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FACULDADES INTEGRADAS DE ARARAQUARA


PROFa. Dra. LAÍZE GUIMARÃES GUAGLIANONI
SANEAMENTO BÁSICO II

DRENAGEM URBANA

MÉTODO RACIONAL
O método racional é empregado em projetos de redes de drenagem urbana, para sub-bacias
pequenas limitadas à área menores que 500 hectares.

CONCEITO BÁSICO
- a máxima vazão de uma bacia contribuinte ocorre quando toda a bacia está contribuindo e
essa vazão é igual a uma fração da precipitação média.

Q = C*i*A

onde: C = coeficiente de escoamento superficial, é tabelado.


i = intensidade de chuva (função da localização da bacia); l/s*ha ou m3/s*ha.
A = área da bacia (ha)

E/OU
Q  0,278 * C * i * A
onde: para os lotes, utilizou-se C = 0,60 e para as ruas, C = 0,80
i= intensidade de chuva em mm/h calculado para durações (t) diferentes.
A = área em km2

INTENSIDADE DE CHUVA (i)

i = P/t
onde: P = total precipitado
t = duração da chuva.

Cada região possui sua curva de intensidade de chuva, onde:


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i = f(Tr, t)
Principais equações de intensidade de chuva:

 São Carlos:

1519 Tr 0,256
i (mm/h)
(t 16) 0,935
Sendo que: tc = t + 16

 São Paulo - SP
Para a capital do estado de São Paulo, existem pelo menos três equações mais conhecidas e
utilizadas. São elas:

29,13*Tr 0,181
Parque do Estado: i (mm/h)
(t  15) 0,89

Segundo Ochipinti &Marques, baseado no método de Gumbel-Chow)

27,96*Tr 0,112
- para t  60 minutos i (mm/h)
(t  15) 0,86 *Tr 0,144

42,23*Tr 0,15
- para t  60 minutos i (mm/h)
(t  15) 0,82
Sendo que: tc = t + 15

 Rio de Janeiro - RJ

1239 *Tr 0,15


i (mm/h)
(t  20) 0,89
Sendo que: tc = t + 20
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 Curitiba - PR

5950*Tr 0,217
i (mm/h)
(t  26)1,17
Sendo que: tc = t + 26
Vale ressaltar, que pode-se utilizar ainda qualquer outra equação de chuva, desde que a vazão da
seção principal seja proporcional ao tempo de concentração (tc) e a duração da chuva (t).
Existem também algumas fórmulas empíricas para determinar o tempo de concentração (tc),
apresentadas a seguir:

Fórmula de Jorge Ribeiro:

16* L
tc 
(1,05  0,2 * P) *(100*S) 0,04
onde: S = declividade da bacia
P = área coberta da bacia
área total

Fórmula do California Culverts Practise:

0,385
 L3 
tc  57 *  
 H

onde: L = comprimento axial da bacia


H = desnível entre o ponto mais distante e a seção considerada.

Fórmulas utilizadas em Drenagem:

tc = te +ts + tg

onde: te = tempo difuso (5 a 15 minutos)


ts = tempo gasto para escoar na sarjeta
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tg = tempo de escoamento nas galerias.


PROJETO DE DRENAGEM URBANA

ROTEIRO PARA CÁLCULO

1. DETERMINAÇÃO DE VAZÃO DE SARJETA.

1.1. – SARJETAS
São faixas da via carroçável, paralelas e vizinhas as guias. A calha formada por elas e pelas guias
é receptora das águas pluviais que incidem sobre as vias públicas e que para elas escorrem.

1.2. - DECLIVIDADE
Determina o sentido do escoamento superficial.

1.3 – VAZÃO DE SARJETA (Qs).


É determinada em função da declividade do trecho a ser analisado. É permitida uma vazão de
sarjeta (Qs) menor ou igual a 500 l/s.
NA PRÁTICA: Escolhe-se um ponto para verificação; calcula-se a declividade do trecho de rua
à jusante desse ponto e calcula-se a vazão de sarjeta (Qs) pela fórmula de Manning.
1 2 3 1
Q= * Am * Rh * I o 2
n
onde:n = coeficiente de rugosidade de Manning (tabelado).
Am = área molhada
Rh = raio hidráulico (Am/Pm)
I0 = declividade

1.4 – Vazão de projeto (Qj)


É determinada pelo Método Racional.

2. DETERMINAÇÃO DAS GALERIAS


A determinação das galerias deve ser feita comparando-se a vazão de sarjeta (Qs) com a vazão
de projeto à jusante do trecho (Qj).
Se Qj < Qs, então não precisa iniciar a rede de drenagem e passa-se para o trecho seguinte;
Se Qj > Qs, então se inicia a colocação de bocas de lobo e da rede de drenagem (galerias e
poços de visitas).

2.1. - GALERIAS
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São canalizações públicas determinadas a conduzir as águas pluviais lançadas pelas bocas de
lobo.

2.2. – BOCAS DE LOBO OU BOCAS DE LEÃO


São dispositivos localizados em pontos convenientes nas sarjetas para a captação de águas
pluviais.

2.3.- POÇOS DE VISITA


São dispositivos localizados em pontos convenientes do sistema de galerias para permitir:
- mudança de direção;
- mudança de declividade;
- mudança de diâmetro e
- inspeção e limpeza das canalizações.

3. DIMENSIONAMENTO DAS GALERIAS


O dimensionamento das galerias é baseado em planilha de calculo (em anexo) a ser preenchida
da seguinte maneira:
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COLUNA PROCEDIMENTO
1ª Nomeia-se a rua
2a . Determina-se o trecho da rua a ser dimensionado
3a . Nomeia-se o poço de visita (PV) a montante do trecho
4a . Nomeia-se o poço de visita (PV) a jusante do trecho
5a . Determina-se, em planta, o comprimento do trecho
6a . Cota do terreno a montante do trecho
7a . Cota do terreno a jusante do trecho
8a . Cota da galeria a montante do trecho (Subtração da Coluna 10 com
a coluna 6)
9a Cota da galeria a jusante do trecho (Subtração da Coluna 11 com a
coluna 7)
10a Determina-se a profundidade da galeria a montante do trecho.
Profundidade mínima de 1,50 metros.
11a Determina-se a profundidade da galeria a jusante do trecho.
Profundidade mínima de 1,50 metros.
12a Determina-se a declividade do terreno (Subtração da Coluna 9 com a
coluna 8 e divisão do resultado pela colunas 5)
13a. Somatória das áreas parciais contribuintes ao ponto de montante do
trecho.
14a. Coeficiente de escoamento superficial, calculado pela fórmula:
C = 0,364 * log tc + 0,0042*p + 0,145
Onde: tc = tempo de concentração em minutos; quando não se
conhece utiliza-se tc = 10 minutos.
p = percentual de impermeabilização da área, usado em
porcentagem
15a. Multiplicação da coluna 13 com a coluna 14.
16a. Determina-se o tempo de concentração (tc = tc + tp) onde
inicialmente tc = 10 minutos e depois se soma ao tc anterior o tempo
de percurso da água (tp).
17a. Determina-se a intensidade da chuva (i) pela equação de chuva da
região, para o tempo de concentração (tc) calculado na coluna 16.
18a. Determina-se a vazão no trecho pelo método racional, multiplicando
a coluna 15 com a coluna 17.
19a. Determina-se o diâmetro para o trecho, pela fórmula:
1 8 3 1
Q = * 0,312 * D * I o 2
n
Diâmetro mínimo de 500 mm.
20a. Determina-se a velocidade para o trecho, pela fórmula:
1 2 3 1
v = * 0,397 * D * I o 2
n
Velocidade mínima de 0,8 m/s e velocidade máxima de 5,0 m/s.
21a. Determina o tempo de escoamento através das galerias (tp);
dividindo a coluna 5 pela coluna 20 e multiplicando o resultado por
60, para obter a resposta em minutos.
22a. Determina a profundidade do poço de visita (PV), que será o maior
valor encontrado.

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