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Manual Auditoria
Manual Auditoria
AUDITORIA OPERACIONAL
Edição de 2020
República Federativa
República Federativa do
do Brasil
Brasil
Tribunal de Contas da União
Tribunal de Contas da União
Ministros
José Mucio Monteiro (Presidente)
Ana Arraes (Vice-Presidente)
Walton Alencar Rodrigues
Benjamin Zymler
Augusto Nardes
Aroldo Cedraz de Oliveira
Raimundo Carreiro
Bruno Dantas
Vital do Rêgo
Ministros-Substitutos
Augusto Sherman Cavalcanti
Marcos Bemquerer Costa
André Luís de Carvalho
Weder de Oliveira
Brasília, 2020
© Copyright 2020, Tribunal de Contas de União
<www.tcu.gov.br>
166 p.
1 INTRODUÇÃO 11
2 REQUISITOS GERAIS 27
2.1 INDEPENDÊNCIA E ÉTICA 27
2.2 CONFIANÇA E ASSEGURAÇÃO 30
2.3 RISCO DE AUDITORIA 31
2.3.1. Conclusões incorretas ou incompletas 32
2.3.2. Relatório desequilibrado 32
2.3.3. Não agregação de valor 32
2.3.4. Dificuldade de acesso à informação ou
informação de baixa qualidade 33
2.3.5. Omissões ou informações enganosas devido
a erro de interpretação ou fraude 33
2.3.6. Dificuldade de análise dos dados 34
2.3.7. Dificuldade de lidar com temas complexos
ou politicamente sensíveis 34
2.4 COMUNICAÇÃO 35
2.5 HABILIDADES 36
2.6 SUPERVISÃO 38
2.7 JULGAMENTO E CETICISMO PROFISSIONAIS 39
2.7.1. Risco de fraude 40
2.8 CONTROLE E ASSEGURAÇÃO DE QUALIDADE 41
2.9 MATERIALIDADE 47
2.10 DOCUMENTAÇÃO 48
3 SELEÇÃO DE TEMAS 52
3.1 PROCESSO DE SELEÇÃO 52
3.2 INTEGRAÇÃO COM O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 53
3.3 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO 54
3.4 LEVANTAMENTO 56
3.4.1. Levantamento de escopo amplo 57
3.4.2. Levantamento de escopo restrito 57
4 PLANEJAMENTO 60
4.1 ATIVIDADES DO PLANEJAMENTO 60
8
4.2 ANÁLISE PRELIMINAR DO OBJETO DE AUDITORIA 63
4.3 ESTRATÉGIA GLOBAL DE AUDITORIA 69
4.4 DEFINIÇÃO DA ABORDAGEM DE AUDITORIA 70
4.4.1. Enfoque integrado de governo 72
5 EXECUÇÃO 95
5.1 DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS DE CAMPO 95
5.2 ACHADO DE AUDITORIA 97
5.3 EVIDÊNCIAS 100
5.4 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS 104
5.4.1. Revisão documental 104
5.4.2. Entrevista 105
5.4.3. Aplicação de questionários 106
5.4.4. Observação direta 107
5.4.5. Grupo focal 108
5.5 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE DADOS 109
5.5.1.
Estatística descritiva 111
5.5.2. Regressão 111
5.5.3. Análise de conteúdo 112
5.5.4. Triangulação 112
5.5.5. Cruzamento eletrônico de dados 113
7 MONITORAMENTO 144
7.1 FORMAS DE MONITORAMENTO 146
7.2 SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO 147
REFERÊNCIAS 150
1
Em inglês, performance audit. No TCU, chamada de auditoria operacional. Em outros países, tam-
bém é conhecida como auditoria de gestão, de desempenho, operativa, value for money.
2
O Instituto Rui Barbosa – IRB é uma associação civil criadas pelos Tribunais de Contas do Brasil
em 1973 com o objetivo de auxiliar os Tribunais no desenvolvimento e aperfeiçoamento das ati-
vidades dos Tribunais de Contas (https://irbcontas.org.br/sobre-o-irb/, acesso em 21/10/2020).
5. O manual também contribui para a realização de auditorias
que integram a estratégia de avaliação de resultados de políticas e pro-
gramas públicos, cujo produto é o relatório anual que deve ser enviado
ao Congresso Nacional sobre a qualidade da implementação e o alcan-
ce de metas e objetivos dos programas e ações governamentais. Esse
relatório visa subsidiar a discussão da lei orçamentária pela Comissão
Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO).
PRINCÍPIOS DA INTOSAI
INTOSAI-P
NORMAS DA INTOSAI
Norma de
Princípios fundamentais da Auditoria competência
do Setor Público ISSAI 100-129 profissional
(COMP)
Requisitos organizacionais para EFS ISSAI 130-199
13
ORIENTAÇÕES DA INTOSAI
Orientação de
Orientação organizacional para EFS ISSAI 1900-1999 competência
profissional
COMP
Orientação Orientação Orientação Outros
suplementar suplementar suplementar trabalhos GUID
GUID
3
A definição de auditoria operacional na ISSAI 3000/17 usa o termo em inglês effectiveness, que abran-
ge dois conceitos diferentes em língua portuguesa: eficácia (conceito relacionado ao grau de alcance das
metas programadas em termos de produtos) e efetividade (conceito relacionado aos impactos).
Figura 2 - Diagrama das principais dimensões de
desempenho em auditoria operacional
EFEITOS
IMPACTOS
Nível 1: Fatores
Natureza, NECESSIDADES Externos
Sociedade
RESULTADOS
Nível 2:
Intervenção,
Política OBJETIVOS INSUMOS ATIVIDADES PRODUTOS
pública
Nível 3: Eficiência
Economicidade
Avaliação Eficácia
Operacional Efetividade
15
Fonte: Adaptado do Manual de Auditoria de Resultados do Tribunal de Contas Europeu
(TCE, 2017, p.18).
1.3.1. ECONOMICIDADE
17
1.3.3. EFICÁCIA
1.3.4. EFETIVIDADE
1.3.5. EQUIDADE
Auditoria Auditoria de
Característica Auditoria financeira
operacional conformidade
Materialidade,
Economia,
Conformidade com demonstrações
Conceitos-chave eficiência, eficácia,
leis e regulamentos financeiras livres de
efetividade
erros materiais
Aumentar o grau
Verificar se o gestor
Contribuir para de confiança nas
atuou de acordo
Objetivo a melhoria da demonstrações por
com normas
gestão pública parte dos usuários
aplicáveis
previstos
Expressar opinião
Verificar se há
quanto a estarem as
discrepância
Avaliar o informações financeiras
Papel do auditor entre a situação
desempenho livres de distorções
encontrada e a lei
relevantes devido a
ou norma
fraude ou erro 21
Principais
áreas de Ciências sociais,
Direito Contabilidade
conhecimento análise de políticas
do auditor
Normas, que
Normas
incluem leis e Estrutura de relatório
legais, boas
regulamentos, financeiro aplicável
práticas, valores
Critérios resoluções, (normas contábeis)
profissionais,
políticas, códigos, e marco regulatório
modelos,
termos acordados aplicável
experiências
ou princípios gerais
Atividades, Demonstrações
Atividades
Funcionamento transações, financeiras de acordo
executadas da
esperado do informações com a estrutura de
melhor maneira
objeto auditado aderentes às relatório financeiro
possível
normas aplicáveis aplicável
Fonte: elaboração própria com base em Barzelay (1997), IDI (2016, p. 36), ISSAI 200 e 400.
36. Também é possível conduzir auditorias combinando, em um
mesmo trabalho, aspectos operacionais, financeiros e de conformidade
(ISSAI 100/23). No TCU essas auditorias são denominadas auditorias
integradas. Nesses trabalhos, o objetivo primário da auditoria deverá
orientar quais normas serão aplicadas (ISSAI 3000/16).
REQUISITOS
objeto da
auditoria
auditoria
Usuários
Sobre
Planejamento Execução Relatório Monitoramento Conclusões
critérios
da auditoria
Sobre
Proposta
situações ou
de ações
condições
corretivas
RECURSOS
23
Seleção de
temas
Monitoramento
Planejamento
Divulgação Execução
Apreciação Relatório
Comentário
do gestor
Fonte: Adaptado de NAO (1997). Imagens Freepik
44. Sinteticamente, o ciclo de auditoria operacional se inicia
com a seleção dos temas. Após a definição de um tema específico,
deve-se proceder ao planejamento para definição de uma estratégia
global e elaboração do plano de auditoria4, que tem por finalidade
detalhar os objetivos do trabalho, as questões a serem investigadas, os
procedimentos a serem desenvolvidos e os resultados esperados com
a realização da auditoria. Na fase de execução, realiza-se a coleta dos
dados e informações e sua análise. A seguir, desenvolve-se o relatório
preliminar, que é enviado ao gestor para comentários. Após a análise
dos comentários do gestor pela equipe de auditoria, efetuam-se as
alterações necessárias (se for o caso), obtendo-se o relatório final, que
é submetido à apreciação do ministro-relator e do plenário.
4
Os documentos principais que compõem o planejamento são a estratégia global de auditoria e
o plano de auditoria. O programa de auditoria (NAT, 96-97) é parte do plano de auditoria, detalha
os procedimentos e é sintetizado na matriz de planejamento.
1.6 ELEMENTOS DE AUDITORIA OPERACIONAL
Requisitos
Requisito
33
2.3.4. DIFICULDADE DE ACESSO À INFORMAÇÃO
OU INFORMAÇÃO DE BAIXA QUALIDADE
77. Para mitigar esse risco, algumas medidas a adotar poderiam ser:
2.5 HABILIDADES
Requisito
93. A EFS deve garantir que o trabalho dos auditores seja super-
visionado em todas as fases da auditoria (NAT, 73). Supervisionar signi-
fica fornecer orientação e direção à equipe de auditoria. O supervisor
deve ter competência e conhecimentos em metodologia de auditoria,
planejamento e monitoramento dos trabalhos, gestão de projetos, pen-
samento estratégico, visão prospectiva e resolução de problemas. O ní-
vel de supervisão do trabalho pode variar de acordo com a experiência
da equipe e a complexidade do objeto auditado (ISSAI 3000/66-67).
5
O devido zelo é mencionado como um dos princípios gerais de auditoria do setor público pela
ISSAI 100/37, junto com o julgamento profissional e o ceticismo profissional, no mesmo subtítulo.
A ISSAI 300/31 menciona o devido zelo no mesmo contexto que a ISSAI 100, mas não o destaca
como um dos princípios de auditoria operacional. As NAT apenas mencionam o zelo, sem defini-lo.
Devido zelo significa que o auditor deve planejar e executar auditorias de uma maneira diligente.
Os auditores devem evitar qualquer conduta que possa desacreditar seu trabalho (ISSAI 100/37).
98. Os conceitos de julgamento e ceticismo profissional se com-
plementam e seu exercício permite que o auditor seja receptivo a dife-
rentes visões e argumentos e capaz de avaliar diferentes perspectivas,
sem perder a objetividade (ISSAI 3000/72).
6
Em inglês, quality assurance. As NAT usam a expressão “garantia de qualidade” e outros docu-
mentos sobre o tema podem usar “avaliação de qualidade”.
106. Controle de qualidade em auditoria é o conjunto de pro-
cedimentos executados ao longo do trabalho como parte integrante
do processo de auditoria para garantir que os relatórios de auditoria
tenham alta qualidade e satisfaçam as normas e padrões profissionais
estabelecidos (BRASIL, 2017b).
4. Quando é
Durante a auditoria.
Após terminado o relatório e encerra- 43
feito? da a auditoria.
Não há conclusão, há um
acompanhamento do
O(A) revisor(a) independente conclui
5. Qual é a trabalho da equipe de
em que medida a auditoria foi reali-
conclusão? auditoria para garantir a
zada de acordo com as ISSAI.
qualidade da auditoria e a
aderência às ISSAI.
46
121. Entretanto, é importante ressaltar que nenhum procedimento
de controle de qualidade no nível da auditoria individual pode garantir um
relatório de alta qualidade. É igualmente importante que os auditores se-
jam competentes e estejam motivados. Por isso, mecanismos de controle
devem ser complementados por outros tipos de apoio, como treinamento
em serviço e orientação para a equipe de auditoria (GUID 3910/32).
a. checklists de qualidade;
b. cronograma;
c. matriz de planejamento;
d. matriz de achados;
e. painéis de referência;
f. comentários dos gestores.
2.9 MATERIALIDADE
Requisito
2.10 DOCUMENTAÇÃO
Requisito
51
7
A indexação e a referência cruzada são boas práticas de auditoria. Na indexação, toda a docu-
mentação de suporte e papeis de trabalho, sejam eletrônicos ou impressos, devem receber na
primeira página um código alinhado com a lista/sumário desses documentos e papeis de trabalho.
Indexação e referência cruzada devem permitir a identificação e acesso rápido a todas as evidên-
cias de auditoria em caso de questionamento, mas também para tornar mais eficiente a supervi-
são e a asseguração de qualidade.
3 SELEÇÃO DE TEMAS
Requisitos
8
Os objetos de auditoria operacional têm cada vez mais essas características. Para lidar com essas
complexidades, pode ser necessário usar conhecimentos e ferramentas específicas, como Frag-
mentação, Superposição e Duplicação, e Enfoque Integrado de Governo. Mais informações sobre
esses temas na seção 4.4.1 deste manual.
158. A auditabilidade refere-se à viabilidade de o auditor con-
seguir concluir em relação aos objetivos da auditoria que se vai reali-
zar. No caso da auditoria operacional, concluir sobre a economicidade,
eficácia, eficiência ou efetividade do objeto auditado. Por exemplo, se
existem abordagens, metodologias e critérios de auditoria disponíveis,
se as informações requeridas estarão disponíveis e poderão ser obtidas
de forma eficiente, se a equipe de auditoria tem disponibilidade e as
competências requeridas para realizar o trabalho (ISSAI 3000/94).
56
3.4 LEVANTAMENTO
161. Para passar do planejamento estratégico para o plano opera-
cional, são necessárias informações atualizadas sobre estrutura, funções e
operações dos possíveis objetos de auditoria, que permitam a identifica-
ção de áreas com alta materialidade, que apresentem vulnerabilidades e
que tenham potencial para que a auditoria contribua para gerar melho-
rias na administração. A coleta dessas informações pode ser realizada por
procedimentos internos de iniciativa da própria unidade técnica, como a
produção de conhecimento, e por meio de levantamento, que é um tipo
de instrumento de fiscalização (BRASIL, 2015, art. 238; NAT, 71).
Requisitos
Definir objetivo e
Revisão de Elaborar questões Definir critérios de
escopo da
documentos de auditoria auditoria
auditoria
a. processos gerenciais;
b. sistemas de informação e bases de dados existentes;
c. ambiente de controle;
d. restrições enfrentadas (imposições legais e limitações impostas
pela concorrência, pela tecnologia, pela escassez de recursos
ou pela necessidade de cooperar com outras entidades).
TÉCNICA DE Objetivo
DIAGNÓSTICO
• Identificar as forças e fraquezas do ambiente interno do objeto da
auditoria e as oportunidades e ameaças do ambiente externo.
SWOT e Diagrama
de Verificação de • Identificar possíveis áreas a investigar.
Risco (DVR)
• Identificar fatores de risco e conhecer a capacidade organizacional
(controles) para o seu gerenciamento.
• Identificar principais grupos de interesse (atores interessados).
Análise stakeholder
• Identificar opiniões e interesses conflitantes.
• Conhecer os principais objetivos de uma entidade ou
programa.
Mapa de produtos
• Representar as relações de dependência entre os produtos.
• Identificar os responsáveis pelos produtos críticos.
• Desenvolver indicadores de desempenho.
TÉCNICA DE Objetivo
DIAGNÓSTICO
• Conhecer o funcionamento de processos de trabalho.
• Identificar boas práticas.
Mapeamento de • Identificar oportunidades para racionalização e
processos aperfeiçoamento de processos de trabalho.
• Contribuir para a identificação de eventos de risco e atividades
de controle.
Diagrama de
Ishikawa (Diagrama • Identificar as possíveis causas que levam a um determinado
de Causa-Efeito ou problema.
Diagrama Espinha
de Peixe)
• Compreender os fatores que dificultam o alcance dos objetivos
Árvore de de políticas, programas ou órgãos públicos.
problemas
• Identificar causas e consequências de um problema central.
• Identificar quem é responsável pelas atividades desenvolvidas,
quem as executa, quem é consultado e quem é informado, seja
Análise RECI no âmbito limitado de uma equipe de trabalho, seja em relação
66 a um órgão, entidade ou programa.
• Orientar a formulação, a execução, o acompanhamento e a
Marco lógico avaliação de programas ou de projetos governamentais.
• Avaliar a eficiência relativa de um conjunto de unidades, como
organizações e programas (constrói uma fronteira de eficiência,
Análise envoltória identificando as unidades mais eficientes na transformação de
de dados (Data determinados insumos em certos produtos)
Envelopment
Analysis – DEA) • Identificar boas práticas, normalmente associadas às unidades
mais eficientes, que podem ser usadas como benchmark para
a melhoria do desempenho das demais.
• Identificar e ponderar os riscos inerentes às atividades
auditadas.
67
205. O objetivo principal desse modelo de avaliação de risco em
auditoria operacional é auxiliar na definição do escopo e das questões
de auditoria, enquanto na auditoria financeira faz-se a vinculação entre
essa avaliação de risco e os procedimentos adicionais de auditoria, isto
é, a definição da natureza e da extensão dos exames. Para realização
da avaliação de risco, o modelo preconiza que algumas técnicas sejam
empregadas, como modelo lógico, mapeamento de processos e matriz
de análise de risco.
68
211. Sempre que houver necessidade de ampliar o conheci-
mento sobre os aspectos operacionais do objeto de auditoria, reco-
menda-se a realização de visitas exploratórias, isto é, o deslocamento
da equipe de auditoria para o local (ou locais) onde as atividades se
desenvolvem, com o objetivo de colher informações preliminares. A
ausência de um claro arcabouço legal, a insuficiência de informações,
o desconhecimento sobre como se presta o serviço ou, ainda, a diver-
sidade na forma de implementação das ações são exemplos de razões
que justificam a visita exploratória na fase de planejamento.
69
a. objetivos, escopo e abordagem de auditoria (ISSAI 100/48;
NAT, 68);
b. período de abrangência e período de realização da auditoria
(ISSAI 100/48; ISSAI 2300/8);
c. usuários previstos e partes responsáveis, seus interesses e
necessidades (ISSAI 3000/25);
d. critérios (TCE, 2017);
e. metodologia (GUID 3920/50);
f. recursos necessários (ISSAI 2300; TCE, 2017; NAT, 70);
g. riscos significativos e medidas para mitigá-los (GUID 3920/62;
NAT, 71);
h. os benefícios esperados da auditoria (TCE, 2017);
i. a determinação da materialidade (ISSAI 3000/83).
73
234. Sendo assim, propostas de deliberações para o CG devem
ser discutidas entre a unidade técnica detentora da clientela e a propo-
nente, para avaliação da oportunidade e conveniência de tratá-las no
processo de auditoria em discussão ou em outro processo da respon-
sabilidade daquela unidade (BRASIL, 2020c).
74
4.5 DEFINIÇÃO DO ESCOPO DA AUDITORIA
240. Escopo é a delimitação estabelecida para o trabalho e é ex-
presso pelo objetivo, pelas questões e pelos procedimentos de auditoria,
no seu conjunto (NAT, 92). O objetivo, as questões e os procedimentos
estão inter-relacionados e devem ser considerados de forma conjunta.
O escopo define os limites da auditoria. Para definir o escopo, a equipe
precisa identificar quais entidades ou qual programa em particular ou
aspecto de um programa serão incluídos na auditoria. A equipe também
deve identificar o período a ser coberto pela auditoria e, se pertinente,
os locais a serem incluídos (GUID 3920/35; 36). O escopo deve explicitar
a amplitude e a profundidade do trabalho para alcançar o objetivo da
auditoria (NAT, 133). Assim, para definir o escopo de auditoria, a equipe
deve responder às quatro perguntas da Figura 6 (IDI, 2016).
9
Nas Orientações para Seleção de Objetos e Ações de Controle (BRASIL, 2016a), situação-proble-
ma é definida como um conjunto de condições ou circunstâncias que produzem ou podem vir a
produzir consequências de natureza econômica, social e ambiental que afetam a sociedade e que
se encontra no âmbito da atuação governamental.
243. O objetivo da auditoria (ou objetivos) deve ser definido de
maneira suficientemente detalhada para não deixar dúvidas sobre as
questões que deverão ser respondidas (ISSAI 3000/36). O objetivo do
trabalho deve dar informação suficiente sobre o foco da auditoria, ser
elaborado de forma a maximizar os benefícios e impactos da fiscaliza-
ção e conter termos claros e simples. A conclusão do relatório deve ser
direta e explicitamente relacionada ao objetivo de auditoria (IDI, 2016).
76 Exemplo 1
Avaliar se está havendo pleno uso dos espaços nas unidades do Progra-
ma Proinfância, com ênfase na análise da adequação do projeto padrão
às diversidades regionais e no nível de utilização das salas de leitura e
dos laboratórios de informática. Adicionalmente, avaliar a assistência
técnica e o apoio prestados pela Secretaria de Educação Básica do MEC
aos municípios participantes.
Exemplo 2
Exemplo 3
10
A Agenda 2030 contém os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que es-
tabelecem objetivos quantitativos e qualitativos nas dimensões sociais, econômicas e ambientais,
a serem atingidos pelos países-membros da ONU até 2030.
246. O objetivo de auditoria deve ser desdobrado em questões,
que podem ser divididas em subquestões.
a. clareza e especificidade;
b. uso de termos que possam ser definidos e mensurados;
c. viabilidade investigativa (possibilidade de ser respondida);
d. articulação e coerência (o conjunto das questões elaboradas
deve ser capaz de satisfazer o objetivo de auditoria
previamente definido, isto é, de responder à questão
fundamental de auditoria).
4.6.1. TIPOS DE QUESTÃO DE AUDITORIA
11
NAT 139. Manuais, padrões e normas mais específicos podem restringir ou estabelecer que ou-
tros elementos sejam relatados na apresentação dos achados, conforme a natureza das auditorias,
os seus objetos e as suas finalidades mais comuns.
1º passo - Descreva o objetivo da auditoria.
262. Com base no entendimento do objeto, propiciado pela
análise preliminar do objeto de auditoria, expresse, de forma clara e
objetiva, aquilo que a auditoria se propõe a realizar, a questão funda-
mental de auditoria a ser esclarecida (NAT, 133). A descrição do ob-
jetivo deve ser suficiente para nortear a concepção da auditoria. O
essencial é que o tópico mais importante seja buscado, com base na
avaliação prévia dos riscos mais significativos.
Nível 1
Questão de auditoria
Nível 2
Subquestões de auditoria
Nível 3
Subquestões de auditoria
Nível 4
Procedimentos de auditoria
Fontes de evidência
Por ordem
Pela estrutura
Pela classe
Requisitos
O que a
Procedimentos Procedimentos
Informações Fontes de análise vai
Critérios de coleta de de análise de Limitações
requeridas informação permitir
dados dados
dizer
Informações Requeridas
Fontes de Informação
Requisito
96
329. Para o sucesso dos trabalhos de campo, é necessária a
realização de diversas atividades operacionais. Antes da execução da
auditoria, a equipe deve:
Achado
Critério
Condição/Situação
Causas
Efeitos
12
NAT 141. (...) Nesse tipo de auditoria, dependendo do tipo de questão de auditoria, nem sempre
é possível identificar causas, mas o ponto crucial do relatório é a análise das evidências, que de-
vem ser apresentadas de forma lógica, articulada e com ilustrações que facilitem a compreensão
da situação encontrada.
comprovadamente funcionaram bem e levam a resultados positivos.
Por exemplo, em um programa de combate à tuberculose, pode haver
segmentos da população que não procuram a unidade de saúde para
tratamento. Se for feita busca ativa que contribua para melhorar o de-
sempenho do programa, isso pode ser considerado uma boa prática.
5.3 EVIDÊNCIAS
346. Evidências são informações obtidas durante a auditoria e
usadas para fundamentar os achados. O conjunto de achados irá res-
paldar as conclusões do trabalho. A equipe de auditoria deve obter evi-
dências suficientes e apropriadas para fundamentar os achados, e as-
sim chegar a conclusões para responder ao(s) objetivo(s) de auditoria
100
e propor recomendações e determinações (ISSAI 3000/106; NAT, 108).
Observação direta
Física
Inspeção física
Entrevista
Testemunhal Pesquisa
Grupo focal
Revisão documental
Documental
Uso de bases de dados
104
5.4 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
361. Nos itens a seguir serão apresentadas, de forma resumida,
as principais técnicas de coleta de dados usadas em auditoria opera-
cional. Mais detalhes sobre a maioria delas podem ser encontrados nos
documentos técnicos do TCU.
5.4.2. ENTREVISTA
393. A estatística descritiva pode ser útil, por exemplo, para ava-
liar o desempenho de determinada variável com relação ao critério,
para avaliar riscos e para avaliar se a amostra é representativa da po-
pulação (IDI, 2016).
5.5.2. REGRESSÃO
112
397. A análise de conteúdo tem três etapas: pré-análise, explo-
ração do material e tratamento dos resultados. Na pré-análise, os da-
dos são organizados e os procedimentos de análise são estabelecidos.
Na segunda fase, são executadas a codificação, a quebra da informa-
ção e a enumeração. Na terceira fase, os resultados são interpretados
(BARDIN, 1970).
5.5.4. TRIANGULAÇÃO
Achado
Benefícios
Boas práticas Encaminhamento
Situação Evidências e esperados
Critério Causas Efeitos
encontrada análises
Achados de Padrão usado Resultado da São as razões Consequências Ações Recomendações Melhorias que
maior relevância, para determinar aplicação dos da diferença relacionadas às identificadas que e determinações se esperam
identificadas na se o objeto métodos de entre a situação causas e aos comprovadamente propostas para alcançar com a
fase de execução. auditado atinge, análise de dados encontrada e o correspondentes levam a bom tratar as causas implementação
Condição. excede ou e seu emprego critério. Podem achados. desempenho. das deficiências das
está aquém do na produção de ser relacionadas à Pode ser uma Essas ações de desempenho recomendações e
desempenho evidências. De operacionalização medida da rele- poderão subsidiar identificadas ou, determinações.
esperado. forma sucinta, ou à concepção vância do achado. a proposta de se não for possível Os benefícios
devem ser do objeto da recomendações e identificá-las, mitigar podem ser quan-
indicadas as auditoria, ou à determinações. seus efeitos. titativos e qualita-
técnicas usadas fatores fora da tivos. Sempre que
para tratar as competência ou possível, quantifi-
informações da influência do cá-los.
coletadas durante gestor.
a execução e
os resultados
obtidos.
Critério
Evidências e análises
Causas
Boas práticas
Requisitos
Elementos pré-textuais
Proposta de encaminhamento
Elementos pós-textuais
ȋȋ Referências, glossário, apêndices, anexo, lista de ilustrações, lista de
tabelas, lista de siglas.
Folha de rosto
Sumário
479. Para tornar mais clara a lógica do relato, deverá ser acrescen-
tado um parágrafo ao final da introdução que descreva a forma de organi-
zação do relatório. Esse parágrafo deve fazer a descrição breve dos temas
tratados nos capítulos principais, ressaltando a ligação lógica entre eles.
Glossário
138 Apêndice
Anexo
Lista de ilustrações
Lista de tabelas
Lista de siglas
6.6 DIVULGAÇÃO
Requisito
Requisitos
13
Por ocasião da elaboração deste manual, o TCU estava implementando inovações no processo de
monitoramento, bem como soluções tecnológicas em apoio ao processo de trabalho. Em razão dessas
mudanças, esta seção remete os detalhes processuais e procedimentais aos documentos específicos.
538. O monitoramento das recomendações e determinações
tem os seguintes propósitos (GUID 3920/147):
553. O plano de ação deve incluir campo para registro dos be-
nefícios efetivos após a implementação das deliberações, conforme o
modelo do Quadro 14. São esses que, em última análise, justificam a
realização das auditorias operacionais.
14
Por ocasião da elaboração deste manual, o TCU estava implementando inovações no processo
de monitoramento, bem como soluções tecnológicas em apoio ao processo de trabalho. Em razão
dessas mudanças, esta seção remete os detalhes processuais e procedimentais aos documentos
específicos.
dade de contribuir efetivamente para o aperfeiçoamento da gestão
(BRASIL, 2020a). Em razão de sua materialidade e do seu propósito, as
deliberações, e em particular as recomendações, em auditoria opera-
cional devem ser monitoradas15.A forma e o momento em que ocorrerá
o monitoramento devem ser registrados na seção do relatório de audi-
toria na qual é desenvolvido o achado a que se refere a recomendação.
15
“Excepcionalmente, no caso de situações em que a implementação das providências imediatas
necessárias para prevenir ou corrigir irregularidade, ou remover seus efeitos, não seja factível, a
unidade técnica instrutiva poderá propor determinação, desde que devidamente fundamentadas
as razões que justifiquem a necessidade da adoção da medida e consideradas as razões apresen-
tadas pelo gestor ...” (§ 3º, art. 7º da Res. TCU 315/2020).
REFERÊNCIAS
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alterada pela Portaria-Segecex 12, de 5 de agosto de 2020. Disciplina, no âmbito
da Secretaria-Geral de Controle Externo, a proposição das deliberações previstas
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pictures – Expanded ed. Penquin Group. New York, 2010.
Pesquisa documental
Delineamento quase-experimental
17. A realização da pesquisa experimental envolve dificuldades
de ordem tanto prática, como anteriormente comentado, quanto ética.
Por exemplo, excluir do programa um grupo de beneficiários em po-
tencial para que operem como grupo de controle pode não ser etica-
mente defensável. Dessa forma, a pesquisa quase-experimental apre-
senta-se como estratégia metodológica alternativa.
Delineamento não-experimental
a. antes-e-depois;
b. somente depois com grupo de comparação.
Responsabilidade editorial
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Secretaria de Comunicação (Secom)
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Tel.: 0800 644 1500
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MISSÃO
Aprimorar a Administração
Pública em benefício da
sociedade por meio do
controle externo.
VISÃO
Ser referência na promoção
de uma Administração Pública
efetiva, ética, ágil e responsável.