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Previdência privada é um assunto sobre o qual todos temos uma noção intuitiva, mas poucos
possuem um conhecimento profundo. Na verdade, a grande maioria de nós tem mais
perguntas do que respostas.
Por experiência, vemos os investidores esbarrando em questões que deveriam ser simples,
como a escolha PGBL vs VGBL.
Vemos decisões ruins de resgate na previdência antes da hora, e histórias de amor frustradas
com planos vinculados ao empregador.
Além disso, existem muitos produtos de previdência ruins por aí, com custos altos e que —
acredite — chegam a render menos que 100% do CDI, principalmente em longos períodos.
A boa notícia é que, com as recentes flexibilizações dos reguladores, os fundos de previdência
começaram a adotar estratégias similares aos fundos fora dela, incrementando a rentabilidade
desse tipo de investimento.
O objetivo deste documento é revelar tudo o que você precisa saber para montar uma
estratégia de aposentadoria que não vai te deixar na mão lá na frente.
Esperamos que, ao final, você se sinta confiante para escolher as melhores opções para
montar seu plano de previdência privada.
Boa leitura!
Se você ainda não está convencido de que um plano de previdência privada é a melhor opção
para a sua aposentadoria, eu vou listar a seguir alguns benefícios exclusivos desse tipo de
investimento.
#1: Menor alíquota de IR
Optando pela tabela regressiva — fique tranquilo, vamos explicar logo abaixo o que ela
significa — e deixando o dinheiro investido por mais de dez anos, o investidor consegue atingir
a menor alíquota de IR do mercado, pagando 10% de imposto.
#5: Portabilidade
Se ao final da leitura deste documento você perceber que está com um plano de previdência
ruim (veja a lista dos 150 piores fundos de previdência do mercados ao final deste guia), saiba
que você pode fazer a portabilidade para uma alternativa melhor sem perder o tempo de
contribuição e sem precisar resgatar e pagar imposto. (Daremos mais detalhes adiante.)
Outro ponto importante para fazer um bom planejamento previdenciário é entender que existem
dois principais momentos ao longo da vida de um plano de previdência:
Estando nessa fase, você pode aportar e resgatar os valores livremente. O mais
importante aqui é: o patrimônio acumulado é seu. Ainda que a seguradora seja
responsável pela gestão do seu dinheiro e por aplicá-lo no fundo que você escolheu, e
este fundo compre os ativos e rentabilize esse dinheiro, esse valor é seu e você pode
fazer o que bem entender com ele, seja resgatar, fazer portabilidade para outro local,
aportar mais ou manter como está.
2. Fase de benefício: digamos que você ficou com um plano de previdência por 30 anos
aportando valores ao longo do tempo e acumulou um patrimônio considerável. Ao
atingir os 60 anos, decidiu se aposentar. Para a aposentadoria, você escolheu converter
aquele saldo acumulado em uma renda vitalícia com a seguradora. Nesse caso, a partir
do momento em que confirmou essa conversão em alguma modalidade de renda, você
entrou na fase de benefício, e o saldo acumulado deixa de ser seu e passa a ser da
seguradora, além de você não poder mais aportar valores nesse plano.
Quando você faz essa conversão do saldo em renda, seja vitalícia ou temporária, é
como se você usasse todo o seu saldo da previdência para contratar um serviço da
seguradora, criando uma obrigação dela com você (de lhe fazer pagamentos mensais,
conforme os termos acordados), definida a partir de uma série de variáveis.
Portanto, você deixa de ter controle sobre o patrimônio, não podendo mais sacá-lo (nem
totalmente nem em partes), mas a seguradora se compromete a te pagar um valor todo
mês até um período determinado (ou de forma vitalícia), podendo ou não ser estendido
a beneficiários ou herdeiros.
Os tipos de planos de previdência
Ao decidir ter um plano de previdência privada, você tem duas opções principais: o PGBL
(Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).
No regime progressivo, o resgate total ou parcial do plano terá alíquota de 15% cobrada na
fonte e, na declaração de ajuste anual do ano seguinte, o recebimento entra como se fosse
parte da sua renda tributável, estando sujeito à mesma tabela progressiva de IR com a qual já
estamos acostumados e que incide sobre o seu salário mensal. Portanto, as alíquotas vão de
0% a 27,5%.
Com tantas escolhas, montei este resumo das quatro combinações entre tipo de previdência e
regime de tributação que você deve escolher ao contratar um novo plano:
PGBL regressivo
É o melhor dos dois mundos, e a opção mais indicada para quem faz a declaração completa do
Imposto de Renda (indicada para quem tem muitas deduções, como escola dos filhos,
despesas médicas e outros itens dedutíveis), se aproveitando da dedução fiscal de até 12% da
sua renda tributável na declaração de IR atual, também é a melhor opção para quem tem pelo
menos dez anos até a aposentadoria, podendo se beneficiar da alíquota final de 10% no
regime regressivo.
É importante lembrar que, para obter o benefício da dedução fiscal, você deve optar pelo
modelo completo na declaração de IR e, ao mesmo tempo, também contribuir com o INSS ou
com outro regime de previdência social.
A primeira coisa a fazer é somar todos os seus rendimentos tributáveis: salários, horas extras,
férias e outros rendimentos como aluguéis de imóveis. Não são considerados rendimentos
tributáveis para fins de declaração de ajuste anual aqueles isentos (como dividendos) ou com
tributação exclusiva na fonte (como décimo terceiro ou participação nos lucros). Aqui, pode ser
necessário que você consulte todas as suas folhas de pagamento ao longo do ano.
O mesmo deve ser feito para as deduções fiscais: gastos com saúde, educação, INSS,
dependentes, etc.
O modelo simplificado considera que as deduções fiscais são 20% da sua renda tributável, com
teto de R$ 16.754,34. Portanto, se a soma das suas deduções ultrapassar esse valor, a melhor
opção é a declaração completa.
Exemplo 1:
Se a sua renda tributável for de R$ 100 mil no ano, o desconto pelo modelo simplificado seria
de R$ 16.754,34, pois 20% corresponderia a R$ 20 mil, que ultrapassaria o teto. Portanto, o
modelo simplificado tem desconto de aproximadamente 16,7%.
Vamos supor que você tenha contribuído com o teto do INSS (R$ 7.708) ao longo do ano, o
que corresponde a 7,7% dos R$ 100 mil.
Nesse exemplo, se considerarmos que você não tenha mais dedução fiscal a fazer, investir a
partir de 9% em um PGBL (R$ 9.000) já faria com que o modelo de declaração completa fosse
o mais adequado, somando os mesmos 16,7% do modelo simplificado.
Porém, o ideal é que você invista até o limite da regulação, 12% da renda tributável em PGBL.
Nesse exemplo a economia seria de R$ 812 por ano em relação ao modelo simplificado.
Exemplo 2:
E se o mesmo cálculo fosse feito com uma renda tributável de metade desse valor, de R$ 50
mil?
Neste caso, ainda assim valeria a pena aportar 12% em um PGBL, pois o IR devido ficaria em
R$ 1.517, menor do que os R$ 1.742 do modelo simplificado.
Ah, antes que eu me esqueça: se você optou por um modelo simplificado em um ano, pode
optar pelo completo no ano seguinte, e vice-versa. O programa da Receita Federal sempre
indicará aquele com o maior benefício para você.
É importante reforçar que, para obter o benefício fiscal dos 12% na próxima declaração de IR,
você deve investir em um PGBL ainda este ano!
PGBL Progressivo
Também é indicado para quem opta pelo modelo de declaração completa do IR, porém o
regime de tributação progressivo se adequa melhor a quem não pode aguardar tanto tempo
para resgatar o dinheiro ou para o investidor que sabe, com certeza, que esta será sua única
renda no futuro.
Sendo a previdência privada a única renda na época do recebimento, é possível que, pelo
regime progressivo, você faça saques mensais isentos, de acordo com a tabela vigente de IR à
época dos saques.
VGBL Regressivo
Sem contar com o benefício da dedução fiscal de 12% da renda tributável, os planos VGBL se
assemelham a fundos de investimentos normais, fora da previdência, com a diferença de que
não têm a incidência do come-cotas.
Além disso, neste caso específico, ainda se beneficiam de uma alíquota de IR de até 10%,
caso mantenha o investimento por dez anos.
A escolha pelos planos VGBL é a mais indicada para quem não opta pela declaração completa
de IR ou para aquela grana que você pretende ter em previdência que ultrapassa os 12%
destinados ao PGBL.
VGBL Progressivo
É a opção com menos vantagens tributárias, sendo a não incidência de come-cotas a única
delas. Não permite dedução fiscal na declaração anual de IR e é mais indicada para quem não
pretende aguardar dez anos para resgatar o investimento.
Fizemos um exercício didático comparando todas as opções para mostrar o efeito no longo
prazo que o come-cotas, o diferimento fiscal do PGBL e a possibilidade de pagar apenas 10%
de IR causam no seu patrimônio.
Repare o que acontece. O investimento inicial de R$ 12 mil, isto é, 12% da renda tributável,
teria um ganho de R$ 50 mil no fundo aberto, com come-cotas e sem benefícios fiscais. No
outro extremo, optando por um plano de previdência PGBL Regressivo, o lucro líquido seria de
quase R$ 100 mil, o dobro do fundo aberto.
Cada plano de previdência entre esses dois incorpora uma das vantagens em relação ao fundo
aberto, começando de baixo:
● VGBL Progressivo: não tem a incidência de come-cotas. No longo prazo, isso gera
uma pequena diferença em relação ao fundo aberto de mesma estratégia.
● VGBL Regressivo: além de não ter come-cotas, chega a uma alíquota de IR final de
10% a partir de dez anos de investimento.
● PGBL Progressivo: também não tem come-cotas, mas se beneficia da dedução fiscal
de até 12% da renda tributável hoje, diferindo um imposto que é reinvestido ao longo do
tempo.
● PGBL Regressivo: sem come-cotas, com alíquota de IR que pode chegar a 10% em
dez anos e com o benefício da dedução fiscal, é o modelo ideal de previdência privada.
Lembrando que esse gráfico representa o que acontece com apenas UM aporte. Você já
imaginou o efeito de se aproveitar do benefício fiscal de investir 12% em PGBL todos os anos?
Mas é também nessa hora que o Leão age: com o resgate ou com a renda contratada, vem
também a incidência do IR. E há uma diferença importante entre os dois planos:
No PGBL, o IR incide sobre o montante total, ou seja, sobre o principal mais rendimentos. Já
no VGBL, o IR incide apenas sobre os rendimentos acumulados no período.
Após a escolha do plano, passamos para a escolha do regime de tributação, dividido entre
regressivo ou progressivo.
Tabela Regressiva
Pela tabela regressiva, a alíquota de IR é referenciada ao prazo de permanência do
investimento, caindo 5 pontos percentuais a cada dois anos, até o limite de 10%, conforme a
tabela abaixo:
TABELA REGRESSIVA
Prazo Alíquota
De 2 a 4 anos 30%
De 4 a 6 anos 25%
De 6 a 8 anos 20%
De 8 a 10 anos 15%
Para os resgates, a regra que vale é a do “PEPS”: primeiro que entra, primeiro que sai. Ou
seja, o primeiro recurso que entra é o primeiro recurso que sai.
Tabela Progressiva
No regime progressivo, o que importa não é o tempo de permanência, mas sim o valor do
recebimento, uma vez que ele compõe parte da sua renda tributável.
Nele há a tributação na fonte pela alíquota fixa de 15% para qualquer valor, e os recebimentos
são tributados diretamente conforme Tabela Progressiva Mensal de IR, aquela mesma
incidente sobre o nosso salário mensal.
Importante ressaltar que está em tramitação no governo a reforma do Imposto de Renda. Se for
aprovada, o teto da isenção do IR passará de R$ 1.903,98 para R$ 2.500,00, afetando também
a cobrança nos planos de previdência. Veja as tabelas a seguir:
Base de cálculo anual (em R$) Base de cálculo mensal (em R$) Alíquota
Você pode ser restituído caso tenha pago mais imposto do que deveria, ou cobrado pela
diferença caso tenha pago menos que os 15%, de acordo com as faixas da tabela:
De R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65 7,5% 15% na fonte, com restituição de 7,5% dos 15%
na declaração anual
Se você já possui seu plano de previdência privada, faça um favor ao seu “eu do futuro”: confira
as taxas que está pagando — se há taxa de carregamento na entrada, qual o percentual da
taxa de administração e se há taxa de performance —, qual é a alocação de portfólio deste
fundo e qual a rentabilidade acumulada ao longo dos anos.
Existem grandes furadas no mercado. Ao final deste documento, em anexo, listamos os 150
piores fundos de previdência do mercado. A lista foi elaborada pela equipe do analista da
Empiricus Bruno Mérola, responsável pela série Os Melhores Fundos de Investimento. Se você
estiver em algum deles, faça a portabilidade para um fundo melhor (continue a ler este guia que
vamos lhe ensinar como escolher uma opção vantajosa e indicar algumas opções).
Você pode estar deixando um dinheiro valioso na mesa que, devido ao caráter de longo prazo
desse tipo de investimento, pode te custar alguns milhares de reais lá na frente, uma vez que o
valor de renda ou resgate depende tanto das contribuições efetuadas como da rentabilidade
obtida através do desempenho do fundo.
Se, ao realizar esse exercício, você constatar que está em um dos muitos planos ruins
disponíveis no mercado, fique tranquilo. Você pode fazer a portabilidade para um fundo
melhor.
A única regra impeditiva é a restrição de migração entre planos: você não pode migrar de um
PGBL para um VGBL, por exemplo, tampouco do regime de tributação regressivo para o
progressivo.
Basta entrar em contato com a instituição responsável pelo plano a que deseja aderir e solicitar
a portabilidade — todo o trâmite é feito por ela.
É importante ressaltar que, caso você mude do regime progressivo para o regressivo, a
contagem do tempo começa “do zero”, ou seja, é realizada a partir da data da troca,
iniciando-se em 35% (obviamente, não recomendamos que o faça, a não ser que seja
realmente um caso muito singular).
1. Se o seu horizonte é mais curto, significa que deve topar correr menos riscos. Se você for
conservador, também. O ideal aqui seria investir em um fundo 100% renda fixa, com alguma
exposição a crédito privado;
2. Por outro lado, para horizontes mais longos, e para aqueles investidores que topam correr
mais riscos em troca de melhores retornos, temos os fundos multimercados, ou as estruturas
de FoFs (fundos de fundos) — particularmente, nossa preferida;
3. Temos ainda uma terceira opção, para os investidores mais arrojados, e que contam também
com prazos dilatados: uma alocação focada em ações. Para o público em geral, os fundos
devem ter no máximo 70% em ações. Para os investidores qualificados, até 100%.
Se você chegou até aqui é porque realmente está interessado em cuidar melhor da sua
aposentadoria.
Para conhecer mais detalhes dos fundos de previdência da Vitreo, acesse o link abaixo:
Um abraço,
Equipe Vitreo
ANEXO