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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Introdução à sociologia

Primeira avaliação de Sociologia

Karolina Braga do Carmo

09/11/2021

1. Émile Durkheim e Max Weber, fundadores da sociologia, dedicaram-se a construir uma teoria e um método para a análise
científica dos fenômenos sociais. O primeiro centrou sua análise no conceito de fato social, tomado como objeto da nova
ciência, enquanto o segundo propôs o conceito de ação social. Disserte sobre a complementaridade das duas teorias,
entendendo a primeira como uma explicação objetivista e a segunda como uma explicação subjetivista da relação entre
indivíduo e sociedade.

Segundo seus estudos, Émile Durkheim acredita que não é a ação do indivíduo que molda a
sociedade, mas sim ao contrário. Nesse contexto, a sociedade é maior que o indivíduo e age de
forma coletiva, logo, os seres humanos não mudam a sociedade, pois ela já é estabelecida
previamente. Conclui-se, então, uma sociedade saudável e que funcione corretamente, é
aquela que partilha os mesmos significados e valores, uma vez que o fato social não é
particular, é fator externo do indivíduo e já existia antes do nosso nascimento. Para o autor, a
coesão introduzida pela ciência coletiva é capaz de amenizar os conflitos e possíveis
problemas.

Por outro lado, Max Weber valoriza o indivíduo e se dedica a compreender o sentido da ação
social. Dessa forma, entende que cada ação social corresponde a uma motivação, uma ação
propriamente dita e uma série de consequências, calculadas ou não pelo indivíduo. Nesse
sentido, conclui-se que as imposições externas não justificam as ações dos homens, porque as
normas sociais só se tornam concretas quando se constituem em motivação para o sujeito da
ação. Por esta razão, o autor analisou as ações individuais dos seres humanos e estabeleceu
tipos ideias em quatro categoriais: ação social racional com relação a fins (atitude estudada e
calculada com base em conhecimento prévio dos resultados ou análise das consequências),
ação social racional com relação a valores (elaboração racional de acordo com crenças
compartilhados), ação social tradicional (ação direcionada pelos hábitos familiares, costumes
ou tradições) e ação social afetiva (ação como resultado de fortes sentimentos, não racional).

Portanto, Max Weber acredita que tudo que é coletivo é causado pela forma como os
indivíduos agem e orientam suas ações para que seja dessa maneira e Emile Durkheim
entende que as regras, valores e leis da sociedade existem para manter a ordem e com isso,
moldam a forma que os indivíduos irão agir.

2. O Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, e A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo,
de Max Weber, constituem duas das explicações mais clássicas do sistema capitalista. Contraponha a
explicação materialista de base marxista à explicação weberiana, fundada nas mentalidades.

Karl Marx, em sua obra Manifesto do Partido Comunista, diz que a única característica que
pode ser observada na comunidade humana é o que ele chamou de luta de classes (são classes
com objetivos diferentes e posições sociais diferentes que estão sempre na tensão de alcançar
seus objetivos). O autor critica as relações de senhor e servo, proletário e escravo, rico e
pobre, burguês e proletário. Nessa relação entre os dois principais grupos, os dominantes
comandam os meios de produção, enquanto os proletários são obrigados a trabalhar, sem
chance alguma de alcançar o status dos burgueses. Essa relação foi vista pelo autor como
exploração dos dominantes sobre dominados, analisou então o conceito de mais valia
(diferença entre o ganho do burguês e o salário do proletariado). Toda essa relação entre as
classes e a mais valia se justifica pela mentalidade e o objetivo central do Capitalismo, que é a
geração e a acumulação do lucro.

Em contrapartida, o sociólogo Max Weber, em sua obra A Ética Protestante e o Espírito do


Capitalismo, definiu que a busca pelo lucro não tem relação com o capitalismo, pois já existia
antes do conceito do capitalismo. Diante disso, compreende-se que o capitalismo é complexo
e é como um modo de produção que se diferencia de todos os outros momentos em que se
buscavam o lucro, pois ele é racional, é o espírito do capitalismo. Após pesquisas, o autor
percebeu que o mesmo se desenvolveu com predominância protestante, especificamente em
regiões de maioria puritana calvinistas, pois notou que as nações em sua maioria católicas não
tiveram tanto crescimento econômico. Conclui-se, então, os valores do protestantismo
marcavam a propensão de seus seguidores ao comportamento típico capitalista, como a
disciplina ascética, a poupança, a austeridade e o dever e a vocação para o trabalho. Assim,
exemplificando as sociedades capitalistas que, em sua maioria, eram formadas por homens de
negócios e trabalhadores qualificados (pessoas disciplinadas que valorizavam o trabalho e
prezavam pela poupança, como dito anteriormente), motivados por seus valores e
pensamentos, educavam seus filhos para realizarem cursos técnicos com retorno financeiro
rápido, deixando de lado os cursos de humanas. Essas pessoas analisadas por Weber de modo
geral eram puritanas. Em suma, Weber nesse estudo revelou forte interação que pode haver
entre religião e sociedade, contribuindo para a formação do intelecto de cada indivíduo.

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