Você está na página 1de 17

Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

1
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

2
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

Poções, Encantos e Assombrações


Literatura Infanto-Juvenil

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.


Poções, Encantos e Assombrações, Copyright© 2010

Celly Monteiro
H e c t o r Ma r t i ns
Jossi Borges
Maya Blannco
Rebis Kramrisch

Publicação junho de 2010


Capa e Ilustrações:
Snake Eye’s

Este livro não pode ser reproduzido ou usado em inteiro ou em


parte de forma alguma, sem a permissão expressa dos autores.

A presente obra encontra-se licenciada sob a licença Creative Commons. Atribuição:


Vedada à criação de obras derivadas - 3.0 Brasil. Para visualizar uma cópia da licença,
visite: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/

3
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

POÇÕES, ENCANTOS E ASSOMBRAÇÕES

Um mundo cheio de magia, peque nos br uxos e


bruxas e muitos feitiços... Um mundo onde caça dores
de monstros atuam como protetores da
humanida de... Um mundo noturno, onde jovens
mocinhas que se transformam em gatas que de
repente podem se apaixonar por rapazes-lobos... Um
mundo colorido e jovem, onde os maiores sonhos
podem se tornar realidade... e também alguns
pequenos pesa delos. Esse é o mundo de
Poções, Encantos e Assombrações.
Entre e divirta-se!

No presente e-book, você poderá ler o conto


“3 Bruxinhos e 1 Gato-Lagarto”, de Rebis Kramrisch.

4
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

Rebis Kramrisch
colina era bastante íngreme, coberta de vassourinhas em flor. Mais
A parecia a cabeça de um gigante dos cabelos verdes e dourados, de
tão arredondada que era. Para Maria Flor era muito fácil subir
correndo, uma vez que era capaz de volitar1, deixando seus amigos
Nazaré e Irean para trás resfolegando2, com um palmo de língua para
fora, tentando acompanhar a pequena bruxinha.

― Andem logo! Como vocês são molengas! Depois dizem que são
guerreiros! – Gritou a bruxinha, olhando por sobre o ombro, com ares
divertidos.

Os dois meninos bem que gostariam de revidar com um palavrão


bem feio, mas eles não tinham mais fôlego nem para respirar.

Maria Flor flutuou até o alto de uma pedra, quando atingiu o topo
da colina. Ficou imóvel, olhando adiante, os pés justapostos como se

1
Volitar = Voar, esvoaçar, flutuar.
2
Resfolegar = Respirar ou expelir ar com força, com dificuldade.

5
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

fosse uma bailarina. Os cabelos azulados, amarrados por chiquinhas e


parcialmente escondidos por uma touca cônica, cuja ponta descia até
quase a cintura da menina, balançavam lentamente pelo ventinho que
soprava forte ali em cima.

Minutos depois, Irean e Nazaré conseguiram atingir o topo do


morrinho. Nazaré, um menino gordinho de cabelos ruivos, sequer
conseguia pôr a língua para dentro da boca. Irean, um menino
magrinho, comprido e de pele negra, meio que caiu de lado, sentindo
pontadas no baço3. Flor, em cima de seu altar improvisado, riu da
fraqueza dos amigos que, embora fossem bruxos como ela, não eram
muito espertos e ainda não tinham aprendido metade das magias que
ela já aprendeu, como a volitar, por exemplo.

― Que vergonha! Principalmente você, Irean, que é o filho do


Grande Mago, o chefe do nosso clã! Desse jeito o seu pai nunca se
orgulhará de você! – A garotinha espetou os amigos, já incapaz de
esconder a risadinha debochada.

Irean se empertigou ofendido com a amiguinha. Chacoalhou os


bonitos dreds adornados com miçangas, colocando as mãos sobre os
quadris numa atitude autoritária.

― Fique sabendo que você é uma trapaceira, Maria Flor! Só


porque aprendeu a volitar, agora fica se exibindo! Dessa forma,
qualquer um ganha numa corrida!

― Nós não estávamos apostando uma corrida! – A bruxinha se


defendeu. ― Precisávamos chegar antes que o sol sumisse!

― E nós não precisaríamos subir desesperados a colina SE você


não tivesse demorado tanto pra se aprontar! Meninas são tão bobas
com isso, de querer pintar a boca e pentear cabelo! – Retrucou o bruxo
ruivinho, cujas bochechas estavam vermelhas como tijolos, pelo esforço

3
Baço = Órgão situado no hipocôndrio esquerdo e que tem várias funções, entre as quais sobressai a de
destruir glóbulos vermelhos velhos.

6
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

da subida.

A briga entre os três continuaria infinitamente, como costumava


sempre acontecer, se não fosse pela intervenção de Zappa. Um rastro de
pontinhos brilhantes subiu a colina como um raio de tão veloz e rodeou
os três bruxinhos, espalhando pó de luz sobre todos, até que a sua
forma surgiu sobre eles.

Zappa era um animal mágico, uma espécie de gato-lagarto: o


focinho era estreito e comprido como de um lagarto, assim como a
cauda forte e longa, mas todo o resto era como um gato, com a
diferença que ao invés de pêlos, ele possuía escamas furta-cor, e no
momento ele estava meio esverdeado, meio dourado, por causa das
vassourinhas4 e dos raios do sol poente.

― Vocês três não sabem ficar de boca fechada, não é?! – Zappa
ralhou com sua vozinha fina de criança. ― Dessa forma as Fadas do Sol
e da Lua não virão até aqui!

Fadas do Sol e da Lua eram criaturinhas de forma humana e asas


translúcidas de borboletas, com interessantes desenhos de sol, lua e
estrelas, e que apareciam para os olhos mortais apenas naquela
horinha curta do crepúsculo, quando já não era mais dia, mas também
ainda não era noite. Os causos que os mais velhos contavam diziam que
elas concediam boa sorte que durava toda a noite e se estendia até o
crepúsculo do dia seguinte. E Maria Flor, Nazaré e Irean precisavam de
muita, muita boa sorte! Amanhã será dia de prova na Escola de Magia e
os três estavam nos últimos lugares de melhores alunos da turma,
inclusive a bruxinha de cabelos azuis, que não era muito boa com
teorias e provas escritas.

Zappa ficou flutuando acima do ombro esquerdo de Maria Flor,


como se estivesse confortavelmente sentado num balanço de jardim,

4
Vassourinha = Erva da família das escrofulariáceas (Scoparia dulcis), amplamente disseminada como
ruderal, que tem pequenas flores alvas inaparentes e que, como é muito ramosa e lenhificada, pode ser
congregada em feixes para compor vassouras simples e baratas; vassourinha-de-varrer, tupixaba.

7
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

quando apontou para o horizonte, na direção do clarão do sol que já


terminou de descer atrás das altas montanhas ao oeste.

Assim que a última pontinha brilhante do sol desceu atrás das


montanhas, ficando apenas o clarão vermelho, pontinhos luminosos
começaram a sair de todos os lugares mais escuros, brilhando ainda
mais quando entravam na claridade brumosa. E, como uma procissão
de estrelas, os pontinhos rumaram para a direção dos bruxinhos, pois
na direção em que eles estavam, era para onde ficava a Grande
Floresta, ao leste, na direção da lua nascente.

Assim que aquela procissão luminosa se aproximou, as três


crianças rapidamente remexeram nos bolsos, tirando deles balas e
pirulitos de alcaçuz – pois os causos também diziam que as Fadas do
Sol e da Lua adoram doces de alcaçuz. Então, os três levantaram os
braços, estendendo as mãos abertas e cheias de balas para o alto, para
que ficassem bem visíveis às fadas.

Mas elas nem deram bola para os doces! O enxame de fadas


passou pelos três, soltando pozinho brilhante, mas nada de uma delas
se aproximar interessada nas balas. Mas as crianças persistiram até o
fim, quando a última fada passou por elas, tão atrasada que se viu
apenas um borrão luminoso passando por suas cabeças.

Os três bruxinhos desabaram desanimados e muito frustrados.


As mãos já meladas pelos pirulitos e pelas balas que começaram a
derreter.

― Elas não deram à mínima! – Desabafou Nazaré. Ficou tão


frustrado que até jogou fora as suas balas.

― Eu sabia que não ia dar certo! – Praguejou Irean, esmagando as


pobres balas em suas mãos. ― Era uma ideia idiota desde o início!
Quem foi que disse que Fadas do Sol e da Lua gostam de doces de
alcaçuz?! Alcaçuz é uma raiz! Raiz é comida de gnomos!

8
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

― MEU AVÔ QUE FALOU que as fadas gostam de alcaçuz! –


Protestou Maria Flor, enraivecida. ― Você tá falando que o meu
avozinho é idiota?!

Irean engoliu em seco. Ele não falou por mal, pelo menos a sua
intenção não era falar mal do avô de ninguém... nem de qualquer outro
adulto ou mesmo criança, pois isso era uma tremenda falta de respeito
e educação. Mas o pobre bruxinho não teve tempo sequer de se
desculpar, pois Maria Flor voou para cima dele, agarrando-o pelos
dreds e embolando-se com ele pelo capim.

Nazaré teve apenas o cuidado de se afastar o mais rápido possível


do tufão formado pelos dois amigos que se engolfavam dentro de uma
nuvem cinzenta e cheia de relâmpagos. Isso sempre acontecia quando
algum deles se desentendia com o outro – ou todos os três se
desentendiam de uma só vez.

Zappa abriu uma enorme bocarra, deixando a mostra desde os


dentes afiados até a companhia da garganta e, num só fôlego, cuspiu
uma enorme bola de fogo encima dos dois brigões. Quando o fogo
passou por eles, os dois estavam apenas carvão, com enormes olhos
esbugalhados de surpresa. Ao menos eles pararam de brigar.

― Nem vou dizer o quanto vocês são burros! Não é de balas e


pirulitos que as fadas gostam! Isso é duro demais pros dentinhos delas!
É de algodão-doce! Algodão-doce de alcaçuz! Eu falei, mas nenhum de
vocês me deu ouvidos! – Zappa resmungou muito aborrecido, com os
braços cruzados e olha zangado. Ficou tão aborrecido que rodopiou em
torno de si mesmo, virou um monte de pontinhos brilhantes e
desapareceu no ar, com um estalo.

Irean e Maria Flor, duas formas humanas de carvão, ficaram


ainda mais frustrados que o desespero tomou conta deles, e acabaram
se desmanchando em montinhos de pó preto. Nazaré fez um sinal
negativo com a cabeça e puxou a varinha de condão do bolso traseiro da

9
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

calça, apontando para os dois montinhos e fazendo um gesto que soltou


faíscas. Logo os montinhos de pó de carvão estavam bem acomodados e
seguros nos dois potes de vidro que o ruivinho conjurou.


Quando Nazaré chegou ao castelinho de torres pontudas, que era
a casa do Grande Mago, o bruxo que era eleito para se o Prefeito da
Cidade Bruxa de quatro em quatro séculos, e o Chefe do clã dos bruxos,
o homenzarrão já aguardava por sua visita.

Ele era um homem grandão e forte, possuía uns dreds muito


longos enfeitados com miçangas de pedras preciosas e tatuagens de
cobras enroladas nos dois braços, que representavam a sapiência5 e lhe
conferia o título de Prefeito. Por ser alto e forte, ele dava medo, mas
eram só aparências. O pai de Irean era um bruxo muito bom e justo.

Mas o pobre Nazaré não pensou na bondade e justeza do Prefeito.


Com ele daquele tamanhão e ainda de braços cruzados, não dava para
pensar em coisas legais. O bruxinho empalideceu ainda mais, deixando
as sardas cor de ferrugem ainda mais evidentes no rostinho redondo.

— Muito bem, Nazaré... o que foi desta vez?

Com o medo, Nazaré esqueceu como se articula as palavras.


Grunhiu alguma coisa que apenas fez o Prefeito erguer as sobrancelhas,
sem entender nada. O menino deu-se por vencido, sabendo que não
resolveria nada com palavras, então puxou os dois potes de vidro
guardados nos bolsos do casaco e, com eles nas mãos, esticou os
braços na direção da cara do Grande Mago, que desconjurou.

— Oh, minha Mãe! - Imediatamente o Prefeito pegou os potes e


olhou preocupado para Nazaré.

— Você não os misturou, não é?

5
Sapiência = sabedoria acima do comum.

10
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

Nazaré gaguejou, balbuciando fraquinho.

— N-não... acho que n-não! E-e-eu guardei eles com cuidado...

O Grande Mago fez um gesto negativo com a cabeça e despejou o


pó de carvão de cada frasco em dois montinhos no chão. Abriu a
mãozona e dela saiu uma luz seguida de um bastão, que é a varinha de
condão dos adultos, e apontou para os montinhos.

No mesmo instante surgiram Maria Flor e Irean, tossindo e


espirrando pó preto. Quando se deram conta da presença de quem
estavam, ficaram tão rígidos que parecia que tinham virado pedra.

— Muito bem! Desta vez, o que aconteceu? – Perguntou o pai de


Irean, de um jeito que deu medo.

Os dois bruxinhos se entreolharam, assustados. Como era uma


enorme falta de respeito mentir, eles teriam que contar a estória toda...
inclusive que eles não haviam estudados para as provas do dia
seguinte!


O dia amanheceu muito bonito. O céu estava azulzinho, o ar
estava fresquinho e o sol estava brilhante. E o dia permaneceu desta
forma até de tarde, quando os três bruxinhos voltavam da escola.
Embora o dia estivesse bonito e limpo como costuma ser os dias da
Primavera, sobre as cabeças de Maria Flor, Irean e Nazaré, pairava uma
gorducha nuvem cinzenta que, de vez em quando, relampejava.

Os três foram muito mal nas provas teóricas e estavam de mau


humor. E o mau humor só aumentava – e isso se percebia pelos
relâmpagos que saiam da nuvenzinha – quando eles pensavam no
castigo que o Grande Mago dera aos três, por não cumprirem suas
obrigações, que era estudar: eles passariam os próximos finais de
semana, até o Verão, em casa e estudando! Não poderiam sair para

11
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

brincar pelas colinas com os pôneis-córneos, não poderiam ir para os


lagos nadar com as Fadas-d’água, e não poderiam fazer explorações
pelas cavernas de cristais com os Anões!

E isso era quase o fim do mundo!

— Quando foi que tudo isso aconteceu?! - Maria Flor parou


emburrada, cruzando os braços e fazendo uma cara muito feia. A
nuvenzinha piscou, preparando uma nova saraivada de raios. — Foi
tudo culpa daquele... daquele coisa! Se Zappa não tivesse torrado a
gente, a gente não teria se desmanchado, e o Prefeito nunca precisaria
saber que a gente tava com problemas por causa das provas!

Nazaré e Irean pararam e seus cabelos se arrepiaram de pavor ao


ouvir a bruxinha esbravejar contra o gato-lagarto - que era um
animalzinho orgulhoso demais para aturar afrontas.

— Vai com calma aí, Flor! Não quero virar torrão de novo! -
Gaguejou Irean.

— E nem eu! Sou alérgico a pó! Se Zappa me torra como fez com
vocês, vou espirrar o resto da vida! - Protestou Nazaré, já morrendo de
medo de ser torrado pelo animalzinho mágico.

— Vocês são uns medrosos, mesmo! - Maria Flor gritou em


resposta. — Ele nem tá aqui! E mesmo que estivesse, ele merece ouvir
umas poucas e boas!

— Aaaah! É mesmo?!

O ar acima deles crispou com pontilhos brilhantes e Zappa surgiu


brilhando. Há muito tempo atrás ele recebeu a missão do Prefeito de
acompanhar os três pequenos encrenqueiros, mas Zappa não tinha
muita paciência com crianças bruxas e essas três, em especial, eram
muito birrentas para o seu gosto. Havia duas coisas que o irritavam
profundamente: não ouvirem os seus conselhos – que eram sensatos,

12
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

diga-se de passagem – e falar mal dele pelas costas.

Portanto, Zappa estava com a cara muito, muito feia!

Maria Flor empinou o queixo, depois de passado o susto. Ela


tremia como vara-verde, mas demonstrava o contrário.

― É mesmo! – Replicou a bruxinha. ― Você não toma conta direito


da gente e depois fica aí com raivinha quando fazemos as coisas da
forma errada! É culpa sua sim!

Os dois meninos tremeram e correram para se esconder atrás de


uma enorme pedra de granito, quando Zappa inchou as bochechas e
suas escamas ficaram tão vermelhas que parecia que ele estava
pegando fogo! Ele tremeu de raiva, tentando bravamente se controlar.
Maria Flor, como não era boba nem nada, achou que o melhor a fazer
era sair da presença do gato-lagarto o quanto antes.

Ela volitou o mais alto que já conseguiu, e partiu como um


foguete para a direção do vilarejo onde morava com os pais e avós.
Apesar da encrenca que se meteu, a bruxinha não conseguia conter as
risadas, ainda mais quando Zappa vinha em seu encalço, cuspindo fogo
descontroladamente, sem conseguir acertá-la.

E foi assim, até chegarem à entrada da vila. Maria Flor passou


como um foguete sobre a placa de boas-vindas, deixando faíscas
brilhantes para trás, mas Zappa bateu numa proteção invisível e quase
desabou no chão, não fosse por mãos grandes e fortes a segurá-lo.

Ele ficou meio zonzo pelo encontrão, e só abriu os olhos quando


se sentiu bastante seguro entre aquelas mãozonas quentinhas e
protetoras. Mas quando viu quem o segurava, teve vontade de
desmaiar.

― Mamãe?!

A mãe do Zappa era uma gata-lagarto enorme e olhava muito

13
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

braba para ele.

― Precisamos ter uma conversinha, bebê!

Zappa apertou os olhos, tremendo. Já sabia que a mãe faria um


sermão enorme e o colocaria de castigo pelo resto da estação! A mamãe
brilhou e desapareceu no ar, no meio de bilhões de pontilhos
brilhantes.

Maria Flor se esbaldava de rir, sentada sobre a chaminé de uma


das casas. Quando Zappa desapareceu junto com a mãe, ela volitou até
o chão, indo para casa. A própria mãe a esperava na porta, com um
rosto anuviado e os braços cruzados. A menina parou de chofre, mas a
mãe apontou com o polegar para dentro de casa, batendo o pé no chão,
nervosa.

― Também teremos uma conversinha, Flor!

A menina entrou cabisbaixa, já prevendo o sermão que também


levaria da mãe. Se desde o começo ela e os amiguinhos tivessem
estudado as lições para as provas, não teriam se dado tão mal como
estavam! Por não terem cumprido com suas obrigações, eles foram
torrados, viraram pó, levaram um castigo do Grande Mago e tiraram
nota baixa nas provas. E, agora, ao invés de ganhar beijos e doces das
mães, ganhariam sermões e ficariam de castigo, até aprenderem que os
deveres vêm em primeiro lugar.

FIM

14
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

 OS AUTORES 
 Celly Monteiro 

Celly mora em Aracaju, Sergipe, e está se formando em Gestão de


Turismo. Começou a escrever aos quatorze anos para concorrer a um
concurso literário escolar e, desde então, não parou mais. Possui dois
contos publicados na Antologia “Beijos & Névoas” e um blog onde expõe
seus contos de cunho fantástico:
http://afantasista.blogspot.com
Email: marcellym90@gmail.com

 Hector Martins 
Hector é curitibano, tem doze anos de idade e está cursando a
sé tima série do e nsino fundamental. Adora le r, tem pilhas de revistas
em quadrinhos e liv ros infanto-juvenis. Tem predileção por ficção
fantástica, jogos RPG com temas medievais e agora e stá começando a
dedicar-se à escrita e à informática, incentiv ado pela família.

 Jossi Borges 
Mora em Curitiba, é web designer e, durante três anos, trabalhou
no ramo de comércio e informática. Atualmente tem um comércio
virtual de livros usados, já publicou a coletânea “Estranhas Histórias de
Amor” (2010), bem como diversos contos e dois romances em formato e-
book, além de contos nas antologias “Beijos & Sombras” e “Beijos &
Névoas”. Também participa de vários grupos e comunidades na
internet, com artigos e contos sobrenaturais, tema pelo qual tem grande
predileção.
Sites e blogs
http://jossiborges.webnode.com.br/
www.amorelivros.justtech.com.br
www.romanzine.blogspot.com
Email: jossiborges@gmail.com

15
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

 Maya Blannco 
Maya mora no Rio de Janeiro, é louca por livros e escreve desde
criança. Filha de imigrantes, herdou dos pais o amor pelos livros e pelas
letras. Já publicou vários contos, um deles está na Antologia “Beijos &
Sombras”, e tem um blog onde posta alguns de seus trabalhos de ficção:
www.contosefolhetins.blogspot.com
Email: mblannco@ymail.com

 Rebis Kramrisch 
Já fez quadrinhos, fanzines e fanfics ao longo de quase 15 anos
(assinando com outros pseudônimos). A partir de 2009 passou a se
dedicar às próprias criações, retirando da gaveta trabalhos antigos. Tem
contos publicados nas Antologias “Beijos & Sombras” e “Beijos &
Névoas”. Suas principais influências são o Mangá, o Anime e a
Literatura Espírita, e tem uma queda pelos mundos criados por
Miyazaki, Tolkien, Zimmer e Rowling, entre outros.
Blogs:
www.rebiskramrisch.blogspot.com
www.covadecobra.blogspot.com
www.alternativosindependentes.blogspot.com
www.snakeeyesbr.blogspot.com
Email: my.nation.undergorund@gmail.com

16
Antologia Infanto-Juvenil I - Poções, Encantos e Assombrações

Prestigie os autores brasileiros de Romance e Literatura Fantástica!

Comente depois que ler, faça sugestões, discuta e indique!

Se você gostar de escrever, e quiser publicar conosco, entre em contato.

jossiborges@gmail.com

Amor & Livros Digital

www.amorelivros.justtech.com.br

17

Você também pode gostar