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CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Curso: Engenharia da Produção Disciplina: Engenharia Econômica

Aula 2 – Juros Simples e Juros Compostos

Meta

Introduzir os conceitos básicos de juros simples e juros compostos, além de sua


aplicação.

Objetivos

1. Identificar os conceitos de juros simples e juros compostos.


2. Reconhecer a diferença entre o efeito dos juros simples e dos juros compostos no
fluxo de caixa.
3. Calcular taxa de juros, montante, tempo de aplicação do capital e principal em
diferentes situações apresentadas.
4. Representar operações de crédito no fluxo de caixa.

Pré-requisitos: Antes de começar essa aula separe calculadora científica, régua, lápis e
borracha, pois esse material será útil não só nesta, mas em todas as aulas dessa
disciplina. Reflita ainda sobre os conceitos apresentados na aula anterior, pois esses
são fundamentais para o entendimento dos conceitos da aula de hoje. Caso haja
dúvidas, releia o material, refaça os exercícios e procure a tutoria.
1. Introdução

Prezados alunos, em nossa primeira aula aprendemos sobre juros e


entendemos que o dinheiro tem um “preço”. Ao tomar um empréstimo ou
comprar algo pagando a prazo, por exemplo, temos que pagar, ao final da
operação, o valor tomado emprestado ou do bem adquirido acrescido juros,
considerado o “preço” pago pela utilização de recursos de terceiros (ou recebido
por tê-lo cedido a terceiros).
Resolvemos ainda alguns problemas para os quais calculamos juros, taxa de
juros, montante e principal. Esses exercícios nos permitiram entender que as
operações de crédito envolvem juros e que, o ato de tomar dinheiro emprestado
ou emprestar dinheiro, acarreta em custos/renda para o tomador/fornecedor de
crédito.
Esses conceitos serviram para introduzir o conceito e a importância dos juros
em nossa vida e agora serão incrementados para que possamos entender sua
aplicação nas operações de crédito realizadas no cotidiano das famílias e das
empresas.
Na aula de hoje vamos aprender que existem juros simples e juros compostos,
e que a adoção de um ou do outro nas operações de crédito determinam o valor
pago pelo tomador e recebido pelo credor.

BOX – O planejamento da vida financeira é de fundamental importância para que as


famílias possam manter sua qualidade de vida. Veja algumas informações sobre
operações de crédito e inadimplência:
Segundo o Banco Central do Brasil “chama-se de operação de crédito o contrato
realizado entre um consumidor (denominado tomador ou devedor) e uma instituição
financeira (denominada credora), que coloca à disposição do tomador determinado
montante de recursos financeiros, comprometendo-se o tomador a devolver esses
recursos em um determinado prazo, acrescido de juros. As operações de crédito
dividem-se, no meio bancário, entre operações de financiamento e de empréstimo.
Nas operações de financiamento, os recursos financeiros possuem uma destinação
específica, como, por exemplo, os financiamentos para aquisição de bens de
consumo duráveis (veículos, equipamentos), os financiamentos imobiliários, os
financiamentos rurais etc. Já nas operações de empréstimo, não é estipulada uma
finalidade específica para os recursos, como, por exemplo, nos empréstimos pessoais
(crédito direto ao consumidor – CDC, empréstimo consignado, cheque especial etc.).”
Muitas pessoas contraem dívidas mas, por diversos motivos (mal
planejamento da vida financeira, doença na família, perda do emprego, etc.), não
conseguem quitá-las, tornando-se inadimplentes. Segundo o SERASA Experian,
inadimplentes são aquelas pessoas que têm dívidas com mais de 90 dias de atraso no
pagamento. O inadimplente pode ter seu nome incluído nos órgãos de proteção ao
crédito, como o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e SERASA, o que impede que
outras empresas que façam consultas à essas bases de dados lhe concedam crédito.

Um estudo do SERASA, com dados de 2014, mapeou a inadimplência no


Brasil, considerando devedores há mais de 90 dias com dívidas de valores acima de
R$200,00. Segundo o estudo, a região com maior proporção de inadimplentes é a
Norte, com 31,1% da população inadimplente. As outras regiões apresentaram, no
referido ano, inadimplência média de 24,2%.

O planejamento dos gastos individuais e familiares é imprescindível para


evitar a inadimplência e problemas de acesso ao crédito, além do pagamento de
juros que incidem sobre os valores atrasados elevando ainda mais o valor da dívida.

2. Juros Simples

Juros simples são aqueles que incidem apenas sobre o capital inicial, não incidindo
sobre os juros do(s) período(s) anterior(es).

O cálculo dos juros simples é simples. Como a taxa de juros incide, em todos os
períodos, apenas sobre o valor principal, o valor pago de juros vai ser igual em todos os
períodos.

J= P x i x n

Onde J = juros, P = principal ou valor atual, i = taxa de juros, n = prazo. Essa notação
e conceitos foram apresentados na aula anterior. Caso necessite, revise-os.
Para melhor entendimento do conceito de juros simples observe a tabela
apresentada a seguir, que mostra a resolução do seguinte problema:

Exemplo: 2.1 Qual será o juro pago por Maria ao tomar emprestado um valor de
$1.000,00, a uma taxa de 3% ao mês para pagamento ao final do prazo de 4 meses.
Considere juros simples na operação.

Período Principal ($) Saldo Cálculo de Juros Valor total


devedor ($) da dívida
(mês) da operação ($)
(3) (5)
(1) (2) (4)

0 1.000,00 1.000,00

1 1.000,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.030,00

2 1.030,00 1.000 x 0,03 =30,00 1.060,00

3 1.060,00 1.000 x 0,03 =30,00 1.090,00

4 1.090,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.120,00

A operação apresentada indica que, no momento zero, ou seja, no dia do


empréstimo, Maria pegou $1.000,00 e esse era seu saldo devedor. À medida que os
meses foram passando, foram incidindo juros sobre esse valor principal ($1.000),
aumentando a dívida de Maria.

Podemos perceber que a taxa de juros (3%) incide apenas sobre o principal ($
1.000,00 – coluna 4), e não sobre o saldo devedor, que seria o valor dos juros mais o
principal até o período analisado (coluna 3). O valor do juro da operação foi igual a
$120,00, sendo a diferença entre $1.120,00 (montante) e o valor principal $1.000,00.

O cálculo através da fórmula pode ser feito da seguinte forma:

J=Pxixn

J = 1.000 x 0,03 x 4

J = $120,00
Exemplo 2.2 – Marina precisa fazer um pagamento hoje mas, devido ao seu contrato
de trabalho, só receberá daqui a 5 meses o pagamento por seu trabalho, uma quantia
de $3.500,00. Ela recorreu a um banco para fazer um empréstimo e conseguir realizar
o pagamento. A taxa de juros cobrada pelo banco será de 3% a.m. Sob essas
condições, calcule qual valor Marina poderá tomar de empréstimo hoje.

S = P (1+ i x n)
P = S/(1+ i x n)
P = 3.500,00/1,15
P = 3.043,48

Resposta: Nas condições apresentadas, Marina poderia tomar $3.043,48


emprestado hoje.

Exemplo 2.3 João adquiriu um empréstimo de $10.000,00, pelo prazo de 5 meses.


Nessa operação será cobrada uma taxa de juros de 3% ao mês. Qual será o valor de
juros pago por João nessa operação?

J=Pxixn

J = 10.000,00 x 0,03 x 5

J = 1.500,00

Resposta: João pagará $1.500,00 de juros.

Já sabemos que a taxa de juros paga por João foi de 3% a.m. Apenas para exercitar,
vamos supor que João não a conheça (taxa de juros) e deseje saber qual é a taxa de
juros incidente sobre um empréstimo que lhe foi oferecido, no qual ele tomaria
$10.000,00 e pagaria, no prazo de 5 meses, $1.500,00 de juros. Poderíamos ajudá-lo
calculando i.

J=Pxixn

i= J / (P x n)

i = 1.500/(10.000 x 5)

i = 0,03 ou 3% a. m.
Resposta: A taxa de juros que incidirá na operação será de 3% ao mês.

ATENÇÃO!!!!

Para resolvermos problemas que envolvam taxas de juros (i) e prazos (n), devemos
observar o prazo da operação, que deverá ser igual ao período da taxa de juros. Para
entender melhor:

✓ Em situações em que o prazo (n) seja mensal deve-se trabalhar com taxa de
juros mensal; para prazo anual a taxa de juros deverá ser ao ano (anual). No
exemplo trabalhado anteriormente o prazo era de 5 meses e a taxa de juros
3% ao mês.

✓ Para facilitar a aprendizagem trabalharemos, nesta aula, com prazos e taxas


com o mesmo período. Na próxima aula, aprenderemos como resolver
problemas em que os períodos das operações foram diferentes do período
das taxas, por exemplo, prazo 5 anos e taxa de juros 3% ao mês. A solução
se dá através do cálculo da equivalência de taxas.

✓ Deve-se ainda, na resolução dos problemas, usar a taxa de juros sem o


percentual, ou seja, 5% aplica-se na fórmula 0,05; 6% aplica-se 0,06. Na
dúvida divida a taxa dada em percentual por 100. O valor encontrado
deverá ser aplicado na fórmula.

Vale lembrar que os exemplos aqui são meramente ilustrativos e que o cálculo do
valor da dívida feito pelas empresas considera, além da taxa de juros incidente outras
taxas e impostos cobrados, elevando a dívida. Por isso muitas vezes o cálculo que
fazemos a partir da taxa de juros divulgada não nos permite encontrar os valores das
parcelas e dos juros cobrados pelas instituições. O Banco Central do Brasil (BCB)
determinou que as empresas divulgassem aos clientes não só a taxa de juros incidente
na operação, mas todas as outras cobranças, através da divulgação do Custo Efetivo
Total da Transação (CET). “O CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual,
incluindo todos os encargos e despesas das operações, isto é, o CET deve englobar não
apenas a taxa de juros, mas também tarifas, tributos, seguros e outras despesas
cobradas do cliente, representando as condições vigentes na data do cálculo” (BCB).

Atividade 1 – Atende ao objetivo 1

a) Defina juros simples.

Resposta:

Resposta comentada:

Conforme apresentado, juros simples são aqueles que incidem apenas sobre o
capital inicial, não incidindo sobre os juros do(s) período(s) anterior(es).

Atividade 2 – Atende ao objetivo 3.

b) Carmem aplicou $7.500,00 de suas economias a uma taxa de 4% ao trimestre.


Como renda ela recebeu $6.000,00. Calcule, a partir dos dados apresentados, o
prazo da transação.

Resposta:
Resposta comentada:

Lendo o problema percebemos que precisamos calcular o prazo, ou seja, n.


Para isso, retornaremos à fórmula básica:

J= P x i x n

n= J/(P x i)

Sendo P = 7.500, i = 4% ao trimestre e J = 6.000;

n = 6.000/(7.500 x 0,04)

n = 20 trimestres.

O prazo da operação foi de 20 trimestres, ou seja, ao aplicar $7.500 por 20


trimestres com um rendimento de 4% ao trimestre Carmem recebeu juros
(remuneração) de $6.000.

c) Um capital de $22.000, aplicado durante 8 meses e rendendo $7.000. Nessas


condições, calcule a taxa de juros dessa operação.

Resposta:

Resposta comentada:

Para encontramos a taxa de juros devemos seguir os procedimentos:

J= P x i x n

i = J/(P x n)

i = 7.000/ (22.000 x 8)
i = 0,03977 a.m. ou 3,98% a.m.

A taxa de juros da operação é de 3,98% ao mês.

d) Marina fez um empréstimo em que deverá pagar, ao final de 3 meses, juros de


$4.000,00. Sabendo que a taxa de juros incidente sobre a operação é de 5% ao
mês, calcule o valor principal, ou seja, o valor recebido por Marina no
momento do empréstimo.

Resposta:

Resposta Comentada:

O problema pede o valor de P, então precisamos adotar o seguinte


procedimento:

J=Pxixn

P = J/ (i x n)

P = 4.000/(0,05 x 3)

P = $26.666,67

Marina recebeu $ 26.666,67 no ato do empréstimo.

e) Carlos precisava de $3.500,00 para quitar uma dívida e excluir seu nome do
cadastro de devedores. Um amigo lhe ofereceu um empréstimo pelo qual ele
pagaria, em 5 meses, uma taxa de juros de 2% a.m. Calcule o valor dos juros
pagos por Carlos nessa operação.
Resposta:

Resposta Comentada:

Para o cálculo dos juros devemos utilizar a fórmula:

J= P x i x n

J= 3.500 x 0,02 x 5

J = 350,00

Carlos pagaria $ 350,00 de juros por esse empréstimo.

Fim das atividades

Aprendemos como calcular o valor principal, os juros, o prazo e taxa de juros no


caso dos juros simples. Por fim, veremos como calcular o montante em operações que
envolvam os juros simples.

Sendo o montante o valor pago (ou recebido) ao final da operação de crédito


temos que o mesmo é igual à soma do capital inicial ou valor atual (P) com o valor dos
juros (J) referentes ao período da operação. Ou seja, é tudo aquilo que se paga quando
se toma um empréstimo: o dinheiro que se toma emprestado mais os juros (que é o
preço que se paga pela utilização de recursos de terceiros).

A fórmula para cálculo, portanto, seria:

S = P + J,

Sendo J = P x i x n, tem-se:
S = P (1+ i x n)

Exemplo: Décio fez uma aplicação financeira da quantia de $4.500,00 que poderá
resgatar (sacar) ao final de 12 meses. Sobre o valor incidirá uma taxa de juros de 2,5%
a.m., que gerará os juros (rendimento recebido pela operação). Calcule qual valor
Décio poderá sacar ao final da operação.

S = P (1+ i x n)

S = 4.500,00 (1 + 0,025 x 12)

S = 5.850,00

Décio poderá sacar $5.850,00.

Se quisermos saber o valor dos juros recebidos por ele é só aplicar o resultado na
fórmula:

S=P+J

J=S–P

J = 5.850,00 – 4.500,00

J = 1.350,00

A aplicação renderá a Décio $1.350,00 em 12 meses.

Alunos, até aqui aprendemos sobre juros simples e como utilizá-lo em


problemas que envolvam esse tipo de juro. Entretanto, o tipo de juro mais utilizado
pelo mercado nas operações de crédito é o juro composto. Sempre que compramos
algo a prazo ou tomamos dinheiro emprestado, por exemplo, estamos pagando juros
compostos na operação. Na próxima seção vamos conceituar, entender e aplicar esse
novo conceito.
3. Juros Compostos

Juro Composto é aquele em que a taxa de juros da operação incide sobre o


valor do capital principal acrescido dos juros acumulados até o período anterior.
Assim, os juros pagos em cada período não vão ser iguais, pois no seu cálculo o valor
principal sempre será acrescido o valor dos juros incorridos até o período anterior.

Para melhor entendimento vamos resgatar o exemplo 2.1 (o da Maria): Qual será o
juro pago por Maria ao tomar emprestado um valor de $1.000,00, a uma taxa de 3% ao
mês para pagamento ao final do prazo de 4 meses. Agora, para a resolução do
problema, vamos considerar juros compostos na operação. Primeiro vamos
reapresentar a tabela com o cálculo dos juros simples, para facilitar a comparação.

Período Principal ($) Saldo Cálculo de Juros Valor total


devedor ($) da dívida
(mês) da operação ($)
(3) (5)
(1) (2) (4)

0 1.000,00 1.000,00

1 1.000,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.030,00

2 1.030,00 1.000 x 0,03 =30,00 1.060,00

3 1.060,00 1.000 x 0,03 =30,00 1.090,00

4 1.090,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.120,00

Agora, vamos fazer o cálculo considerando a capitalização composta:

Período Principal ($) Saldo Cálculo de Juros Valor


devedor ($) total da
(mês) da operação ($)
dívida
(3)
(1) (2) (4)
(5)
0 1.000,00 1.000,00

1 1.000,00 1.000 x 0,03 = 30,00 1.030,00

2 1.030,00 1.030 x 0,03 =30,90 1.060,90

3 1.060,90 1.060,90x0,03 =31,83 1.090,00

4 1.092,73 1.092,73 x 0,03 = 32,78 1.125,51

Como podemos observar, o cálculo dos juros tem como base o valor do
principal, que passa a incorporar, com o passar do tempo, o valor dos juros gerado até
o período anterior ao cálculo (coluna 4), tornando-se saldo devedor (coluna 3). O
cálculo dos juros agora será feito com base nesse saldo devedor, e não apenas no
principal.

Considerar juros compostos nas operações tende a levar a valores pagos maiores
que no caso de juros simples, justamente pelo fato de que no caso de juros compostos
o valor base para o cálculo do montante é constituído pelo principal + juros até o
período anterior, e não apenas pelo valor principal como no caso dos juros simples.

No exemplo apresentado anteriormente, a Maria pagaria pelo empréstimo, no


caso dos juros simples, $ 1120,00 ($120,00 de juros) e considerando-se juros
compostos, pagaria $ 1125,51 ($125,51 de juros). A diferença parece pequena, mas em
casos de valores, prazos e taxas de juros maiores ela pode ser bem significativa.

O cálculo dos juros compostos pode ser feito através da fórmula a seguir.

S = P(1+ i)n

Onde:

Sn = Montante, P = Principal, i = taxa de juros, n = prazo.

Exemplo: Vamos voltar ao caso da Maria e calcular, através da aplicação da fórmula, o


montante pago por ela ao final do empréstimo.
S= ?

P = 1.000,00

i = 0,03

n = 4 meses

S = 1.000,00 (1 + 0,03)4

S = 1.000,00 (1,13)

S = 1.125,51

Como podemos observar, o valor é o mesmo encontrado anteriormente na tabela. As


operações podem ainda ser representadas no fluxo de caixa.

Em ambos os fluxos, no momento zero há entrada de recurso ($1.000,00), pois


Maria tomou o empréstimo. Ao final do 4º mês há saída de recurso (Juros simples:
$1.200,00 2 nos Juros Compostos: $1.125,51), já que é nesse momento em que Maria
faz o pagamento do empéstimo.

O valor principal P (ou valor presente ou valor atual) pode ser calculado através
da seguinte fórmula:

P = S x 1/(1+ i)n , que é uma variação da fórmula S = P(1+ i)n


Exemplo 3.1: Marina precisa fazer um pagamento hoje mas, devido ao seu contrato de
trabalho, só receberá daqui a 5 meses o pagamento por seu trabalho, uma quantia de
$3.500,00. Ela recorreu a um banco para fazer um empréstimo, cuja taxa de juros
cobrada será de 3% a.m. Sob essas condições, calcule qual valor Marina poderá tomar
de empréstimo hoje.

S= $3.500,00

i = 0,03

n=5

P= ?

P = 3.500,00 x 1/(1,03)5

P = 3.019,13

Marina poderia tomar emprestado o valor de $3.019,13.

Usando as tabelas financeiras para calcular Montante e Valor Atual para juros
compostos

O cálculo de S = P (1+i)n e P = S x 1/ (1+i)n também pode ser feito de maneira


mais simples, através da consulta às tabelas de fator de acumulação de capital (1+i)n e
fator de valor atual 1/ (1+i)n , respectivamente. As tabelas (que constam, para
algumas taxas de juros, do anexo desta apostila) apresentam já calculados os valores
para esses fatores, para diversos prazos e taxas de juros, evitando que se calcule
manualmente. Veja exemplo abaixo:

DI Luciana, gostaria que o responsável pelas figuras fizesse umas tabelas desses
fatores para colocar no anexo e também aqui no texto. Tem como?
2

Essa tabela mostra os resultados para o cálculo do fator de acumulação de


capital (FAC) e do fator de valor atual (FVA), para pagamentos únicos e séries de
pagamentos. Como estamos trabalhando com pagamento únicos, por enquanto,
vamos consultar as colunas 1 e 2 da tabela. Nas próximas aulas trabalharemos com as
séries de pagamentos (pagamento parcelado).

Essa tabela apresentada mostra diversos fatores que auxiliam no cálculo para
alguns períodos (n) a uma taxa de 3,0%.

Voltando ao exemplo 2.1 (da Maria), para o qual calculamos o montante na


tabela e empregando a fórmula, vamos calcular o montante da operação com o
auxílio da tabela financeira.
Maria tomou $1.000,00 de empréstimo a ser quitado daqui a 4 meses, pagando
uma taxa de juros de 3%. Qual é o montante da operação?
S= ?

P = 1.000,00
i = 0,03

n = 4 meses

S = P x (1 + i)n ou S = P x FAC (i, n)

S = 1.000,00 x FAC (3%, 4)


S = 1.000,00 x 1,12551
S = 1.125,51
Maria pagou, ao final da operação, $1.125,51. Podemos observar que (claro!), o
valor é o mesmo daquele calculado por etapas e com a aplicação da fórmula.
A tabela pode ser utilizada também para auxiliar no cálculo do valor principal, por
meio do fator de valor atual (FVA).
Vamos voltar ao exemplo 3.1: Marina precisa fazer um pagamento hoje mas,
devido ao seu contrato de trabalho, só receberá daqui a 5 meses o pagamento por seu
trabalho, uma quantia de $3.500,00. Ela recorreu a um banco para fazer um
empréstimo, cuja taxa de juros cobrada será de 3% a.m. Sob essas condições, calcule
qual valor Marina poderá tomar de empréstimo hoje.

P=?
n= 5
i = 3%
S = $3.500

P = S x 1/ (1+i)n
P = 3.500 x FAV (3%, 4)
P = 3.500 x 0,86261
P = 3.019,14

Consultando a tabela encontramos o valor presente de $3.019,14, igual ao valor


encontrado por meio da fórmula.
Aplique agora, nas atividades propostas, os conhecimentos adquiridos sobre
juros compostos.
Atividades - Atende aos objetivos 3 e 4

f) Joana pretende obter, em uma aplicação financeira, um valor de $18.000,00 ao


final de 15 meses. Sabendo-se que a taxa de juros oferecida pela instituição
financeira é de 2,25% a.m., calcule quanto Joana deverá depositar hoje para
que tenha a quantia desejada ao final dos 15 meses. Apresente o fluxo de caixa
para a operação.
Resposta:

Resposta Comentada:
Devemos encontrar o Principal (ou valor atual).
Sendo S = $18.000,00
n = 15
i = 2,25
Podemos obter P por meio de:
P = S x 1/ (1+i)n
P = 18.000 x 1/(1,0225)15
P = 12.892,07
Para obter $18.000,00 daqui a 15 meses Joana deverá depositar, hoje, $12.892,07.
A operação pode ser representada no fluxo de caixa. No momento zero, quando Joana
faz a aplicação há saída de recurso ($12.892,07) e no mês 15, quando Joana faz o
resgate da aplicação há entrada de recurso.
g) Carlos gostaria de depositar uma quantia hoje, para que, depois de 18 meses
possa sacar o valor e pagar sua festa de formatura. Sabendo-se que a festa de
formatura custa em torno de $5.000,00 e que a taxa de juros oferecida pelo
mercado é de 1,9%, calcule o valor a ser depositado por Carlos hoje para que
consiga pagar os $5.000,00 de sua formatura daqui a 18 meses.
Resposta:

Resposta comentada:
Para calcularmos qual deverá ser o depósito de Carlos para obter $5.000,00 daqui a 18
meses devemos usar a fórmula:
P = S x 1/ (1+i)n
Sendo
S = 5.000
i= 1,9%
n = 18 meses
Temos:
P= 5.000 x 1/(1,019)18
P = 5.000 x 1/(1,4033)
P = 5.000 x 0,7126
P = 3.563,03

Carlos deverá depositar $3.563,03

h) Calcule a quantia a ser resgatada por um investidor que aplicou, por 9 meses,
$3.600,00 em uma aplicação financeira cuja taxa de juros incidente foi de 3,5%
a.m.
Resposta:

Resposta comentada:
Para o cálculo do montante a ser resgatado pelo investidor devemos utilizar a fórmula:
S = P (1+i)n
Sendo,
P = $3.600,00
i= 3,5%
n=9
Temos,
S = 3.600 (1+0,035)9
S = 3.600 (1,3629)
S = 4.906,44
O investidor resgataria $.4.906,44
i) Determinada aplicação gerou, ao final de 12 meses, um valor de $6.200,00.
Sabendo-se que a taxa de juros que incidiu sobre a operação foi de 1,5%,
calcule o valor Principal (P).
Resposta:

Reposta comentada:
Para calcular P devemos utilizar a fórmula:
P = S x 1/ (1+i)n
Sendo
S = 6.200
i= 1,5%
n = 12 meses
Temos:
P = 6.200 x 1/(1+0,015)12
P = 6.200 x 1/(1,1956)
P = 6.200 x 0,8363
P = 5.185,60

O depósito inicial foi de $5.185,60.

Resta ainda apresentar exemplos de cálculo de n e de i para juros compostos.


Para a resolução dos problemas propostos você deverá revisar os conceitos de
logaritmo e potência aprendidos no 2º grau e em outras disciplinas do curso de
Engenharia de Produção.
Exemplo 3.2 – Um empresário adquire uma máquina visando aumentar a capacidade
produtiva de sua empresa, sob as seguintes condições: o valor da máquina é de
$2.200,00, vai ser paga por $2.492,62, o prazo da operação é de 5 meses. Calcule a
taxa de juros incidente na operação.

Resposta:
Para encontrarmos a taxa de juros devemos usar a fórmula:
S = P (1+i)n
2.492,62 = 2.200 (1 + i)5
2.492,62/2.200 = (1 + i)5
1,133 = (1 + i)5
Para resolvermos essa equação devemos extrair a raiz quinta de ambos os lados ou,
para facilitar, elevar ambos os lados ao expoente 1/5.
(1,133)1/5 = ((1+i)5)1/5
1,0253 = 1+i
i=1,0253 – 1
i= 0,0253
i= 2,53% a.m.

A taxa de juros incidente na operação é de 2,53% a.m.

Exemplo 3.3 - Calcule o prazo para o qual um depósito de $20.000,00 gerará um saque
de 25.420,00. Suponha uma taxa de juros de 5% ao mês.
S = P (1+i)n
25.420 = 20.000 (1 + 0,05)n
25.420 = (1 + 0,05)n
20.000
(1,05)n = 1,271
Para resolvermos esse problema devemos usar as propriedades do logaritmo.
log (1,05)n = log 1,271
n x log (1,05) = log 1,271
n = log 1,271
log 1,05
n = 4,91
O prazo para a aplicação gerar o valor desejado é de 5 meses.

Resumo
Prezados alunos, dando continuidade ao tema trabalhado na aula anterior,
aprendemos que, sobre as operações de crédito, podem incidir taxas de juros simples
e taxas de juros compostos. A maioria das transações efetuadas no mercado tende a
adotar os juros compostos, que diferem dos juros simples por considerarem como
base de cálculo para os juros o valor principal acrescido dos juros gerados até o
período anterior ao cálculo.
Quanto maiores forem o valor principal, o prazo e a taxa de juros incidente
sobre a operação, maiores serão os juros pagos por aqueles que antecipam seu
consumo através de empréstimos e financiamentos. Do outro lado, onde estão
aqueles que fornecem crédito às empresas e famílias, maiores taxas de juros
representam maior receita, o que torna o ato de emprestar bem atraente.
Após os conceitos foram apresentadas as fórmulas, que podem auxiliar na
resolução dos problemas propostos referentes as operações de crédito. Os fluxos de
caixa foram apresentados, pois são importantes para a visualização e entendimento
das operações apresentadas.
Seguem agora as fórmulas apresentadas durante a aula, para que você, estando
mais uma vez em contato com elas, possa apreendê-las, tornando seu estudo mais
prazeroso e eficaz. Lembre-se ainda que, se entender os conceitos de juros simples e
compostos terá muita facilidade em resolver as questões propostas, além disso, não se
esqueça das tabelas financeiras que podem ser muito úteis durante o estudo.
Espero que tenham gostado e aproveitado a aula. Bom estudo!

Fórmulas:
Juros Simples Juros compostos
J= P x i x n S = P(1+ i)n

P = J/i x n S = P x FAC (i, n) Tabelado


i =J /P x n P = S x 1/ (1+i)n

n = J/P x i P = S x FVA (i,n)

S=P+J Tabelado

S = P (1+ i x n)

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