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A ação decorre no Ramalhete, depois do almoço, num belo dia de março (no ano de ?1876).

Afonso da Maia encontrava-se a jogar xadrez com Craft ao pé da chaminé que já não tinha lume, e
sim, plantas. Craft era um homem baixo, loiro, de pele rosada e fresca, aparência fria, musculatura
de atleta, vestido de fraque, educação britânica, modo calmo, excêntrico, viajado e rico. Eça
identifica nesta personagem o “homem ideal”. Em poucas semanas íntimo no Ramalhete, sendo
que com Carlos tinha muitas similitudes de gosto e de ideias uniram-se imediatamente em
relações muito superficiais e amáveis. Afonso, por outro lado, começou por sentir imediatamente
uma estima elevada por aquele gentleman de boa raça inglesa.
Carlos durante uns tempos saía pouco de casa para trabalhar no seu livro, contudo houve um
momento de reflexão onde repensou um pouco sobre as palavras dr. Teodósio, em que ele era
demasiado elegante para ser médico. Sendo que os seus hábitos o condenavam ao diletantismo
(ou seja, dedicação a alguma coisa somente pelo prazer que ela lhe proporciona).
Nessa manhã (pois almoçavam cedo), Carlos descanava no terraço e ao seu lado numa outra
cadeira estava Dâmaso Salcede, que não era proveniente de uma família rica e por isso sentia-se
muito honrado de frequentar o Ramalhete para assim mostrar á sociedade que era amigo de
Carlos da Maia. Contudo ele passou a ter uma grande obsessão em imitar Carlos nos seus hábitos
e até mesmo na sua aparência e andava sempre de olho nele sempre que podia. Como era óbvio
começou a haver um sentimento de ódio de Carlos para Dâmaso.

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