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O novo romance
“Maggie, pobrezinha, está sofrendo de insônia, e nem aparenta, quase… Que tolo
sou, que tolo fui. Não sou esperto como o Ivan, devo ter feito algo errado…”
Decidiu não falar nada para Maggie. O hábito das tardes - a procura vazia pela moça
dos bilhetes, só se ampliou. O novo contrato pedia um novo romance, e ao menos isso lhe
contentava… um pouco. Sabia que bastava escrever algumas letras e o romance já estaria
pronto. E por que resistia, se tão fácil? Pensou na fuga de Violeta após seus bilhetes.
Lembrou do “Phil original”. Entendeu porque era difícil. Uma farsa, isso é o que ele era! Por
fim, resignado, decidiu: se fosse para pouco haver dele em seu novo romance, ao menos
daria algum quê de homenagem à mensagem da… o que será ela, fã?
- Bom dia! É uma ótima escolha de hora para um recomeço. Seu último romance
trouxe como retorno as pessoas quererem saber mais sobre a ficção científica onde
a tecnologia torna possível as máquinas amarem. Você pode começar por aí, que
tal?
- Muito bem.- respondeu o escritor, passando para a tela em branco de escrita. Fez
um silêncio, respirando profundamente como quem busca inspiração, e começando
a teclar:
Terminando a frase, o escritor observou que o aviso luminoso da IA, com suas
sugestões, computavam 28 mensagens. Em resumo, entre a oferta da escrita automática
que se repetiu diversas vezes, e algumas sugestões mais diretivas, as mensagens
começaram questionando melancolia, e terminaram criticando o “equívoco” do escritor
afirmar que máquinas não poderiam conhecer a melancolia. O escritor estava espantado.