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Plano Processo i
desca_op.n
carreg_op.1
op.1 op.n
setup1
ele_op.n
passon
ele._op1
ele_op.2
ele_op.2 passo1
ele_op.n ele_op.1
passo1
desca_op.1 setupn passon
carreg_op.n
passon
passo1
passo1
passon
passon
passo1 passo1
passon
PAULO ÁVILA
FERNANDO NEVES
(2006)
Planeamento Análise e Controlo do Processo
ÍNDICE
EXERCÍCIOS ........................................... 71
BIBLIOGRAFIA ......................................... 79
ANEXOS .............................................. 80
1
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Não podemos falar do plano de processo sem antes abordarmos o planeamento do processo.
Planeamento do processo pode ser definido como a determinação sistemática de métodos
detalhados, através dos quais as peças ou as componentes (se for considerada a montagem),
podem ser fabricadas económica e competitivamente, desde o estado inicial (em forma de
matérias primas), até ao estado final (forma desejada), (Zhang, Alting, 1994).
1
FMS - “Flexible Manufacturing System”.
2
Planeamento Análise e Controlo do Processo
- Designação;
- Disponibilidade da Máquina;
- Capacidade Funcional;
- Capacidade Geométrica;
- Capacidade Tecnológica;
- Capacidade Dinâmica;
- Sistema de Ferramentas;
- Sistema de Controlo;
- Sistema de Segurança.
Designação
3
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Disponibilidade da Máquina
Capacidade Funcional
4
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Esta classe de parâmetros é sem dúvida importante na base de dados das máquinas
ferramentas, porque a especificação das transformações elementares e tempos associados,
não depende apenas da máquina e seus parâmetros tecnológicos (rotação, avanço, e outros),
mas também de outros recursos como as ferramentas, e do nível de conhecimento do próprio
operador. A informação referente à capacidade funcional da máquina não vem no seu
catálogo, no entanto, somos capazes de deduzir alguns elementos de transformação para um
dado tipo de máquina (por exemplo: torno, fresadora, centro de maquinagem). Existem
outras transformações elementares, que só através do conhecimento profundo da máquina e
das suas ferramentas, será possível fazer a sua associação à máquina ferramenta.
Capacidade Geométrica
Para melhor elucidação desta classe de parâmetros, o Anexo 1 mostra a identificação dos
parâmetros da capacidade geométrica sobre as vistas de projecção de um centro de
maquinagem existente no mercado.
Capacidade Tecnológica
5
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Capacidade Dinâmica
6
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Sistema de Controlo
Poder-se-iam ainda considerar outras classes de parâmetros, como por exemplo o sistema de
segurança, e outros. No entanto, estes que foram abordados são suficientes para a
classificação das máquinas ferramentas. De forma a sintetizar a informação acima descrita,
respeitante aos parâmetros que caracterizam as máquinas ferramentas, construiu-se a tabela 1
tal como é mostrado abaixo.
1
NC - “Numeric Control”.
2
CNC - “Computer Numeric Control”.
3
DNC - “Distributed Numeric Control”.
7
Planeamento Análise e Controlo do Processo
8
Planeamento Análise e Controlo do Processo
O algoritmo Variante usa a similaridade entre componentes para fornecer planos de processo
existentes. Um plano de processo que pode ser utilizado por uma família de componentes é
designado por plano estandarte. Um plano estandarte é armazenado permanentemente numa
base de dados com um número da família de peças como sua chave. Não existem limitações
no detalhe que um plano estandarte pode conter. Contudo este deve conter pelo menos a
sequência dos passos da fabricação ou das operações. Quando um plano é fornecido, certas
modificações são necessárias fazer, de modo a poder ser utilizado para o novo componente.
O algoritmo Generativo pode ser entendido como um sistema “expert” (Bard, Feo, 1988). O
elevado nível de automação e de sofisticação no planeamento do processo assistido por
computador é a técnica generativa. O algoritmo generativo recebe as especificações do
modelo (CAD) da peça e elabora um plano de processo através de decisões lógicas,
formulas, algoritmos tecnológicos, e de base de dados correspondentes. Usando esta técnica,
o plano de processo é obtido sem o envolvimento do homem, e reduz-se o tempo de
planeamento, assim como a redução de armazenamento de informação uma vez que não são
armazenados planos de processo estandarte.
9
Planeamento Análise e Controlo do Processo
A “folha da operação” é preparada para cada operação e será usada directamente pelo
operador para poder desempenhar capazmente a operação. Aqui é especificada informação
detalhada do método do “set-up”, dos elementos de operação (velocidade, tolerância,
dimensões e avanço), e sua sequência, equipamento e ferramenta a serem usados, condições
de maquinagem, tempos estimados, etc.
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
A compreensão correcta do plano de processo só poderá ser levada a cabo se for inserida no
conceito aqui apresentado da Estrutura detalhada do plano de processo de maquinagem. Essa
estrutura representada na figura 3, salienta três níveis distintos do plano de processo de
acordo com o seu grau de detalhe e sobre os quais recai uma decisão de escolha:
1
Esta nova terminologia foi usada (não aparece na bibliografia), com o objectivo de definir o conjunto dos
elementos (ou passos), de uma operação (ou do elemento de operação), com uma determinada ordem ou
sequência.
11
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Plano Processo i
desca_op.n
carreg_op.1
op.1 op.n
setup1
ele_op.n
passon
ele._op1
ele_op.2
ele_op.2 passo1
ele_op.n ele_op.1
passo1
desca_op.1 setupn passon
carreg_op.n
passon
passo1
passo1
passon
passon
passo1 passo1
passon
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
A componente básica do plano de processo são as operações. Entenda-se por operação (op),
uma parte completa do processo de maquinagem por corte e/ou outro tratamento, de uma
peça (ou de várias peças simultaneamente), num só posto de trabalho. A operação é
caracterizada por não haver troca de equipamento, não haver troca de peça, e continuidade,
apesar de poder ser levada a cabo por mais de um trabalhador (Wang, et al., 1991). Por
exemplo, se uma peça é primeiro maquinada num torno e de seguida numa furadora,
obviamente que estão duas operações envolvidas. Mas se uma peça é maquinada
consecutivamente por furação, mandrilagem dos furos e mandrilagem do chanfro, com três
diferentes ferramentas de corte mas executadas na mesma máquina (por ex. num torno),
então trata-se de uma só operação. Caso a furação fosse executada num torno e a
mandrilagem noutro então teríamos duas operações em vez de uma.
Carregamento (carreg), é definido pelo acto de fazer deslocar e colocar todas as partes
necessárias (peça ou lote de peças, ferramenta/ferramentas ou magazines de ferramentas,
partes substituíveis das máquinas, etc), para que se possa realizar a operação.
Dentro dos vários manuseamentos da peça realizados pelo operador, para realizar uma dada
operação (por ex., mudança de ferramenta, avanço da ferramenta à peça, medição das
superfícies maquinadas, ligar a máquina, etc), o/s “set-up/s” da peça desempenham um
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Por associação de ideias, descarregamento (desca), será o acto de fazer retirar todas as
partes que já não sejam necessárias para a operação seguinte na mesma máquina ferramenta.
Podemos então, representar um dos planos de elementos de operação como sendo:
Quando é necessário remover uma camada espessa de material da peça a maquinar, poderá
não ser possível faze-lo com um só passo, isto é, com um só corte, será então necessário
decompor o elemento de operação em vários passos. Um passo, ou corte, é um simples
movimento de corte da ferramenta de corte, na direcção do avanço de corte, ao longo da
superfície a maquinar, sem que hajam mudanças no “set-up” da ferramenta, na velocidade de
corte, e no avanço de corte (Wang, et al., 1991).
14
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Para uma dada peça a ser fabricada, e de acordo com os vários níveis do plano de processo,
perspectivam-se várias possibilidades de planos de processo capazes de realizar a produção
da peça, conforme tenta ilustrar a figura 4. Na abordagem da escolha do melhor plano de
processo para a produção de uma peça, devem-se satisfazer os seguintes requisitos:
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
PEÇA i
Nível 3 Nível 2 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 3 Nível 2 Nível 1 Nível 2 Nível 3
desca_op.n desca_op.n
carreg_op.1 carreg_op.1
op.1 op.n op.1 op.n
setup1 setup1
ele_op.n ele_op.n
passon passon
ele._op1 ele._op1
ele_op.2 ele_op.2
ele_op.2 passo1 ele_op.2 passo1
ele_op.n ele_op.1 ele_op.n ele_op.1
passo1 passo1
desca_op.1 setupn passon desca_op.1 setupn passon
carreg_op.n carreg_op.n
passon passon
passo1 passo1
passo1 passo1
passon passon
passon passon
passo1 passo1 passo1 passo1
passon passon
Plano Processo 2
desca_op.n
carreg_op.1
op.1 op.n
setup1
ele_op.n
passon
ele._op1
ele_op.2
ele_op.2 passo1
ele_op.n ele_op.1
passo1
desca_op.1 setupn passon
carreg_op.n
passon
passo1
passo1
passon
passon
passo1 passo1
passon
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Padrão geométrico2 (pg), é uma representação esquemática com maior ou menor detalhe, de
uma forma geométrica real (tridimensional), possível de ser obtida por processos de
maquinagem (no nosso caso). O contorno geométrico de uma peça pode ser representado
pela reunião de diferentes padrões geométricos. A figura 5 ilustra apenas alguns exemplos de
padrões geométricos retirados da tabela de padrões geométricos do anexo 2 ( Putnik, 1997).
Muitos outros podem ser considerados, pois os padrões geométricos a seleccionar, ou a criar,
dependem do sistema de produção e dos produtos associados. Aqueles que são mostrados na
tabela de padrões geométricos do anexo 5, estão relacionados com a possibilidade de serem
executados por máquinas ferramentas do tipo furadoras, fresadoras e centros de maquinagem
(tipos de máquinas abordadas nesta tese).
1
et - “elementary transformation”
2
“feature” em inglês.
17
Planeamento Análise e Controlo do Processo
mesmo padrão, quando por exemplo as dimensões são alteradas). A figura 6 mostra dois
exemplos de transformações elementares (et1 e et2), retiradas da lista de transformações
elementares do anexo 6 (Putnik, 1997), e as suas formas de representação.
et1 = ; et2 =
então:
ou
X et1 ; X et2
ou
Figura 6 - Exemplos de duas transformações elementares (et1e et2), e suas formas de representação.
Na figura 7 (matriz de duas entradas iguais aos padrões geométricos), são ilustradas todas as
possibilidades dos elementos de transformação possíveis com os padrões por nós definidos.
Nem sempre existe uma transformação elementar que transforme directamente um
determinado padrão geométrico noutro padrão, aparece então zero na quadrícula
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
TRANSFORMAÇÕES ELEMENTARES
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Sabendo hoje que o aumento da competitividade das empresas face as seus directos
concorrentes passa pela melhoria coordenada (estratégica) de quatro grandes "vectores",
qualidade, flexibilidade, tempo (rapidez de resposta à solicitação do mercado) e custo (que
normalmente aumenta com o aumento do tempo), conforme mostra a figura 8, vamos
decompor a duração total do processo produtivo e identificar as causas que estarão na
origem dessa falte de competitividade.
Custo
Tempo Flexibilidade
Qualidade
A duração total do trabalho é decomposta em dois grandes blocos, conteúdo de trabalho total
e tempo improdutivo total, os quais por sua vez se subdividem conforme ilustra a figura 9.
As causas do trabalho suplementar e do tempo improdutivo estão listadas na figura 10 e 11.
20
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Conteúdo de
trabalho
fundamental do
produto ou da
operação
Conteúdo de
Conteúdo de
trabalho total
trabalho
do produto suplementar
devido a defeitos
de concepção ou
Duração A de especificação
do produto
total da
operação
Conteúdo de
nas trabalho
B suplementar
condições devido ao emprego
existentes de maus métodos
de fabricação ou
execução
Tempo
C improdutivo devido
Tempo a insuficiências da
direcção
improdutivo
total
Tempo
D improdutivo
imputável ao
trabalhador
21
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Conteúdo
de Trabalho
Fundamental
produto
Utilização duma máquina
inadequada
Operações efectuadas
incorrectamente ou em más Conteúdo de
condições
trabalho
Utilização de ferramentas suplementar
inadequadas devido ao emprego
de maus métodos
Má implantação originando de fabricação ou
desperdício de trabalho
execução
Deficientes métodos de trabalho do
operário
Tempo
improdutivo
total
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Conteúdo
de Trabalho
Conteúdo de Fundamental
trabalho total
do produto Conteúdo
de Trabalho
Suplementar
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
ESTUDO DO TRABALHO
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
análise das actividades ou postos de trabalho - trata-se de uma análise que incide no
estudo particular de como se processa cada actividade do processo de fabrico, e que
está estreitamente relacionada com a folha operatória.
O termo actividade ou por vezes apenas designado por operação, é aplicado a todas as
actividades que compõem o ciclo logístico da produção, tais como:
operação de transformação;
transporte;
inspecção;
25
Planeamento Análise e Controlo do Processo
retenção;
actividade combinada.
Operação Actividade
Símbolo Significado
Básica Específica
transformação
○ de produto semi-acabado ou produto
ção
em via de fabricação
de materiais
□ acordo com especificações que
permitam avaliar a conformidade
qualidade
◊ standard que permitem avaliar a
existência de defeitos nos produtos
fabricados
Acumulação agendada ou
26
Planeamento Análise e Controlo do Processo
A análise do fluxo do processo incide sobre o primeiro estágio do processo, isto é, na gama
operatória, logo os seus objectivos passam pela resolução dos problemas que afectam no seu
conjunto as actividades que a compõem. Temos assim como objectivos:
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Controlo/restrições
ANÁLISE DO
Sistema de produção FLUXO DO Plano de melhorias a
PROCESSO implementar
Ferramentas de análise e
optimização
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Quantidades produzidas
Custos de produção
Tempos Produtividade
Outras restrições: Restrições físicas
Distâncias Nível dos em curso
tecnológicas Capacidade dos meios de produção
Planos de Produção Tempo do ciclo de fabrico
humans Restrições de capital Custo de produção
SELECÇÃO
DOS
Produtos Produtos
PRODUTOS Produtos
A ANALISAR
classe B e C
classe A
IDENTIFICAÇÃ
Gamas O DOS
PRINCIPAIS Problemas
Operatórias detectados
Nomenclatura PROBLEMAS
Tempos reais
Distâncias
FORMULAÇÃO
Proposta de
DO
plano
PLANO
Implantação
dos meios de
produção
VALIDAÇÃO
E TESTE DO Plano a
PLANO implementar
Plano
rejeitado
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
A análise do fluxo do processo é um tema actual das nossas empresas que nem sempre é
conduzido com os benefícios desejados. Pensamos que o modelo proposto de análise do
fluxo de processo, e apesar de não estar caracterizado em função do tipo de sistema de
produção, poderá servir como uma ferramenta base na orientação mais eficiente duma
análise real sobre qualquer tipo de sistema de produção. Significa que da estrutura
apresentada cada processo de análise do fluxo do processo dependerá do seu autor e do
sistema de produção em estudo, mas a implementação dessa análise poderá recorrer da
informação contida no modelo.
Antes de começar qualquer estudo que seja sobre a análise do fluxo do processo, é
necessário primeiro identificar a que produtos ou grupo de produtos se vai aplicar esse
estudo.
Uma forma de identificarmos esses produtos poderá basear-se nos produtos que mais
circulam na produção e que mais contribuem para o volume de facturação da empresa. É
portanto necessário recorrer a um método que permita filtrar e classificar esses produtos, o
qual poderá ser a classificação ABC.
Esta apresentação é uma variação da lei de Pareto, chamada dos 20/80 (20% dos artigos
contribuem com 80% do volume de facturação e vice-versa).
30
Planeamento Análise e Controlo do Processo
A figura 15 ilustra uma curva tipo dum diagrama ABC, permitindo identificar as três classes
de produtos e respectivos pesos no valor acumulado do valor da produção. No nosso estudo
é evidente que deveremos analisar o processo dos produtos da classe A, porque são estes que
mais contribuem para a facturação da empresa e consequentemente aqueles em que as
melhorias que possam ser introduzidas no seu processo trarão de imediato maiores proveitos
para a empresa.
Nesta fase vamos considerar três ferramentas essenciais e que se complementam, para a
execução desta fase, nomeadamente:
Diagrama de Encadeamento;
Gráfico de Análise;
Gráfico de Circulação
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Controlar diâmetro e
1 comprimento (sem tempo fixo)
4 Furar (0,005h)
5 Mandrilar (0,008h)
8 Montar (0,01h)
O diagrama de análise, tal como o nome indica, é mais uma ferramenta de análise do fluxo
do processo vocacionada para a análise pormenorizada desse fluxo, podendo ser aplicado a
cada ramo do diagrama de encadeamento.
32
Planeamento Análise e Controlo do Processo
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Após o registo da informação dos fluxos dos processos de fabrico dos produtos da classe A,
recorrendo às ferramentas já referidas, precisamos de fazer uma síntese, isto é, identificar
produtos com fluxos de processo idêntico, ou mesmo igual, para que possam ser analisados
como um todo e eventualmente para esses grupos de artigos propor a criação de células de
fabrico, assunto que abordaremos na fase da proposta de novo plano.
Questões gerais:
35
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Para as operações:
Para os transportes:
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Para as inspecções:
Para as armazenagens:
37
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Existem algumas ferramentas que ajudam na resolução dessas questões antes de se pensar na
aquisição de mais ou melhores recursos para a empresa.
Outra ferramenta é o gráfico de duas mãos que regista e permite analisar as actividades
elementares de uma operação para cada uma das mãos de um operário no seu posto de
trabalho. As figuras 20 e 21 retratam o gráfico de duas mãos para a operação do corte de
tubos de vidro para o método primitivo e para o método melhorado respectivamente.
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Outra ferramenta é a aplicação da técnica SMED (técnica JIT) que significa "Single Minute
Exchange of Die" - Troca de ferramentas num minuto, cuja preocupação é o da minimização
de tempos de setup. O método SMED permite reduzir de forma muito significativa a
complexidade das refinações e afinações e, em consequência, eliminar a necessidade de
especialistas, correntemente designados por afinadores.
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
C1 C P
2
C2 C
4 O
P
6 O
D1 D
C1 C
8 P
D2 D
10 C2 O C
12 P O
Ciclo
D1 D
14
16 42
Ciclo 18
Planeamento Análise e Controlo do Processo
C1 C
D2 D
C2 O C
P
D1 D
O
C1 C
D2 O D
Máquinas M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Peças
P1 1 2
P2 2 1
P3 2 3 1
P4 1 2
P5 1 2
P6 2 1
P7 2 1
Máquinas
M2 M3 M5 M4 M6 M1 M7
Peças
P1 1 2
P5 1 2
P7 2 1 1
P3 2 3
P2 2 1
P6 2 1
P4 1 2
Analisando a figura 26 verificamos que estão identificadas 3 ilhas e que a máquina M4 terá
de ser desdobrada se quisermos constituir 2 células de fabrico independentes. A última ilha,
com as máquinas M1 e M7, não dará origem a uma célula, mas quando muito a uma linha de
fabrico porque só produz o artigo P4
Ainda dentro de cada ilha de produção deve-se identificar qual será a melhor implantação
por forma a reduzir os fluxos de maior importância, existindo para tal algumas técnicas.
Contudo, a adopção duma implantação em U é normalmente uma boa solução de
compromisso.
Para concluir a questão da reestruturação das implantações em termos reais, devemos ter em
conta os seguintes aspectos:
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
46
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Comparando a proposta do novo plano com a situação anterior, verificamos que as propostas
de melhoria assentaram essencialmente na reestruturação da implantação dos postos de
trabalho, que agora passam a estar em linha, de forma coerente com a sequência das
operações da gama operatória. Eventualmente como consequência dessa implantação a
proposta aponta no sentido da redução das actividades de transporte/manuseamento, de
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
retenção e de inspecção o que leva a que o total das distâncias, tempo e das áreas ocupadas
sejam significativamente reduzidas (na ordem dos 40%).
Para se proceder às validações acima referidas há que decidir qual o modo de o fazer, ou
seja, qual o tipo de demonstrador a utilizar. Numa curta referência às formas de como se
pode construir um demonstrador, referidas na figura 27, o mesmo é dizer, às formas de como
se pode estudar um sistema, verificamos que podemos recorrer ao próprio sistema ou a um
modelo que represente (simule) o sistema.
A validação e teste do plano, digamos em linguagem corrente a sua aceitação, poderá ser
pacífica se as propostas apresentadas são por demais evidentes da sua potencialidade para
melhorarem a eficiência do processo e passar-se de imediato à sua implementação mesmo
que a título experimental.
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Planeamento Análise e Controlo do Processo
Estudo dum
Sistema
Analíticos Numéricos
Figura 27 - Formas de estudar o comportamento de um sistema (adaptado de Law, A. & Kelton, W.,
1991).
A aplicação de parte do modelo anteriormente proposto, foi efectuada na empresa Quintas &
Quintas, Condutores Eléctricos, SA, que produz fio de alumínio e cabos condutores
multifilares de alumínio nus e isolados, no âmbito dum trabalho do Cese em Gestão da
Produção, realizado por um aluno da escola e engenheiro dessa empresa.
A motivação da realização desse trabalho está patente na afirmação do seu autor: "na
empresa onde trabalho, tenho vindo a acompanhar algumas alterações na disposição dos
equipamentos e aquisição de transportadores de cargas … venho-me apercebendo que depois
de se procederem às modificações, não são (salvo uma ou outra excepção) obtidos os
resultados desejados".
49
Planeamento Análise e Controlo do Processo
120%
100%
60%
40%
20%
0%
3%
7%
%
0%
10
13
17
20
23
27
30
33
37
40
43
47
50
53
57
60
63
67
70
73
77
80
83
87
90
93
97
10
Quantidade de artigos em %
Dos 17 artigos da classe A, foram identificados 3 grupos com a mesma gama operatória: o
grupo de cabos de alumínio-aço; grupo de cabos de alumínio compactado; e o grupo de
cabos de liga de alumínio. Identificaram-se os ramos críticos do processo e construíram-se
diagramas de processo para cada um dos grupos de cabos, utilizando valores médios de
tempos e distâncias, conforme mostra a figura 29.
50
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Diagrama de processo (ramo inferior - crítico) dos valores médios do Diagrama de processo (ramo superior) dos valores médios do Data 22-06-98
Data 22-06-98 grupo de cabos alumínio-aço
grupo de cabos alumínio-aço
Simbolos Simbolos
G áfi G áfi
Máquin
Máquina/ Distancias Tempo Passo Flux Distancias Tempo Home
Passo Fluxo Homem /
Ferrame
Ferrament (m) (Min) ( ) (Mi )
t
1Trefilagem 03 40 1
1Rebobinage 005 728 1
0 2
2Transp. AL Porta 90 42, 1
2Transp. Porta 80 8 1
l 0 5
A l t
3Cableamento 004 430,5 1
1 Distancia Tempo Home
4Transport Ponte 40 2 1 Total 4 ( ) (Mi )
Tempo Stock
Distancia Homen Rebobina Cableamento1
( ) (Min)
Total 6 Fluxogra
Stock
Rebobinage Cableamento
Fluxogram
Diagrama de processo dos valores médios do grupo de cabos alumínio-compactos Diagrama de processo dos valores médios do grupo de cabos liga de alumínio
Data 22-06-98 Data 22-06-98
Simbolos Gráficos
Simbolos Gráficos
Máquina/
Máquina/ Passo Fluxo Distancias (m) Tempo (Min) Homems
Passo Fluxo Distancias (m) Tempo (Min) Homems Ferramenta
Ferramenta
1 Trefilagem 003 985 1
1 Trefilagem 030 294 1
2 Transp. Liga Porta paletes 400 20 1
2 Transp. AL Porta paletes 600 20 1 3 Tratamento 029 588,7 1
Total 6 passos
600 1160 4 1110 20 30
1150 4161,7 6 4032 100 30
Cableamento Cableamento 1
Inspecção Inspecção
Fluxograma Fluxograma
Efectuada a análise dos diagramas de processo para os diferentes grupos de cabos verificou-
se:
O tempo (obtido para a produção de lotes económicos), despendido no ramo crítico é 40%
superior em relação ao outro ramo;
51
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Apesar do tempo despendido no transporte do alumínio não ser demasiado, o mesmo não
acontece com o seu percurso de 600m e da necessidade de utilização permanente de um
homem;
3º Formulação do Plano
52
Planeamento Análise e Controlo do Processo
4º Validação do Plano
4.1 - DEFINIÇÃO
EXEMPLO:
CARTA X
X ø
53 ø
o
o
o
o o o o o
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Nota: Se uma variável seguir uma distribuição Normal, então poderá afirmar-se que
existe uma probabilidade de 99.73% de que os seus valores se situem entre os limites
X ± 3σ , ou ainda que 99.73% dos seus valores se situarão naquela gama
ANALISAR O PROCESSO
CONTROLAR O PROCESSO
Vigiar uma característica da qualidade e actuar nos factores do processo quando for
identificada uma situação de excessiva dispersão.
54
Planeamento Análise e Controlo do Processo
55
Planeamento Análise e Controlo do Processo
56
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Uma grande diferença entre aqueles dois tipos de controlo é que a dimensão das
amostras em controlo por atributos deve ser bastante superior à que é usual em
controlo por variáveis: e.g., numa carta “p” pode considerar-se que n = 200 será a
dimensão mínima corrente.
4.3.1 - CARTA X b a r r a - R
20 < N < 25
n = 4 OU 5
Obs1: Amostras tiradas periodicamente – uma vez todos os 15 minutos, duas vezes
por turno, uma vez por dia,... Se não houver razões de ordem técnica para a
organização das amostras, dividir os dados pela ordem de obtenção.
X 1 + X 2 + ... + X n
Xi =
n EM QUE i =1 a N
57
Planeamento Análise e Controlo do Processo
- PARA X:
LINHA MÉDIA: X
LCS X = X + A2 R
LCI X = X − A2 R
- PARA R:
LINHA MÉDIA: R
n 2 3 4 5 6 7 8 9
A2 1.880 1.023 0.729 0.577 0.483 0.419 0.373 0.337
7- DESENHO DA CARTA:
58
Planeamento Análise e Controlo do Processo
X
LCS X 3σ
2σ alerta
σ
moda
X
alerta
LCI X
amostra
R
LCS R
R
Se a totalidade dos pontos se situar entre os limites de controlo, então podemos
LCI R
utilizar esses limites para proceder ao controlo posterior do processo. Caso algum
amostra
59
Planeamento Análise e Controlo do Processo
doss pontos caia fora dos limites calculados, retiram-se esses mesmos pontos (o
mesmo é dizer, amostras), e repete-se a determinação dos novos valores para a carta.
60
Planeamento Análise e Controlo do Processo
ESPECIFICAÇÔES
61
Planeamento Análise e Controlo do Processo
62
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Embora a manutenção dos sistemas sob controlo seja o "principal" objectivo de uma
Produção, nunca deverá ser esquecido que existe sempre a possibilidade de
ocorrência de variações "Causais" (não-Aleatórias) que, embora possibilitem a
manutenção do processo sob controlo – resultados "dentro" dos limites "esperados" -,
tenham como consequência a "saída" de controlo “estatístico” do mesmo – a curto ou
médio prazo os valores podem deixar de estar dentro dos limites "esperados" -.
63
Planeamento Análise e Controlo do Processo
64
Planeamento Análise e Controlo do Processo
65
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Tendências – Quando aparecem vários pontos com uma tendência bem visível
(ascendente ou descendente)
4. Mudança gradual na
homogeneidade da qualidade
do material incorporado
66
Planeamento Análise e Controlo do Processo
4. Mudança do dispositivo ou
método de inspecção, medição
ou ensaio
67
Planeamento Análise e Controlo do Processo
68
Planeamento Análise e Controlo do Processo
4.3.2 - Carta p
Tal como nas Cartas “ X, R ”, de Controlo de Variáveis, nas cartas “p”, de Controlo de
Atributos, numa primeira fase determinam-se a linha central e os limites de controlo,
e, numa segunda fase, utiliza-se a carta de controlo que se considerar “aceite”
(eventualmente após de eliminar alguns casos para os quais se encontre a razão para
estar fora de controlo).
69
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Imaginemos que ao fazer o controlo por atributos rejeitamos qualquer artigo que
apresente pelo menos um defeito.
Sendo:
Então:
x
p=
Linha Central: N×n
p (1 − p )
LCSp = p + 3σ = p + 3
Linha Superior de Controlo: n
p (1 − p )
LCI p = p − 3σ = p − 3
Linha Inferior de Controlo: n
Exemplo:
Analisaram-se diariamente 200 artigos, por inspecção visual, durante um período de
24 dias, separando os artigos tidos como defeituosos. Os resultados registaram-se na
tabela abaixo:
70
Planeamento Análise e Controlo do Processo
NºART.DEF. xi NºART.DEF. xi
DIA pi = DIA pi =
xi n xi n
1 10 0.05 13 8 0.04
2 5 0.025 14 14 0.07
3 10 0.05 15 4 0.02
4 12 0.06 16 10 0.05
5 11 0.055 17 11 0.055
6 9 0.045 18 11 0.055
7 22 0.11 19 26 0.13
8 4 0.02 20 13 0.065
9 12 0.06 21 10 0.05
10 24 0.12 22 9 0.045
11 21 0.105 23 11 0.055
12 15 0.075 24 12 0.06
p=
x
=
∑ x i = 294 = 0.061
N × n N × n 24 × 200
p (1 − p ) 0.061(1 − 0.061)
LCSp = p + 3 = 0.061 + 3 = 0.112
n 200
p (1 − p ) 0.061(1 − 0.061)
LCI p = p − 3 = 0.061 − 3 = 0.010
n 200
Constrói-se agora a carta de controlo “final”, a utilizar no processo, ou, como certos
autores recomendam, repete-se a operação de eliminação até restarem apenas pontos
que caiam dentro dos limites que se calcularem.
71
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Exercícios
1-eixo de aço
2-capa de plástico moldado
3-cavilha de fixação em aço
72
Planeamento Análise e Controlo do Processo
2- Um operador duma empresa leva 2 min a carregar e 1 min a descarregar uma máquina de
moldes de pneus. Há várias máquinas do mesmo tipo e todas executam a mesma operação. O
tempo de trabalho automático é de 4 min e os custos respectivos são:
operador: 8 €/hora
cada máquina: 20 €/hora.
73
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Resolução da a):
D. H. M.
C1 C P
2
C2 C
4 O
P
6 O
D1 D
8 C1 C
P
D2 D
10
C2 O C
12 P
Ciclo
D1 D O
14
C1 C
16 D2 D
18 C2 O C
Ciclo
P
20 D1 D
O
22 C1 C
D2 D
24
C2 O C
26 P
D1 D O
28
74
Planeamento Análise e Controlo do Processo
3- O objectivo deste exercício é a simulação dum sistema produtivo (produção dum carro em
cartolina) e sua optimização. O trabalho visa conseguir a produção de 10 carros em 20min,
por grupos de 5 elementos, partindo dum sistema inicial (não optimizado) com restrições
impostas, que posteriormente poderão ser optimizadas por cada um dos grupos em
simulações posteriores.
• Projecto do produto:
20 30
75
Planeamento Análise e Controlo do Processo
3ª Operação
Traçar Rodas Operador A
4ª Operação
Cortar Rodas Operador B
5ª Operação Operador C
Pintar Rodas
6ª Operação Montagem das Rodas no Operador D
Chassi
7ª Operação Operador E
Controlo Final da Qualidade
Amostra x R
1 6.36 0.10
2 6.38 0.18
3 6.35 0.17
4 6.39 0.20
5 6.32 0.15
6 6.34 0.16
7 6.40 0.13 n A2 D3 D4
8 6.33 0.18 2 1.880 0 3.267
9 6.37 0.16 3 1.023 0 2.575
10 6.33 0.13 4 0.729 0 2.282
11 6.32 0.18 5 0.577 0 2.115
12 6.30 0.10 6 0.483 0 2.004
13 6.34 0.11 7 0.419 0.076 1.924
14 6.39 0.14
15 6.37 0.17
16 6.36 0.15
17 6.34 0.18
18 6.35 0.13
19 6.34 0.18
20 6.35 0.16
76
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Represente na carta de controlo para a média, uma possível distribuição para estes pontos.
Amostra x R
1 6.40 0.13
2 6.33 0.18
3 6.37 0.16
4 6.33 0.13
5 6.32 0.18
6 6.36 0.10
7 6.38 0.18 n A2 D3 D4
8 6.35 0.17 2 1.880 0 3.267
9 6.39 0.20 3 1.023 0 2.575
10 6.32 0.15 4 0.729 0 2.282
11 6.34 0.16 5 0.577 0 2.115
12 6.30 0.10 6 0.483 0 2.004
13 6.34 0.11 7 0.419 0.076 1.924
14 6.39 0.14
15 6.37 0.17
16 6.48 0.15
17 6.35 0.18
18 6.35 0.13
19 6.34 0.18
20 6.34 0.16
b) Já numa fase de controlo propriamente dita, retiraram-se amostras diárias cujos valores
estão abaixo indicados. Represente-os nas cartas de controlo da média e amplitude e
averigúe justificando se o processo está ou não controlado.
77
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Dia x R
1 6.40 0.13
2 6.36 0.15
3 6.33 0.16
4 6.30 0.11
5 6.25 0.13
6 6.22 0.17
Já numa fase de controlo propriamente dita, foram retiradas amostras diárias cuja leitura se
encontra na tabela abaixo.
Dia x R
1 6.40 0.07
2 6.36 0.30
3 6.33 0.05
4 6.30 0.06
5 6.31 0.35
6 6.34 0.08
b) Comente a distribuição dos valores em torno das linhas de controlo, e diga em termos
reais o que está a acontecer com as dimensões dos veios.
c) Caso fosse o responsável por esse controlo, que tipo de acção tomaria?
7- Após a instalação de uma nova linha de produção, foram realizados ensaios de arranque
para controlo do processo em causa. Durante esses ensaios foram realizadas, de forma
apropriada ao efeito, amostragens dos produtos, as quais foram sujeitas a ensaios ponderais
destinados a quantificar a % dos elementos amostrados que não se encontravam dentro das
especificações (“% de não-conformes”). Com base no número de não-conformes, seria
desenhada uma Carta de Controlo para o processo.
78
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Foram ensaiados, na totalidade, 10000 produtos amostrados, sendo cada amostra constituída
por um determinado número constante de elementos.
Sabendo-se que o número total de não-conformes no total daqueles ensaios foi de 1000, e
que o Limite Inferior de Controlo foi de 1%,
79
Planeamento Análise e Controlo do Processo
BIBLIOGRAFIA
Ávila, P., Ismael C., Afonso, Fernandes, A., Ferreira, A. (1999) - Metodologia de Análise do
Fluxo de Processo e sua Aplicação. Santarém: Jornadas de Investigação no Ensino Superior
Politécnico.
Bekey, G. etal. (1994) Handbook of Design, Manufacturing and Automation. United States
of America: John Wiley & Sons, Inc.
Burbidge, J. (1996) Production Flow Analysis for Planning Group Technology. Oxford:
Clarendon Press.
Ishiwata, J. (1991) IE for the Shop Floor - Productivity Through Process Analysis. Portland,
Oregon: Productivity Press.
Wang, H.-P., Li, H.-K. (1991) - Computer - Aided Process Planning, Elsevier.
80
Planeamento Análise e Controlo do Processo
80
Planeamento Análise e Controlo do Processo
Largura da mesa
Comprimento da mesa
x y z Cursos transversos
81
Planeamento Análise e Controlo do Processo
82
Planeamento Análise e Controlo do Processo
83
Planeamento Análise e Controlo do Processo
84
Planeamento Análise e Controlo do Processo
85
Planeamento Análise e Controlo do Processo
86
Planeamento Análise e Controlo do Processo
87
Planeamento Análise e Controlo do Processo
88
Planeamento Análise e Controlo do Processo
89
Planeamento Análise e Controlo do Processo
90
Planeamento Programação e Controlo da Produção
PLANEAMENTO PROGRAMAÇÃO E
CONTROLO DA PRODUÇÃO
Capacidade Infinita
Capacidade
Subcarregado Sobrecarregado Sobrecarregado Equilibrado
Subcarregado
Capacidade Finita
Capacidade
Equilibrado Equilibrado Subcarregado Equilibrado
Subcarregado
PAULO ÁVILA
FERNANDO NEVES
(2005)
Planeamento Programação e Controlo da Produção
ÍNDICE
EXERCÍCIOS ........................................... 71
BIBLIOGRAFIA ......................................... 79
1
Planeamento Programação e Controlo da Produção
2
Planeamento Programação e Controlo da Produção
DEFINE
• Gamas operatórias
EFECTUADA
PLANEAMENTO • Processos de fabrico
PELA
• Consumos standard de materiais
DO PROCESSO ENGENHARIA
DE PROCESSO • Tempos de operação
DE FABRICO
ELABORA
PLANEAMENTO • Os planos de produção
E PROGRAMAÇÃO • Os programas de produção
DA PRODUÇÃO • A distribuição de cargas pelos postos de
trabalho
• Os programas de necessidades de materiais
SEGUE
CONTROLO DA • Cada lote em fabrico, verificando os desvios
entre o programado e o realizado e prevendo
PRODUÇÃO as anomalias que se irão verificar, com o
objectivo de desenvolver ou promover o
desenvolvimento da acções correctivas.
EXPEDIÇÃO EFECTUADA
DOS PELA
EXPEDIÇÃO OU
PRODUTOS LOGÍSTICA
3
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Antes de discutirmos quais são as diferentes fases da função planeamento e controlo da produção
e de detalharmos mais ao pormenor os seus objectivos, é importante termos desde já quais são os
seus principais objectivos globais.
Com alguma ordem cronológica de acção da função PCP, os seus principais objectivos são:
1
Outra expressão também utilizado é a designação “mix” de produtos.
4
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Para que se possam desencadear as acções do PCP com vista ao cumprimento dos objectivos, são
necessárias informações/dados, provenientes alguns, de outros sectores da empresa, desde a
direcção, serviços comerciais, aprovisionamento, manutenção, planeamento de processo de
fabrico.
• Programas e previsões de vendas com a indicação dos respectivos prazos (ou datas) de
entrega;
2
Acrónimo de “Bill of Materials”
5
Planeamento Programação e Controlo da Produção
• Frequentes atrasos nas entregas das encomendas com as consequentes reclamações dos
clientes, que por vezes não são informados adequadamente do estado da encomenda em
fabrico;
6
Planeamento Programação e Controlo da Produção
• Desmotivação dos trabalhadores provocada pelo tardio conhecimento das tarefas que vão
realizar, deficiente informação sobre a correcta execução e frequentes alterações das
ordens anteriormente recebidas.
Há alguma discussão por parte de diferentes autores, de quais são ou devem ser as fases que
integrarão a função PCP. Algumas das análises dessas fases, podem ser encontradas em (Carmo
Silva, S, 1994; Roldão, V, 1995; Vollmann, 1998). Na figura 3 é mostrada a decomposição
preconizada por Carmo Silva, por nos parecer bastante ilustrativa da complexidade associada ao
PCP.
7
Planeamento Programação e Controlo da Produção
PLANEAMENTO
ESTRATÉGICO
PLANEAMENTO PLANEAMENTO
AGREGADO DA DE CAPACIDADE
PRODUÇÃO AGREGADA
PROGRAMAÇÃO PLANEAMENTO
DIRECTORA OU DE CAPACIDADE
MESTRE DE CRÍTICA
PRODUÇÃO
PROGRAMAÇÃO PLANEAMENTO
DE DETALHADO DE
NECESSIDADES CAPACIDADE
DE MATERIAIS
(Material Requirements
Planning - MRP)
LANÇAMENTO DAS
ORDENS DE
FABRICO
ALOCAÇÃO
SEQUENCIAÇÃO
CONTROLO
DA
CAPACIDADE
DE
ESCALONAMENTO PRODUÇÃO
DETALHADO /
CALENDARIZAÇÃO
CONTROLO DA
PROGRESSÃO OU
SEGUIMENTO
Figura 3 – Fases da função Planeamento e Controlo da Produção (Adaptada de Carmo Silva, S., 1994)
8
Planeamento Programação e Controlo da Produção
De acordo com as designações das fases referidas por Carmo Silva, a explicação sucinta do seu
significado, será transcrita nos próximos sub-capítulos.
9
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Estado Corrente
Taxas de Produção
Níveis de stocks
Força de mão-de-obra
Restrições de Capacidade
Equipamentos
Mão-de-obra
Materiais
Horas extraordinárias
Subcontratação
(CPPA)
Gráficos (Gantt)
Programação linear e não linear
Técnicas heurísticas
(FPAP)
10
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Gráficos (Gantt)
Programação linear e não linear
Técnicas heurísticas
(FPDP)
Em algumas organizações pode ser difícil diferenciar entre PAP e PDP. O PDP deriva do PAP e
contem maior detalhe. Normalmente o Plano Agregado de Produção cobre um horizonte
temporal de 6 a 24 meses e é actualizado mensalmente. O Plano Director de Produção é
formulado dentro do horizonte temporal do PAP e é normalmente actualizado semanalmente. O
PDP deverá ser um tanto maior do que a soma cumulativa dos tempos de produção dos
componentes, sub montagens e montagens finais (ver figura 6)
11
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Gera ordens específicas de encomenda dos materiais, fabrico das componentes, e dos diferentes
níveis de montagem, através do seu principal input (PDP) e atendendo às restrições de
capacidade. Um fluxograma mais abrangente, que traduz o algoritmo do MRP, é mostrado na
figura 7. A determinação das necessidades de OF, segue uma estrutura simples de cálculo, que
aqui não iremos detalhar, mas que se apoia no preenchimento de quadros idênticos ao da figura
8.
12
Planeamento Programação e Controlo da Produção
13
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Durante estas três fases que temos vindo a falar desde o Planeamento à Programação das
Necessidades de Materiais, é visível a preocupação de se atender à capacidade existente, sob
pena daquilo que planeamos ou programamos não ser exequível. Aproveitamos para relacionar
duas grandezas, a carga e a capacidade que se afectam/existente num posto de trabalho por forma
a que o planeamento e a programação sejam bem sucedidos.
A primeira relação é perceptível a sua satisfação com vista à exequibilidade dum dado
plano/programa de produção. Contudo em termos práticos é aconselhável carregar ligeiramente
acima da sua capacidade dum determinado posto de trabalho para que não se dê algum laxismo
no seu desempenho.
O lançamento preconiza a Libertação para a produção, de ordens de fabrico, OF, para iniciar a
produção no pressuposto de que existem meios e materiais para a processar.
Decisão de alocar o trabalho ou ordens de fabrico aos centros de trabalho onde poderão/deverão
ser processados. A afectação é um problema quando existem vários postos de trabalho capazes
de desempenhar o mesmo trabalho e há vários trabalhos para realizar.
14
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Capacidade Infinita
Capacidade
Capacidade Finita
Capacidade
Equilibrado Equilibrado Subcarregado Equilibrado
Subcarregado
Os métodos gráficos são muito utilizados e fáceis de perceber. São uma excelente ajuda na
monitorização do carregamento dum posto de trabalho. Contudo, devido às suas limitações,
tendem mais a ser uma fonte de registo de capacidade do que propriamente uma ferramenta de
decisão.
15
Planeamento Programação e Controlo da Produção
• Gráficos;
• Regras de prioridade;
• Métodos de optimização (apenas para pequenos problemas – n trabalhos quetêm de ser
processados através de dois centros de trabalho);
• e simulação.
As regras de prioridade para a sequenciação dos trabalhos são comuns em sistemas do tipo job
shop. As regras de prioridade são heurísticas que fornecem orientações simples de como se
devem ordenar os trabalhos em cada posto de trabalho. Algumas dessas regras são mostradas na
tabela 1.
16
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Quando vários trabalhos são sequenciados num determinado posto de trabalho, a regra menor
tempo de processamento tem certas vantagens. O tempo médio de fluxo, o tempo médio de
conclusão e o tempo médio de espera são minimizados com essa regra.
É a definição e registo do instante começo e fim de cada trabalho, ou ordem de fabrico, em cada
centro de trabalho.
O objectivo desta fase é de chamar à atenção de desvios antes deles se tornarem significativos e
já ser difícil a sua correcção. Para que se monitorize a produção de forma fácil e objectiva, é
corrente recorrer-se a tabelas e gráficos, conforme mostram as figuras 10 e 11 respectivamente.
17
Planeamento Programação e Controlo da Produção
18
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Métodos:
CPM – "Critical Path Method" (Método Determinístico) - 1957; DuPont; Para planear e
controlar a manutenção de fábricas da indústria química; Redução de 125 para 78 h de
paragem de equipamentos para manutenção.
Algumas Definições:
19
Planeamento Programação e Controlo da Produção
2
C
A
E
1 4 5
B
D
Tipos de Redes:
ACTIVIDADE: É cada uma das partes componentes de um projecto. É uma tarefa que
requer tempo, (no caso da figura abaixo é yij), para ser completada e implica o
consumo de recursos; as actividades fictícias são uma excepção).
actividade (i,j)
com duração yij
i j
acontecimento acontecimento
inicial final
20
Planeamento Programação e Controlo da Produção
• Cada actividade é representada por uma seta (ou, mais raramente, por um arco)
numa rede.
• Associado com cada actividade está o tempo necessário para completar a referida
actividade.
• Cada actividade tem um nome associado a ela, tal como Escolha de terreno,
Construção das fundações, Pintura das peças, etc.
Nota:
• Nas redes (i,j) são usados números para identificar os acontecimentos, e círculos
para os representar na rede. Não têm duração nem consomem recursos.
21
Planeamento Programação e Controlo da Produção
ACTIVIDADE FICTÍCIA: É uma actividade que não faz parte integrante do projecto a
realizar, i.e., não consome tempo nem recursos, mas que é utilizada na representação
gráfica dum projecto quando é necessário garantir as regras da representação gráfica
da rede, ou as precedências entre as actividades (reais) do projecto. É representada por
uma flecha a traço interrompido.
M
L T
N
INCORRECTO
(M=N)
22
Planeamento Programação e Controlo da Produção
L M
N AF
T
CORRECTO
(M≠N)
T U
O S
INCORRECTO
(U tem duas actividades precedentes)
Para representar correctamente a situação, deve lançar-se mão do uso de uma actividade
Fictícia, que não requer tempo, conforme se mostra abaixo.
23
Planeamento Programação e Controlo da Produção
T U
af
O S
CORRECTO
(U tem apenas T como precedente, e S tem as duas precedentes)
A rede pode ser mais ou menos detalhada consoante o nível de execução ou de controlo a
que se destina.
DADOS:
SEQUÊNCIA DE PASSOS:
24
Planeamento Programação e Controlo da Produção
10- Definir “o(s) Caminho(s) Crítico(s)” através da sequência dos números dos
acontecimentos terminais das actividades críticas que, em sequência, “ligam” o
acontecimento “inicial” da rede ao acontecimento “final” da mesma.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
25
Planeamento Programação e Controlo da Produção
5. Construir a Rede
“Atribuir o número de ordem "1" às actividades que não são antecedidas por
qualquer outra”
Ordem 1: A, B, H
Ordem 2: E
Ordem 3: C, F
26
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Ordem 4: D
Ordem 5: G
1 2 3 4 5 6
“Cada actividade terá o seu acontecimento inicial na linha vertical correspondente ao seu
número de ordem”
1 2 3 4 5 6
A
C
B E D G
F
H
e o seu acontecimento final na linha vertical correspondente à ordem das actividades que
lhe são subsequentes
1 2 3 4 5 6
A C
G
E
D
B
F
H
27
Planeamento Programação e Controlo da Produção
1 2 3 4 5 6
A E C D
B F G
2 5
A E C D
1 B 3 F 6 G 7
H
A.F.
28
Planeamento Programação e Controlo da Produção
1 B 4 F 6 G 7
A E
2
A REDE seria “a mesma”, embora a NUMERAÇÃO DOS ACONTECIMENTOS tivesse
sido alterada
2
5
3
3
1 4 5
2
7
29
Planeamento Programação e Controlo da Produção
• A actividade “4,5” só poderá ter início após a realização das actividades “2,4” e
“3,4”.
Assim, a actividade “4,5” só poderá começar no instante “9” (máx. de 8 e 9). Para que o
início da actividade “4,5” não seja atrasado relativamente ao instante “9”, as actividades
“1,3” e “3,4” não podem sofrer quaisquer atrasos. Essas actividades que não podem
sofrer atrasos são designadas por críticas, que no caso do exemplo seriam as 1,3”-“3,4”-
“4,5”.
No que respeita às actividades “1,2” e “2,4”, poderão ter, em conjunto, um atraso (Folga,
MARGEM) de 1 Unidade de Tempo.
Todas as actividades que não se encontram no Caminho Crítico podem ter uma Margem
de tempo para a sua realização. Existem assim várias hipóteses para as datas de Início e
Fim dessas actividades.
É a data mais próxima do início do projecto (data mais cedo) em que pode ser iniciada
uma dada actividade, tendo em conta os constrangimentos impostos pelas actividades
precedentes. Corresponde à data em que todas as actividades que a precedem foram (ou
serão) realizadas da forma mais rápida possível.
30
Planeamento Programação e Controlo da Produção
1,3 2 t10=0
2,4 5 t20=0+3=3
3,4 7 t30=0+2=2
4,5 3 t40=máx(3+5,2+7)=9
É a data mais afastada do início do projecto (data mais tarde) em que pode ainda ser
iniciada uma dada actividade sem causar atraso na data final (de conclusão) do projecto.
4,5 3 t41=9
3,4 7 t31=9-7=2
2,4 5 t21=9-5=4
1,3 2 t11=2-2=0
1,2 3 t11=4-3=1
31
Planeamento Programação e Controlo da Produção
É a data mais próxima do início do projecto (data mais cedo) em que se pode terminar
uma dada actividade, tendo em conta os constrangimentos impostos pelas actividades
precedentes. É dada por:
tj0 = ti0 + yij
1,2 3 t20=t10+3=0+3=3
1,3 2 t30=t10+2=0+2=2
2,3 5 t30=t20+5=3+5=8
3,4 7 t40=t30+7=2+7=9
4,5 3 t50=t40+3=9+3=12
É a data mais afastada do início do projecto (data mais tarde) em que se pode ainda
terminar uma actividade sem causar atraso na data final (de conclusão). É dada por:
32
Planeamento Programação e Controlo da Produção
4,5 3 t51=t41+3=9+3=12
3,4 7 t41=t31+7=2+7=9
2,4 5 t41=t21+5=4+5=9
1,3 2 t31=t11+2=0+2=2
1,2 3 t21=t11+3=1+3=4
• A data de início "mais próxima" ou "mais cedo" das actividades que começam
nesse acontecimento. Essas datas são iguais para todas as actividades que aí se
iniciam
• E a menor data de início mais afastada das actividades que começam nesse
acontecimento. Essa data coincide com a data de conclusão mais afastada das
actividades que acabam nesse acontecimento. Essas datas são iguais para todas as
actividades que aí se concluem.
A marcação na rede das duas datas referidas acima pode-se fazer duma forma simples
sem se ter de recorrer à determinação individual, para cada actividade, das respectivas
datas.
Para a data de início mais próxima: obtém-se da escolha da maior duração encontrada
pelas actividades que nesse acontecimento se concluem. Isto é da esquerda para a direita
inscrevemos na quadrícula da esquerda, o valor mais elevado determinado.
33
Planeamento Programação e Controlo da Produção
EXEMPLO:
NY
Y
DY
NX
Z
DZ
NZ
df=0
APLICAÇÃO:
0 5 8 12
1 2 3 5
5 3 4
7 15
2 3 3
4 6
4
34
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Para a menor data de início mais afastada: A determinação das datas de início mais
afastadas faz-se utilizando um processo contrário ao utilizado para as anteriores: parte-se
DO FIM PARA O PRINCÍPIO da rede, e subtrai-se à data de conclusão do projecto as
durações das respectivas actividades.
EXEMPLO:
Y
NY
DY
NX
Z
DZ NZ
df=0
APLICAÇÃO:
0 0 5 5 8 8 12 12
1 5 2 3 4 5
3
7 9 15 15
2 3 3
4 4 6
35
Planeamento Programação e Controlo da Produção
• Margem Total (MT) – Representa o máximo atraso que uma actividade pode ter
em relação à sua data de início mais próxima, sem que isso vá comprometer o
prazo de acabamento do projecto.
• Margem Livre (ML) - Representa o máximo atraso que uma actividade pode
sofrer, de forma a que as actividades que se lhe seguem possam começar na sua
data de início mais próxima.
• Margem Independente (MI) – É a margem disponível que se obtém quando a
actividade precedente se conclui na data mais afastada e a actividade seguinte à
considerada se inicia na sua data mais próxima.
APLICAÇÃO:
a bi c d
Actividade X
i j
Duração Yij
MT(X) = d-a-yij
ML(X) = c-a-yij
MI(X) = c-b-yij
Então, MT ≥ ML ≥MI
36
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Actividade Crítica: É uma actividade cujo início de realização não comporta tempo
algum livre, isto é, com margem total nula. O atraso de uma actividade crítica
compromete o prazo total do projecto.
0 0 5 5 8 8 12 12
1 5 2 3 4 5
3
7 9 15 15
2 3 3
4 4 6
37
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Esta “igualdade” absoluta é raramente conseguida, mas deve ser tentada a melhor
aproximação possível à mesma.
Para o estudo desta optimização recorre-se a uma “outra” representação gráfica dos
Projectos, ao diagrama de GANTT, disposta num sistema de eixos, em que as abcissas
representam uma Escala de Tempo e as ordenadas, as Actividades:
Sobre ele, e para cada actividade, são dispostas Barras de comprimento proporcional ao
tempo de duração da mesma, e são marcadas, além daquelas Durações (registadas em
coluna à direita do diagrama – col. 2), as Datas de Início Mais Próximas, as Datas de
Conclusão mais Afastadas.
As Margens Total e Livre para cada actividade representam-se em forma de barra, como
o período de execução (duração) das actividades, embora com “preenchimento” diferente
(conforme legenda abaixo, por exemplo). É útil o seu registo numérico em colunas
adicionais (col. 4, 5 e 6).
38
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Margem Não-Livre
Act. Subsequentes
Margem Livre
Margem Total
Recursos
Duração
Actividades
(col. 2)
(col. 3)
(col. 4)
(col. 5)
(col. 6)
(col.1)
1 2 ... 15 16
A
...
Z
Rec
Rec
Opt
Período correspondentes às “MARGENS NÃO-LIVRES” (adicionadas às Margens Livres obtém-se as “Margens Totais”
39
Planeamento Programação e Controlo da Produção
por crescentes datas de início mais próximas, e, dentro destas, por crescentes durações;
outra “ordem” poderá ser, p.ex., a definida pelas crescentes Datas de Início mais
Afastadas ...). Este critério é bastante útil quando é necessário analisar um “excerto” do
Diagrama total, relativo a um determinado período de execução do projecto; neste caso, a
“altura” do excerto será a mínima possível.
O projecto que tem servido de exemplo na definição dos vários itens de planeamento
servirá também para apresentar um Diagrama de Gantt e um Histograma de Recursos:
40
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Recursos
Escala dos Tempos
Duração
des
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
A DE 1 1
C DEFG 2 1
B DE 3 8
F HI 1 2
G K 5 3
D J 4 3
E HI 5 7
J 2 5
H K 3 3
I 3 4
K 5 4
Recursos
Total de
10 9 13 13 13 13 13 12 12 7 7 4 4 4 4 4
Histograma de Recursos:
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
41
Planeamento Programação e Controlo da Produção
no total temos:
- este período 1 absorve 10 unidades de recursos;
- o período 2, 9 unidades de recursos,
- o período 3 a 7, 13 unidades de recursos,
- e assim por diante até ao período 16, em que são utilizadas 4 unidades de
recursos).
42
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Nos casos em que a empresa executora do projecto utilize os seus recursos de Mão-de
Obra de forma exclusiva no referido projecto, isto é, não tenha qualquer outra aplicação
para a Mão-de-Obra integrada no seu Quadro de Pessoal, existe toda a vantagem em que
aquele “valor médio” dos recursos necessários seja o mais possível idêntico à dimensão
do seu Quadro Permanente de trabalhadores.
Nos casos em que, por exemplo, a obra é executada em local muito afastado do habitual
local de trabalho dos componentes do Quadro da Empresa, em que é necessário prever
com antecedência, por exemplo, deslocações sistemáticas ou acomodações junto ao local
da obra, é conveniente que os recursos de Mão-de-Obra – neste caso - necessários na
obra, sejam em número o mais possível constante ao longo de grandes períodos, situação
que, na grande maioria dos casos só é conseguida com uma cuidada OPTIMIZAÇÃO DE
RECURSOS.
Na maior parte dos projectos existem actividades que NÃO SÃO CRÍTICAS, ou seja,
para as quais existe alguma “flexibilidade” no que respeita ao período da sua execução,
sem fazer perigar o cumprimento do período de execução total do projecto. Esta, a mais
importante utilização prática das MARGENS das actividades NÃO-CRÍTICAS dos
projectos, como se verá abaixo.
43
Planeamento Programação e Controlo da Produção
1. A utilização das MARGENS (quer das LIVRES, quer, sempre que possível e com
as consequências derivadas do seu próprio conceito, das NÃO-LIVRES) para
“REDEFINIÇÃO” dos períodos de execução das várias actividades “deslocáveis”.
O primeiro objectivo destas deslocações é conseguir:
- BAIXAR o máximo dos recursos utilizados por período, calculado no
diagrama de Gantt “INICIAL”, e/ou,
- SUBIR o mínimo dos recursos utilizados por período, calculado naquele
mesmo diagrama, fazendo tender o mínimo e o máximo para o valor
“MÉDIO” anteriormente definido.
Recursos
Escala dos Tempos
Duração
des
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
............................
D J 4 3
E HI 5 7
J 2 5
............................
13 13 13 13 12 12
7+ 4+ 4+ 4+ 4+
Recursos
Total de
- - - - - - 4+5
10 9 13 7 3= 3= 3= 3= 5=
3= 3= 3= 3= 5= 5= =9
10 7 7 7 9
10 10 10 10 7 7
44
Planeamento Programação e Controlo da Produção
2. Uma outra solução para “optimizar” recursos pode ser possível se as actividades
não-críticas – ou uma parte delas – forem do tipo a que passaremos a chamar
“FLEXÍVEIS”, cuja característica diferenciadora das “NÃO-FLEXÍVEIS” é a
seguinte: o produto da sua duração pelos recursos necessários (dimensionalmente
um “TRABALHO”, sempre possível de definir na unidade HORAS x HOMEM),
e que é uma constante, pode ser obtido para vários conjuntos “DURAÇÃO x
RECURSOS.
45
Planeamento Programação e Controlo da Produção
3 x 4 = 12 hH (horas.Homem)
46
Planeamento Programação e Controlo da Produção
que pode ser obtida com várias outras combinações de duração e recursos:
Activida
Recursos
Escala dos Tempos
Duração
des
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Alt 1 1 12
Alt 2 2 6
Alt 3 Margem 3 4
Alt 4 4 3
Alt 5 6 2
Alt 6 12 1
Qualquer uma das 4 primeiras hipóteses poderia ser utilizada, uma vez que o período de
execução poderia ir, no máximo, até 5 horas (3 de duração “inicial” + 2 de margem).
47
Planeamento Programação e Controlo da Produção
No caso de as actividades CRÍTICAS, ou pelo menos algumas delas, serem do tipo a que
chamámos “FLEXÍVEL” podemos ser conduzidos à necessidade de “redefinir” novos
períodos de execução total do projecto.
As duas “ferramentas” atrás referidas (1- deslocação dentro das margens, mantendo a
duração, e 2- utilização das características de “FLEXIBILIDADE” de algumas
actividades) são, normalmente, as primeiras a ser utilizadas para “OPTIMIZAÇÃO DOS
RECURSOS” alocados a um Projecto.
4 NOTAS FINAIS
Porque muitas alterações podem ocorrer em relação ao planeado e/ou programado, mas
mais em relação à programação da produção, esta pode-se tornar rapidamente
desactualizada. As prioridades são sujeitas a revisões com o passar do tempo, ou como os
trabalhos progridem em relação a outros. Replanear e reprogramar são ocorrências
comuns nos sistemas de controlo da produção. A adopção dos métodos de carregamento
e de sequenciação requer que sejam flexíveis e capazes de revisão quando ocorrem
alterações. Estas necessidades de revisão e consequente re-cálculo, fazem com que os
sistemas informáticos de PCP sejam muito desejáveis.
48
Planeamento Programação e Controlo da Produção
Exercícios
A D, E, F, G 5 5
B F, G 4 10
C H, I 6 5
D H 4 10
E H, I 3 5
F J, K 7 3
G L 5 3
H J, K 2 5
I K 3 5
J ⎯ 3 3
K ⎯ 2 18
L ⎯ 2 4
a) Trace a rede, identifique o caminho crítico e calcule as margens (total, livre e independente)
para todas as actividades.
b) Represente o projecto num gráfico de barras, bem como o respectivo histograma de cargas.
c) Admitindo que os meios disponíveis são constantes ao longo do tempo e igual a 25, faça a
distribuição dos meios pelo processo de optimização das cargas.
2- Uma pequena oficina metalomecânica foi incumbida de construir uma estrutura metálica, para
a qual teve de mobilizar todos os seus 10 recursos humanos polivalentes, e recorrer ainda à
subcontratação da maquinagem de acessórios ao exterior.
49
Planeamento Programação e Controlo da Produção
LISTA DE ACTIVIDADES:
A - Soldadura de componentes 10 6
B - Qualificação proced. soldadura 2 2
C - Traçagem, corte de materiais 7 1
D - Expedição 1 2
E - Preparação de trabalho 6 8
F - Soldadura de acessórios 4 5
G - Maquinagem de acessórios 8 0
H - Aprovisionamento 15 3
I - Lançamento 2 1
J - Recepção de materiais 3 1
K - Embalagem de peças de reserva 1 1
L - Elab. Especificações soldadura 5 2
M - Reserva de materiais 1 1
N - Montagem de componentes 2 3
O - Elaboração de desenhos 10 6
P - Preparação de peças de reserva 2 1
R - Montagem dos acessórios 6 3
c) Atendendo aos recursos existentes (10 homens), faça a optimização das cargas de forma a
cumprir o prazo de entrega.
50
Planeamento Programação e Controlo da Produção
E ABC 5 7
F C 1 2
G C 5 3
H EF 3 3
I EF 3 4
J D 2 5
K GH 5 4
a) Faça a rede PERT representativa do projecto e indique o Caminho Crítico. Calcule ainda a
Margem Total e Livre para as actividades A, B e C.
A E 7 6
B C,F,I 14 6
C D 5 0
D G 5 5
E C,F,I 4 4
F G 7 3
G ⎯ 2 2
H C,F,I 3 3
I J,K,D 6 8
J ⎯ 10 7
K G 1 1
51
Planeamento Programação e Controlo da Produção
A B 2 3
B I 3 3
C D, E, G 4 2
D I 3 1
E H, I 6 3
F D, E, G 3 4
G K, J 4 1
H ⎯ 5 2
I ⎯ 2 3
J ⎯ 1 1
K H, I 3 0
c) Sabendo que a mão de obra existente é constante e igual a 7 operários, faça a optimização das
cargas de forma a não ultrapassar a duração prevista do projecto.
6- Antes de lançar a fabricação do novo modelo de motas, a empresa Duval propõe-se construir
um protótipo O quadro abaixo indicado, dá-nos a interdependência entre as actividades de
construção desse protótipo, assim como a sua duração aproximada decorrente de uma análise
realizada pelo gabinete de métodos.
52
Planeamento Programação e Controlo da Produção
53
Planeamento Programação e Controlo da Produção
REFERÊNCIAS
Aguilar, R. (1995) Scheduling and Production Control. Continuous Flow Management, Gent,
Bélgica.
54
GESTÃO DOS APROVISIONAMENTOS
EXISTÊNCIA
Qe
Lançamento
da encomenda
PE
Pm Pm TEMPO
1ª Enc. 2ª Enc.
PAULO ÁVILA
FERNANDO NEVES
(2005)
Gestão dos Aprovisionamentos
ÍNDICE
STOCKS ...........................................51
EXERCÍCIOS ...........................................54
BIBLIOGRAFIA ..........................................61
1
Gestão dos Aprovisionamentos
2
Gestão dos Aprovisionamentos
Salientamos já que a gestão das compras diz somente respeito às aquisições efectuadas
no exterior, enquanto a gestão de stocks tem uma amplitude muito maior, abrangendo:
• Os materiais;
• Os produtos em curso de fabrico e semi-fabricados;
• Os produtos fabricados.
3
Gestão dos Aprovisionamentos
Do que se referiu depreende-se que os stocks, desde que bem dimensionados são
INVESTIMENTOS PRODUTIVOS.
4
Gestão dos Aprovisionamentos
5
Gestão dos Aprovisionamentos
6
Gestão dos Aprovisionamentos
7
Gestão dos Aprovisionamentos
Tendo em consideração:
Alguns dos equipamentos mais utilizados para arrumação e/ou movimentação dos
materiais são:
- estantes e armários;
- contentores;
- plataformas;
- estrados (ou paletes);
- armazéns automáticos;
- empilhadores;
- gruas;
- carros de três guardas;
- atrelados;
- pontes rolantes;
- transportadores de banda (passadeiras)
- monocarris
- AGV’s (veículos guiados automaticamente)
8
Gestão dos Aprovisionamentos
9
Gestão dos Aprovisionamentos
10
Gestão dos Aprovisionamentos
AGV
É conveniente definir:
11
Gestão dos Aprovisionamentos
ARMAZENAGEM
12
Gestão dos Aprovisionamentos
5002 5006
5004 5008
5001 5005
5003 5007
13
Gestão dos Aprovisionamentos
3 4
1 2
1 2
1524
Corredor
3 4 Secundário
5
Corredor Principal 1
14
Gestão dos Aprovisionamentos
O que acabámos de referir parece uma tarefa fácil das organizações, mas o que se
verifica normalmente é uma tendência para facilitar o pedido, i.e., não descriminando
adequadamente a informação que nele deverá estar contida. Para minimizar possíveis
esquecimentos ou negligências desses pedidos, normalmente recorre-se à emissão de
GUIAS DE SAÍDA, onde cada artigo se encontra referenciado pelo seu código e pelo
símbolo do local de armazenagem.
15
Gestão dos Aprovisionamentos
16
Gestão dos Aprovisionamentos
Completa □
DATA: ─/─/─
Não completa □
17
Gestão dos Aprovisionamentos
18
Gestão dos Aprovisionamentos
Inventário
Controlo
Legenda:
U.Ut – Unidades de utilização (quilo, metro, milhar, etc.)
QME – Quantidade mínima de encomenda
PE – Ponto de encomenda
PR – Período de revisão do ponto de encomenda
Qe – Quantidade económica
Tem – Período de reaprovisionamento médio
SS – Stock de segurança
Cmp – Consumo médio previsto
Pm – Prazo médio de entrega
Nota: Em empresas em que várias daquelas funções são exercidas pela mesma pessoa
o número de responsáveis a rubricar será, naturalmente, mais reduzido.
19
Gestão dos Aprovisionamentos
20
Gestão dos Aprovisionamentos
Com efeito, os stocks de qualquer empresa podem-se dividir em três grandes grupos:
21
Gestão dos Aprovisionamentos
Valores
acumulados
dos consumos
Nº de
artigos
Os produtos da zona:
22
Gestão dos Aprovisionamentos
A De 5% em 40 artigos 4000€
B De 7% em 100 artigos 1050€
C De 10% em 260 artigos 500€
23
Gestão dos Aprovisionamentos
4
Custo
3,5
2,5
Custo Total
2
1,5
1 Custo mínimo
0,5
0
0 1 Q=Qe2 3 4Quantidade Encomendada
5 6
24
Gestão dos Aprovisionamentos
Este modelo foi inicialmente proposto por F. W. Harris em 1915, contudo, é conhecido
como a quantidade económica de Wilson dado que foi ele quem inicialmente divulgou
a sua aplicação nas suas actividades de consultoria em várias empresas norte-
americanas (Gonçalves, José F., 2000).
25
Gestão dos Aprovisionamentos
EXISTÊNCIA
Qe
Lançamento
da encomenda
Pm Pm TEMPO
T T
1ª Enc. 2ª Enc.
T
Figura 10 - Representação gráfica dos pressupostos do modelo de Wilson (Gonçalves, José F., 2000).
S ×a Q
Yi = + ×u×t
Q 2
Yt=Yi+S x u
em que:
26
Gestão dos Aprovisionamentos
portanto, temos:
S
- nº anual de encomendas [nº de encomendas/ano]
Q
S×a
- custo de passagem destas encomendas [€/ano)
Q
Q
- stock médio [unidade de produto]
2
Q
Q/2
Q
× u - valor médio do stock que evolui entre o e Qu [€/ano]
2
Q
× u × t - custo anual de posse do stock
2
u×t = H+i×u – custo de posse por artigo [€/unidade de produto×unidade de
tempo]
Q × u - custo de uma encomenda de quantidade Q [€/encomenda]
27
Gestão dos Aprovisionamentos
O custo interno, Yi, ou o custo total, Yt, (é indiferente considerar um ou outro uma vez
que a 1ª derivada é igual) será mínimo quando
dYi S × a ut
=0 ↔ − + =0 ↔
dQ Q2 2
2× S × a
Q = Qe = (Fórmula de Wilson)
u×t
Graficamente:
4
Custo
3,5
2,5
Custo Total Interno (Yi)
1,5
Custo de Posse Anual do Stock Q
ut
2
1 Yi = mínimo
S
0,5 Custo Anual de Passagem de Encomendas a
Q
0
0 1 Q = Qe
2 3 4Quantidade5Encomendada
6
28
Gestão dos Aprovisionamentos
Essas “ofertas” são materializadas nos seguintes termos (evidenciáveis na figura 12)
100%
99%
98%
97%
96%
95%
94%
93%
92%
91%
90%
89%
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
29
Gestão dos Aprovisionamentos
- e assim sucessivamente.
O custo total que a empresa suporta com os stocks não se limita, no entanto, a essa
“factura” de aquisição; inclui ainda os “custos internos” que se compõem de duas
parcelas, sendo:
S
Na = a
- uma a que respeita à passagem das “N” encomendas ( Q ) e que diminui
Q Q
ut = ( H + iu )
- e outra a que respeita à posse do stock ( 2 2 ) cuja variação com a
quantidade encomendada (Q) não é evidente.
Para decidir se o desconto oferecido deve ser ou não aceite pela empresa compradora,
deverão ser calculados os custos totais com o stock, durante o período em causa, ou
sejam:
Q S Q S
Yt = Yi + Su = ut + a + Su = (H + iu ) + a + Su
2 Q 2 Q
30
Gestão dos Aprovisionamentos
Para facilitar a nossa aprendizagem vamos recorrer à resolução dum exemplo genérico.
A tabela 1 apresenta um exemplo de descontos de custo unitário (u1>u2>u3) em
função da quantidade Q a encomendar:
A curva superior corresponde ao custo unitário de maior valor, u1, a curva inferior
corresponde ao custo unitário de menor valor, u3, e a curva intermédia corresponde ao
custo unitário de valor intermédio, u2.
31
Gestão dos Aprovisionamentos
u = u1
u = u2
u = u3
Neste caso as quantidades Q1*, Q3* não podem ser utilizadas para os custos unitários
u1 e u3 respectivamente (ver figura ) uma vez que não pertencem à zona útil de cada
uma das curvas. No caso de u=u3 a quantidade com menor custo dentro dos limites de
desconto é K2 e no caso de u=u1 a quantidade com menor custo e dentro dos limites é
K1.
De entre as quantidades Q2*, K1 e K2 aquela que tiver menor custo será a quantidade
económica global. Neste caso, e de acordo com a figura , k2 seria essa quantidade. É
de salientar que poderíamos ter excluído k1 sem efectuar qualquer cálculo pois a curva
32
Gestão dos Aprovisionamentos
u=u1 é sempre superior ao custo de Q2* porque este é o mínimo da função custo total
para u=u2.
2× S × a
Qi* =
u×t
33
Gestão dos Aprovisionamentos
Exemplo:
Uma empresa utiliza óleo lubrificante à taxa de 3200 litros por mês. O custo de
processamento de uma encomenda é de 37,5€. A taxa de posse é de 1,5% por mês. O
fornecedor de óleo apresentou a seguinte lista de preços:
Resolução:
Passo 1)
u=u3=20
2 × 3200 × 37,5
Q 3* = = 894,4
0,015 × 20
Dado que Q3* se encontra fora dos limites de utilização teremos que
Q3*=K2=1000
e prosseguimos o cálculo com u=u2.
u=u2=4500
2 × 3200 × 37,5
Q 2* = = 843,3
0,015 × 22,5
Dado que Q2* se encontra dentro dos limites de utilização avançaremos para o passo
2)
34
Gestão dos Aprovisionamentos
Nota: Não é necessário calcular Q1* uma vez que o seu custo total será superior ao
custo total de Q2*.
Em face dos custos totais acima calculados temos que a quantidade económica será
Qe=1000
TEMPO
T ROTURA
35
Gestão dos Aprovisionamentos
Para que não surja a Rotura, há que encomendar nova quantidade do material em
causa, em data apropriada. O lançamento da encomenda deverá processar-se “a
tempo”, ou seja, de forma a que o prazo de entrega “termine”, o mais tardar, na data
em que se prevê entrar-se em rotura.
Para que esta “rotação” de stocks se processe de forma “eficiente” utilizam-se métodos
de reaprovisionamento que obedecem a determinadas regras. Existem basicamente 4
métodos de reaprovisionamento dos quais falaremos neste capítulo:
36
Gestão dos Aprovisionamentos
EXISTÊNCIA
Qe
Lançamento
da encomenda
PE
Pm Pm TEMPO
1ª Enc. 2ª Enc.
T1 T2
Figura 15 - Simulação gráfica do método de reaprovisionamento permanente.
Em que:
PE = Cmp×Pm + SS
Com:
37
Gestão dos Aprovisionamentos
Este método é o mais rigoroso mas também o mais oneroso. É mais rigoroso porque
adequa-se a maiores variações de consumo sem colocar em risco a ruptura de stock, e
por conseguinte não fazer muito sentido em considerar SS aquando da sua aplicação.
Contudo, para a sua viabilidade deverá existir um registo actualizado da existência do
artigo em armazém. Teoricamente, sempre que se verifica uma entrada ou uma saída
do artigo, deve-se, imediatamente, recalcular o saldo (daqui a designação de
“CONTÍNUA” e a onerosidade do método). Muitas vezes, na prática, tal cálculo dos
saldos só é feito uma vez por dia, o que não introduz, normalmente, desvios
significativos.
38
Gestão dos Aprovisionamentos
EXISTÊNCIA
Qe
Lançamento
da encomenda
N2
N1
SS
Pm Pm TEMPO
Te Te
1ª Enc. 2ª Enc.
Te
Em que:
Ni – Nível de stock à data de lançamento da i-gésima encomenda [unidades de
artigo]
Te – período de reaprovisionamento (constante) [unidades de tempo].
ou
dias _ úteis / ano dias _ útei / ano
Te = =
N º encomendas / ano S
Qe
39
Gestão dos Aprovisionamentos
Este método, que não é propriamente um método elaborado no sentido analítico (ver
figura 17), estabelece a necessidade de reaprovisionar um determinado artigo quando
há interesse e/ou necessidade de o fazer nas quantidades normalmente pretendidas.
Lançamento
da encomenda
TEMPO
1ª Enc.
Pm
40
Gestão dos Aprovisionamentos
QUANTIDADES FIXAS)
Qe
Lançamento
da encomenda
Pm Pm TEMPO
T T
1ª Enc. 2ª Enc.
T
O stock de segurança é o stock a ser mantido para prevenir potenciais roturas de Stock,
quer por atrasos nos fornecimentos, quer por o ritmo de consumo ser superior ao
previsto (embora = ao máximo RAZOÁVEL predefinido, ver figura 19).
41
Gestão dos Aprovisionamentos
RITMO DE
EXISTÊNCIA
CONSUMO
PREVISTO
RITMO DE CONSUMO
PONTO DE MÁXIMO RAZOÁVEL
ENCOMENDA
SS
STOCK DE SEGURANÇA
Este STOCK DE SEGURANÇA (SS), que pode ser variável de artigo para artigo, e
variável também ao longo do tempo, tem uma dimensão que varia com o tipo e a
dimensão da empresa, com o fornecedor do artigo, com a estratégia da empresa, com o
valor da taxa de juro, etc.
42
Gestão dos Aprovisionamentos
Exemplo:
43
Gestão dos Aprovisionamentos
Resolução:
Quantidade Económica:
20 000
N= = 5 encomendas / ano
4 000
Prazo de Entrega:
10 dias úteis
Período de reaprovisionamento:
1
Te = = 0.2 anos = 0.2 × 200 = 40 dias úteis
N
Pm = 10 dias úteis
Ponto de Encomenda:
44
Gestão dos Aprovisionamentos
4250
4000 4000
3500
3000 3000
2000 2000
250
0 30 40 60 70 80 93.3 103.3 120
TEMPO
-500
T1 T2
PE PE PE
120 dias úteis
Nesta data é encomendada a Quantidade Económica, Qe, igual a 4 000 unidades, que
será recebida na data
30 + Pm = 30 + 10 = 40
45
Gestão dos Aprovisionamentos
Nesta data, 40, o consumo modifica o seu ritmo, de 100 para 150 unidades / dia útil e,
portanto, até se atingir, novamente, o Ponto de encomenda, 1 000 unidades, decorrerão
A existência nessa data 60, 1 000 unidades, dará, ao ritmo de consumo de 150
unidades / dia útil, para
1 000
= 6.666... dias úteis
150
Na data 70 (60+Pm = 60+10), chega a encomenda feita na data 60, de 4 000 unidades.
Desde esta data, 70, até ao final do 2º período (em que o ritmo de consumo seria de
150 unidades / dia útil), data 80, o stock baixaria para
46
Gestão dos Aprovisionamentos
2 000 − 1 000
= 13.333... dias úteis
75
ou seja, na data
80 + 13.333... = 93.333...
93.333... + 10 = 103.333...
Deste esta data, em que a existência é 1 000 unidades (Ponto de encomenda), até à
chegada das 4 000 unidades encomendadas na data 93.333…, o stock baixará para
Este stock “continuará” a ser consumido ao ritmo de 75 unidades / dia útil, durante os
restantes dias úteis do período, em número de
47
Gestão dos Aprovisionamentos
4250
4000 4000
3500
3000
2000
1250
1000 1000
500
0 30 40 70 80 110 120
TEMPO
-500
T T
PE PE PE
-2000
A data da 1ª encomenda é de
A quantidade encomendada é de
48
Gestão dos Aprovisionamentos
Na data, 40, inicia-se o 2º período de 40 dias em que o ritmo de consumo passa para
150 unidades / dia útil.
4 000
= 26.666... dias úteis,
150
antes, portanto, de atingir a data de nova encomenda, que deverá processar-se na data
30 + 40 = 70
Este stock será, a partir desta data, 80, consumido ao ritmo predefinido de 75 unidades
/ dia útil.
Na data 70 + 40 = 110 de nova encomenda, portanto 30 dias úteis após a data em que a
existência era de 3500, esta estaria reduzida a
49
Gestão dos Aprovisionamentos
que seriam suficientes, portanto, para o consumo durante o prazo de entrega, 10 dias
úteis, ao ritmo de consumo de 75 unidades / dia útil, cujo valor seria de
10 × 75 = 750 unidades
Com a chegada da encomenda feita na data 110, de 3750 unidades, a existência subiria
para
que seria a existência com que findaria o período de 120 dias, referido no enunciado,
ou seja, o STOCK FINAL.
50
Gestão dos Aprovisionamentos
Por essas duas razões, o método de reaprovisionamento a escolher neste caso deveria
ser o de REVISÃO CONTÍNUA.
51
Gestão dos Aprovisionamentos
Contudo, nem sempre é o mais viável, nomeadamente quando se verifica que não é
económico fazer os registos de todos os movimentos dum produto em stock.
Normalmente esta situação acontece para alguns produtos classe B e para os produtos
classe C, pelas razões que normalmente levam à sua classificação. Para os produtos
que se registam no sistema de gestão de stocks, o modelo de reaprovisionamento que
normalmente é seguido é o da revisão contínua (desde que os dados estejam
actualizados o programa encarregar-se-á dos processar automaticamente), visto que
52
Gestão dos Aprovisionamentos
este modelo é o que proporciona um controlo mais apertado dos níveis de stock, dado
que as encomendas podem ser colocadas na altura adequada por forma a evitar
rupturas de stocks.
53
Gestão dos Aprovisionamentos
Exercícios
1- Um comerciante prevê para um produto, uma venda anual de 18.000 unidades. Os custos
de passagem de uma encomenda são de 12€. O custo de posse é de 0,30€ por unidade e mês,
baseado no nível médio de stock. O custo para o comerciante é de 25€ por unidade adquirida
ao fornecedor.
2- Um artigo cujo custo unitário é de 1€, é consumido à razão de 1260 unidades por ano. As
despesas de passagem de uma encomenda são de 12€ e o custo de posse é de 0,20€ por artigo
e ano.
Determine a quantidade económica de encomenda e determine graficamente o número de
encomendas anuais que equivale ao mínimo do custo total interno do stock.
54
Gestão dos Aprovisionamentos
Considere:
- taxa de posse do stock ao ano de 10%;
- custo de lançamento de uma encomenda igual a 15€.
5- Uma empresa compra 60.000 anilhas de segurança por ano a um fornecedor, cujos preços
são os seguintes:
u1=0,20€ para Q ≤ 9.999
u2=0,18€ para 10.000 ≤ Q ≤ 19.999
u3=0,17€ para Q ≥ 20.000
A empresa baseia os custos de encomenda e posse nos seguintes valores:
a = 17€/enc;
H = 0,10€/unid*ano ( custo de armazenagem por unidade);
i = 15%/ano (taxa de imobilização de capital)
Qual a quantidade a encomendar de cada vez, de forma a que os custos totais no final do ano
sejam mínimos.
Nota:
Custo de posse por artigo e ano = u.t = H +i.u (caso geral)
Custo de posse por artigo e ano = u.t = 2H +i.u (quando o armazém se destina
exclusivamente a esses artigos).
6- Quatro mil unidades de determinado artigo são gastos anualmente numa empresa. Os
custos de passagem de uma encomenda são de 10€ e os de posse de 0,50€ por artigo e ano.
O fornecedor fez uma oferta para reduzir em 5% o preço de cada artigo, que sem quaisquer
descontos é de 2€, para encomendas de 1000 unidades no mínimo, e mais 5% se a encomenda
for igual ou superior a 2.000 unidades.
A capacidade actual do armazém é de 500 unidades e qualquer aumento dessa capacidade,
aumentará na razão directa os custos de posse por artigo1.
Qual a quantidade a encomendar de cada vez, de forma a que os custos totais no final do ano
sejam mínimos?
1
Para Q>500, temos ut=100Q/500
55
Gestão dos Aprovisionamentos
b) Admitindo que:
• a empresa deixou de importar gasóleo e passou a ser fornecida, nas quantidades
desejadas, por um fornecedor nacional;
• o consumo médio previsto é de 5.000 litros / semana (semana de 7 dias);
56
Gestão dos Aprovisionamentos
De acordo com o método de reaprovisionamento que lhe pareça mais adequado, determine a
data e a quantidade de lançamento da 1ª encomenda.
b) Admitindo que os consumos reais do produto oscilam em 12,5% (para mais e para menos)
o consumo médio previsto, qual o stock de segurança mínimo que a empresa deverá
implementar por forma a evitar ruptura de stock no caso de se verificar o cenário mais
desfavorável.
57
Gestão dos Aprovisionamentos
Devido às condições previstas, a VELOPORTO, para minimizar os custos totais anuais tidos
com o stock de pedais, terá de encomendar à CICLOGAIA uma vez por mês, no 5º dia útil, a
quantidade total necessária para o fabrico do mês seguinte.
O tempo necessário entre a data de encomenda e a disponibilização para a produção, dos
pedais encomendados, é de 15 dias úteis.
Por contrato entre aqueles dois fabricantes, a VELOPORTO terá de exportar 80% da sua
produção.
Prevê-se que o custo de armazenamento na VELOPORTO, por pedal e por ano, seja igual a
metade do custo de aquisição de cada pedal.
Em 2000, a VELOPORTO gastará, só com o armazenamento dos pedais, 5000€.
Os encargos da VELOPORTO com a imobilização do dinheiro necessário à aquisição dos
pedais serão de 500€ durante o ano de 2000.
A produção da VELOPORTO para o mercado nacional será de 24 000 bicicletas.
d) Qual a Taxa de Juro que se previu vir a ser praticada pela Banca em 2000?
Sabendo que existirão 20 dias úteis por mês, que a produção diária será constante, que a
Administração da VELOPORTO decidiu não manter qualquer Stock de Segurança, que não
existirão riscos no que respeita ao prazo de entrega da CICLOGAIA, responda às seguintes
questões:
58
Gestão dos Aprovisionamentos
59
Gestão dos Aprovisionamentos
D 17 20
E 25 2
F 1 8
G 5 1000
H 100 3
I 100 25
J 10 15
L 3 2
M 3 2
N 4 50
O 4 15
P 10 170
Q 10 2
R 10 1
S 45 10
T 1 2
U 65 1
V 8 2
X 2 6,5
Z 24 0,5
a) Faça a classificação ABC dos produtos e determine a percentagem de artigos de cada uma
das classes e a sua percentagem em valor.
b) Construa a curva ABC em que nas abcissas figura a designação dos produtos e nas
ordenadas o seu valor acumulado.
60
Gestão dos Aprovisionamentos
BIBLIOGRAFIA
Assis, Rui & Figueira, Mário (1992) Microflow - Produção Just-in-Time. IAPMEI.
61
Gestão da Qualidade
GESTÃO DA QUALIDADE
PAULO ÁVILA
ANTÓNIO AFONSO FERNANDES
(2005)
Gestão da Qualidade
ÍNDICE
1 - INTRODUÇÃO À QUALIDADE
1.1 – NOÇÃO DE QUALIDADE ............................ 2
1.2 - EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE QUALIDADE ................ 6
1.3 - PERSONALIDADES QUE CONTRIBUÍRAM PARA O DESENVOLVIMENTO
DA QUALIDADE ................................ 9
1.4 - A QUALIDADE TOTAL ........................... 13
1.5 - FUNÇÕES E FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FUNÇÃO QUALIDADE ... 15
1.6 - A ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE QUALIDADE ........... 18
1.7 - CUSTOS PARA A OBTENÇÃO DA QUALIDADE ............. 20
2 - QUALIDADE NA PRODUÇÃO
EXERCÍCIOS ........................................... 55
BIBLIOGRAFIA ......................................... 57
1
Gestão da Qualidade
1 - INTRODUÇÃO À QUALIDADE
Sabendo hoje que o aumento da competitividade das empresas face as seus directos
concorrentes passa pela melhoria coordenada (estratégica) de quatro grandes
"vectores", qualidade, flexibilidade, tempo (rapidez de resposta à solicitação do
mercado) e custo (que normalmente aumenta com o aumento do tempo), conforme
mostra a figura 1, é de crucial importância que as organizações se preocupem cada
vez mais com a qualidade que praticam para com os seus clientes.
Custo
Tempo Flexibilidade
Qualidade
2
Gestão da Qualidade
1. Desempenho
e.g., a cor e a nitidez duma televisão
2. Acessórios
e.g., ter ou não controlo remoto
3. Fiabilidade / Longevidade
5. Segurança
e.g., não dar choques
3
Gestão da Qualidade
7. Características Estéticas
e.g., design, cromados
Qualidade de
serviço
Qualidade de
conformidade
4
Gestão da Qualidade
5
Gestão da Qualidade
Qualidade em serviço
O êxito comercial dum produto não dependem apenas do produto em si, mas também
de numerosos factores que intervêm antes e depois da venda do produto, e que, de
alguma forma se relaciona com o atendimento do cliente, a instalação, a utilização a
conservação e a assistência que a empresa presta ao seu cliente.
A evolução do conceito da qualidade pode ser analisada sob dois pontos de vista: o
dos clientes e o dos fornecedores.
Quanto ao primeiro, é sentido por todos nós que a exigência dos clientes, estejam ou
não no final da cadeia de consumo, tem-se tornado cada vez mais exigente e cada vez
mais protegido por leis, e organismos de defesa do consumidor que prontamente
ajudam a que os clientes estejam hoje mais despertos e sensíveis com a qualidade dos
bens comercializados.
6
Gestão da Qualidade
Tem havido uma evolução das práticas da qualidade nas organizações no sentido de
cada vez mais garantir a qualidade dos produtos e do seu próprio funcionamento. Esta
evolução, representada na figura 4, iniciou-se com a prática da inspecção final dos
produtos (início do sec. XX) e tem como objectivo último a prática da qualidade total.
7
Gestão da Qualidade
Componente
Económica C
o
n
f
i Qualidade
a Total
n
ç
a
Garantia da
Qualidade
Acções Correctivas Acções Preventivas
Controlo da D
Qualidade e
s
c
o
n
Inspecção f
Final i
a
n
ç
a Componente Económica
- Inspecção final;
- Controlo da qualidade:
inspecção +
planeamento da qualidade +
análise de resultados +
acções correctivas;
- Garantia da qualidade:
controlo da qualidade +
envolvimento das funções do sistema +
funções preventivas +
auditoria;
- Qualidade Total:
garantia da qualidade +
8
Gestão da Qualidade
custos mínimos +
mobilização de todos.
DESENVOLVIMENTO DA QUALIDADE
AS 10 RECOMENDAÇÕES DE JURAN:
9
Gestão da Qualidade
10
Gestão da Qualidade
11. Eliminar padrões de trabalho com base em quotas numéricas – antes instituir
uma supervisão conhecedora e inteligente
12. Remover todas as barreiras que impeçam o sentir orgulho pelo seu trabalho
13. Instituir um programa de formação e reciclagem
14. Criar estruturas de grupos envolvendo todos os colaboradores da empresa no
processo de mudança
OS 14 PASSOS DE CROSBY:
1. Empenhamento da Direcção
2. Grupos de Melhoria da Qualidade
3. Medir a Qualidade
4. Avaliar os Custos da Qualidade
5. Consciencializar para a Qualidade
6. Acções Correctivas
7. Planeamento “zero defeitos”
8. Formação das chefias directas
9. Dia “zero defeitos”
10. Fixação de Objectivos
11. Eliminação das causas de erros
12. Reconhecimento
13. Conselhos da Qualidade
14. Recomeçar de novo
11
Gestão da Qualidade
12
Gestão da Qualidade
Deste modo, a participação dos diferentes sectores duma empresa poderão contribuir
para a implementação dum Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), que visa a
qualidade total, através:
• Comercial:
- avaliação do nível da qualidade dum produto e seu relacionamento com as
exigências do mercado;
- comparação com os produtos equivalentes da concorrência;
- identificação clara dos requisitos do cliente (explícitos e implícitos);
-…
• Projecto:
- Definição das características técnicas dos produtos que devem corresponder à
esperança do mercado, quando em utilização.
-…
13
Gestão da Qualidade
• Aprovisionamento:
- definição do nível de qualidade dos materiais a adquirir ao exterior;
- qualificação e selecção dos fornecedores;
- acompanhamento / avaliação dos fornecedores;
- controlo da recepção dos materiais;
-…
• Fabricação:
- realização da qualidade sem defeitos;
- seguir correctamente as instruções do processo de fabrico e do programa de
produção;
- efectuar os controlos de qualidade que lhe estão definidos;
- zelar pela conservação e manutenção dos equipamentos produtivos;
-…
• Contabilidade:
- melhoria do sistema de atribuição de custos aos fornecedores, devido a
defeitos e a baixos índices de qualidade;
- fixação de critérios para a determinação de indicadores objectivos e
operantes;
- quantificação dos custos da qualidade;
-…
• Assistência após-venda:
- análise do grau de satisfação do utilizador;
- recolha de dados para a determinação da vida provável do produto.
-…
• Qualidade:
- avaliação do nível de qualidade dos produtos fabricados, adquiridos e
vendidos pela empresa, acompanhando a sua utilização, bem como a daqueles
que são lançados pelo mercado concorrente;
- implementação dum sistema de gestão da qualidade adequado às
necessidades da empresa;
14
Gestão da Qualidade
-…
“ Para se atingir com toda a eficácia a qualidade total, exige, como vimos, a
mobilização de toda a gente, alargando a toda a empresa um conjunto de princípios
básicos, cuja importância resulta do facto de muitas das necessidades de melhoria da
qualidade se localizarem fora das suas áreas tradicionais de acção. Por exemplo, áreas
como: pessoal, informática, transportes, são frequentemente a causa de muitos e
dispendiosos problemas da qualidade” (Afonso Fernandes, A., 1998).
15
Gestão da Qualidade
• A Preventiva;
• A de Segurança;
• A Aceitante;
• A Consultiva.
A Função Preventiva
Diz tudo respeito do que se chama Gestão da Qualidade e que se sintetiza na procura
do ponto óptimo do binómio qualidade – preço de cada produto da empresa e
engloba:
16
Gestão da Qualidade
preventiva com vista à não repetição dos mesmos problemas pelas mesmas
causas);
- Implementação de acções preventivas (acções que visam eliminar potenciais
causas de não conformidades);
- Recolha de dados e sua análise;
- Estudo da capacidade qualitativa dos equipamentos (capacidade funcional,
tecnológica, dinâmica, etc) em geral e em particular das máquinas
ferramentas;
- Determinação dos níveis optimais de qualidade dos produtos da empresa;
- Determinação dos níveis de qualidade dos produtos concorrentes e das
expectativas futuras do mercado;
- Definição dos níveis de qualidade para os produtos da empresa.
A Função de Segurança
A Função de Segurança
17
Gestão da Qualidade
A Função Consultiva
18
Gestão da Qualidade
19
Gestão da Qualidade
Administração
Comissão
Qualidade
Engenharia da
Qualidade
Laboratório e
Metrologia
Controlo da
Qualidade
Gestão da
Documentação
Assistência a
Clientes
20
Gestão da Qualidade
Há dois erros que convém evitar. Um deles é procurar contabilizar esses custos até ao
euro, o que é impossível e não traz nenhuma valia para a sua análise. Um outro erro é
tentar que seja a contabilidade a determinar esses custos. Os sectores de contabilidade
das empresas, geralmente, não estão preparados para determinar esse tipo de custos.
21
Gestão da Qualidade
- Administrativos
- Engenharia da qualidade
- Estudos
- Planeamento de acções
- Análise de dados
- Análise de produtos concorrentes
- Verificações e Revisões ao projecto
- Construção de protótipos e sua análise
- Homologações
- Qualificação, selecção de fornecedores e auditorias a fornecedores
- Análise das encomendas, a empresa antes de se comprometer com um
cliente deve analisar cuidadosamente se consegue cumprir com os
requisitos do mesmo
- Definição de especificações de controlo
- Homologações da série zero
- Formação
- Auditorias internas e externas
-…
22
Gestão da Qualidade
Não há dúvida que quanto mais tarde no ciclo de produção do produto for detectada a
não conformidade ou falha, que o custo associado é cada vez maior, uma vez que o
produto incorpora cada vez maior valor de produção. Uma alegoria a este facto é
23
Gestão da Qualidade
24
Gestão da Qualidade
25
Gestão da Qualidade
Actual
Futuro
Os custos das falhas são optimizados quando identificamos projectos adequados para
os reduzir, e que passam principalmente pela introdução de acções correctivas, acções
preventivas e de melhoria.
Este processo de melhoria não deverá nunca dar-se por concluído. Num SGQ que
assenta no princípio da melhoria contínua, há sempre que voltar ao princípio do ciclo
26
Gestão da Qualidade
Figura 10 – Relação entre os custos de avaliação e prevenção com os custos de defeitos ou falhas.
27
Gestão da Qualidade
A curva dos custos de defeitos mostra que quando a conformidade é de 100%, todo o
produto conforme, o seu custo é nulo. Mas à medida que a conformidade se aproxima
dos 0%, i.e., 100% de produto não conforme, os custos tendem para infinito.
A situação oposta ocorre para a curva que representa os custos de prevenção mais os
de avaliação. É zero para 0% de conformidade e à medida que nos aproximamos do
100% conforme, dos zero defeitos, os custos disparam devido ao dispêndio que é
necessário fazer para garantir essa qualidade.
Como consequência das duas curvas referidas, a curva do custo total para a obtenção
da qualidade terá a forma representada esquematicamente na figura 10, onde
sobressai a existência dum mínimo para esse custo, que é designado por nível óptimo
ou optimizado ou “optimal” da qualidade.
28
Gestão da Qualidade
2 - A QUALIDADE NA PRODUÇÃO
Crónicos – são aqueles que acontecem continuamente, porque não foi descoberta
maneira de os eliminar. É por vezes, o número tradicional ou inevitável dos “tantos
%” de defeituosos, que mesmo com essa percentagem pode ser preferível a outro
processo ou a outras acções. Dá origem a uma percentagem de defeitos que a empresa
está consciente, que os controla, e que não deverá nunca desistir da sua diminuição.
Para o caso dos problemas crónicos a abordagem à sua resolução (na maioria dos
casos diminuição), passa por uma abordagem contínua pelo levantamento de várias
hipóteses, que podem estar na origem dos problemas (por vezes mais do que uma
causa), desencadeados por grupos de trabalho da empresa e eventualmente em
cooperação com fornecedores de tecnologia, investigadores, e fornecedores, que
desencadearão acções com objectivos claros de atingirem a melhoria.
29
Gestão da Qualidade
habituais. Para o fazer, é necessário que se tomem duas acções essenciais que visam a
implementação duma acção correctiva:
A abordagem aos problemas das organizações não deverá ficar-se pelos dois tipos
que referimos. Há que pensar nos Potenciais Problemas que podem surgir,
normalmente quando se dão alterações de equipamentos, materiais, i.e., de recursos, e
atacar as suas potenciais causas. Esta abordagem enquadra-se no que se define por
acção preventiva.
O método de controlo a utilizar deverá ser eficaz e com o menor custo possível. A
técnica de medida ou comparação pode ser destrutiva ou não destrutiva e pode
aplicar-se sobre o produto ou sobre elementos de ensaio (provetes e amostras). A
primeira técnica conduz inevitavelmente à inutilização do produto, enquanto que a
30
Gestão da Qualidade
Nos nossos dias as acções que se pretendem implementar nos sistemas de produção
que visam a obtenção dum melhor desempenho, passam por um planeamento prévio.
A qualidade não foge a esta “regra”, e por isso, também na produção é necessário
definir como é que vamos preparar a produção por forma a que se garanta a qualidade
do produto que dela sai.
• Quando a operação que executa sobre o produto acrescenta muito valor a esse
produto ou não permite a recuperação do mesmo. Nestes casos tenta-se
garantir através do controlo, que o produto até essa fase do seu processo está
conforme.
31
Gestão da Qualidade
32
Gestão da Qualidade
33
Gestão da Qualidade
34
Gestão da Qualidade
35
Gestão da Qualidade
• Ser claro para poder ser compreendido por qualquer elemento que o venha a
utilizar;
• Ser completo, i.e., não omitir nenhuma operação de controlo por mais rotineira
que seja;
• Ser preciso, i.e., fixar todos os detalhes, de modo a que facilmente possa ser
utilizado por um novo colaborador, não deixando nenhum ponto em dúvida;
36
Gestão da Qualidade
boas das defeituosas, em relação à característica que se está a avaliar, neste caso a
dimensão.
• Peso de um produto;
• Velocidade dum equipamento;
• Resistência mecânica, térmica, eléctrica;
• Rendimentos, consumos, potências de equipamentos;
• Etc.
37
Gestão da Qualidade
O controlo total / unitário é aquele que apresenta uma garantia total da verificação da
conformidade das características dum determinado produto / componente.
Este controlo é aplicado nos casos em que, por exemplo, só seja possível verificar as
características de uma peça após a sua finalização, e não havendo garantia de uma
uniformidade do processo de fabrico, é normalmente adoptado um processo de
controlo peça a peça, controlo a 100% ou unitário, ou nos casos em que a
característica da qualidade a controlar é fulcral para a qualidade do produto.
Nos casos em que estamos perante produções repetitivas, é usual tentar automatizar a
verificação das características pretendidas, dado que a utilização dos meios humanos
tornará esse controlo oneroso e repetitivo, o que normalmente prejudica a
concentração do controlador.
O controlo total / unitário é aquele que não apresenta uma garantia total da
verificação da conformidade das características dum determinado produto /
38
Gestão da Qualidade
Este controlo é aplicado no caso de produções repetitivas em que haja boa garantia da
uniformidade do processo de fabrico, para não encarecer extraordinariamente o custo
da peça.
Este controlo deve apoiar-se na área da estatística, que se designa normalmente, por
controlo estatístico da qualidade, para que se consigam obter a eficiência e a eficácia
desejadas. Existem várias ferramentas estatísticas aplicadas ao controlo da qualidade
que se têm mostrado adequadas para este fim.
Auto Controlo
39
Gestão da Qualidade
A função fundamental destes trabalhadores continua a ser fabricar o produto, mas eles
tomarão uma função adicional de efectuar as inspecções aos produtos por eles
fabricados e avaliar a sua conformidade com o que está especificado.
40
Gestão da Qualidade
por fazer um bom trabalho, devem ser criadas condições que tornem possível
fazer esse trabalho. Deverão pois ser fornecidos ao trabalhador:
- Especificações de molde a saber o que deve ser feito;
- Instrumentos de medida e valores a obter de modo a que possa
analisar o que está a fazer;
- Meios para regular o processo.
Deverá assumir-se que nem todos os trabalhadores possam vir a estar preparados para
receber esta responsabilidade. Para esses casos ou para essas linhas, não se deverá
mudar para auto-controlo e o trabalho aí desenvolvido deverá continuar a ser
inspeccionado como antes.
Controlo Volante
Controlo fixo
41
Gestão da Qualidade
Laboratório
Controlo Automático
Qualquer dos tipos de intervenção atrás referidos tem os seus pontos fortes e fracos,
devendo pois a sua escolha ser cuidada e ajustada caso a caso.
Auto Controlo
Pontos Fortes
Pontos Fracos
42
Gestão da Qualidade
Controlo Volante
Pontos Fortes
Pontos Fracos
Controlo fixo
Pontos Fortes
Pontos Fracos
43
Gestão da Qualidade
Laboratório
Pontos Fortes
Pontos Fracos
Controlo Automático
Pontos Fortes
44
Gestão da Qualidade
Pontos Fracos
45
Gestão da Qualidade
3.1 - INTRODUÇÃO
46
Gestão da Qualidade
a) Focalização no cliente
As organizações dependem dos seus clientes e, consequentemente, convém que
compreendam as suas necessidades, actuais e futuras, satisfaçam os seus
requisitos e se esforcem por exceder as suas expectativas.
b) Liderança
Os líderes estabelecem a finalidade e a orientação da organização. Convém que
criem e mantenham o ambiente interno que permita o pleno envolvimento das
pessoas para se atingirem os objectivos da organização.
47
Gestão da Qualidade
f) Melhoria contínua
Convém que a melhoria contínua do desempenho global de uma organização
seja um objectivo permanente dessa organização.
A estrutura documental dum SGQ deverá ser do tipo apresentado na figura 13. No
topo da estrutura do sistema, i.e., como documento mais importante, aparece o
manual da qualidade da empresa, e na base dessa estrutura os registos da qualidade
48
Gestão da Qualidade
Manual da
Qualidade
Descrição de Processos
e Descrição de Funções
Instruções de Trabalho e
Impressos
Registos da Qualidade e
outros Documentos
I – APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
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Gestão da Qualidade
ANEXOS
De acordo com ISO 9000 - 2000, define-se processo como o conjunto de actividades
interrelacionadas e interactuantes que transformam entradas em saídas e deverão ser
planeados e executados sob condições controladas de modo a acrescentar valor.
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Em (ISO 9001 – 2000) é referido, e passamos a citar, “que uma das vantagens da
abordagem por processos é o controlo passo-a-passo que proporciona sobre a
interligação dos processos individuais dentro do sistema de processos, bem como a
sua combinação e interacção”. Passados já quase seis anos desde a sua homologação,
temos constatado no “terreno” que adicionalmente a abordagem por processos
permite mais facilmente identificar as actividades que criam de facto valor
acrescentado às organizações e promover a introdução de quantificadores de
desempenho com vista à quantificação quantitativa do desempenho dos processos.
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Gestão da Qualidade
Para completar a descrição dos processos de acordo com a norma NP EN ISO 9001:
2000, são necessários definir:
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Administração
Resp. Àrea
Entradas:
Qualidade
Recepção da reclamação
N
Relatório de acção
Comunicação ao
preventiva/correctiva/ Caso seja indicado, comunicar ao cliente quais as
cliente das acções
melhoria acções as correctivas/melhoria a tomar.
correctivas/melhoria?
.QUA.04.00 Se o cliente estiver de acordo, estas acções serão
implementadas, caso contrário serão estudadas
novas acções.
S
N
Cliente de
acordo?
S
Implementação das
acções correctivas/ Implementação das acções correctivas/melhoria
melhoria
Legenda:
Saídas:
Relatório de reclamação/não conformidade
Relatório de Acção preventiva/correctiva/melhoria.
Responsável Informação
Envolvimento _______ Actividades
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Exercícios
2- Durante o ano de 2002 a empresa SOQUAL e DADE, Lda. facturou 100 000
euros tendo apurado os seguintes custos:
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3- Durante o ano de 2003 a empresa SOFALHA.S. facturou 100 000 euros tendo
apurado os seguintes custos:
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Bibliografia
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