m(1) = (0,24)(100) em =24em Os produtos (1)(1) € (1)(1)(1) so todos iguais 1 A partir desse fato, podemos efetuar virias conversies no decorrer da mesma operacé ‘MPLO 1.14 Determine o niimero de minutos equivalente & me- tade de um dia, b, Converta 2,2 jardas em metros. Solucdo: ‘a, Usando © método mostrado de maneira que repre- sente dias em horas e estas em minutos, certifi do-se sempre que a unidade de medida a ser remo- vida esteja no denominador, isso resultard na se- inte seqiiénei os 220 (228) «a9 8 20 min b, Usando 0 método mostrado de modo que represen te jardas em pés, pés em polegadas e estas, por sua vex, em metros, veja o resultado a seguir: no rs) rae saat 22} Os exemplos a seguir sio apl anteriores. EXEMPLO 1.15 a, Na Europa, no Canadd e em muitos outros lugares, a yelocidade maxima permitida & dada em quilome- tos por hora, Qual o valor, em milhas por hora, de 100 km/h? , Determine a velocidade em mithas por hora de um corredor que percorre uma milha em 4 minutos. Solucao: 100 km « (Joon (100 bay 1.000 639.37 pL. y_1 pe CO Te tae aioe = £100)(1.000)(39.37) _mi_ (12\(5,280) h = 62,14 Muitas pessoas utilizam 0 fator de conversio apro- -ximado 0.6 para simplificar as contas: assim (100 kenvh}(0,6) = 60 mish e (60 kmfh}(0,6) = 36 mim b, Invertendo o fator 4 min/I mi para | mi/4 min, obt ( Limi (a ) mc Fini Nh 4 1.9 SIMBOLOS Ao longo deste livro, virios sfmbolos — que podem nunca ter sido utilizados — serio usados. Alguns destes imbolos sio definidos na Tabela 1.3, ¢ outros serio defi- hidos no texto & medida que se fizer necessstio, mish = 18 mish Tabela 13 Simbolo igniicado Ps Diferenie de 6.12 6.13. > Maior que 478 > 4.20 > ‘Muito maior que 84016 < Menor que 430< 540 «< Muito menor que 0,002 «465 > ‘Maior ou igual a xz ypaay=3 cx>3oux=3 < Menor ou igual xsyé para exc3oux=3 = Aproximadamente igual 3.14159 = 3,14 = Somatério Ba+6+s8)= I ‘Valor absotuto ou médulo de lel =4,ondo a= 4 ou +4 Portanto Wao x= 42 Por definigio Eibelece uma relagio entre ‘duas ou mais quantidades 111 Caleuladoras 15 1.10 TABELAS DE CONVERSAO ‘Tabelas de comversdes, tis como as que aparecem no Apéndice B, podem ser muito tteis quando limitagdes de tempo niio permitem o uso dos métodos descritos neste capitulo. Entretanto, ainda que essas tabelas paresam ser ficeis de utilizar, ¢ freqilente a ocorréncia de erros, por- que as operagdes indicadas na tabela nfo so efetuadas corretamente. De qualquer modo, quando estiver usando {abelas como essas, tente lazer mentalmente uma estima- tiva da ordem de grandeza da quantidade a ser determi- nada em comparagio 2 magnitude dessa mesma quanti- dade no sistema de unidades original. Esse cuidado tio simples pode evitar 0 aparecimento de resultados absur- dos que podem ocorrer se a opera for feita de manci- ra incorret, Por exemplo, considere © seguinte procedimento ‘obtido de uma tabela de conversio: Para converter de para muliplicar por rmithas metros 1,609 10° Para converter 2,5 mithas em metros & necessitio multiplicar 2,5 pelo Fator de converstio, ou seja 2,5 mi(1,609 X 10°) = 4,0225 x 10° m ‘A converstio de 4,000 metros em milhas implica wm processo de divisio: 4.000 m seo x10" - 2.48602 mi 486,02 x 10°° Em cada um dos exemplos anteriores é féeil perce- ber que 2,5 milhas equivalem a uns poucos milhares de metros, © que 4.000 metros equivalem a umas poucas mithas. Conforme jd foi mencionado, essa estimativas eliminam a possibilidade de resultados absurdos em operagdes de converstio, 1.11 CALCULADORAS Em alguns livros, as operagGes com calculaloras nfo sf jordadas em detalhes. Pelo contririo, os estudantes resolvem os exereicios fleando por sua prépri escolha da calculadora adequacla como também @ usé-la. Entretanto uma abordagem do uso de caleu- ladoras tem que ser incluida para eliminar alguns dos resultados absurdos obtidos (e freqlentemente defendi- dos de modo bastante exaliado pelo usustio — porque a ccaleuladora ‘disse assim’) por meio de uma compreensio correta do processo pelo qual a calculadora realiza diver- ‘sas operagies. Explicagbes mais detalhadss de todas as operagSes possiveis no podem ser tratadas neste texto 16 Capitulo 1 Introducto ‘em Fungo do tempo e do espago, mas considera-se que as discusses a seguir io esclarecer 20 estudante 0 fato dde que & importante entender a maneira com que uma caleuladorarealiza um eéleulo e que ela no espera pela unidade para aceitar os dados jt que, de qualquer ma- neira, sempre chega & resposta coreta Quando escolher uma calculadora (cientifica, no caso), certifique-se de que ela tenha a capacidade de coperar com nimeros complexos (polar retangular), que serio abordados detalhadamente no Capitulo 13. Por enquanto apenas observe os tépicos no indice do manual do usuirio, e veja se os t6picos mostrados e as operagoes bijsicas relativas so abordados. Em seguida, esteja ciente de que algumas calculadoras realizam as ope rages com menor mimero de passos, enquanto outras podem necessitar de uma série prolongada ou complexa deles. Converse com seu professor aso tenha dividas fem relagio i aquisigo de uma caleuladora. Para este livro, a calculadora I-86, mostrada na Figura 1.5, foi escolhida em fungio de seu modo de operar com riimeros complex. Figura 1.3 Calewadora TH86 da Texas Instruments, Comes da ‘Texas nsiniments, Ine.) Ajustes iniciais Os ajustes de formato de dado e precisio sto os dois primeiros a serem realizados em qualquer ealculadora Cientiica, Na maioria das caleuladors, a escolha para 0 formato dos dados so Normal, Cienfico e Engenharia No caso da caleuladora 186, 20 pressionar a tela de segunda fungao seguida da tecla Visor uma lista de opgbes para aust iniciais culadora, Em uma calculadora sem a tecta consulte © manual do ustirio para saber como ajusar © formato ¢ a precis ‘Aleuns exemplos de cada formato so mostrados a seguir: 13 = 0,33 3338-1 333,33E—3 Normal: Cientifico: WB Engenharia: U3 Observe que, no formato Normal, a viegula decimal & colocada na posigao. mais lgica. No formato Cicntifico, ¢ assegurado que 0 nimero tenha um tnico digito que precede a virgula decimal, seguido da poténcia de dez necessiria, O formato Engenharia sempre ¢garantira que a poténcia de dez,seja um miltiplo de 3 (se ela for positiva, negativa ou nula), Nos exemplos acima, a preciso usada foi de cen- tésimos. Para ajustar essa precisfo na calculadora TI-86, volte a selecao escolha 2 pata representar uma precistio de duas easas decimais ou de centésimos. Inicialmente vocé se sentird mais & vontade tra- balhando com a notagio no modo Normal — com pre- cistio de centésimos. Entretanto, quando voe® iniciar 0 cstudo de malhas de circuitos, veri que a notagio no ‘modo Engenharia é a mais apropriada, visto que se tra- balharé com valores que tém uma poténcia de dez asso- cada a nomes ¢ abrevingdes de grandezas. E, além disso, ‘© modo Cientifico pode sera melhor eseotha para uma de- terminada anélise. De qualquer maneira aproveite agora 0 tempo para se Familiarizar com as diferengas entre esses ‘modos ¢ aprender como ajusti-los em sua calculadora, Ordem das operacdes Embora a habilidade para ajustar 0 formato e a precistio seja importante, isso niio€ a origem dos resultados absur~ das que normalmente ocorrem por causa do uso inade- ‘quado da calculadora, Resultados impréprios acontecem, antes de qualquer coisa, porque os usurios erram em pensar que, nao importa quo simples ou complexa seja ‘uma equagio, a calculadora realizar a operagio solicita- dda em determinada ordem. Por exemplo, a operagio 8 341 rnormalmente € inserida na ca resllado este que est totalmente erado (pois a resposia correta € 2). (0 usutio tem de saber que calculadora nfo efe- tua primero a adighoe depos divi, Naealidade, as aperagdes de adigdo subtragdo so as kimas a seem efetuadas em qualquer equagao, E muito importante que 6 letorestude com bastante cuidado ¢ compreenda per- fetamente os prSxiios cinco parigrafos para sara eal ctuladora de manera adequada 1. As primeiras operagdes a serem efetunda por uma caleutadora podem ser detertinadas pelo uso de parén- teses (_). Nao importa qual operagdo esteja dentro dos parenteses, eles determinam que essa pane da equacio tem de ser efetada primeiro, Nao hi limites para 0 ndmero de parénteses em cada equacio — todas as ope- ragies dentro dos parénteses devem ser efesundas pri- Ineo, Observando o sso do exemplo mostradoanterir- culadora assim: 67 + 1 = 3,67 ‘mente, se forem acrescentados os parénteses conforme & ‘mostrado abaixo, a adigZo serd efetuada primeiro abten- do-se 0 reailo comreto: {7 -SE0OOH0 - 2-2 2. Em seguida, sto efetadas as nil de potén- ia € raiz,tais como 17, Vx e assim por diamte. 3. Negagiio (associa um sinal negativo ao nimero) ¢ ‘operagies dle uma s6 tecla,tais como sen, g”! assim por diane, io efetuadas. 4. Siio efetuadas, entdo, multiplicagao e divisio, Adigio e subtragao sto efetuadas por timo. Para _memorizar essa ordem & necessirio algum tempo, mas pelo menos agora voe® ji sabe que existe tuma ordem para as operagdes e sabe que se ignoni-la ‘voed pode obier resultados sem sentido, EXEMPLO 1.16 a. Determine 9 3 b, Encontre a resposta para 3+9 c. Determine Solucio: 1 Ae pent nage fBcnarpocuma abd ee er eae eau ne -Y-3- 3 3 een ee Fee eis eyed Reo cr wee ee aero timenb pers nm 1D - |(8)-va~ 167 b, Secs dados forem digitados da maneira em que apa- recem, teremos como resultado incorreto 5,25: bo Usando parénteses para garantir que a adigio seja cfetuada antes da divisdo, obteremos a resposta correta conforme mostrado a seguir: O@GO0aw - 242 -2 . Visto que a divisdo ¢ efetuada primeiro, o resultado correto ¢ obtido simplesmente efetuando a operaiio conforme indicado. Ou seja: 525 1.12 Andlise computacional 17 1.12 ANALISE COMPUTACIONAL © uso de computadores no processo de ensino tem erescido exponencialmente na tltima década, Poucos textos em nivel elementar niio incluem alguma discussio sobre as téenicas de computagaa mais populares na época de sua publicagio, Na realidade, a credibilidade de qual- quer trabalho de ciéncia e tecnologia 6, atualmente, fungdo, embora no exclusiva, do quanto os métodos computacionais foram utilizades em sua elaboragio, No ha diividas de que um conhecimento biisico de étodos computacionais € algo que um estudante de gra- uagZo deve adguirir em um curriculo de dois ou quatro anos. A indkstria espera, hoje em dia que os profissionais reeém-formados tenham pelo menos um conhecimento biisico do jargi0 computacional e também alguma experiéncia pritica no assunto, Para alguns estudantes, 0 fato de pensar em se tornar lum hibil usuério de computador pode provocar uma sensagio de desconforto e inseguranga. Esteja certo, entre- tanto, de que, por meio de experiéncia adequada de apren- dizado, o computador pode se tornar uma ferramenta muito Uti e‘amigével’, que o ajudard a desenvolver e aplicar suas hhabilidades técnicas em um ambiente profissional Ha duas op¢Ges para o principiante em computa desenvolver as habilidades necessérias: © estudo de linguagens de programacio e 0 uso de ‘pacores’ de softwares, Linguagens Existem varias linguagens que fornecem uma linha direta de comunicagzo com 0 computador & com as operagies que cle pode efetuar. Linguagem é um conjunto de simbolos, letras, palavras ou declaragies ir no computador. O sistema do computador ‘entendera’ 0 que foi inserido e executard na ordem estabelecida por uma série de comandos deno- minada programa. O programa diz a computador 0 que fazer seqitencialmente linha por linha, na mesma ordem em que um estudante faria os célewlos manual- mente; 0 computador s6 pode responder a comandos fomecidos pelo usuario. Isso requer que o programador compreenda perfeitamente a seqiéneia de operagbes cailculos necesséria para obter uma determinada solugio; ‘em outras palavras, o computador faz apenas aquilo que 6 usuirio 0 manda fazer — ele no possui nenhuma hhabilidade misteriosa para fornecer solugées, a menos aque alguém tenha ‘dito’ a ele como obter tais solugdes. ‘Uma anilise extensa pode resultar em um programa com centenas ou milhares de linhas, Uma vez escrito, 0 programa tem de ser cuidadosamente testado para se rar de que os resultados obtidos tenham signi- ficado ¢ sejam validos para uma faixa de valores conhe- cidos relativos as variaveis de entrada. Portanto, a escrita de wm programa pode ser um proceso longo e '. porém tenha em mente que, uma vez que 0

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