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Introdução à sociologia
09/11/2021
1. Émile Durkheim e Max Weber, fundadores da sociologia, dedicaram-se a construir uma teoria e um método para a análise
científica dos fenômenos sociais. O primeiro centrou sua análise no conceito de fato social, tomado como objeto da nova
ciência, enquanto o segundo propôs o conceito de ação social. Disserte sobre a complementaridade das duas teorias,
entendendo a primeira como uma explicação objetivista e a segunda como uma explicação subjetivista da relação entre
indivíduo e sociedade.
Segundo seus estudos, Émile Durkheim acredita que não é a ação do indivíduo que molda a
sociedade, mas sim ao contrário. Nesse contexto, a sociedade é maior que o indivíduo e age de
forma coletiva, logo, os seres humanos não mudam a sociedade, pois ela já é estabelecida
previamente. Conclui-se, então, uma sociedade saudável e que funcione corretamente, é
aquela que partilha os mesmos significados e valores, uma vez que o fato social não é
particular, é fator externo do indivíduo e já existia antes do nosso nascimento. Para o autor, a
coesão introduzida pela ciência coletiva é capaz de amenizar os conflitos e possíveis
problemas.
Por outro lado, Max Weber valoriza o indivíduo e se dedica a compreender o sentido da ação
social. Dessa forma, entende que cada ação social corresponde a uma motivação, uma ação
propriamente dita e uma série de consequências, calculadas ou não pelo indivíduo. Nesse
sentido, conclui-se que as imposições externas não justificam as ações dos homens, porque as
normas sociais só se tornam concretas quando se constituem em motivação para o sujeito da
ação. Por esta razão, o autor analisou as ações individuais dos seres humanos e estabeleceu
tipos ideias em quatro categoriais: ação social racional com relação a fins (atitude estudada e
calculada com base em conhecimento prévio dos resultados ou análise das consequências),
ação social racional com relação a valores (elaboração racional de acordo com crenças
compartilhados), ação social tradicional (ação direcionada pelos hábitos familiares, costumes
ou tradições) e ação social afetiva (ação como resultado de fortes sentimentos, não racional).
Portanto, Max Weber acredita que tudo que é coletivo é causado pela forma como os
indivíduos agem e orientam suas ações para que seja dessa maneira e Emile Durkheim
entende que as regras, valores e leis da sociedade existem para manter a ordem e com isso,
moldam a forma que os indivíduos irão agir.
2. O Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, e A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo,
de Max Weber, constituem duas das explicações mais clássicas do sistema capitalista. Contraponha a
explicação materialista de base marxista à explicação weberiana, fundada nas mentalidades.
Karl Marx, em sua obra Manifesto do Partido Comunista, diz que a única característica que
pode ser observada na comunidade humana é o que ele chamou de luta de classes (são classes
com objetivos diferentes e posições sociais diferentes que estão sempre na tensão de alcançar
seus objetivos). O autor critica as relações de senhor e servo, proletário e escravo, rico e
pobre, burguês e proletário. Nessa relação entre os dois principais grupos, os dominantes
comandam os meios de produção, enquanto os proletários são obrigados a trabalhar, sem
chance alguma de alcançar o status dos burgueses. Essa relação foi vista pelo autor como
exploração dos dominantes sobre dominados, analisou então o conceito de mais valia
(diferença entre o ganho do burguês e o salário do proletariado). Toda essa relação entre as
classes e a mais valia se justifica pela mentalidade e o objetivo central do Capitalismo, que é a
geração e a acumulação do lucro.