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ENGENHARIA DE
AVALIAÇÕES APLICADAS
A IMÓVEIS RURAIS
CCAAM
MPPIINNAASS//SSPP
22002200
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
OBJETIVOS
INDÍCE
1. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 3
2. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4
3. CONCEITOS BÁSICOS .......................................................................................................... 6
4. CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653 ..................................................................................... 14
5. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................................ 31
5.1 MÉTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO ........................................... 32
5.2 MÉTODO DA RENDA ......................................................................................................... 33
5.3 MÉTODO EVOLUTIVO ....................................................................................................... 35
6. AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS ...................................................................................... 36
7. AVALIAÇÃO DE TERRA NUA .............................................................................................. 38
7.1 CLASSE DE CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS .................................................................. 39
7.2 SITUAÇÃO ......................................................................................................................... 51
7.3 FATORES DE HOMOGENEIZAÇÃO ..................................................................................... 52
7.3.1 FATORES DE CLASSE DE CAPACIDADE DE USO ............................................................... 52
7.3.2 FATORES DE SITUAÇÃO ................................................................................................... 58
7.3.3 FATORES DE HOMOGENEIZAÇÃO CONJUGADOS PARA CLASSE DE CAPACIDADE DE
USO E SITUAÇÃO ............................................................................................................. 59
7.4 PLANEJAMENTO E LEVANTAMENTO AMOSTRAL ............................................................. 63
7.5 VISTORIA IMÓVEL AVALIANDO E AMOSTRAS .................................................................. 64
7.6 HOMOGENEIZAÇÃO.......................................................................................................... 65
7.6.1 NOTA AGRONÔMICA (NA) .............................................................................................. 67
7.6.2 DETERMINAÇÃO DAS AMOSTRAS SEMELHANTES .......................................................... 68
7.6.3 FATOR DE ELASTICIDADE (OU OFERTA) .......................................................................... 69
7.6.4 VALOR DA TERRA NUA (VTN) .......................................................................................... 70
7.6.5 VALOR DA TERRA NUA INDEXADO (VTNINDEXADO) ...................................................... 71
7.7 SANEAMENTO AMOSTRAL ............................................................................................... 73
7.7.1 CRITÉRIO DA MÉDIA ARITMÉTICA ................................................................................... 74
7.7.2 CRITÉRIO DO DESVIO PADRÃO ........................................................................................ 75
7.7.3 CRITÉRIO DE CHAUVENET ............................................................................................... 76
7.7.4 CRITÉRIO DE ARLEY ......................................................................................................... 77
7.8 VALOR DA TERRA NUA DO IMÓVEL AVALIANDO ............................................................. 79
7.9 INTERVALO DE CONFIANÇA E CAMPO DE ARBÍTRIO ........................................................ 80
8. AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS ......................................................................................... 83
9. AVALIAÇÃO DE CULTURAS ................................................................................................ 84
9.1 AVALIAÇÃO DE CULTURAS DOMÉSTICAS ......................................................................... 84
9.2 AVALIAÇÃO CULTURAS COMERCIAIS................................................................................ 85
9.3 AVALIAÇÃO DE PASTAGENS.............................................................................................. 88
10. AVALIAÇÃO CONSTRUÇÕES E EDIFICAÇÕES RURAIS ........................................................ 91
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
OBJETIVOS
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
OBJETIVOS
1. OBJETIVOS
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
INTRODUÇÃO
2. INTRODUÇÃO
Para uma melhor compreensão dos efeitos do mercado, normalmente observa-se que
quanto menor for à oferta de um imóvel, ou quanto maior for sua procura, maior será seu
valor de mercado, pois esse será um imóvel raro. Em contrapartida, para que o valor de
mercado do imóvel esteja abaixo de um suposto valor real, menor do que o bem realmente
vale, implica que a oferta está em alta ou a procura é pequena.
Para que um imóvel seja considerado como rural, não basta que se situe em área rural
ou não urbana, inclusive ele pode estar localizado em área urbana, mas sim que seja explorado
com finalidades rurais, como: produção de grãos e frutos, criação de animais, produção de
madeira, etc., ou seja, são áreas onde a melhor alternativa de exploração econômica é
qualquer uma das atividades agropecuárias existentes.
No âmbito da avaliação de bens imóveis, faz-se necessário entender também, que além
do terreno (ou terra nua), existem as benfeitorias, que consistem em qualquer melhoramento
concedido pelo homem, que não pode ser retirado ou removido, sem sofrer algum tipo de
dano ou fratura. Além disto, também podem ser objeto de avaliação num imóvel rural: as
máquinas e equipamentos, os veículos, os semoventes, as florestas nativas e os produtos
diversos.
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
INTRODUÇÃO
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
CONCEITOS BÁSICOS
3. CONCEITOS BÁSICOS
Entende-se por avaliação o conjunto de operações com as quais se podem somar juízo
sobre o valor de um bem, e, no caso específico de bens imóveis, sobre o justo valor de uma
propriedade ou de um direito a ela relativo.
Para muitos autores o processo avaliatório tem por objetivo fixar o valor de troca das
coisas vendáveis ou o que se mede pela quantidade de outros bens que, numa economia de
trocas, poderia ser obtido por um bem da propriedade avalianda. É o poder de aquisição que
pode ser comparado com qualquer mercadoria, porém é mais cômodo medi-lo em termos
monetários. Neste caso obtendo o preço do produto, isto é, o valor da troca, expresso em
somas monetárias.
A ideia de valor está intimamente ligada à ideia de utilidade, ou seja, só tem valor aquilo
que é útil. Na teoria econômica, conceitua-se utilidade como a capacidade que possuem
certos bens de satisfazer uma necessidade, e, mais, para que uma coisa seja considerada útil,
é necessária a ocorrência de três condições:
A ideia de valor remonta aos mais velhos costumes de troca, desde o escambo de bens
entre os primeiros homens. E ainda hoje, estes parâmetros vetustos são determinantes para
estabelecer o valor das coisas.
O valor dos objetos no mecanismo de trocas sempre foi regulado por três conceitos:
• utilidade;
• raridade;
• trabalho em consegui-lo.
CAIRES (1978), citado por PELLEGRINO (1983), resume o processo avaliatório nos
seguintes termos:
“De modo muito simples, mesmo pecando quanto ao rigor, pode-se dizer
que: Avaliar é medir o valor. O valor é uma grandeza e, como tal, suscetível
de ser medida. Por sua vez, Medir é comparar. Daí infere-se que avaliação é
a determinação do valor de uma coisa obtida por comparação com outras
semelhantes”.
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CONCEITOS BÁSICOS
A NBR 14.653-1:2001 estabelece no item 3, que para os efeitos desta norma, aplicam-
se as seguintes definições, dentre elas a definição de avaliação de bens, que é:
A dificuldade de se obter uma definição única e precisa para o que venha a ser valor, foi
responsável pelo surgimento de duas escolas ou correntes universais sobre o que se entende
por valor:
Segundo PELLEGRINO (1983), a diferença entre preço e valor de mercado, é que, num
dado momento o valor significa o que a propriedade vale, enquanto o preço expressa a
quantia pela qual ele pode ser vendido.
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
CONCEITOS BÁSICOS
O valor potencial é utilizado em avaliação, para mostrar se, em face do valor potencial,
um negócio imobiliário oferece atrativos para a aplicação do capital.
Embora a lei refira-se a preço de mercado, o termo técnico mais adequado é valor de
mercado, conforme definido pelo item 3.44 da NBR 14.653-1:2001:
Esse valor não é necessariamente o preço pelo qual este bem será transacionado ou
ofertado, pois o valor de mercado é um processo matemático e/ou estatístico de modelagem
de dados, que são obtidos através de coleta de informações sobre os preços pelos quais
imóveis com características semelhantes foram negociados ou estão sendo ofertados.
Portanto, preço e valor são conceitos distintos. Enquanto o valor de mercado se refere ao
valor mais provável de um bem, o preço reflete a quantia monetária pela qual o bem está
sendo transacionado. (PELLI NETO, 2005).
Seguindo o disposto na legislação, considera-se justa a indenização que reflita o preço
atual de mercado do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais, matas
e florestas e as benfeitorias indenizáveis observadas os seguintes aspectos:
I - localização do imóvel;
II - aptidão agrícola;
III - dimensão do imóvel;
IV - área ocupada e ancianidade das posses;
V - funcionalidade, tempo de uso e estado de conservação das benfeitorias.
Segundo Demétrio (1991) do ponto de vista jurídico, terra (ou "bem-de-raiz") pode ser
conceituada como qualquer porção da superfície terrestre sobre o qual podem ser exercidos
os direitos de propriedade que dizem respeito não somente à área da superfície, mas também
a coisas tais como a cobertura vegetal natural, as construções e outras benfeitorias feitas pelo
homem e aqueles objetos que jazem acima ou abaixo da superfície, tais como plantações e
pedreiras, por exemplo.
O conceito econômico de terra, segundo BARLOWE (1972) é muito amplo abrangendo
o somatório dos recursos naturais e daqueles criados pelo homem, sobre os quais a possessão
de qualquer porção da superfície terrestre permite controle. Subdivide-se a terra como:
espaço, natureza, fator de produção, bem de consumo, situação, propriedade e capital, cujas
definições são:
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CONCEITOS BÁSICOS
I - Imóvel Rural, o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua
localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou
agroindustrial, quer através de planos públicos de valorização, ou quer seja,
pela iniciativa privada;
II - "Propriedade Familiar", o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado
pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-
lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada
para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalho com a ajuda
de terceiros;
III - "Módulo Rural", a área fixada nos termos do inciso anterior;
IV - "Minifúndio", o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da
propriedade familiar;
V - "Latifúndio", o imóvel rural que:
a) exceda à dimensão máxima fixada na forma do artigo 46, § 1°, alínea "b",
desta Lei, tendo-se em vista as condições ecológicas, sistemas agrícolas
regionais e o fim a que se destine;
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CONCEITOS BÁSICOS
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
CONCEITOS BÁSICOS
"Considera-se terra nua a terra com suas acessões naturais, nos termos dos
artigos 43, inciso I, e 64 do Código Civil.”
Entende-se, portanto por acessões naturais tudo o que se encontrar incorporado a terra
sem a intervenção do proprietário, ou seja, são os elementos naturais existentes na terra,
como as áreas de vegetação nativa, rios, etc.
O antigo Código Civil apresentava a seguinte definição:
Inciso I: "O solo com a sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais,
compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo”.
Analisando os citados artigos, veremos que primeiro define bem imóvel e o segundo, de
forma não muito clara, define benfeitoria.
Com a entrada em vigor do novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002)
houve mudanças nos artigos e definições sobre o que são bens imóveis e benfeitorias, que se
encontram transcritos abaixo:
Artigo 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
Artigo 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
CONCEITOS BÁSICOS
Notem que os conceitos se alteraram um pouco, mas que ainda possuem o mesmo
significado, principalmente se nos ativer aos artigos 79 e 97 para definir o conceito de terra
nua.
A Constituição Federal, no seu artigo 184 diz que os imóveis desapropriados serão
indenizados em títulos da dívida agrária e as benfeitorias úteis e necessárias em dinheiro, mas
em nenhum momento se refere à definição de terra nua. Pode-se deduzir que excluindo as
benfeitorias úteis necessárias todo o restante é terra nua.
O Estatuto da Terra (Lei 4.504/64) e a Lei 8.629/93 em nenhum momento deixam claro
o conceito de terra nua, mas a medida provisória 1997-34, de 13 de janeiro de 2000, que
alterou alguns artigos destas leis, diz o seguinte:
Art. 3 - Os artigos 2º, 6º, 7º, 11º, 12º, 17º e 18º da Lei n.º 8.629, de 25 de fevereiro
de 1993, passam a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 12 - Considera-se justa a indenização que reflita o preço atual de mercado do
imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais, matas e
florestas e as benfeitorias indenizáveis observadas os seguintes aspectos:
I - localização do imóvel;
II - aptidão agrícola;
III - dimensão do imóvel;
IV - área ocupada e ancianidade das posses;
V - funcionalidade, tempo de uso e estado de conservação das benfeitorias.
A norma ABNT NBR 14.653-3 / 2004, admite para fins de cálculo de valor da terra nua a
seguinte condição, estabelecida pelo artigo 10.1.2:
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
CONCEITOS BÁSICOS
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
A ABNT NBR 14653, sob o título geral "Avaliação de bens", contém as seguintes partes:
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
Já a abordagem por valores específicos, significa que são valores distintos do valor de
mercado, entre eles:
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
Segundo a NBR 14.653 – Parte 1 o mercado é o ambiente no qual bens, frutos e direitos
são ofertados e transacionados entre compradores e vendedores, mediante um mecanismo
de preços.
O mercado se caracteriza por sua estrutura, conjuntura, conduta e desempenho, que
podem ser assim resumidos.
A estrutura do mercado para um determinado tipo de bem, fruto e direito, normalmente
relacionada aos ciclos econômicos de longo prazo, diz respeito ao grau de concentração de
compradores e vendedores.
A conjuntura de mercado diz respeito normalmente a variações de curto prazo na oferta
e demanda, e suas consequências sobre os preços, em função de circunstâncias econômicas,
sociais e ambientais.
A conduta do mercado corresponde ao padrão de comportamento que os agentes
adotam para se ajustar à conjuntura do mercado, por meio de ações como política de preços,
formas de pagamento, estratégias de venda, oferta de novos produtos, entre outras.
O desempenho do mercado refere-se aos resultados atingidos e é aferido por meio da
análise do seu comportamento em determinado período.
Desta forma, a norma defini valor de mercado como: “a quantia mais provável pela qual
se negociaria voluntariamente e conscientemente um bem, em uma data de referência,
dentro das condições do mercado vigente.”.
Cada um dos elementos dessa definição tem sua própria natureza conceitual:
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
e) forma de apresentação;
f) condições a serem observadas, no caso de laudos de uso restrito.
Já o item 6.7 da NBR 14.653 – Parte 1 recomenda sobre o tratamento dos dados
amostrais.
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
De uma forma muito clara a norma define que a metodologia aplicável é função,
basicamente, da natureza do bem avaliando, da finalidade da avaliação e da disponibilidade,
qualidade e quantidade de informações colhidas no mercado. A sua escolha deve ser
justificada e ater-se ao estabelecido nesta norma (todas as partes), com o objetivo de retratar
o comportamento do mercado por meio de modelos que suportem racionalmente o
convencimento do valor.
Segundo a norma o método comparativo direto de dados de mercado é aquele que
identifica o valor de mercado do bem por meio de tratamento técnico dos atributos dos
elementos comparáveis, constituintes da amostra.
Na aplicação deste método para a avaliação imobiliária, a natureza dos bens, a
indisponibilidade dos dados e de suas características, bem como os prazos limitados para a
concepção da avaliação, podem levar à coleta de amostras que não atendem na integra aos
pressupostos formais das amostras aleatórias simples, exigidos pelos modelos de estatística
inferencial.
Segundo a norma o método Involutivo é aquele que identifica o valor do bem, alicerçado
no seu aproveitamento eficiente, baseado em modelo de estudo de viabilidade técnico-
econômica, mediante hipotético empreendimento compatível com as características do bem
e com as condições do mercado no qual está inserido, considerando-se cenários viáveis para
execução e comercialização do produto. O método involutivo pode identificar o valor de
mercado.
Já o método evolutivo é aquele que identifica o valor do bem pelo somatório dos valores
de seus componentes. Caso a finalidade seja a identificação do valor de mercado, deve ser
considerado o fator de comercialização.
Por último a norma define o método da capitalização da renda, como aquele que
identifica o valor do bem, com base na capitalização presente da sua renda líquida prevista,
considerando-se cenários viáveis. O método da capitalização da renda pode identificar o valor
de mercado.
O item 8 da NBR 14.653 – Parte 1 diz respeito sobre as especificações das avaliações. A
especificação é resultante do prazo demandado, dos recursos despendidos, bem como da
disponibilidade de dados de mercado, da metodologia e da natureza do tratamento a ser
empregado.
Conforme determina a norma as avaliações podem ser especificadas quanto à
fundamentação e precisão.
A fundamentação é função do aprofundamento do trabalho avaliatório, com o
envolvimento da seleção da metodologia em razão da confiabilidade, qualidade e quantidade
dos dados disponíveis.
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
5.2.1 Terras
5.2.2 – Benfeitorias
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
5.2.4 – Veículos
5.2.5 – Semoventes
a) florestais;
b) hídricos;
c) minerais.
7. Atividades Básicas
1 Adjudicação: Atopelo qual os bens penhorados ao devedor, e levados à praça, ou leilão, são transmitidos ao credor
exequente, ou outro devidamente habilitado, a seu requerente e para pagamento do seu crédito, por preço igual ao da
avaliação, quando não houve licitantes, ou pelo valor do maior lanço, quando arrematado por terceiros.
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
# transações;
# ofertas;
# em caráter excepcional, opiniões ou estimativas de valor de profissionais
da engenharia de avaliações, de funcionários de órgãos oficiais da área de
avaliações rurais ou de agentes do setor imobiliário, na carência de dados de
transações ou ofertas.2
2 No caso de opiniões ou estimativas de valor o profissional de engenharia de avaliações deve justificar a sua utilização
e o laudo atinge no máximo Grau I de fundamentação. Caso a maioria dos dados seja constituída de opiniões, o laudo não
atinge sequer o Grau I de fundamentação.
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
7.7.1 Preliminares
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
B.1 Generalidades
Esta nova norma, NBR 14.653 – Parte 3, instituiu o conceito de trabalhar apenas com
dados semelhantes ao avaliando, segundo critério estabelecido pela própria norma, mas
variando segundo o grau de fundamentação do trabalho.
Abaixo uma das referências da norma quanto aos dados semelhantes:
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
• Fator de fonte;
• Fator de classe de capacidade de uso;
• Fator de situação;
• Outros fatores.
8 Metodologia aplicável
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
Onde:
VTI é o valor total do imóvel;
VTN é o valor da terra nua;
VBR é o valor das benfeitorias reprodutivas;
VBNR é o valor das benfeitorias não reprodutivas;
AA é o ativo ambiental;
PA é o passivo ambiental.
9.1 Generalidades
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
10 Procedimentos específicos
10.5 Pastagens.
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CONSIDERAÇÕES DA NBR 14.653
10.6 Culturas
O laudo de avaliação deve conter, além do estabelecido pela ABNT NBR 14.653-1, no
mínimo as informações abaixo relacionadas:
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
5. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
• características físicas;
• localização e acesso;
• benfeitorias;
• culturas;
• entre outros, específicos para cada propriedade ou região.
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Este método parte do pressuposto que o preço de uma propriedade rural está
relacionado com a renda que ela é capaz de produzir, capitalizada a uma determinada taxa de
juros, cuja equação matemática pode ser representada da seguinte forma:
RL
VP = � � × 100
I
Equação 1: Método da Renda
onde;
Vp = valor da propriedade;
Rl = renda líquida/ha;
i = taxa de juros.
Importante frisar que no cálculo da renda líquida (Rl) devem-se considerar as receitas
totais e os custos totais da propriedade, enfatizando que os custos totais devem incluir os
custos diretos (custeio) e indiretos, como: depreciação, juros e amortizações.
onde;
Rl = renda líquida; 3
Rb = renda bruta;
Ct = custos totais.
3 O valor da renda líquida deve ser preferencialmente calculado na unidade R$/ha, medida padrão em Engenharia de
Avaliações para o valor da terra de imóveis rurais.
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
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AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS
IMÓVE RURAL
Máquinas e
Construções
Implementos
Produtos
Semoventes
diversos
Recursos
Outros
Naturais
Dada à complexidade dos imóveis rurais, além de visto alguns conceitos e legislações
sobre a avaliação de imóveis rurais, o avaliador deve proceder, no mínimo, a separação do
mesmo em terra nua e benfeitorias.
Segundo recomendações da norma, a terra nua deve ser avaliada pelo método
comparativo direto de dados de mercado, enquanto as benfeitorias pelo método
recomendado em virtude de suas características, mas que variam entre o método da renda e
de custos.
Ao término da avaliação de cada um dos elementos existentes na propriedade, deve ser
feito o somatório destas parcelas para a apuração do valor total do imóvel rural.
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Imóvel
Rural
Classe de
Recursos
Capacidade Situação Dimensão Outros
Naturais
de Uso
Dentre os fatores que influenciam o valor da terra nua, maior ênfase será dada a classe
de capacidade de uso e a situação, pois são os fatores mais usuais e utilizados pelos diversos
avaliadores de imóveis rurais. Isto não significa que os outros fatores não são importantes,
são apenas pouco usuais, mas não menos importantes dadas às condições e características do
trabalho a ser executado.
Para acompanhar o estudo de cálculo do valor da terra nua (VTN) é apresentado na
sequência, com as informações pertinentes, os dados para a apuração do valor da terra nua,
distribuído nos exercícios 2 a , apresentados oportunamente conforme são apresentados os
tópicos do assunto.
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Classe
Classe I Classe V
VIII
Classe II Classe VI
Classe
Classe III
VII
Classe IV
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Os grupos foram estabelecidos com base nos tipos de intensidade de uso das terras. As
classes baseadas no grau de limitação de uso e as subclasses na natureza da limitação de uso.
Existem ainda as unidades de capacidade de uso que não fazem parte deste estudo.
Para possibilitar o enquadramento das terras nesta classificação seria recomendável que
o profissional tenha em mãos a análise dos solos do imóvel avaliando ou então que tenha
conhecimentos de pedologia para que, no momento da vistoria, detalhar os principais solos.
Segundo LEPSCH (1983) toda classificação técnica deve ser apoiada em determinado
número de pressuposições, estabelecidas em função dos objetivos que se tem em vista e das
condições socioeconômicas da área de trabalho. A seguir transcrevemos estas
pressuposições:
A classificação de capacidade de uso das terras, desenvolvida para auxiliar o
planejamento de práticas de conservação do solo, deve ser feita pela interpretação do
levantamento do meio físico, efetuado com o uso de métodos computacionais e/ou
fotogrametria, para as interpretações prévias e trabalhos de campo. Ela é baseada em
combinações de efeito do clima, características e propriedades da terra relacionadas com os
riscos de erosão, limitações de uso, capacidade produtiva e manejo do solo.
São consideradas como restrições permanentes, dentre outras: o declive, a textura, a
profundidade efetiva do solo, os efeitos anteriores da erosão, a permeabilidade, a capacidade
de retenção de água, o tipo de argilominerais. Já os arbustos, árvores ou tocos possíveis de
serem removidos ou deficiências de fertilidade do solo que podem ser normalmente
corrigidas com corretivos do solo (calcário ou gesso) e adubos, não são consideradas como
características permanentes. Em resumo, as condições temporárias, ainda que possam ser
importantes para o planejamento, não servem de base à classificação.
Ao se proceder a classificação, tem-se que levar em conta o nível de manejo referente
ao grau de utilização das técnicas agrícolas comprovadas pela experimentação e pesquisa
agronômica, e que refletem determinado grau de aplicação de capital e de tecnologia.
Terras enquadradas em uma mesma classe de capacidade de uso podem ser similares
apenas no que diz respeito ao grau de limitação de uso para fins agrícolas e/ou risco de
depauperamento do solo, quando cultivadas. Uma classe pode estar presente em diferentes
tipos de solos, e muitos destes podem requerer uso e manejo diferentes. Por essa razão,
generalizações seguras sobre tipos mais apropriados de cultivos e necessidades de manejo
não podem ser feitas ao nível de classe, sem levar em conta todas as características e
propriedades dos solos (para isso, geralmente é necessário determinar a unidade de
capacidade de uso).
A classificação da capacidade de uso não é um grupamento de acordo com o uso
econômico da terra ou obrigatoriamente com seu valor de aquisição, mas sim um sistema
destinado a promover a conservação dos solos.
Contudo, as classes apresentam um ordenamento decrescente das possibilidades de
aproveitamento mais intensivo do solo, sem o risco de depauperamento intensivo, e por isso,
em uma mesma região em idênticas condições de localização, a terra cuja capacidade de uso
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
E, as limitações do solo, por sua vez, foram divididas em quatro subclasses, designadas
pelas seguintes letras:
CLASSE I - são solos que tem poucas restrições quanto à sua utilização, podem ser
cultivados com intensidade, utilizados para pastagens, vegetação campestre,
florestas ou mesmo como reserva para animais silvestres, com mínimos riscos de
depauperamento, sem exigir práticas ou medidas especiais de conservação do
solo. Normalmente, são solos profundos, de fácil mecanização, com boa retenção
de umidade no perfil e fertilidade de média a alta. São áreas planas ou com
declividades muito suaves (< 2%), sem riscos de inundação e sem grandes
restrições climáticas. Não há afloramentos de rocha, nem o lençol de água é
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CLASSE III – os solos desta classe possuem severas limitações que reduzem a
escolha dos vegetais ou exigem práticas especiais de conservação, ou ambas, com
severos riscos de depauperamento, principalmente no caso de culturas anuais.
Requerem medidas intensas e complexas de conservação do solo, a fim de
poderem ser cultivadas segura e permanentemente, com produção média a
elevada, de culturas anuais adaptadas. Esta classe pode apresentar variações
(subclasses), de acordo com a natureza do fator restritivo de uso. Os principais
fatores limitantes são: a declividade (moderado), drenagem deficiente, escassez
de água no solo (regiões semiáridas não irrigadas) e pedregosidade.
Frequentemente, essas limitações restringem muito a escolha das espécies a
serem cultivadas, ou a época do plantio ou operações de preparo e cultivo do solo.
A classe III admite as seguintes subclasses:
CLASSE IV – os solos desta somente são utilizados para lavouras com limitações
muito severas quanto a escolha das culturas, pois os solos necessitam de
manuseio muito cuidadoso. Estes solos têm riscos ou limitações permanentes
muito severas quando usadas para culturas anuais, apresentam declividade de
12% a 20 %. Os solos podem ter fertilidade natural boa ou razoável, mas não são
adequados, para cultivos intensivos e contínuos. Usualmente, devem ser mantidas
com pastagens, mas podem ser suficientemente boas para certos cultivos
ocasionais (na proporção de um ano de cultivo para cada quatro a seis anos de
pastagem) ou para algumas culturas anuais, porém com cuidados muito especiais.
Tais terras podem ser caracterizadas pelos seguintes aspectos: declive íngreme,
erosão severa, obstáculos físicos, como pedregosidade ou drenagem muito
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acelerada. Por isso, podem ser usadas permanentemente sem práticas especiais
de controle de erosão ou de proteção do solo, são previstas para a classe V as
seguintes subclasses:
CLASSE VI – solos dessa classe possuem limitações severas que restringem seu
emprego, são terras impróprias para culturas anuais, mas que podem ser usadas
para produção de certos cultivos permanentes úteis, como pastagens, florestas e
algumas permanentes protetoras do solo, como seringueira e cacau, desde que
adequadamente manejadas. O uso com pastagens ou culturas permanentes
protetoras deve ser feito com restrições moderadas, com práticas especiais de
conservação do solo, uma vez que, mesmo sob esse tipo de vegetação, são
medianamente suscetíveis de danificação pelos fatores de depauperamento do
solo. Normalmente as limitações que apresentam, são em razão da declividade
excessiva (20% a 40%) ou pequena profundidade do solo, ou presença de pedras
impedindo emprego de máquinas agrícolas. Quando a pluviosidade da região é
adequada para culturas, as limitações da classe VI residem, em geral, na
declividade excessiva, na pequena profundidade do solo ou na pedregosidade. Nas
regiões semiáridas, a escassez de umidade, muitas vezes, é a principal razão para
o enquadramento da terra na classe VI, que apresenta as seguintes subclasses:
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b) Subclasse VIs: terras constituídas por solos rasos ou, ainda, com
pedregosidade (30% - 50%) e/ou rochas expostas na superfície. Outra
condição que pode caracterizá-las é a pequena produtividade dos solos,
como no caso das Areias Quartzosas em terrenos não planos;
c) Subclasse VIa: solos muito úmidos, com pequenas ou nulas possibilidades
de drenagem artificial, acarretando problemas à moto mecanização,
agravados por certa suscetibilidade à erosão ou recebimento de
depósitos erosivos oriundos de áreas vizinhas;
d) Subclasse VIc: terras com limitações climáticas muito severas, a ocasionar
seca edafológica muito prolongada que impeça o cultivo mesmo das
plantas perenes mais adaptadas.
CLASSE VII – os solos dessa classe possuem severas limitações que restringem seu
uso, além de serem impróprias para culturas anuais, apresentam severas
limitações, mesmo para certas culturas permanentes protetoras do solo,
pastagens e florestas. Sendo altamente suscetíveis de danificação, exigem severas
restrições de uso, com práticas especiais. Normalmente, são muito íngremes,
erodidas, pedregosas ou com solos muito rasos, ou ainda com deficiência de água
muito grande. Os cuidados necessários a elas são semelhantes aos aplicáveis à
classe VI, com as diferenças de poder ser necessário maior número de práticas
conservacionistas, ou que estas tenham que ser mais intensivas, a fim de prevenir
ou diminuir os danos por erosão. Requerem cuidados extremos para controle da
erosão. Seu uso, tanto para pastoreio como para produção de madeira, requer
sempre cuidados especiais. Suas subclasses são as seguintes:
a) Subclasse VIIe: terras com limitações severas para outras atividades que
não florestas, com risco de erosão muito severo, apresentando
declividades muito acentuadas (mais de 40% de declividade) propiciando
deflúvios muito rápidos ou impedindo a moto mecanização; presença de
erosão em sulcos muito profundos, muito frequentes;
b) Subclasse VIIs: terras pedregosas (mais de 50% de pedregosidade), com
associações rochosas, solos rasos a muito rasos ou, ainda, com agravante
de serem constituídas por solos de baixa capacidade de retenção de água;
c) Subclasse VIIc: terras com limitações climáticas muito severas, a exemplo
das terras situadas em regiões semiáridas, em locais onde a irrigação seria
imprescindível, mas é impraticável.
CLASSE VIII – nessa classe estão incluídos todos os solos que não pode ser utilizado
para qualquer tipo de produção vegetal de valor comercial. Prestam-se apenas
para proteção e abrigo da fauna e flora silvestre, para fins de recreação e turismo
ou armazenamento de água em açudes. Consistem, em geral, em áreas
extremamente áridas, ou acidentadas, ou pedregosas, ou encharcadas (sem
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Importante ressaltar que neste trabalho vamos nos concentrar apenas em classificar as
terras em classes de capacidade de uso, não detalhando ao nível de subclasse, pois este é um
procedimento ainda pouco usual em avaliações de imóveis rurais.
Agora é fácil perceber que o valor da terra nua deve estar diretamente relacionado com
o aproveitamento permitido e a liberdade de uso que ela propicia ao proprietário. Isto significa
que, quanto maior o grau de aproveitamento, quanto mais intensivo e quanto maior a gama
de uso que o solo permite, maior deve ser o valor deste, em contrapartida, quanto menor a
liberdade, provavelmente, menor o seu valor.
Isto pode ser muito bem visualizado na figura 4, onde está claro que a classe de
capacidade de uso I permite qualquer tipo de uso sem limitações, enquanto a classe de
capacidade de uso VIII não permite nenhum uso comercial e ainda possui severas limitações
ao uso do solo.
ocasional ou
aptidões e das
recreação
limitado
Cultivo
Moderado
Complexo
Intensivo
aparente
Limitado
limitações
Simples
Não
I
Aumento da adaptabilidade e
Aumento das limitações e dos
II
SUB-UTILIZAÇÃO DA
da liberdade de escolha de uso
III
IV
V
riscos de uso
VI
SOBRE-UTILIZAÇÃO DA
VII
VIII
Figura 4 - Resumo da variação do tipo e da intensidade máxima de utilização da terra sem risco de
erosão acelerada em função das classes de capacidade de uso, retirado de KOZMA (1984)
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7.2 SITUAÇÃO
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Certamente a segunda propriedade terá um valor superior a primeira, para aquele tipo de
exploração.
KOZMA (1985) referindo-se ao trabalho do Engenheiro Agrônomo Octávio Teixeira
Mendes Sobrinho, que quantificou estas diferenças, assim se manifesta sobre o problema:
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limitações inerente a própria classe, que contribuiriam por reduzir o valor líquido das colheitas
conforme as condições do trabalho.
Esta ideia foi proposta primeiramente pelo Engenheiro Agrônomo MENDES SOBRINHO
(1966), que então confeccionou a tabela a seguir. Nesta pode-se notar que o valor relativo à
produção de arroz foi expresso em porcentagem.
Tabela 2 - Capacidade de uso do solo e valor relativo de cada classe de capacidade de uso do solo
Classe de Escala de
Critério
Cap. de Uso Valores (%)
terras para culturas, sem problemas de conservação e fertilidade,
I 100
exige adubação de manutenção.
terras de culturas, com pequenos problemas de conservação e
II 95
fertilidade exigem práticas simples (nivelamento).
terras de culturas, com sérios problemas de conservação e fertilidade
III 75
exigem práticas complexas (terraceamento).
terras de culturas ocasionais (2 anos) e pastagens (3 anos), sem
IV 55
problemas de conservação.
terras só de pastagens, sem problemas de conservação, renda líquida
V 50
de pecuária leiteira.
terras só de pastagens, pequenos problemas de conservação,
VI 40
fertilidade exige práticas simples, renda líquida de pecuária leiteira.
terras de florestas, sérios problemas de conservação, fertilidade
VII exige práticas complexas (estradas de acesso), renda líquida de 30
exploração silvícola.
terras de abrigo de vida silvestre, sem problemas de conservação,
VIII 20
renda líquida de eventual exploração piscícola.
As explorações rurais que refletem a renda líquida de maior rentabilidade para cada
classe foram definidas para uma época e região pré-fixadas e não devem ser seguidas como
únicas. Para cada região podem-se adaptar estas rendas, seguindo os padrões locais próprios.
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Tabela 3 - Capacidade de uso do solo e valor relativo de cada classe de capacidade de uso do solo
Do mesmo modo, os valores relativos desta tabela foram elaborados com base em
extensa pesquisa de propriedades vendidas ou à venda para uma região. Outros autores
também procederam aos mesmos cálculos, em outras regiões, chegando a valores diversos,
reunidos pelo Engenheiro Agrônomo, professor da Escola Superior de Agricultura 'Luís de
Queiroz', USP, Geraldo Vitorino FRANÇA (1983), a seguir apresentados:
Tabela 4 - Valores Médios Percentuais em função das Classes de Capacidade segundo vários autores.
II 80 67 95 80 80
III 64 44 75 60 61
IV 51 30 55 52 47
V 41 20 50 44 39
VI 33 13 40 28 29
VII 26 9 30 14 20
VIII 21 6 20 7 13
Fonte: França
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Uma das razões para as diferenças entre os diversos autores, segundo o professor
FRANÇA (1983), é a não consideração, por nenhum destes, das naturezas das limitações, ou
seja, das Subclasses de Capacidade de Uso. Outra razão seriam as condições regionais próprias
de cada estudo.
Segundo FRANÇA (1983), quando numa mesma classe de capacidade de uso ocorrem
duas ou mais limitações de mesmo grau (ou seja, subclasses de capacidade de uso), a
dificuldade de corrigi-las ou mantê-las sob controle diminui na seguinte ordem:
onde:
e = erosão ou risco de erosão;
w (a) = excesso de água (ou deficiência de oxigênio);
s = limitações inerentes ao solo e;
c = limitações devidas ao clima.
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1) seca prolongada
VIII 2) geada
c 3) ventos frios
4) granizo
5) neve
Com este refinamento, a definição da natureza das limitações, é lícito admitir-se uma
variação entre os valores relativos de cada classe de capacidade de uso, de acordo com as
subclasses, variação essa que é da ordem de 10% a 15%.
Com base nestes argumentos, FRANÇA (1983) organizou a tabela apresentada a seguir,
na qual são propostos os valores relativos das classes e subclasses de capacidade de uso,
utilizados na região de Piracicaba. Para outras regiões deve-se verificar se os valores relativos
correspondem à realidade, caso contrário, faz-se necessário a adoção justificada de novos
valores relativos.
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Tabela 6 - Valores Médios Percentuais em função das Classes de Capacidade de Uso e Limitações do
Solo.
Fonte: França
Para a Classe I não são admitidas subclasses e, para a Classe VIII não foi detectada
nenhuma variação no valor em função das severas limitações de uso já impostas a classe.
Desta forma têm-se definido valores relativos para as classes e subclasses de capacidade
de uso de solo segundo diversos autores.
Conforme exposto por LIMA (2005), qual será a curva de solos adequada para o trabalho
que você, leitor, está fazendo? É preciso esclarecer que todas estas curvas já apresentadas
estão corretas para as regiões e épocas onde foram elaboradas, mas o problema é com a
adoção de qualquer uma destas sem os cuidados necessários.
Ainda segundo LIMA (2005) talvez esteja aqui à razão das críticas à utilização do critério
“classes de capacidade de uso”: em vez de se testar qual a curva de valores que representa a
região em estudo, diversos profissionais aplicam uma mesma “curva” para diferentes
localidades, gerando distorções. O correto é a verificação da representatividade daquela curva
frente ao mercado em análise, com as necessárias precauções.
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Da mesma forma que foi feita para a classe de capacidade de uso, diversos autores
estudaram o efeito da situação no rendimento líquido das culturas, este estudo forma a base
atualmente para determinação dos fatores de situação.
A tabela a seguir, organizada pelo Engenheiro Hélio de Caires, sintetiza a solução
proposta pelo Engenheiro Octávio T. Mendes Sobrinho.
Circulação Escala
de
Situação Importância das Praticabilidade durante
Tipo de Acesso valor
distâncias o ano (%)
Ótima Asfaltada Limitada Permanente 100
Primeira classe não
Muito boa Relativa Permanente 95
pavimentada
Boa Não pavimentada Significativa Permanente 90
Estradas e servidões de Vias e distâncias se Sem condições
Desfavorável 80
passagem equivalendo satisfatórias
Distâncias e classes Problemas sérios na
Má Fecho nas servidões 75
se equivalendo estação chuvosa
Fechos e interceptadas
Problemas sérios
Péssima por córregos sem 70
mesmo nas secas
ponte
Fonte: Caires
LIMA (2005) explica que se deve lembrar que está tabela também foi elaborada, a
exemplo daquelas de classes de capacidade de uso, a partir de dados de mercado para uma
determinada região e época. Ela pode continuar adaptada para os dias atuais e algumas
regiões, mas não significa que representa o Brasil rural. Como exemplo, podemos citar
trabalho realizado recentemente onde não foram detectadas em nível de mercado
imobiliário, diferenças de valores por hectare para terras, com frente para asfalto ou com
frente para estradas de terra de boa qualidade.
Atualmente existe uma nova tabela de caracterização da situação do imóvel rural,
desenvolvida pelos técnicos do INCRA e, em vigência desde 2007. Nesta tabela os técnicos do
INCRA incorporaram ao elemento tipo de acesso, a questão do acesso fluvial, muito
importante em regiões mais remotas do país, locais estes muitas vezes sem nenhum tipo de
estrada.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Características
Valor
Tipo de acesso
Situação Importância Praticabilidade Relativo
Fluvial das distâncias durante o ano (%)
Terrestre
(navegabilidade)
Não
Ótima Asfaltada 0–1h Permanente 100
significativa
1ª classe não
Muito boa 1–3h Relativa Permanente 95
asfaltada
Não
Boa 3–6h Significativa Permanente 90
pavimentada
Estradas e
Sem condições
Regular servidões de 6 – 12 h Significativa 80
satisfatórias
passagem
Problemas
Fecho nas
Desfavorável Parte do ano Significativa sérios na 75
servidões
estação chuvosa
Fechos e
Problemas
interceptada
Má Restrita Significativa sérios mesmo 70
por córrego
na seca
sem ponte
Fonte: INCRA (2007), Módulo III – Avaliação de Imóveis Rurais, adaptado de KOSMA (1986)
Assim analisando-se as tabelas pode-se concluir que, o item a ser observado com maior
cuidado é o tipo de acesso, vindo num segundo plano a distância e a praticabilidade destes
acessos.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Notam-se neste trabalho que foram elaboradas tabelas onde, os diferentes tipos de
solos (Classes de Capacidade de Uso) foram relacionados com valores relativos expressos em
porcentagem.
Do mesmo modo foi feita uma tabela relacionando a localização do imóvel com valores
relativos também expressos em porcentagem.
O Engenheiro Agrônomo KOZMA (1984), baseando-se nos estudos de MENDES
SOBRINHO (1966), montou uma nova tabela, relacionado às Classes de Capacidade de Uso
com a situação da propriedade, resultando disto, coeficientes para cada tipo de solo e
situação.
Com isto, depois de determinado o valor da relação de uma CLASSE versus determinada
SITUAÇÃO de solo, por uma simples multiplicação, pode-se determinar os índices
agronômicos (IA), que expressam o valor de uma determinada combinação de classe da
capacidade de uso e situação.
Tabela 9 - Fatores de ponderação na obtenção do valor das terras rústicas segundo a classe de
capacidade de uso e situação segundo KOZMA
Classe
Fonte: Kozma
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Tabela 10 - Fatores de ponderação na obtenção do valor das terras rústicas segundo a classe de
capacidade de uso e situação segundo FRANÇA
Classe
ótima - 100% 1,000 0,800 0,610 0,470 0,390 0,290 0,200 0,130
muito boa 95% 0,950 0,760 0,576 0,447 0,370 0,276 0,190 0,123
boa - 90% 0,900 0,720 0,549 0,423 0,351 0,261 0,180 0,117
desfavorável - 80% 0,800 0,640 0,488 0,376 0,312 0,232 0,160 0,104
má - 75% 0,750 0,600 0,458 0,352 0,292 0,218 0,150 0,098
péssima - 70% 0,700 0,560 0,427 0,329 0,273 0,203 0,140 0,091
Fonte: França
Tabela 11 - Fatores de ponderação na obtenção do valor das terras rústicas segundo a classe de
capacidade de uso e situação segundo o INCRA
Classe
Situação I II III IV V VI VII VIII
ótima - 100% 1,000 0,900 0,750 0,650 0,550 0,450 0,350 0,300
muito boa
0,950 0,855 0,710 0,617 0,522 0,427 0,332 0,285
95%
boa - 85% 0,850 0,765 0,637 0,552 0,467 0,385 0,297 0,255
regular - 70% 0,700 0,630 0,525 0,455 0,385 0,315 0,245 0,210
desfavorável
0,600 0,540 0,450 0,390 0,305 0,270 0,210 0,180
- 60%
má - 50% 0,500 0,450 0,375 0,325 0,275 0,225 0,175 0,150
Atualmente o INCRA utiliza em seus trabalhos de Avaliação de Imóveis Rurais uma nova
tabela com fatores de ponderação, conforme tabela a seguir.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Ótima 100% 1,000 0,800 0,610 0,470 0,390 0,290 0,200 0,130
Muito Boa 95% 0,950 0,760 0,580 0,447 0,371 0,276 0,190 0,124
Boa 90% 0,900 0,720 0,549 0,423 0,351 0,261 0,180 0,117
Regular 80% 0,800 0,640 0,488 0,376 0,312 0,232 0,160 0,104
Desfavorável 75% 0,750 0,600 0,458 0,353 0,293 0,218 0,150 0,098
Má 70% 0,700 0,560 0,427 0,329 0,273 0,203 0,140 0,091
Fonte: INCRA (2006) – Módulo III – Avaliação de Imóveis Rurais, adaptado de FRANÇA (1983) e citado por LIMA
(2005).
Tabela 13 - Fatores de ponderação na obtenção do valor das terras rústicas considerando a classe e
subclasse de capacidade de uso e situação, segundo FRANÇA (1983).
SITUAÇÃO I IIs IIe IIe,s IIIs IIIw IIIe IIIe,s IVs IVe IVe,s Vw VIe VIe,s VIIe VIIe,s VIII
100% 88% 80% 74% 68% 64% 60% 56% 50% 47% 44% 39% 32% 26% 23% 17% 13%
Ótima 100% 1,00 0,88 0,8 0,74 0,68 0,64 0,6 0,56 0,5 0,47 0,44 0,39 0,32 0,26 0,23 0,17 0,13
Muito boa
0,95 0,836 0,76 0,703 0,646 0,608 0,57 0,532 0,475 0,447 0,418 0,37 0,304 0,247 0,219 0,162 0,123
95%
Boa 90% 0,90 0,792 0,72 0,666 0,612 0,576 0,54 0,504 0,45 0,423 0,396 0,351 0,288 0,234 0,207 0,153 0,117
Desfavorável
0,80 0,704 0,64 0,592 0,544 0,512 0,48 0,448 0,4 0,376 0,352 0,312 0,256 0,208 0,184 0,136 0,104
80%
Má 75% 0,75 0,66 0,6 0,555 0,51 0,48 0,45 0,42 0,375 0,353 0,33 0,293 0,24 0,195 0,173 0,128 0,097
Péssima 70% 0,70 0,616 0,56 0,518 0,476 0,448 0,42 0,392 0,35 0,329 0,308 0,273 0,224 0,182 0,161 0,119 0,091
Fonte: França
Com base nestes quadros, o trabalho do Engenheiro de Avaliações torna-se mais rápido
e fácil, uma vez que determinada ou conhecida a classe de capacidade de uso dos solos e a
sua situação, quanto ao tipo de acesso, determina-se o coeficiente ou o valor unitário básico
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
para uma determinada condição, este valor denominamos a partir de agora como índice
agronômico (IA).
Deve-se lembrar sempre que estas tabelas, como já demonstrado, têm valores
diferentes, dependendo da região e da época em que foram realizadas, ou seja, não se
recomenda a adoção de nenhuma das tabelas listadas neste trabalho sem que antes seja feita
uma verificação prévia com dados de mercado, plenamente justificada, de que a mesma
retrata o funcionamento do mercado de terras agrícolas da região.
Da mesma forma, esta classificação de solos por capacidade de uso não implica
necessariamente a ocorrência de todas as classes em todas as regiões deste País, sendo
perfeitamente possível criar-se uma equação das classes apenas com aquelas mapeadas no
local analisado.
Aos dois fatores já citados, capacidade de uso das terras e situação, pode-se juntar um
terceiro, que seria a dimensão das propriedades, pois se sabe que imóveis rurais têm variações
significativas no valor, devido ao tamanho. Dependendo da região existirão outros fatores,
como potencial de irrigação, pluviosidade, porcentagem de área com cobertura florística
natural (mata nativa) etc., cuja homogeneização poderá ser feita utilizando-se da mesma
sequência sugerida a seguir.
4 Benfeitoria voluptuária é aquela que visa simples deleite ou recreio, sem aumentar o uso normal do bem.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
e) vegetação;
f) relevo;
g) tipos de solos;
h) classes de capacidade de uso dos solos;
i) recursos hídricos;
j) recursos naturais;
Para facilitar seu trabalho, o profissional pode se valer de algumas fichas de pesquisa e
coleta de dados. LIMA (2005) ressalta um velho ditado: “Uma fotografia vale mais que mil
palavras”. Ou seja, o laudo deve vir sempre acompanhado de documentação fotográfica.
O levantamento de dados, tanto do imóvel avaliando como das amostras, imóveis
ofertados ou negociados, deve obedecer ao mesmo critério, pois nada adiantaria ao avaliador
procederem a uma minuciosa vistoria no imóvel avaliando se não proceder da mesma maneira
na sua amostragem de dados.
7.6 HOMOGENEIZAÇÃO
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Embora na definição destes coeficientes haja algo de subjetivo, muitos deles encontram-
se tabelados e tem sido amplamente utilizado, sem muita contestação, por avaliadores de
reconhecida habilidade. Estes coeficientes são:
O método comparativo tem como fonte de dados os imóveis que foram negociados ou
estão em oferta no mercado imobiliário.
Ao mesmo tempo, este método trabalha com valores de terra nua (VTN), que não estão
disponíveis, uma vez que as propriedades são negociadas com as respectivas benfeitorias.
Somente para reafirmar o já exposto, a principal diferença entre as diversas
propriedades rurais são as culturas (ou benfeitorias reprodutivas) e as construções e
instalações (ou benfeitorias não reprodutivas), além de rebanhos, máquinas e equipamentos.
Para viabilizar este trabalho de avaliação, a recomendação é a separação do valor das culturas
(ou benfeitorias reprodutivas) das construções e instalações (ou benfeitorias não
reprodutivas), dos rebanhos, das máquinas e equipamentos em cada uma das amostras. Como
resultado desta separação, valor do imóvel – valor das culturas – valor das construções – valor
dos rebanhos – valor das máquinas, determinamos o valor de TERRA agora dita NUA, isto é,
sem qualquer benfeitoria realizada pelo proprietário, ocupante ou explorador.
E no que isto ajuda? Esta “separação” nos permite trabalhar com as propriedades como
se todas estivessem sem benfeitorias, possibilitando compará-las utilizando-se de suas
características mais significativas tanto do ponto de vista agronômico, quanto do produtor
rural: fertilidade natural, topografia, profundidade, drenagem etc. associado ao tipo de
acesso, parâmetros para os quais existem sistemas de classificação que nos permitem
compará-los.
A homogeneização é a etapa onde o valor da terra nua de cada amostra gera um valor
para a propriedade avalianda, pela correlação entre suas notas agronômicas, para tanto é
necessário o seguinte procedimento:
66
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Definidos estes critérios, digamos básicos, iremos agora analisar as informações que nos
são fornecidas pelos profissionais que trabalham ou encontram-se envolvidos na
comercialização de imóveis, como Corretores de Imóveis, Cartorários e etc.
Assim na sequência da apostila iremos expor a metodologia de cálculo da nota
agronômica (NA), a determinação do Fator de Elasticidade (fe), a equação do valor de terra
nua (VTN), possibilitando assim o estabelecimento do conjunto amostral semelhante para a
posterior homogeneização dos dados amostrais.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
onde;
NA = nota agronômica do imóvel;
A1 = área da gleba 1;
IA1 = índice agronômico da gleba 1;
A2 = área da gleba 2;
IA 2 = índice agronômico da gleba 2;
An-1 = área da gleba n-1;
IA n-1 = índice agronômico da gleba n-1;
An = área da gleba n;
IA n = índice agronômico da gleba n;
At = área total do imóvel analisado.
Este cálculo deve ser repetido para a propriedade avalianda e para todas as
propriedades amostradas, conforme exemplo a seguir.
onde;
Liminf. = limite inferior do conjunto amostral semelhante;
Limsup. = limite superior do conjunto amostral semelhante;
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Caso o presente laudo esteja enquadrado nos graus III de fundamentação a norma
vigente preconiza o seguinte:
Além da dedução do valor das benfeitorias (incluem-se todas aquelas que têm valor
numa comercialização normal) devemos atentar para o fato de que, para aqueles dados que
estão à venda (ofertas) existe o que se convencionou denominar FATOR ELASTICIDADE (fe),
isto é, aquela margem de negociação entre o preço pedido e o efetivamente transacionado.
Segundo LIMA (2005), na área de avaliação de imóveis urbanos, onde dispomos de uma
base de dados maior, em períodos normais, entendam-se períodos em que a oferta e a
procura são equivalentes, esta margem é de 10% sobre o valor total do imóvel, já na área
rural, frequentemente nos deparamos com margens diferentes, mas como a sua apuração é
demorada, e tempo não é uma coisa que se tem em trabalhos de avaliação, o usual é utilizar
o fe = 0,10.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
A verificação desta margem deve ser feita, pela comparação de diversas ofertas com
negociações efetivamente realizadas na região em estudo, para que se possa adotar o
coeficiente correto para a região, no momento da avaliação.
Além disto, como se trata de um fator de homogeneização, também está sujeito às
mesmas regras dos dados semelhantes, portanto devendo se enquadrar nos respectivos
limites, dentro do grau de fundamentação adotado para o trabalho.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
benfeitorias, o que é incorreto, visto que, na negociação do tipo “porteira fechada”, a terra
nua e as benfeitorias perfazem um valor único.
Desta forma chegamos neste momento na definição do valor da terra nua (VTN) da
propriedade, quer seja ela uma oferta ou negócio realizado, conforme visto na seguinte
equação:
onde;
VTN = valor da terra nua por unidade de área;
VTI = valor total do imóvel (ofertado ou transacionado);
fe = fator de elasticidade;
Vb = valor das benfeitorias;
At = área do imóvel.
O valor da terra nua (VTN) deve ser expresso em reais por hectare (R$/ha).
Importante salientar que o fator de elasticidade (fe), parte da equação acima, só existe
quando o imóvel for oferta, nos casos de negócio realizado este não existe, ou podemos
considerar que assume o valor de 1.
Este procedimento deve ser realizado para todos os elementos que compõe o conjunto
amostral semelhante.
Após a realização destas etapas, cálculo da nota agronômica, verificação dos dados
semelhantes e cálculo do valor da terra nua, todas as etapas de preparação dos dados, o
avaliador encontra-se apto a proceder à homogeneização do conjunto amostral.
O resultado destas etapas deve ser uma tabela ou figura contendo no mínimo as
seguintes informações: identificação do elemento, nota agronômica e valor da terra nua,
também pode incluir a nota agronômica da propriedade avalianda, conforme ilustra a figura
6.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Amostra
02
NA e VTN
Amostra Amostra
03 01
NA e VTN PARADIGMA NA e VTN
NA
VTN=?
Amostra Amostra
04 05
NA e VTN NA e VTN
�𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 × 𝑁𝑁𝑁𝑁𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 �
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 = � �
𝑁𝑁𝑁𝑁𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝
Equação 9: Valor da terra nua indexado (VTNindexado)
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
onde;
VTNindexado = valor da terra nua indexado para a propriedade avalianda;
VTNpesquisa = valor da terra nua do imóvel pesquisado;
NAavalianda = nota agronômica da propriedade avalianda;
NApesquisa = nota agronômica do imóvel pesquisado.
Elemento VTNindexado
Amostra 01 1.257,00
Amostra 02 1.165,00
Amostra n 1.031,00
Média 1.151,00
Desvio-padrão 113,65
O saneamento destes dados poderá ser feito segundo quatro critérios, sendo que a
adoção de um ou outro critério dependerá dos objetivos e da metodologia utilizada na coleta
de dados. São critérios utilizados e aceitos para o saneamento amostral:
Importante enfatizar que os critérios de saneamento sempre devem ser aplicados sobre
os dados homogeneizados, nunca se deve aplicar um método de saneamento sobre um
conjunto de dados já saneado por qualquer outro critério.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Este critério consiste na definição de um limite inferior e outro superior para a variação
dos dados amostrais, devendo-se desconsiderar os valores que não se encontram contidos
neste intervalo estabelecido, que são dados considerados discrepantes.
Descrição das etapas de cálculo:
∑𝑛𝑛𝑖𝑖=1 𝑥𝑥𝑖𝑖
𝑥𝑥̅ =
𝑛𝑛
Equação 10: Média aritmética
∑𝑛𝑛
𝑖𝑖=1(𝑥𝑥𝑖𝑖− 𝑥𝑥̅ )2
S =�
𝑛𝑛 − 1
Equação 11: Desvio-padrão
onde:
xi = valor de um dado amostral;
n = número de elementos do conjunto amostral;
x� = média aritmética simples;
s = desvio-padrão.
onde:
Liminf. = limite inferior do intervalo;
Limsup. = limite superior do intervalo;
x� = média aritmética simples;
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖. = 𝑥𝑥̅ − 𝑠𝑠
𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿𝐿.𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 = 𝑥𝑥̅ + 𝑠𝑠
Equação 13: Limites no critério do desvio-padrão
onde;
Liminf. = limite inferior do intervalo;
Limsup. = limite superior do intervalo;
x� = média aritmética simples;
s = desvio-padrão.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Neste critério, os limites são substituídos pelo cálculo do valor do d/s amostragem, onde
d representa a diferença entre o valor do VTNindexado de um elemento da amostra (xi) e a
média (x�), expresso em valores absolutos (módulo), divididos pelo desvio-padrão (s), para em
seguida compará-lo com um “d/scrítico” tabelado.
|𝑥𝑥𝑖𝑖 − 𝑥𝑥̅ |
D/𝑠𝑠 =
𝑠𝑠
Equação 14: d/s critério de Chauvenet
onde;
d/s = d/s;
xi = valor do elemento analisado;
x� = média aritmética do conjunto amostral;
s = desvio-padrão do conjunto amostral.
Neste método existe um pequeno macete que pode ser aplicado, trata-se do cálculo de
apenas o d/sinferior e o d/ssuperior. Neste caso o valor do elemento utilizado para calcular o
d/sinferior corresponde ao elemento que apresenta o menor valor do VTNindexado, enquanto
para o d/ssuperior utilizamos o elemento de maior valor do conjunto amostral.
Após a determinação dos limites inferior e superior, deve-se encontrar o valor do
d/scrítico, que é tabelado e varia em função do número de elementos do conjunto amostral
(n), conforme tabela a seguir.
n (nº elementos) d/s (valor crítico) n (nº elementos) d/s (valor crítico)
3 1,38 17 2,180
4 1,54 18 2,200
5 1,650 19 2,220
6 1,730 20 2,240
7 1,800 21 2,260
8 1,860 22 2,280
9 1,920 23 2,300
10 1,960 24 2,310
11 1,995 25 2,330
12 2,030 26 2,350
13 2,060 27 2,360
14 2,100 28 2,370
15 2,130 29 2,380
16 2,160 30 2,390
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
|𝑥𝑥𝑖𝑖 − 𝑥𝑥̅ |
R =
𝑠𝑠
Equação 15: r do critério de Arley
onde;
rinf. = limite inferior;
rsup. = limite superior;
xi = valor do elemento analisado;
x� = média aritmética do conjunto amostral;
s = desvio padrão do conjunto amostral.
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AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Tabela 16 – Nível de α
Nível
n Até 5 De 6 a 10 De 11 a 50 Mais de 50
α 10% 5% 1% 0,1%
α
V
10% 5% 1% 0,1%
1 1,397 1,409 1,414 1,414
2 1,559 1,645 1,715 1,730
3 1,611 1,757 1,918 1,982
4 1,631 1,814 2,051 2,178
5 1,640 1,848 2,142 2,329
6 1,644 1,870 2,208 2,447
7 1,647 1,885 2,256 2,540
8 1,648 1,895 2,294 2,616
9 1,649 1,903 2,324 2,678
10 1,649 1,910 2,348 2,730
11 1,649 1,916 2,368 2,774
12 1,649 1,920 2,385 2,812
13 1,649 1,923 2,399 2,845
14 1,649 1,926 2,412 2,874
15 1,649 1,928 2,423 2,899
16 1,649 1,931 2,432 2,921
17 1,649 1,933 2,440 2,941
18 1,649 1,935 2,447 2,959
19 1,649 1,936 2,454 2,975
20 1,649 1,937 2,460 2,990
21 1,649 1,938 2,465 3,003
22 1,648 1,940 2,470 3,015
23 1,648 1,941 2,475 3,026
24 1,648 1,941 2,479 3,037
25 1,648 1,942 2,483 3,047
26 1,648 1,943 2,487 3,056
27 1,648 1,943 2,490 3,064
28 1,648 1,944 2,492 3,071
29 1,648 1,945 2,495 3,078
30 1,648 1,945 2,498 3,085
35 1,648 1,948 2,509 3,113
40 1,648 1,949 2,518 3,134
45 1,647 1,950 2,524 3,152
50 1,647 1,951 2,529 3,166
78
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
Assim como para o critério de Chauvenet, o teste é específico para cada elemento,
sendo usual testar as extremidades, ou seja, o maior e o menor elemento, caso estes sejam
inferiores ao rcrítico tabelado, não há necessidade de eliminar nenhum elemento da
amostragem, entretanto caso sejam maiores, deve-se eliminar ambos os elementos, ou
apenas o que for maior, preservando o de valor inferior.
Caso ocorra a eliminação de algum elemento, deve-se proceder a um novo saneamento
do conjunto amostral restante, pois este critério estabelece que sejam feitos tantos
procedimentos de saneamento até que não seja eliminada mais nenhuma amostra após o
procedimento de saneamento.
Igualmente ao critério anterior, no término do processo de saneamento deve-se calcular
a nova média saneada (x� s ) e o novo desvio-padrão saneado (ss) do conjunto amostral final.
Após a conclusão do saneamento dos dados amostrais, por qualquer um dos critérios
apresentados, parte-se para definir o valor da propriedade avalianda.
O avaliador tem que definir qual será o valor da terra nua da propriedade avaliando com
base nos dados do conjunto amostral saneado, dentre estes dados qual será o VTN/ha da
propriedade avalianda?
Após o saneamento dos dados amostrais, tem-se um conjunto de dados que
representam valores que cada amostra contribuiu para a determinação do valor da
propriedade avalianda, assim deve-se calcular uma nova média e desvio padrão do conjunto
amostral restante. Este novo valor da média (x� s ) e do desvio-padrão (ss) denominamos de
saneados.
Importante ressaltar que foram apresentados no tópico anterior 04 (quatro) critérios
possíveis de saneamento para o conjunto de dados homogeneizados, mas destes critérios qual
adotar na execução dos trabalhos de avaliação, ou então qual o melhor critério de
saneamento?
Quando terminar de aplicar qualquer um dos critérios de saneamento, o avaliador tem
que calcular o valor da nova média saneada e do novo desvio-padrão saneado, resultado
obtido somente com os dados resultantes do saneamento amostral.
Para que serve esta média e desvio-padrão saneado?
O valor da média saneada (x� s ) será considerado como o valor da terra nua por hectare
(VTN/ha) da propriedade avalianda, pois ela é o valor que pode substituir todos os valores da
variável, isto é, é o valor que a variável teria se em vez de variável ela fosse constante.
O desvio-padrão é uma medida de variabilidade do conjunto amostral, portanto
demonstra como está a variação dos dados em torno da média, o que significa que quanto
maior o desvio-padrão, maior a heterogeneidade do conjunto amostral.
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
onde:
VTNavalianda = valor da terra nua da propriedade avalianda;
x� = média aritmética do conjunto amostral;
At = área total da propriedade avalianda.
𝑠𝑠𝑠𝑠
I. 𝐶𝐶. [𝜇𝜇]: �𝑥𝑥̅𝑠𝑠 ∓ �𝑡𝑡 × � ���
�𝑛𝑛𝑠𝑠
Equação 17: Intervalo de confiança (IC)
onde;
I. C. [μ] = intervalo de confiança para a média populacional ou verdadeira;
x� s = média saneada;
t = percentil da distribuição de Student, com grau de liberdade (V = n-1) e 80% de
confiança;
ss = desvio padrão saneado;
ns = número de elementos do conjunto saneado
Isto significa que com um coeficiente de confiança de 80% de certeza esse
intervalo calculado contém a média populacional ou verdadeira.
80
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
1 3,080
2 1,890
3 1,640
4 1,530
5 1,480
6 1,440
7 1,420
8 1,400
9 1,380
10 1,370
11 1,360
12 1,360
13 1,350
14 1,340
15 1,340
16 1,340
17 1,333
18 1,330
19 1,328
20 1,325
∞ 1,282
81
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE TERRA NUA
onde;
CA = campo de arbítrio;
x� s = média saneada;
Desta forma, o intervalo de confiança passa a ser utilizado para estabelecer o grau de
precisão do trabalho e o campo de arbítrio para inferir um provável valor da propriedade
avalianda, que pode variar dentro de certas condições, na faixa calculada para o campo de
arbítrio, mas na realidade, essa decisão do avaliador não deve ser aleatória, e sim
fundamentada nos elementos de que ele dispõe ao realizar o trabalho da avaliação.
82
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS
8. AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS
k) reflorestamentos;
l) pastos cultivados ou melhorados;
m) culturas anuais;
n) culturas perenes e semiperenes;
o) canaviais;
p) cafezais;
q) pomares e etc.
r) edificações em geral;
s) casas;
t) galpões;
u) estábulos;
v) pocilgas;
w) currais e outras instalações;
x) assim como os chamados melhoramentos fundiários, como:
y) trabalhos de conservação do solo;
z) sistemas de irrigação e drenagem;
aa) açudes e outros trabalhos de efeito permanente ou prolongado,
efetuados no próprio solo.
Todas as benfeitorias existentes na propriedade avalianda devem ser citadas e
dimensionadas no momento da vistoria do imóvel rural, sendo aquelas localizadas em áreas
de preservação permanente e/ou de reserva legal identificadas em separado.
A seguir, iremos detalhar a metodologia para determinação do valor de mercado de
cada um destes tipos de benfeitorias.
83
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE CULTURAS
9. AVALIAÇÃO DE CULTURAS
Para avaliação de CULTURAS DOMÉSTICAS (ou não comerciais) deve-se utilizar o critério
do custo de reposição, isto é, avaliação da cultura pelo custo de formação dela.
O custo de formação compreende todos os custos necessários para a implantação da
cultura, como: custo da muda e as despesas necessárias ao plantio e à manutenção, até a
idade em que se inicia nova produção, caso o pomar ou a árvore já estivesse em produção,
caso contrário, até a idade em que a avaliação está sendo feita.
A equação que demonstra isto é a seguinte:
VB = 𝐶𝐶𝐶𝐶
Equação 19: Culturas domésticas
onde:
Vb = valor da benfeitoria;
Cf = custo de formação.
84
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE CULTURAS
constituem num importante item, pois se não geram renda diretamente, pelo menos, elas são
responsáveis por uma boa parcela da economia de subsistência da família que explora o
referido imóvel, portanto este item, mesmo que não constando da nova norma, tem que ser
avaliado e indenizado ao pequeno produtor.
• espécie botânica;
• área de plantio em ha. e/ou covas;
• estágio presente e desenvolvimento do ciclo vegetativo;
• estado fitossanitário e tratos culturais;
• espaçamento entre plantas;
• culturas intercaladas;
• plantio em terraços, contornos, cordões, banquetas individuais e outros.
85
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE CULTURAS
VE = 𝑅𝑅𝑅𝑅 × 𝐹𝐹𝐹𝐹 × 𝑟𝑟
Equação 20: Valor econômico (VE)
onde;
VE = valor econômico da cultura;
Rl = receita líquida;
Fa = fator de valor presente;
r = taxa de risco, inerente a cultura.
RL = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 − 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
Equação 21: Receita líquida (Rl)
onde;
Rl = renda líquida;
Receitas = receitas totais da cultura;
Despesas = despesas totais da cultura.
Normalmente adota-se a variável taxa de risco o valor de 10% (dez por cento),
entretanto muitos trabalhos sugerem que esta taxa deve ser compatível com a cultura e os
seus riscos de produção, de acordo com a região em análise. Uma fonte alternativa para
determinação da taxa de risco seria o Seguro Agrícola, o grande inconveniente desta opção é
que no Brasil o seguro agrícola ainda é uma coisa incipiente.
Detalhando a expressão anterior, quanto ao cálculo do fator de valor presente obtém-
se a seguinte equação:
[(1 + 𝑖𝑖)𝑛𝑛 − 1]
FA = � �
[𝑖𝑖 × (1 + 𝑖𝑖)𝑛𝑛 ]
Equação 22: Fator de atualização (Fa), para série de pagamentos constantes (ou uniformes)
1
FA = � �
(1 + 𝑖𝑖)𝑛𝑛
Equação 23: Fator de atualização (Fa), para série de pagamentos únicos
onde;
86
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE CULTURAS
((1 + 𝑖𝑖)𝑛𝑛 − 1)
VE = �(𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 − 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷) × � � × 𝑟𝑟�
(𝑖𝑖 × (1 + 𝑖𝑖)𝑛𝑛 )
Equação 24: Valor econômico (VE), com fator de atualização para série de pagamentos
constantes (ou uniformes)
1
VE = �(𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 − 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷) × � � × 𝑟𝑟�
(1 + 𝑖𝑖)𝑛𝑛
Equação 25: Valor econômico (VE), com fator de atualização para série de pagamentos únicos
87
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE CULTURAS
onde:
VC = valor da cultura;
Cf = custo de formação;
Rl = receita líquida;
Fa = fator de valor presente;
r = taxa de risco, inerente a cultura.
Pastagem cultivada, para fins de avaliação, nada mais é do que um tipo de “cultura
perene”, onde temos a fase de plantio, o período de formação e o ciclo de utilização,
entretanto devido a questões culturais a avaliação de pastagens segue uma metodologia
diferente da avaliação das culturas comerciais.
Segundo a norma brasileira para avaliação de imóveis rurais, NBR 14.653-3:2004, no que
se refere à avaliação de pastagens estabelece o seguinte:
10.3.3.1 – Também pode ser utilizado o valor presente líquido dos valores
médios regionais de arrendamento de pastagens nas mesmas condições, pelo
período restante da vida útil, deduzidos os custos diretos e indiretos, inclusive
o custo da terra.
A diferença está no produto: carne, leite, animais para cria, animais melhorados
(reprodutores), matéria seca, silagem, feno, etc.
Se a pastagem cultivada pode ser enquadrada como uma cultura, a recomendação para
a avaliação é a seguinte, deve-se determinar qual o custo para formação de uma pastagem
88
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE CULTURAS
semelhante e depreciá-la conforme seu estado vegetativo, a expressão que demonstra isto é
fornecida abaixo:
VP = 𝐶𝐶𝐶𝐶 × 𝑑𝑑
Equação 27: Valor das pastagens
onde:
VP = valor da pastagem;
Cf = custo de formação, que se resume neste caso ao custo de plantio, retirado de
uma planilha adaptada à tecnologia utilizada no imóvel em estudo;
d = depreciação.
Podem ser previstas, por exemplo, as operações de preparo do solo, plantio, insumos e
tratos culturais, já os custos relativos ao desbravamento (derrubada, destoca,
encoivaramento, catação, etc.) somente serão admitidos em regiões de fronteira agrícola,
onde tais operações foram recentemente realizadas e ainda não ocorreu à amortização desse
capital investido. Essa condição é confirmada quando não se verifica mais no mercado a
ocorrência de negócios com valoração de terras brutas (cobertura vegetal primária).
O técnico deve prestar atenção para as planilhas de custos, que devem representar a
realidade da região avalianda e as condições encontradas na propriedade avalianda.
Há uma grande dificuldade, no caso das pastagens, em utilizar-se o método da
determinação do valor econômico (VE), pela simples falta de informações detalhadas e
precisas sobre a exploração de animais a pasto. Assim vários autores, depois de estudos
diversos, concluíram que este pode ser equiparado ao valor do arrendamento da pastagem,
durante um tempo correspondente ao período entre o plantio e a liberação para o pastoreio.
O valor calculado corresponde a uma pastagem NOVA, recém-implantada. E para
aquelas já com alguns períodos de utilização? A nossa recomendação acompanha o trabalho
de SAVIETTO (1997) e LIMA (2005): a esse valor será aplicado um coeficiente de depreciação
em função do estado vegetativo e fitossanitário.
89
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE CULTURAS
90
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO CONSTRUÇÕES E EDIFICAÇÕES RURAIS
Sob essa designação genérica incluem-se aquelas benfeitorias que estão vinculadas ao
solo e não podem ser negociadas separadamente da terra, compreendendo as construções e
instalações como:
• casas;
• galpões para máquinas e veículos;
• depósitos;
• secadores;
• pocilgas;
• aviários;
• armazéns;
• estábulos;
• silos;
• abrigos;
• cercas;
• estradas internas;
• represas;
• barragens;
• poços;
• sistemas de irrigação e drenagem;
• trabalhos de conservação dos solos;
• etc.
91
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO CONSTRUÇÕES E EDIFICAÇÕES RURAIS
VC = �𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢Á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 × 𝐴𝐴 × 𝑑𝑑𝑓𝑓𝑓𝑓 �
Equação 28: Valor das benfeitorias não reprodutivas
onde,
VC = valor da benfeitoria não reprodutiva;
Custounitário = custo unitário de reposição (R$/m2);
A = área total da construção (m2);
dff = coeficiente de depreciação física e funcional.
KD = (1 − 𝑅𝑅)𝑛𝑛
Equação 29: Fator de depreciação
onde,
Kd = coeficiente de depreciação;
92
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO CONSTRUÇÕES E EDIFICAÇÕES RURAIS
R = razão de depreciação;
n = idade.
Barracos 4,00%
Residências proletária, rústica/médio comercial 1,50%
Residência médio superior / luxo 2,00%
Apartamentos e escritórios 2,50%
Armazéns e indústrias 1,50%
Construções de madeira 4,00%
R
n
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
1 0,990 0,985 0,980 0,975 0,970 0,965 0,960
2 0,980 0,970 0,961 0,951 0,941 0,931 0,922
3 0,970 0,955 0,942 0,927 0,913 0,898 0,884
4 0,960 0,941 0,923 0,903 0,885 0,867 0,849
5 0,951 0,927 0,904 0,881 0,858 0,837 0,815
6 0,942 0,913 0,886 0,858 0,832 0,807 0,782
7 0,932 0,900 0,868 0,834 0,807 0,789 0,751
8 0,923 0,886 0,851 0,816 0,783 0,757 0,721
9 0,914 0,873 0,834 0,796 0,760 0,726 0,692
10 0,904 0,860 0,818 0,776 0,758 0,700 0,664
15 0,860 0,798 0,738 0,683 0,633 0,586 0,542
20 0,818 0,739 0,667 0,602 0,543 0,490 0,442
25 0,778 0,686 0,604 0,530 0,466 0,410 0,360
30 0,740 0,636 0,546 0,467 0,400 0,342 0,294
35 0,703 0,589 0,493 0,389 0,343 0,287 0,240
40 0,669 0,546 0,446 0,362 0,294 0,240 0,195
45 0,636 0,507 0,402 0,319 0,254 0,201 0,159
50 0,605 0,470 0,364 0,280 0,217 0,168 0,130
55 0,575 0,436 0,333 0,240 0,190 0,141 0,106
60 0,548 0,405 0,298 0,218 0,160 0,117 0,086
93
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AVALIAÇÃO CONSTRUÇÕES E EDIFICAÇÕES RURAIS
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO CONSTRUÇÕES E EDIFICAÇÕES RURAIS
Juntando a depreciação física proposta por MAGOSSI (1983) com a depreciação por
funcionalidade proposta por LIMA (2005), surgem os seguintes coeficientes de depreciação
física e funcional, conforme apresentado na tabela abaixo:
Depreciação Funcional
Depreciação
física 100% utilizada ou 75% utilizada ou 50% utilizada ou 20% utilizada ou
ótima média regular valor residual
Ótimo – 100% 1,00 0,75 0,50 0,20
Bom – 80% 0,80 0,60 0,40 0,16
Regular – 60% 0,60 0,45 0,30 0,12
Precário – 40% 0,40 0,30 0,20 0,08
Mau – 20% 0,20 0,15 0,10 0,04
95
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS
No caso de não ser possível a aplicação deste método por falta de elementos
comparativos no mesmo estado do bem avaliando, pode-se utilizar entre outros o critério
sugerido por FILLINGER (1985) que consiste, resumidamente em:
Veículos utilitários 3 4 5
Maquinário e equipamentos agrícolas em geral,
8 10 12
incluindo silos para grãos, cercas e obras
Edificações rurais 20 25 30
Fonte: PINI
Ou seja, máquinas e equipamentos deste tipo, têm suas vidas úteis, estimadas em no
máximo igual ao limite superior, o que corresponde a uma depreciação anual de:
96
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS
100
D=
𝐴𝐴
Equação 30: Depreciação máquinas e implementos
onde:
D = percentual anual de depreciação;
A = número de anos previsíveis de vida útil.
A idade limite superior não significa que o equipamento com idade maior que este não
tenha valor de mercado. Este limite serve para determinar a depreciação anual do
equipamento.
97
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE SEMOVENTES
A avaliação de animais de lide ou de criações (gado, cavalos, suínos, aves, etc.) também
deve ser feita pelo método comparativo direto, com a citação das fontes consultadas.
Por exemplo, um rebanho de gado de corte: animais destinados à engorda serão
avaliados pelo peso (valor da arroba); animais destinados à reprodução e bezerros pelo valor
unitário, e assim por diante.
Para animais de elite ou de raça a avaliação também deve ser feita por comparação,
tomando-se os cuidados necessários se forem utilizados dados de leilões (forma de
pagamento, genealogia etc.).
98
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE MATAS NATURAIS
A aplicação das recomendações a seguir deve ser utilizada apenas quando o valor das
matas naturais já não tiver sido incluído no valor da terra nua, pois naturalmente é
considerada como acessão natural da terra.
A avaliação de matas naturais ou nativas deve, em primeiro lugar, atender ao pré-
requisito de ser passível de exploração exibindo-se de autorização do órgão fiscalizador, com
a apresentação do alvará.
Uma vez atendido este preceito, a avaliação é feita segundo o inventário florestal da
área para determinação do volume e tipo de madeira existente, conforme recomendação da
norma da ABNT NBR 14.653-3:2004:
10.4.1 – Deve ser utilizado, sempre que possível, o método comparativo direto
de dados de mercado.
10.4.2 – Quando existir exploração econômica autorizada pelo órgão
competente pode ser utilizado o método da capitalização da renda, onde
devem ser considerados os custos diretos e indiretos. Neste caso, se for
necessário o inventário florestal, este deve ser executado para a área avalianda.
𝜋𝜋
𝑉𝑉𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 = � × 𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷2 × 𝐻𝐻 × 𝐹𝐹𝐹𝐹 × 𝐹𝐹𝐹𝐹�
4
Equação 31: Volume de madeira
onde:
Vmadeira = volume de madeira em st/árvore;
DAP = diâmetro à altura do peito médio;
H = altura comercial média do povoamento;
99
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
AVALIAÇÃO DE MATAS NATURAIS
Todos estes cálculos e explicações somente têm validade caso exista alvará de
exploração da madeira, entretanto se não houver alvará, ela deixa, é lógico, de ter valor
comercial em uma transação de compra e venda de propriedades rurais, como volume de
madeira.
Nestes casos, a análise deve envolver diversas variáveis, como:
100
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
VALOR TOTAL DO IMÓVEL RURAL
onde;
Vfavalianda = valor final da propriedade avalianda;
VTN = valor da terra nua;
∑ Vb = somatório do valor das diversas benfeitorias existentes na propriedade
avalianda.
Uma ressalva importante que deve ser feita, mesmo que no final do trabalho, é sobre o
valor do passivo da propriedade. Mas o que é o passivo de uma propriedade?
Assim como na contabilidade, o passivo é uma conta de resultado negativo, pois nela
estão às pendências que incidem sobre a propriedade, quer sejam de cunho: legal, fiscal,
tributário, ambiental, etc., mas que não estão sendo atendidas.
Recentemente, passamos a nos preocuparmos mais com o passivo ambiental do imóvel
rural, verificando quais pontos da legislação ambiental que não estão sendo cumpridos na
propriedade. Este descumprimento gera uma obrigação de fazer para solucioná-lo, onde é
necessário dispor de recursos financeiros, materiais e temporais para sua realização.
Quando nos deparamos com um imóvel que possui estas pendências, deve-se apurar
qual o valor necessário para arcar com os custos de regularização desta propriedade, este
valor corresponde ao passivo, no caso citado de cunho ambiental.
Além desta conta com o meio ambiente, também podem existir outros passivos que
devem ser considerados, como: a obrigatoriedade do georreferenciamento, a regularização
de títulos e documentos, entre outros.
101
Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
VALOR TOTAL DO IMÓVEL RURAL
Estes passivos não podem ser apurados e simplesmente desconsiderados, portanto, eles
devem fazer parte da equação de cálculo do valor final da propriedade avalianda, que
reorganizada pode ser expressa da seguinte forma:
onde:
Vfavalianda = valor final da propriedade avalianda;
VTN = valor da terra nua;
∑ Vb = valor das benfeitorias;
Vtpassivo = valor total dos passivos existentes para a propriedade avalianda.
Desta forma, fica concluído o trabalho de avaliação de um imóvel rural, com a completa
apuração do seu valor.
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Engenharia de Avaliações Aplicadas a Imóveis Rurais
BIBLIOGRAFIA
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