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Como cobrar por desenhos de
arquitetura e maquete
eletrônica?

Roberta Vendramini

com colaboração de
José Eduardo Rendeiro
Marco Antonio Ferreira

www.construir.arq.br
São Paulo, junho de 2015.
Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

Sumário

Agradecimentos ................................................................................. 03

Sobre os autores ................................................................................ 04

Prefácio ............................................................................................. 05

1. Introdução ..................................................................................... 07

2. Como cobrar por desenhos 2D no AutoCAD? ...................................... 08


2.1 Preço por prancha ou por folha .......................................................................................10
2.2 Preço por m² da obra ....................................................................................................... 11
2.3 Preço por projeto .............................................................................................................12
2.4 Preço por hora .................................................................................................................13
2.5 Preço baseado no CUB ...................................................................................................13
2.6 E como decidir como cobrar pelo desenho? ....................................................................14

3. Como cobrar por maquete eletrônica e desenhos 3D? .......................... 15


3.1 A primeira e mais importante, as horas de trabalho .........................................................16
3.2 A escolha por produto final ..............................................................................................16
3.3 Estimativa de preços .......................................................................................................17
3.4 Sugestões e dicas ...........................................................................................................18

4. Como cobrar trabalhos em 3D: da modelagem à animação? ................. 20


4.1 Iniciando um orçamento ..................................................................................................21
4.2 Erros mais comuns na elaboração de um orçamento ......................................................22
4.3 Como são feitos os orçamentos na agência Elo Design? ................................................23
4.3.1 Maquete eletrônica .................................................................................................23
4.3.2 Animação ................................................................................................................23
4.3.3 Modelagem .............................................................................................................24
4.3.4 Imagens ..................................................................................................................25

5. Considerações finais ........................................................................ 27

6. Referências consultadas................................................................... 28

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

Agradecimentos

A Deus, por tudo que tem me proporcionado!!


À minha mãe, pelo sacrifício que permitiu minha formação como arquiteta.
Ao meu marido, Eduardo Vendramini, pelo amor e apoio incondicional.
Ao arq. José Eduardo Rendeiro pela colaboração neste e-book.
Ao Marco Antonio Ferreira, por ter “aberto o jogo” ao falar sobre orçamentos.
À toda equipe Construir, funcionários, estagiários e parceiros.

Aos meus queridos alunos, presenciais e virtuais!! Sem vocês, meu trabalho
não teria sentido!! Obrigada, obrigada e obrigada!!

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

Sobre os autores
A professora e arquiteta Roberta Vendramini está hoje à
frente da empresa Cursos Construir. Com sólida experiência
em coordenação e compatibilização de projetos, trabalhou
no renomado escritório de arquitetura Olegário de Sá, em
São Paulo. Durante anos, atuou também como docente de
AutoCAD, Desenho Arquitetônico, Legislação para Obras,
Projeto e outras disciplinas, em faculdades de Arquitetura e
também Construção de Edifícios. Atualmente, direciona todo
seu tempo e know-how para treinamentos em DVD,
videoaulas gratuitas, blogs e páginas no Facebook para
cadistas, projetistas e alunos de arquitetura, engenharia e
design. Seu primeiro blog, o AutoCAD para Construção de
Edifícios, já recebeu mais de 6 milhões de visitas e seu
canal no Youtube é um dos maiores da área, com mais de
34 mil seguidores e 5 milhões de visualizações de vídeos.

O arquiteto José Eduardo Rendeiro é colaborador da


professora Roberta Vendramini em vários artigos dos blogs
Plataforma BIM e Construir, páginas e grupo no Facebook.
Formado pela Universidade Mackenzie, atuou em escritórios
de projetos e construções desenvolvendo e elaborando
projetos residenciais, comerciais e industriais, além de
projetos próprios.

O publicitário Marco Antonio Ferreira é fundador do


Workshop3D Brasil, do portal Elemento3D, do grupo
Profissionais 3D do Brasil no Facebook e proprietário da
agência de CG Elo Design. Atua há 20 anos no cenário da
computação gráfica, produzindo modelagens e animações
em 3D para filmes, arquitetura, publicidade e área naval,
dando treinamentos on-line e presencial em formação 3D e
animação digital, consultoria para estúdios e agências,
produzindo materiais de 3D para o Centro de Treinamento
na África e escrevendo artigos sobre computação gráfica
para diversas mídias.

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

Prefácio
No último ano da faculdade, fiz estágio em três escritórios de arquitetura em Taubaté, interior
de São Paulo. Foi nessa época que comecei a ganhar meus primeiros Reais com desenho
arquitetônico. Iniciei timidamente, ainda na prancheta, mas com tudo a que tinha direito:
papel manteiga, papel vegetal, canetas nanquim, régua paralela, esquadros, aranha,
normógrafo, compasso, curva francesa!!

Acho engraçado quando vejo os


estudantes de hoje reclamando do
Fatal Error do AutoCAD... Mal sabem
que estão no paraíso, ainda mais com
o Revit que veio pra ficar e facilitar
nossas vidas!!

Como diria o “cumpadi” Washington:


“Sabem de nada, inocentes!!!”

Sofrimento para desenhar era a caneta


nanquim entupida, rasgar papel vegetal
com a gilete, a ponta da aranha que
enroscava na letra do normógrafo,
carregar régua T porque na faculdade
não tinha régua paralela, prancheta
bamba... Que saudades dessa época!!

Quando me formei, em janeiro de 1997, continuei desenhando para as arquitetas que me


deram estágio e com as quais aprendi muito. Como havia desenvolvido, aos trancos e
barrancos, todo meu TFG no AutoCAD (um marco na época!!), fui abandonando o desenho
na prancheta e passei a fazer tudo no computador. E, no final desse mesmo ano, já tinha
meu próprio escritório com mais duas amigas.

Porém, não era simples ter meus próprios projetos como arquiteta... era difícil conseguir
clientes, especialmente porque não vinha de uma família conhecida ou com tradição em
arquitetura. Mas, tudo bem, em 1997 havia pouquíssimos desenhistas que sabiam AutoCAD
na cidade e, em alguns meses, eu já estava desenhando para muitos arquitetos e
engenheiros!! Tenho orgulho de dizer que meu escritório foi, durantes anos, o mais procurado

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

para desenvolvimentos de desenhos de arquitetura, decoração e engenharia civil de


Taubaté/SP!!

Lembro-me que contratei vários estagiários e dividia o dinheiro com eles por cada desenho
efetuado!! Mais ou menos como um salão de beleza, onde as manicures ficam com 50% do
valor cobrado!! (rs...)

Com o passar do tempo, fui pegando também meus próprios projetos, firmando parcerias e
me desenvolvendo como arquiteta de fato!! Foram sete anos muito bem vividos como dona
de meu próprio escritório de desenhos e também de projetos!! E até obras comecei a
administrar, mas não fui muito feliz nesta área!! Mas esta é uma outra história...

Em 2003, quando meu marido foi transferido, mudamos do interior para a cidade de São
Paulo, onde trabalhei em conceituados escritórios, tanto como arquiteta como coordenadora.
Participei de projetos de residências de médio e alto padrão, projetos de interiores de
apartamentos de todos os estilos e tamanhos, coordenei o projeto de um shopping center e
alguns centros comerciais de menor porte, participei da administração de obras, enfim,
aprendi muito, muito mesmo!!!

Em 2009 comecei a ministrar aulas de Desenho Arquitetônico, AutoCAD, Matemática


Aplicada e Legislação Aplicada a Obras em uma faculdade de Construção de Edifícios e, em
2012, iniciei como professora de Projeto e Expressão Gráfica na Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Anhanguera. Nesse mesmo ano fui chamada para assumir um cargo público
como arquiteta na Prodesp, resultado de um concurso que prestei em 2007. Atuei apenas 5
meses como funcionária do governo e resolvi pedir desligamento para me dedicar
exclusivamente às videoaulas, blogs, cursos à distância, etc. Abri uma empresa, uma loja
virtual para comercializar meus cursos em DVD e hoje estou aqui, feliz e realizada como
professora. Se sinto falta de projetar?? Na verdade, acabo trabalhando também com projetos
e desenhos, pois preciso desenvolver e adaptar materiais para meus cursos e videoaulas do
Youtube!!

E por que estou contando tudo isso pra você?? Simplesmente para lhe mostrar que tenho
experiência tanto como desenhista como arquiteta e, talvez, possa lhe ajudar a fazer a
composição de seus desenhos ou projetos de arquitetura!! ☺

Abraços,

rta
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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

1. Introdução
A série “Como cobrar?” é composta por 4 e-books com lançamento previsto para este ano:

E-book 1: Como cobrar desenhos de arquitetura e maquete eletrônica? (junho/2015)


E-book 2: Como cobrar projetos de interiores? (agosto/2015)
E-book 3: Como cobrar projetos de arquitetura? (setembro/2015)
E-book 4: Como cobrar projetos de engenharia? (outubro/2015)

Neste momento, você está lendo o E-book 1: “Como cobrar por desenhos de arquitetura
e maquete eletrônica?”, que foi criado com o objetivo de ajudar quem está iniciando na
área e também servir de parâmetro para aqueles que têm dúvidas ou sentem insegurança no
momento de apresentar orçamentos de desenhos de arquitetura e/ou maquete eletrônica. E,
para os profissionais com carreira já consolidada como autônomo e/ou reconhecida no
mercado, poderá ajudar na contratação de serviços de desenhos, caso precisem terceirizar
parte do trabalho.

O levantamento de dados para a elaboração deste e-book baseou-se na experiência dos


autores, na visita de alguns sites da área e também nas diferentes formas de cobrança
praticadas pelo Brasil, a partir de depoimentos e comentários enviados pelos nossos alunos
por e-mail, pelo Facebook e blogs.

Como grande parte dos alunos que acompanham nossas videoaulas no Youtube são
desenhistas e/ou projetistas, resolvemos iniciar pela formação de preços de desenhos 2D no
AutoCAD (Capítulo 2) e, em seguida o desenvolvimento de maquete eletrônica e desenhos
3D (Capítulo 3).

No Capítulo 4, conheceremos a forma de orçamento praticada por uma agência de


computação gráfica. O próprio dono da agência abriu o jogo e escreveu o capítulo inteiro,
com muitos detalhes e dicas importantes para orçamentos de trabalhos completos de 3D: da
modelagem à animação.

Esperamos que este e-book possa servir de referência ou colaborar de alguma forma toda
vez que nossos alunos precisarem calcular seus honorários, seja para elaboração de um
desenho 2D no AutoCAD ou uma maquete eletrônica.

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

2. Como cobrar por desenhos 2D no AutoCAD?

Imagem da Internet

Atualmente, face à grande quantidade de profissionais que trabalham como autônomos, é


frequente encontrarmos nos fóruns de internet a mesma questão de como cobrar por
projetos de arquitetura bem como os projetos e desenhos relacionados, como desenho
elétrico, hidráulico, entre outros.

Este capítulo é destinado àqueles que precisam de uma base para cobrar por seus
trabalhos, não se tratando de uma tabela ou uma “receita pronta”, mas sim de dicas de como
compor melhor seus honorários.

O projetista autônomo de CAD, muitas vezes denominado com o neologismo Cadista,


pertence a uma classe de trabalhadores sem regulamentação e sem o amparo dos CREAs,
sindicatos ou institutos em geral. Os profissionais que mais têm dificuldades com os preços
são o desenhista e o projetista prático, pois diferente de um profissional com nível superior
que passou por estágios e possui uma boa rede de consulta, o projetista autônomo
geralmente fez um curso curto de desenho arquitetônico que, na maioria das vezes, não
fornece opções de estágio.

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

Iniciaremos por uma questão fundamental, abordando a diferença entre o projetista e o


copista, termos utilizados desde os tempos do desenho na prancheta. O copista, como o
nome diz, passa para o AutoCAD um projeto pronto no papel ou em um arquivo pdf, por
exemplo. Já o projetista desenvolve todos os elementos do projeto (plantas, cortes,
fachadas, detalhes, etc.) a partir de um croqui definido pelo arquiteto ou engenheiro. Portanto
existe aí uma diferença entre os valores cobrados pelo copista e pelo projetista.

Neste sentido, veja o conselho da arquiteta Roberta Tozzi:


Sou arquiteta e designer em uma cidade do interior de São Paulo, mas trabalho
a maior parte do tempo como docente em uma instituição de ensino reconhecida
no Brasil inteiro na área de Design de Interiores. Não estou com escritório no
momento, mas faço alguns trabalhos extras. Converso bastante com meus colegas da
área e o tema (preço) é uma dúvida constante dos meus alunos que estão para se
formar. Existe uma variação muito grande de uma cidade para outra, e é fundamental
deixar isso claro, porque muitas pessoas inexperientes acham que possam trabalhar
com valores praticados em São Paulo (Capital). Mas, acredito que, acima de tudo e
por experiência própria, devemos deixar bem claro o tipo de trabalho que será
executado. Por exemplo, quando vamos fazer o papel de copista e quando nossa
criatividade precisará ser incluída. Tem muita gente esperta no mercado,
terceirizando e desvalorizando o trabalho dos outros para poder pagar menos. Chama
um designer dizendo que está sem tempo e que só precisa passar um projeto a limpo,
quando, na verdade, você precisará escolher muitos itens para finalizar o tal projeto.”
Roberta Tozzi, arquiteta e designer, interior de São Paulo.

Não é nosso objetivo definir o quanto você deverá cobrar pelo seu desenho ou maquete
eletrônica, mas sim apresentar parâmetros para a composição de um preço justo a fim que
você não saia no prejuízo. E, para isso, é fundamental entender como é a feita a cobrança
dos desenhos 2D no AutoCAD ou programas similares, principalmente se você é iniciante.

Exploraremos alguns valores médios sugeridos que foram obtidos através de uma pesquisa
junto a escritórios e profissionais de desenho, abordando também a visão regional dos
preços praticados.

Veja, por exemplo, o depoimento e dicas de um de nossos alunos, Edi Krinke, que atua como
cadista no Paraná:

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?


Aqui em minha cidade, os engenheiros pagam aos desenhistas entre R$ 0,50 até
no máximo R$ 2,00 o m² pelo desenho arquitetônico completo: planta baixa de
todos os pavimentos, planta de cobertura, planta de situação, planta de
localização, se o terreno for de esquina, no mínimo duas fachadas, quantos cortes
forem necessários, tabelas de esquadrias, mais cálculo de taxa de permeabilidade,
coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação. Não importa o grau de
dificuldade. Os dois últimos engenheiros para os quais eu desenhei, me pagavam R$
2,00 o m². Mas, já fiz dezenas e dezenas de projetos para outros engenheiros que
pagavam e ainda pagam entre R$ 0,50 e R$ 1,50 o m² para os atuais desenhistas.
Lembrando que esses valores são pagos aos desenhistas free lancer. Há também os
fixos nos escritórios que recebem por mês, com carteira assinada ou não. Mas, sobre
estes, eu não sei informar valores.” Edi Krinke, cadista, Capanema/PR

Compare, agora, com o preço de desenho arquitetônico na capital mineira:


Estou em Belo Horizonte e aqui temos engenheiros que pagam de R$ 100,00 a
R$ 250,00 pelo desenho arquitetônico (incluindo planta baixa, situação, cortes,
cobertura, fachada e inclinação do terreno). No meu caso, que trabalho com
liberação de alvará para prefeitura, torna-se mais vantajoso, pois o projeto é
específico e deverá atender à legislação municipal. Nesses processos, cobro de R$
2.000,00 a R$ 3.000,00 para desenhar, adaptar o projeto à legislação e aprovar junto
à prefeitura. Todavia, apenas para desenhos, o trabalho ainda não é muito
valorizado.” Danilo dos Santos de Oliveira, consultor de regulação urbana, Belo Horizonte/MG

Você perceberá que os valores médios variam de região para região e que também existem
diferentes formas de se cobrar por esse trabalho: preço por prancha/folha, preço por m² da
obra, preço por projeto, preço por hora, preço baseado no CUB, etc.

Vejamos cada forma de remuneração de desenho 2D a seguir:

2.1 Preço por prancha ou folha


É estabelecido um preço fixo de acordo do tamanho da folha exigida para receber o desenho
na escala desejada, considerando o padrão ABNT: A0, A1, A2, A3 e A4. O perigo de se
cobrar dessa forma é que, dependendo da complexidade do desenho, você pode levar um
tempo muito grande para executá-lo. Dessa forma, o nível de dificuldade e detalhamento é
primordial para esse tipo de remuneração.

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

Então, nossa sugestão é que, caso você forme um preço por prancha, procure tomar as
medidas necessárias e estabeleça um valor por tipo de projeto (layout, prefeitura, executivo,
detalhamento). Considere também a escala do desenho, pois uma planta, por exemplo, pode
caber na folha A3 se for desenhada na escala 1:100 e na folha A2 se dobrarmos a escala. Se
aparecer um projeto fora do padrão que você estabeleceu inicialmente, os preços deverão
ser revisados.

De acordo com nossas pesquisas, o preço médio por prancha de desenho arquitetônico varia
em torno de:

• A0 = R$ 240,00
• A1 = R$ 180,00
• A2 = R$ 150,00
• A3 = R$ 120,00
• A4 = R$ 90,00

Por exemplo, para um projeto distribuído em 4 pranchas A1, uma para plantas, uma para
cortes, uma para fachadas e outra para detalhes, o valor cobrado será de R$ 720,00.
Lembre-se que esses valores apresentados são referenciais, por isso, pesquise os preços
praticados em sua região caso resolva cobrar seus desenhos por prancha.

Cuidado também ao usar esses valores para um projeto de prefeitura, pois o desenho é feito
na escala 1:100 e, muitas vezes, ocupa apenas uma folha A1 ou A0. Outra questão que deve
ser levada em consideração é se você for contratado para fazer o desenho de prefeitura e
também o projeto executivo, por exemplo. Nesse caso, você desenhará plantas, cortes e
elevações apenas uma vez, pois com recursos do AutoCAD como referências externas
(XRef), cotas e textos anotativos, seu trabalho será otimizado e você poderá dar um
desconto para fidelizar o cliente.

2.2 Preço por m² da obra

É cobrado baseado nas metragens de uma área que foi construída. É uma forma
interessante que elimina as possibilidades de prejuízos por conta dos fatores de escala dos
projetos, apesar disto é importante se ter um cuidado estabelecendo os níveis de
detalhamento.

O preço praticado por metro quadrado varia em torno de R$ 2,50/m² e R$ 3,50/m² para o
desenho arquitetônico quando for apenas cópia, ou seja, o desenhista copista receberá o

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

projeto já definido com plantas, cortes e elevações, devendo simplesmente passar do papel
para o AutoCAD. Nesse caso convém se estabelecer um valor mínimo fixo até 100 m² e a
partir daí praticar o preço por metro quadrado. Esses valores podem variar entre R$ 5,00/m²
e R$ 7,00/m² no caso de serviços de projetista e/ou levantamento in loco.

2.3 Preço por projeto

É uma forma de se trabalhar com preço fechado, no qual devem ser analisados muitos
fatores para compor o preço como, por exemplo, o tempo que será gasto, quantidade de
pranchas e nível de dificuldade do desenho.

Quando cobrado por projeto o cálculo é feito com base de 10% a 15% do valor cobrado pelo
arquiteto ou engenheiro. Se por exemplo um arquiteto cobra R$ 5000,00 por um projeto, o
valor cobrado pelo desenho será entre R$ 500,00 e R$ 750,00.

Para cobrar dessa forma, o desenhista ou projetista terá que confiar na palavra do arquiteto
ou engenheiro, ou seja, trabalhar na base da confiança mesmo!

Porém, dependendo do tempo em que trabalha com o arquiteto ou engenheiro civil, se


trabalhar por porcentagem, o desenhista poderá amadurecer a parceria e negociar uma
maior participação nos lucros. Veja o exemplo do estudante de engenharia civil André de
Araújo Pinto, que chega a receber até 30% do valor do projeto, em Tangará da Serra/MT:


Para desenho arquitetônico 2D com área inferior a 200 m², cobro o valor fixo de
R$ 500,00. Acima de 200 m², cobro R$ 3,00 por metro quadrado. Trabalho
dessa forma quando eu indico o cliente para o arquiteto, então negocio
diretamente com as duas partes. Quando o cliente é do arquiteto, dai trabalho com
porcentagem, que varia entre 25% a 30% do valor do projeto (descontadas as taxas).
É importante citar que trabalho e negocio há alguns anos com um arquiteto de minha
cidade então, por isso, chego a receber até 30% do lucro. Quando eu indico o cliente,
desenvolvo a parte criativa com supervisão do arquiteto. Para trabalhos de maquete
eletrônica, não trabalho com valor fixo. Apenas analiso a complexidade das cenas, o
tempo que levarei para realizar o trabalho e estipulo um valor fechado que acho justo
pelo meu trabalho.” André de Araújo Pinto, projetista, estudante de engenharia civil e instrutor de
AutoCAD e SketchUp, Tangará da Serra/MT

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2.4 Preço por hora

Esta parece ser a prática mais comum utilizada pelos profissionais autônomos. Dessa forma
é estabelecido um preço por hora de trabalho, mais conhecido como hora técnica. Essa
prática requer uma boa experiência para estimar a quantidade de horas para desenvolver um
trabalho de acordo com a sua complexidade para poder passar um orçamento exato para o
cliente, lembrando sempre de levar em consideração os benefícios que um projetista
autônomo possui. Esse preço varia muito de região para região, pois, na maioria das vezes,
ele é estabelecido através do salário médio de um projetista local.

O preço cobrado por hora varia entre R$ 25,00 e R$ 50,00. Porém, como já dissemos,
depende muito da região onde o profissional atua, do custo mensal de sua estrutura, de seu
nível de conhecimento técnico. Um projetista, por exemplo, que tem um emprego fixo
durante o dia e faz freelas a noite ou finais de semana, provavelmente não tem custos com
aluguel de escritório, pois trabalha em casa. Seu preço será menor em relação ao
profissional com escritório montado, que tem custos com aluguel e funcionários. Por outro
lado, o tempo que terá disponível para atender ao cliente, também será menor.

No site AditivoCAD, encontramos um artigo bem detalhado com orientações sobre o cálculo
do valor da hora técnica baseado no salário médio do projetista em cada região. Vale a pena
dar uma conferida na Tabela de cálculo: http://www.aditivocad.com/calcular-hora-de-
trabalho.php.

2.5 Preço baseado no CUB

O Manual de Contratação dos Serviços de Arquitetura e Urbanismo da Associação Brasileira


dos Escritórios de Arquitetura - ASBEA (Editora Pini) sugere a cobrança do desenho
baseado no CUB (Custo Unitário Básico da Construção Civil). Essa tabela, porém, nos leva a
valores muito distantes dos praticados pelo mercado. Por exemplo, um CUB médio em São
Paulo de R$ 1.000,00 apresenta valores de R$ 50,00/m² a R$ 160,00/m², de copista a
projetista sênior.

No E-book 3 “Como cobrar por projetos de arquitetura”, que lançaremos em setembro,


abordaremos mais detalhadamente os orçamentos baseados no CUB. De qualquer forma, se
for aplicar a tabela da ASBEA para compor os preços de seu desenho, sugerimos que fique
muito atento aos valores praticados em sua região. Afinal, não adianta seguir os parâmetros

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de uma tabela de honorários se for inviável para realidade econômica de determinado local...
o profissional autônomo ficará sem trabalho, com toda certeza.

2.6 E como decidir como cobrar pelo desenho?

É importante que você realize uma pesquisa de mercado, e ainda entenda como são
cobrados os serviços de desenho em sua região, se é por metro quadrado, por prancha, por
projeto ou por hora técnica.

A dica é que você encontre o melhor preço para manter seus clientes. Nunca cobre muito
barato para ganhar o serviço e desvalorizar o seu trabalho nem caro demais para elitizar em
demasia a sua atividade.

Veja, por exemplo, os valores praticados em Goiânia/GO de acordo com o comentário de


Diarã Cruz Grazi Salvian em nosso blog Estudantes de Arquitetura:

Uma questão final que encontramos em um dos fóruns na internet foi sobre se o desenhista
pode assinar ou não. Como para trabalhar como desenhista autônomo não se necessita de
registro de classe não é permitido a esse tipo de profissional assinar um projeto.

Para assinar é necessário ter registro de Técnico em Edificações cursado em curso técnico
em instituição reconhecida pelo MEC, limitado a construções de até 80 m², que não
constituam conjuntos residenciais, bem como realizar reformas, desde que não impliquem
em estruturas de concreto armado ou metálica.
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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

3. Como cobrar por maquete eletrônica e desenhos 3D?

Imagem da Internet

Com a crescente oferta de softwares que desenham em 3 dimensões e renderizam perto da


realidade fotográfica, o mercado de trabalho para esse tipo de atividade tem crescido muito.
Encontramos uma variedade de ferramentas como o SketchUp, V-Ray, 3DMax, Promob,
Lumion, Revit, AutoCAD 3D entre outros, cada um focado a um segmento específico, mas
todos ligados à arquitetura e decoração. Aí surge a velha questão enfrentada por esses
profissionais: como cobrar por maquetes eletrônicas e desenhos 3D?

Primeiramente, é importante considerar algumas práticas, pois o preço final depende da


análise daquilo que se encaixa melhor em sua realidade.

Existem diversos tipos de abordagem para escolher na hora de realizar a precificação de


uma maquete eletrônica ou desenho 3D.

Dentre as várias formas de cobrança, abordaremos as mais usuais do mercado conforme


nossa pesquisa: preço por hora trabalhada, produto final e preço por estimativa.

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3.1 A primeira e mais importante, as horas de trabalho

É uma forma na qual se estabelece um preço por hora para compor o preço final para o
trabalho baseado nas horas estimadas para executá-lo. É uma prática de preço que requer
muita prática e conhecimento sobre o trabalho a ser executado, pois face à complexidade do
trabalho somadas ao tempo de renderização, um trabalho pode ficar excessivamente caro ou
barato demais. Convém a você chegar a um denominador comum para não ficar no prejuízo
ou perder o cliente.

Diversos profissionais passam orçamentos diferenciados com base nas horas trabalhadas. E
a conta não é tão simples como pode parecer inicialmente. Além de saber o valor de sua
hora técnica, conforme abordamos no item 2.4, é fundamental mensurar também as
quantidades de horas que são necessárias para fazer o trabalho completo: modelar,
texturizar e renderizar. Afinal, o cliente precisa ter, pelo menos, uma ideia de quanto irá
custar o serviço.

Supondo que sua hora técnica seja de R$ 50,00 e que levará 20 horas para fazer
determinado trabalho, o preço será a multiplicação entre esses dois fatores, totalizando R$
1000,00 (R$ 50,00 X 20). Você poderá, então, negociar o valor com seu cliente, dando
garantia de que a estimativa de horas poderá variar até 20% para mais ou para menos.
Nesse caso, o valor máximo que o cliente pagará na entrega do trabalho será de R$ 1200,00
(R$ 1000,00 + 20%).

Alguns profissionais aconselham que o profissional não conte ao cliente o valor de sua hora
técnica e nem o processo de cálculo dos honorários. Nesse caso, você passaria apenas o
valor fechado do trabalho baseado em uma estimativa de horas que serão necessárias para
desenvolvimento do serviço, sem entrar em detalhes de como chegou ao preço final.

3.2 A escolha por produto final

Muitos profissionais estabelecem um preço fechado para fazer um desenho por ambiente ou
por imagem. O preço final vai depender do número de ambientes do projeto ou da
quantidade de imagens a serem fornecidas.

Cada imagem renderizada, por exemplo, custa R$ 800,00. Para um projeto que envolvesse
renderização de mais ou menos cinco imagens, o profissional poderia cobrar R$ 2500,00
pelo trabalho completo, baixando de R$ 800,00 para R$ 500,00 por imagem, devido à

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

quantidade. O grande problema deste processo é não existirem critérios específicos para a
complexidade do processo.

Grandes escritórios na cidade de São Paulo cobram até R$ 4.000,00 por uma imagem
renderizada de empreendimentos de alto padrão (com direito a 2 modificações ou ajustes
antes da entrega da imagem final). Esse valor varia conforme a complexidade e
detalhamento solicitado pelo cliente. É muito comum uma construtora contratar um escritório
de arquitetura para concepção do projeto e outro especializado para desenvolvimento de
maquetes eletrônicas. Exatamente por ser um serviço apurado e especializado, uma imagem
renderizada e com pós-produção é muito valorizada no mercado paulistano.

Mas, atenção! O valor cobrado por um escritório especializado não é o mesmo cobrado por
um profissional autônomo. Afinal, o dono do escritório geralmente tem custos com aluguel e
funcionários que o profissional autônomo nem sempre tem. É ai que entra a concorrência!!

3.3 Estimativa de preços

Essa modalidade engloba as duas anteriores. Com base na experiência adquirida com seus
trabalhos, o profissional é capaz de estimar um preço baseado nas horas gastas ou na
complexidade de desenho dos ambientes propostos ou partido arquitetônico.

Pode-se dizer que o profissional comporá o preço em função dos requisitos do trabalho.
Assim, logo depois de fazer a reunião com o cliente e conhecer o briefing, o profissional
estipulará um valor pelos serviços.

Nesta modalidade, o preço de uma imagem deve também levar em consideração alguns
fatores:

• a área do projeto ou ambiente em metros quadrados, baseado na informação fornecida


pelo cliente que, geralmente, entrega o desenho em AutoCAD;
• o nível de detalhe desejado para o projeto final, e esta questão envolve qual software
será utilizado para o desenvolvimento do trabalho;
• quantidade desejada de imagens em função das vistas escolhidas e nível de realidade
pretendida;
• nível de informação fornecida pelo cliente, seja em AutoCAD, croqui do
designer/arquiteto ou fotografia do local;
• nível de dificuldade de elaborar o trabalho, baseado na quantidade de informação e/ou
qualidade da apresentação.

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

3.4 Sugestões e dicas

Quanto a dicas de elaboração de um preço, não existe uma "formula mágica" para
fornecermos aos leitores, por isso mostramos a seguir alguns estudos de casos para que
vocês tomem como base na composição de seu preço. Em todos os modos mencionados, é
importante deixar sempre a previsão de custo para modificação dos desenhos.

Para desenhos em SketchUp ou 3DS Max, incluindo modelagem e renderização,


encontramos os seguintes preços praticados pelo mercado:

• de R$ 300,00 a R$ 1200,00 por imagem, variando de uma simples fachada a um interior


completo. Consideramos R$ 300,00 muito pouco, mas há profissionais cobrando menos
para fechar o trabalho e outros que diminuem o valor por imagem quando o cliente
solicita várias imagens (dai se ganha na quantidade);
• de R$ 30,00 a R$ 45,00 por metro quadrado do ambiente/edifício a ser modelado e
renderizado. Lembre-se: são valores referencias, por isso, pesquise o valor praticado
em sua região para cobrar de forma viável e de acordo com a realidade local. Outra
dica de ouro: quanto maior a área a ser modelada/renderizada, menor será o valor
cobrado por metro quadrado.

Em AutoCAD 3D e Revit, os preços praticados variam:

• de R$ 6,00 a R$ 10,00 por metro quadrado para perspectivas exteriores;


• de R$ 10,00 a R$ 30,00 por metro quadrado para desenhos de interiores.

Nesses casos convém salientar que, como o AutoCAD 3D e o Revit não foram criados
especificamente para maquetes eletrônicas, mas podem ser usados para executá-las, deve-
se considerar o preço para o desenho em 2D acrescido dos preços para apresentação em
3D. Uma composição dos dois trabalhos resultará no preço final do pacote.

Veja o exemplo de Leanndro Correa, estudante de engenharia civil em Goiânia/GO, que


cobra um valor fixo por m² quando desenvolve tanto a maquete eletrônica quanto o desenho
arquitetônico 2D:

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?


Eu desenho para me manter na faculdade e, como sabemos, alguns engenheiros
civis detestam desenvolver projetos arquitetônicos, e é ai que eu entro. Então,
como já terminei todas as disciplinas de arquitetura e me aprofundei bastante
por conta própria em maquetes eletrônicas, costumo firmar parcerias com
engenheiros e arquitetos que não gostam ou não sabem desenhar no AutoCAD. E
como cobro? R$ 10,00 o m², com o limite mínimo de 100 m², e apresento maquete
eletrônica desenvolvida no SketchUp e o desenho arquitetônico 2D com planta
baixa, fachadas, cortes e detalhes no AutoCAD.” Leanndro Correa, estudante de engenharia civil,
Goiânia/GO

Compare agora com o depoimento de um de nossos alunos, Lindenilson Pereira, que atua
como técnico em edificações no interior de São Paulo:


Aqui em minha cidade eu trabalho com projeto de prefeitura, desenvolvendo
todo o processo para liberação do alvará de construção. Eu cobro da seguinte
forma: projeto de prefeitura até 80m², a remuneração é de R$ 18,00 o m².
Quando envolve maquete eletrônica, eu cobro R$ 5,00 o m² de desenho, faço toda a
parte interior com os móveis em seus respectivos ambientes para que o cliente possa
entender como ficará sua residência depois de pronta. Utilizo os programas:
AutoCAD, SketchUp e Lumion.” Lidenilson Pereira, técnico em edificações, São José do Rio
Preto/SP

Como já dissemos, o valor varia muito de região para região, o que pode ser comprovado
pelos depoimentos do Leanndro de Goiânia/GO e do Lidenilson de São José do Rio
Preto/SP.

Por esse motivo que batemos na mesma tecla: pesquise o valor médio do serviço em sua
região antes de apresentar o orçamento ao cliente! É claro que o valor de seu trabalho não
deve ser norteado unicamente pelo preço dos concorrentes, mas também não deve ser
muito fora da realidade local, a não ser que você tenha muitos diferenciais que agreguem
valor ao seu trabalho!

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

4. Como cobrar por trabalhos completos em 3D: da


modelagem à animação?
Este capítulo foi especialmente escrito pelo idealizador do Portal Elemento 3D, Marco
Antonio Ferreira, que possui mais de 20 anos de experiência e vivência com softwares de
3D, composição, edição, desenho gráfico e vetorização. Ele contou passo a passo como é a
composição de preços dos trabalhos em 3D de sua agência de computação gráfica Elo
Design.

Aqui, ele abriu o jogo mesmo!! Acompanhe as preciosas dicas de quem realmente entende
do assunto! Entenda como funciona a elaboração de orçamentos na empresa que dirige o
Portal Elemento 3D, uma nova ferramenta on-line criada para centralizar as empresas e
profissionais das áreas 2D e 3D do Brasil e de vários países em um só local para
compartilhamento de experiências, contatos, entrevistas e divulgação de trabalhos.

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Como cobrar por desenhos de arquitetura e maquete eletrônica?

4.1 Iniciando um orçamento


Diante de um cenário imenso dentro da computação gráfica, para cada trabalho existe um
orçamento específico.

Importante: antes de orçar qualquer tipo de produção, eu (Marco Antonio) procuro conhecer
quem é o meu cliente, quais sãos suas necessidades, suas expectativas referentes ao
projeto, nível de qualidade que ele deseja alcançar diante do orçamento financeiro disponível
para o trabalho, os diferenciais que quer aplicar, a mensagem que deseja transmitir, etc.
Depois de muita conversa, eu já tenho as principais informações que preciso para fazer um
orçamento justo e compatível com a necessidade de meu futuro cliente.

E esse diálogo é de fundamental importância, porque convence o cliente do profissionalismo


da empresa prestadora de serviço, fazendo-o ganhar confiança para investir seu precioso
dinheiro!

O cliente, muitas vezes, não precisa saber de todas as etapas do trabalho, pois estas
informações técnicas geralmente só interessam a quem está executando o trabalho. Porém,
ele precisa estar convencido de que fez a opção certa, diante de um vasto mercado e de que
a empresa irá entregar no prazo o combinado e com a qualidade esperada.

Importante: depois de toda a conversa com o cliente, minha principal preocupação é


sustentar o preço cobrado, ou seja, meu cliente precisa saber o porquê estou cobrando
aquele valor.

Erro cometido: muitos profissionais simplesmente argumentam: “estou cobrando este valor,
porque é preço de mercado, porque todo mundo cobra”. Essa não é uma afirmação coerente
que traz segurança ao cliente, mas simplesmente uma conversa de amador.

Em tese, elencando melhor os itens apresentados, temos:

• contato;
• descobrir a real necessidade do cliente;
• acerto do orçamento, forma de entrega, qualidade, finalização e prazo;
• sustentação do orçamento.

Obs.: qualquer orçamento precisa ser fornecido ao cliente no prazo mais curto possível de
tempo, mostrando profissionalismo da parte da empresa executora. Isso é bom aos olhos do
cliente. E não pode, profissionalmente falando, ser dado:

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• por boca;
• por Facebook;
• por telefone.

Precisa haver, no mínimo, ética entre os profissionais e oferecer ao cliente o orçamento de


maneira apresentável, em papel com logo da empresa, com e-mail, telefone e outros dados,
de forma que ele possa comprovar a seriedade da empresa que está contratando.

Todo esse cuidado faz muita diferença neste importante momento de relacionamento com o
cliente, que pode até ser pequeno, mas que, por prestarmos um trabalho diferenciado,
poderá nos indicar a outras pessoas ou empresas.

4.2 Erros mais comuns na elaboração de orçamentos

Na computação gráfica, assim como em outras áreas, há muita deslealdade na cobrança de


honorários, seja de uma simples modelagem até uma imagem fotorrealista. Não podemos
ignorar os preços praticados em nossa região, mas também não podemos cobrar tão pouco
a ponto de desvalorizar o trabalho de toda uma categoria.

Os erros mais comuns que já presenciei na elaboração de orçamentos são:

• desconhecer a realidade do mercado;


• desconhecer a realidade da cidade ou do estado que se encontra;
• ir pela cabeça de outros profissionais com realidades totalmente diferentes;
• dobrar um valor muito abaixo de mercado, somente para garantir o serviço;
• prometer execução rápida, somente para ganhar o serviço;
• dizer que trabalha sozinho e por isso vale a pena cobrar muito mais baixo que o valor
praticado no mercado;
• cobrar barato demais por um trabalho profissional, porque é iniciante e acha que está
aprendendo.

Importante: muita gente que ainda não tem maturidade na área, querendo angariar
trabalhos, acaba cometendo atropelos seríssimos e prejudicando muito o mercado e os
profissionais que trabalham com seriedade. E, o pior: deixam péssimas impressões aos
clientes:

• de que o 3D pode ser feito por qualquer pessoa;

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• de que é fácil executá-lo;


• de que não precisa de muito prazo;
• de que não precisa ser tão real assim;
• de que qualquer valor paga-se pelo trabalho;
• e muitas outras....

4.3 Como são feitos os orçamentos na agência Elo Design?


Como atuamos em diversas áreas do 3D em nossa agência de computação gráfica, a forma
de cobrarmos são as seguintes:

4.3.1 Maquete eletrônica


Sabemos que um projeto arquitetônico é criado em metros quadrados, tanto na execução
como na elaboração do projeto.

Porém, a maneira que cobramos por um trabalho deste segmento é sempre feita por pacote
fechado e o valor é cobrado pelas horas de execução. Neste pacote já estão inclusos:

• quantidade de imagens e cenas nos ângulos em que o cliente precisa;


• todo o processo de trabalho, como leitura do projeto, referência, modelagem,
texturização, mapeamento, iluminação, enquadramento, renders, pós-produção e
finalização;
• alterações solicitadas pelo cliente.

Obs.: o pacote fechado inclui tudo que o cliente precisa para determinado trabalho. Mesmo
que o cliente cancele algum detalhe específico ou solicite alteração em alguma cena, não
haverá prejuízo, pois o valor do pacote já contempla tudo. É claro, porém, que dependerá da
complexidade da alteração. Por isso, é fundamental deixar claro, tanto no orçamento quanto
no contrato, que as alterações previstas se referem a ajustes pontuais para valorizar o
trabalho final e não uma mudança radical que obrigue o profissional a começar a modelagem
do “zero”.

4.3.2 Animação
A forma de se cobrar é por segundo de animação, já que o tempo de render sempre é muito
elevado por cada frame (quadro) renderizado, podendo-se levar horas e até dias para
completar toda a operação.

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O valor de mercado varia entre R$ 150,00 a R$ 350,00 cada segundo de animação.

Obs.: esta variação acontece porque há diferentes realidades entre cidades e estados
brasileiros e também sobre a complexidade empregada em cada trabalho. Quanto mais
complexa ela for, mais cara será.

Por exemplo: uma vinheta de 10 segundos corresponde a exatamente 10 x 30 = 300 frames.

Sendo:

• 10 = duração do filme ou animação;


• 30 = quantidade padrão de quadros que existem em 1 segundo de animação.

O orçamento, neste caso, seria de R$ 1.500,00 a R$ 3.500,00.

Obs.: dependendo do projeto e do tipo de animação, este valor corresponde somente à


animação. Neste caso, todos os demais processos deverão ser cobrados à parte, como, por
exemplo: referência, modelagem, rigging, skinning, animação, texturização, mapeamento,
iluminação, enquadramento, renders, pós-produção e/ou finalização.

É comum darmos um orçamento cheio, ou seja, um pacote fechado, no qual este valor já
contemple:

ANIMAÇÃO + MODELAGEM – RIGGING – FINALIZAÇÃO

Obs.: como mencionado anteriormente, o cliente não precisa conhecer os processos


técnicos.

4.3.3 Modelagem

Aqui, muitos elementos poderão ser modelados. E, neste caso, é muito importante saber a
real necessidade do cliente:

• se é para fins de animação;


• se é para game;
• se é para filmes ou tv;
• se é para poses;
• se é low poly (com baixo número de polígonos);

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• se é high poly (com alta definição de malha);


• se é hard surface (modelagem altamente complexa);
• se é orgânica;
• se é para web;
• se é para mobile;
• enfim...

Diante de muitos anos de vivência nesta área, a maneira que cobramos pelas modelagens é
também por tempo de execução e não pelo tamanho da imagem de saída em pixel.

Obs.: depois de um bate-papo com o cliente, no qual levantamos todas as suas


necessidades e expectativas, estimamos a quantidade de horas e dias para o
desenvolvimento da modelagem e elaboramos o orçamento.

Dependendo da complexidade da modelagem, o valor da hora poderá chegar a R$ 350,00 e


levar vários dias para a conclusão.

Obs.: em muitos casos, o cliente não tem necessidade de saber o quanto vale a sua hora-
técnica, mas apenas receber o orçamento total com a descrição clara do trabalho a ser
desenvolvido. Dessa forma, você conseguirá sustentar o valor cobrado. Sempre faça isso!!!

Quais fatores podem sustentar um valor cobrado?

• sua experiência de anos de trabalho;


• sua especialidade no assunto, adquirida por investir em cursos em diversas escolas;
• seu tempo de execução, juntamente com os detalhes que você emprega;
• sua capacidade de recriação;
• sua criatividade;
• o realismo que você utiliza nos trabalhos;
• enfim...

4.3.4 Imagens

Em outros casos, o cliente apenas deseja ter uma ou mais imagens estáticas, provenientes
de um render de uma cena 3D.

Isso é muito comum também.

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Nesse caso, a forma que cobramos também é o valor cheio para cada imagem do tamanho
em pixel que o cliente deseja. Uma imagem maior custará mais, é claro, pois demorará até o
triplo de tempo para se renderizar, por exemplo.

A fórmula matemática que usamos para calcular este orçamento também é por hora
trabalhada.

Obs.: tudo deve ser deixado muito claro ao cliente sempre, evitando-se assim mal-
entendidos e chateações. Mas evite falar o valor de sua hora-técnica.

O valor cobrado vai depender muito da complexidade do trabalho. Podendo-se uma única
imagem chegar a custar mais de R$ 2.000,00 para criá-la.

Uma imagem que custa R$ 2.000,00 em tamanho A4 com formato de saída TIFF e que
demorou 5 dias para reproduzi-la, terá um custo por hora de:

R$ 50,00 (levando-se em consideração 8 horas de trabalho diários) = R$ 400,00 / dia

Importante: não se esqueça de incluir no orçamento o valor dos impostos e encargos


sociais, principalmente se você não tiver empresa aberta e emitir nota fiscal como pessoa
física (RPA). Neste caso, o “leão” não perdoa mesmo!!!

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5. Considerações finais
Como vimos, este e-book é um complemento de todas as tabelas e posts que encontramos
na internet, porém, de forma clara e organizada, incluindo dicas e depoimentos de pessoas
reais que trabalham na área. Nada do que apresentamos foi “imaginado”, colhemos
realmente uma pesquisa e recebemos muitas mensagens por e-mail, páginas do Facebook,
Youtube e blogs.

Verificamos também, que não existe uma tabela ou uma “receita de bolo” para a elaboração
de orçamentos para desenhos de arquitetura ou maquete eletrônica. O valor de cada serviço
depende da região onde o profissional atua, dos custos diretos e indiretos de sua estrutura,
de sua experiência e também do seu nome no mercado.

Mesmo as tabelas de honorários profissionais de entidades de classe como CREA, CAU e


ABD não são simples de serem aplicadas por causa das características socioeconômicas de
cada região do Brasil. Mas este é um assunto que trataremos com mais profundidades nos
demais e-books da série “Como cobrar?” que lançaremos neste ano de 2015.

Finalmente, se você puder colaborar com sua experiência em orçamentos de desenhos (2D
e 3D) e projetos de arquitetura, engenharia e design de interiores, teremos imenso prazer em
incluir seu depoimento e dicas em nossos e-books. Basta que envie um e-mail para
mkt@cursosconstruir.com.br com seu nome completo, profissão e cidade em que atua. Pode
discordar dos valores divulgados neste e-book, corrigir qualquer informação, desde que
justifique e “abra o jogo” sobre os valores e forma com que elabora seus orçamentos! Tenha
certeza que ajudará estudantes e profissionais do Brasil inteiro!!

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6. Referências consultadas

ADITIVOCAD. Quanto cobrar em projetos de arquitetura e civil? Disponível em:


<http://www.aditivocad.com/blog/quanto-cobrar-em-projetos-de-arquitetura/>. Acesso em: 8
jul. 2014.

ADITIVOCAD. Calcule o valor da hora de trabalho. Disponível em:


<http://www.aditivocad.com/calcular-hora-de-trabalho.php/>. Acesso em: 8 jul. 2014.

BRITO, Allan. Como cobrar por uma maquete eletrônica ou trabalho em CG? Disponível
em: <https://www.allanbrito.com/2007/12/13/como-cobrar-por-uma-maquete-eletronica-
animacao-ou-trabalho-em-cg/>. Acesso em: 8 jul. 2014.

PAIXÃO, Luciana. Maquete eletrônica: o que é necessário para orçar uma imagem 3D?
Disponível em: <http://www.aarquiteta.com.br/blog/maquete-eletronica/3d/>. Acesso em: 8 jul.
2014.

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