Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
À moda de Bach
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/bwv359.mp3|titles=Sc
hop: Werde munter, mein Gemüte (harmonização de Bach BWV.359 – trecho) (Nicol
Matt – Nordic Chamber Choir)]
… ele criou o final de sua cantata Herz und Mund und Tat und Leben BWV.147,
um movimento que hoje é popularmente conhecido por “Jesus Alegria dos
Homens”; ouça:
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/bwv147-10.mp3|titles
=Bach: Cantata Herz und Mund und Tat und Leben BWV.147 – 10. Choral: Jesu
bleibet meine Freude (trecho) (Pieter Jan Leusink – Holland Boys Choir –
Netherlands Bach Collegium)]
Villa-Lobos tinha uma imensa paixão por Bach, e empregou muitas de suas
técnicas. Em 1925, por exemplo, ele pegou a canção Rasga o Coração (Iara) de
Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense (que no áudio
abaixo você ouve na voz de Paulo Tapajós)…
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/rasga-o-coracao-tapa
jos.mp3|titles=Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense: Rasga o
Coração (Paulo Tapajós)]
… e inseriu no Chôros nº 10, obra que herdou o mesmo nome da canção. Ouça um
trecho:
As Bachianas Brasileiras
Bachianas Brasileiras nº 5
1. Aria (Cantilena)
O primeiro movimento abre com uma bela melodia cantada somente sobre um “Ah”,
repetida depois pelo primeiro violoncelo:
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/BB5-1A1.mp3|titles=V
illa-Lobos: Bachianas Brasileiras nº5 – 1. Aria (Cantilena) – seção A (Donna
Brown – Antonio Meneses – Roberto Minczuk)]
Tanto o título “Aria” quanto a melodia nos fazem lembrar de uma outra ária de
Bach, a ária da Suíte nº3 em Ré Maior BWV.1068 que muitos conhecem por “Ária
na corda Sol” ou “Ária na quarta corda” devido a um arranjo de um violinista
do século XIX. Sabem de que música eu estou falando? Essa aqui:
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/bwv1068-2.mp3|titles
=Bach: Suíte nº3 BWV.1068 – 2. Aria (trecho) (Robert Haydon Clark – Consort
of London)]
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/aria.mp3|titles=Vill
a-Lobos: Bachianas Brasileiras nº5 – 1. Aria (Cantilena) – acompanhamento da
melodia]
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/carinhoso.mp3|titles
=Pixinguinha: Carinhoso (trecho)]
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/BB5-1B.mp3|titles=Vi
lla-Lobos: Bachianas Brasileiras nº5 – 1. Aria (Cantilena) – seção B (Brown –
Meneses – Minczuk)]
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/BB5-1A2.mp3|titles=V
illa-Lobos: Bachianas Brasileiras nº5 – 1. Aria (Cantilena) – reprise seção A
(Brown – Meneses – Minczuk)]
2. Dança (Martelo)
Muitas vezes encontramos este movimento grafado como Dansa, com s e não ç, e
por isso vale a pena lembrar que esta era a grafia correta da palavra até a
Reforma Ortográfica de 1943. Problema maior é quando encontramos pela
internet afora o título “Dança do Martelo”, o que descaracteriza muito a
intenção do Villa-Lobos. “Dança” deve lembrar as danças das suítes de Bach –
não seriam as Bachianas Brasileiras uma espécie de suíte de danças? – e
“Martelo” é o título que deve lembrar o Brasil. Mas não, não estamos falando
aqui do instrumento de trabalho do carpinteiro, e nem do instrumento musical
criado e utilizado por Gustav Mahler em sua Sexta Sinfonia. Martelo é um
estilo de poema com versos de 10 sílabas; ele ganhou este nome do seu
criador, o francês Jaime Pedro Martelo (1665-1727). Aqui no Brasil, o Martelo
foi adotado pelos cordelistas nordestinos na Literatura de Cordel, sofrendo
várias modificações com o decorrer dos anos. No vídeo abaixo é possível
conferir uma das suas variantes, o Martelo agalopado, criado pelo paraibano
Silvino Pirauá de Lima (1848-1923):
http://www.youtube.com/watch?v=PlRIFnEQ28Q&t=24s
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/BB5-2A1.mp3|titles=V
illa-Lobos: Bachianas Brasileiras nº5 – 2. Dança (Martelo) – seção A (Donna
Brown – Antonio Meneses – Roberto Minczuk)]
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/BB5-2B.mp3|titles=Vi
lla-Lobos: Bachianas Brasileiras nº5 – 2. Dança (Martelo) – seção B (Brown –
Meneses – Minczuk)]
Irerê (Dendrocygna
viduata)
O poema cita vários passarinhos, e a música parece mesmo imitar o canto dos
pássaros: cambaxirras, juritis, irerês, patativas, bem-te-vis e sabiás.
Manuel Bandeira até insere alguns liá! liá! liá! no seu poema para imitar as
sabiás, enquanto que os pizzicatos dos violoncelos nesse momento sugerem o
barulho dos passarinhos piando ou pulando de galho em galho.
E então a primeira parte é reprisada, tal como uma dança barroca ou clássica:
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2013/06/BB5-2A2.mp3|titles=V
illa-Lobos: Bachianas Brasileiras nº5 – 2. Dança (Martelo) – reprise seção A
(Brown – Meneses – Minczuk)]