EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO

PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO

PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

1º DIA
CADERNO
CINZA

ESTA PROVA É UM SIMULADO QUE REPRODUZ AS CARACTERÍSTICAS DE CONTEÚDO E OS ASPECTOS VISUAIS DAS PROVAS OFICIAIS DO ENEM.

LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:

1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira:
a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à
língua escolhida: inglês ou espanhol.
2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores.
Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome
as providências cabíveis.
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão.
4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE
QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
6. Não esquecer de assinar a lista de presença.
7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
8. Quando terminar as provas, entregue o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO ao aplicador.
9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorrida 1h30min do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE
QUESTÕES.

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 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção Inglês)
QUESTÃO 01
To the Editor:
Re “Are You Depressed or Bored?,” by Richard A. Friedman (Sunday
Review, Aug. 23):
While I agree with Dr. Friedman that we shouldn’t pathologize
normal everyday stress or boredom, I don’t think that the fact that many
of his patients have not experienced depression and anxiety flare-ups
during the pandemic is representative.
So many people have faced tremendous losses, especially
my community health patient base. Those losses include loss of
housing, food sources, jobs, health care, along with family and
friends who have passed away. It is far from “premature” to prepare
for an uptick in mental health diagnoses related to the pandemic.
That uptick will include post-traumatic stress, along with many other
pathologies. Indeed, increased preparedness will help ensure that
treatment is effective.
Karen Katz
Brookline, Mass.
The writer is a community mental health clinician with Advocates
Community Counseling.
Disponível em: <www.nytimes.com>.
A carta ao editor é um tipo textual que possibilita ao leitor a réplica.
Essas cartas não representam as visões e os objetivos dos jornais ou
meios de comunicação que as recebem, portanto podem discordar da
publicação original. Pode-se dizer que:
A a autora da réplica concorda plenamente com o posicionamento
apresentado pela reportagem “Are you depressed or bored?”.
B apesar de concordar com alguns aspectos da reportagem, a autora
acredita que haverá um aumento de doenças psicológicas relacio-
nadas à pandemia.
C o comentário de Karen Katz não pode ser considerado correto
dada a ausência de embasamento da autora.
D a réplica apresentada falha quanto à compostura: apesar de ter um
argumento válido, a autora exacerbou-se.
E a autora da réplica discorda completamente do posicionamento
da reportagem em declarar prematuros diagnósticos de doenças
psicológicas.
QUESTÃO 02
Disponível em: <www.gocomics.com>.
2 SIMULADO ENEM
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Tiras são textos, em sua maioria, humorísticos, que apresentam de-
terminados aspectos do comportamento social por meio de narrativas
breves e gráficas. A tira apresentada, Garfield, criada por Jim Davis,
mostra diversos aspectos da interação humana por meio da personifi-
cação de seu personagem principal. Com base na leitura do cartum, o
efeito cômico da tira dá-se:
A devido à boa intenção de Jon, dono de Garfield, ao fazer cócegas
no amigo.
B mediante a utilização de onomatopeias para indicar a ação de Jon.
C devido ao desejo de Garfield em permanecer deprimido.
D pela declaração de amor de Jon para seu animal de estimação,
Garfield.
E pelo desejo de vingança de Garfield, apesar de ter sido ajudado e
sentir-se melhor.
QUESTÃO 03
UC Riverside researchers who have studied people under
quarantine in China say the best protection against COVID-19 stress
is to participate in all-consuming activities. In fact, finding the right
activity could mean you experience the same well-being during the
long quarantine as you would when not in quarantine, UC Riverside
psychology researcher Kate Sweeny asserts.
“It’s a bold statement. But there are lots of reasons for this,
and the data are compelling,” said Sweeny, a professor of psychology.
“Flow seems to mitigate the negative effects of quarantine.”
“Flow” is the term researchers use to describe a state of
complete immersion in an activity. Flow activities are so all-consuming
that it’s difficult to think of anything else. People achieve flow variously
by playing video games or using a foreign language app. Activities such
as baking, woodworking, and jogging could qualify, depending on the
level of challenge. Reading and watching TV, while enjoyable, aren’t
flow activities.
Sweeny and her team analyzed data collected in February – during
the peak of China’s COVID-19 quarantine – and the study involved more
than 5,000 people ranging in age from 15 to 71. It’s goal, Sweeny said,
was to identify strategies for managing distress, particularly among
those experiencing quarantine. Not surprisingly, Sweeny said, her
study shows people are less happy under quarantine than not. And the
longer the quarantine, the less happy the respondents were.
Those who engaged in flow activities reported more positive
emotion, less severe depressive symptoms, less loneliness, more
healthy behaviors, and fewer unhealthy behaviors. The benefits became
greater as the quarantine continued.
“As a quarantine wears on, people may find that the tedium
of isolation allows their worries to run wild, with little else to keep
their mind occupied. If instead people can find activities that absorb
their attention, the days feel shorter and the weeks, therefore, more
tolerable.”
In closing, Sweeny wrote: “The time will pass more quickly if you
find your flow.”
Adaptado de <www.universityofcalifornia.edu>.
Considerando as informações presentes no texto sobre o conceito de
“flow”, pode-se dizer que:
A é importante permanecer em “flow” durante longos períodos de
isolamento, para distanciar-se de outras pessoas.
B apesar de encontrar atividades que distraiam a mente, é impossí-
vel não se render ao tédio e se preocupar.
C “flow” é um termo utilizado por pesquisadores para descrever um
período de completa imersão em tarefas.
D aquelas pessoas engajadas em “flow” apresentaram emoções
mais positivas apesar de sua depressão e solidão em alta.
E atividades como jogar video games, aprender um novo idioma, ar-
tesanato e ver televisão são consideradas atividades de “flow”.
QUESTÃO 04
The day is cold, and dark, and dreary;
It rains, and the wind is never weary;
The vine still clings to the mouldering wall,
But at every gust the dead leaves fall,
And the day is dark and dreary.
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 My life is cold, and dark, and dreary;
It rains, and the wind is never weary;
My thoughts still cling to the mouldering Past,
But the hopes of youth fall thick in the blast,
And the days are dark and dreary.
Be still, sad heart! and cease repining;
Behind the clouds is the sun still shining;
Thy fate is the common fate of all,
Into each life some rain must fall,
Some days must be dark and dreary.
Disponível em: <www.hwlongfellow.org>.
Henry Wadsworth Longfellow é conhecido por ser o primeiro ame-
ricano a traduzir A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Como poeta
e professor, Longfellow tornou-se célebre por seus poemas líricos e
musicais, apesar de ser amplamente criticado por escrever para as
massas. Sobre o poema citado, pode-se inferir que:
A o autor, infelizmente, rendeu-se a sentimentos de tristeza e de-
pressão.
B pensamentos presos ao passado podem ajudar a manter a juventude.
C o autor desistiu de sentir-se feliz em qualquer momento da sua vida.
D em toda a vida há momentos bons e ruins, e isso é normal.
E por trás de cada problema da vida pode haver algo ainda pior.
QUESTÃO 05
People with depression may not recognize or acknowledge that
they’re depressed. They may not be aware of signs and symptoms of
depression, so they may think their feelings are normal.
All too often, people feel ashamed about their depression and
mistakenly believe they should be able to overcome it with willpower
alone. But depression seldom gets better without treatment and may
get worse. With the right treatment approach, the person you care
about can get better.
Here’s what you can do to help:
• Encourage sticking with treatment. If your relative or friend is in
treatment for depression, help him or her remember to take prescribed
medications and to keep appointments.
• Be willing to listen. Just listening and being understanding can be
a powerful healing tool.
• Give positive reinforcement. Remind your loved one about his or her
positive qualities and how much the person means to you and others.
• Offer assistance. Give suggestions about specific tasks you’d be
willing to do, or ask if there is a particular task that you could take on.
• Help create a low-stress environment. Creating a regular routine
may help a person with depression feel more in control.
• Make plans together. Ask your loved one to join you on a walk, see a
movie with you, or work with you on a hobby or other activity he or she
previously enjoyed. But don’t try to force the person into doing something.
Disponível em: <www.mayoclinic.org>.
Muitas pessoas com depressão podem não reconhecer ou admitir que
sofrem da doença, outras sentem vergonha de sua condição, porém,
sem tratamento, raramente há chances de melhora. Mediante tal de-
claração, o texto fornece sugestões sobre o que pode ser feito para
ajudar alguém com depressão, entre elas:
A estar disposto a ouvir e ser compreensivo com a pessoa com de-
pressão.
B obrigar a pessoa deprimida a cumprir com tratamento e medicações.
C oferecer conselhos e opções de tratamento sempre que possível.
D fazer planos com a pessoa deprimida e forçá-la a mantê-los.
E tomar controle da rotina e do dia a dia da pessoa com depressão.
Questões de 01 a 05 (opção Espanhol)
QUESTÃO 01
Obabakoak
Los recuerdos de un escritor cuando vivía junto a su padre en
el pueblo de Obaba y su extraña historia, la joven maestra que se
abandona a un joven alumno por una jugarreta del destino, Katharina
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y el tren, la fotografía de los alumnos del colegio, los gemelos
Margarete y Heinrich, las nueve palabras para Villamediana, etc.,
etc. Consta de veintiséis relatos, transcurren o tienen que ver con
Euskal Herria a través del imaginario pueblo de Obaba, pero también
con mucho más.
Opinión:
Opinar sobre este libro me cuesta, ya que nos habla de tantas
cosas… Son relatos yo diría originales, perturbadores… Historias
entrelazadas pero no de manera tradicional, como cabría esperar
cuando se dice “historias entrelazadas”, aunque algunas pudieran
parecer independientes. El hilo conductor y común en ellas, es
complejo, no se sustenta únicamente en un lugar común como podría
ser la situación de las historias, es decir, el pueblo y sus personajes,
no, aunque por sí solo ya hubiera sido tremendamente interesante,
al menos para mí. Pero ocurre, que estas historias a su vez, de una u
otra forma, yo diría que son metáforas, metáforas sobre la historia de
la Literatura en el País Vasco, sus escritores, su cultura, la visión de su
autor, su mirada hacia el futuro…
Hay historias dentro de historias, como por ejemplo cuando varios
personajes, un par de amigos y el tío de uno de ellos, se reúnen para
contar relatos, pero de tal forma que poco a poco se va desmenuzando,
desdibujando, la realidad de la ficción.
En fin, no sé si me estoy explicando muy bien, ni siquiera si estoy
siendo muy precisa con su argumento. De lo que sí estoy segura es
que es un libro muy sugerente, atrapante y que no puedo dejar de
recomendarlo.
<www.criticadelibros.com>
O texto anterior se refere ao livro Obabakoak, do renomado escritor
basco Bernardo Atxaga. Sobre o texto, podemos afirmar que:
A o livro é especial por ter sido escrito em língua basca.
B a criação de um lugar imaginário onde se passam todas as histó-
rias faz com que as narrativas sejam inusitadas.
C o livro é altamente recomendado pela autora do texto, pois se trata
de um livro original com histórias muito bem construídas e que
prende a atenção do leitor do começo ao fim.
D o autor do livro, Bernardo Atxaga, inspirou-se em sua infância para
criar as personagens do livro.
E todas as narrativas têm os mesmos personagens.
QUESTÃO 02
Los valencianos ¿hablan valenciano o catalán?
Por medio de este reducido artículo queremos salir al paso de
las erróneas teorías que sobre la lengua valenciana se vierten en
diversidad de medios de comunicación, teorías que se amparan
en razones tan “creíbles” como “la opinión científica”, “todas las
universidades europeas”, etc. siempre sin dar referencia de las fuentes
de investigación de las que se han valido para aseverarlo, sin mas
demostración autorizada sobre el origen del idioma valenciano.
La lengua valenciana es uno de los cinco idiomas reconocidos
oficialmente por la Constitución Española y por los Estatutos de
Autonomía de las diversas comunidades bilingües existentes hoy
en España, sin que ello sea óbice para que existan otras lenguas
minoritarias que también se hablan aunque no gocen por el momento
de reconocimiento oficial.
Por tanto, entendemos que cualquier aseveración que pretenda
incluir a la lengua valenciana dentro de otro idioma hablado en el
territorio nacional o, simplemente como dialecto del cualquiera de
ellos, no son sino teorías totalmente falsas, erróneas y fehacientes
del desconocimiento lingüístico promovidas por intereses totalmente
ajenos a la realidad histórica del pueblo valenciano, situación que de
hace años viene siendo patente por la megalomanía anexionista de
Cataluña y de su proyecto político de los “Países Catalanes”, estrafalaria
pretensión anticonstitucional.
[...]
Menéndez Pidal afirma: “en las lenguas románicas quedaron
préstamos lingüísticos importantes de las lenguas que hablaban las
tribus ibéricas, de los pobladores anteriores a la llegada de estos”.
Estas lenguas unidas a la romanización, que no consiguieron borrar,
sino embellecer, la dominación romana de las tierras valencianas.
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 Fenicios, Iberos, celtas, visigodos, romanos, árabes influyeron en el
habla de los primitivos pueblos edetanos y contestanos, anteriores a
todos ellos, en la creación de una forma de hablar totalmente diferente
y diferenciada, que fue embelleciéndose época a época, hasta llegar a
lo que hoy conocemos como Lengua Valenciana.
José Guillén Milla. <www.elcastellano.org>.
O texto de José Guillén Milla esclarece, em relação ao idioma valen-
ciano, que:
A grande parte das  pessoas não sabem a diferença entre o valenciano
e o catalão.
B a língua valenciana teve influência de muitos outros idiomas, o que
a tornou uma língua complexa e difícil de ser falada.
C o valenciano é alvo de preconceitos por parte da própria Comunidade
Valenciana.
D a Catalunha não reconhece o valenciano como uma língua oficial.
E o valenciano é, de fato, um dos idiomas oficiais da Espanha e
que existem muitas inverdades ainda sendo disseminadas a seu
respeito.
Rongo-rongo é um antigo sistema de escrita dos nativos da remota
Ilha de Páscoa. Como qualquer outro sistema de escritura primitivo,
há muitos questionamentos, incertezas e mistérios que o envolvem.
Entretanto, de acordo com o texto, é possível afirmar que:
A o rongo-rongo tem sua origem na Oceania.
B os nativos da Ilha de Páscoa desenvolveram sua escrita após a
chegada dos espanhóis na ilha.
C as tábuas com as escrituras funcionavam apenas como calendário.
D nunca foi possível estabelecer um padrão para interpretar as anti-
gas escrituras.
E atualmente não há nenhuma tábua original com escrituras rongo-
-rongo na Ilha de Páscoa.
QUESTÃO 04

QUESTÃO 03

Rongo Rongo
La escritura Rongo Rongo, también llamada por los nativos
kohau rongo rongo, es un sistema de escritura compuesta por glifos
tallados sobre maderas o “tablillas”, que hasta la fecha no ha podido ser
descifrada. La traducción más común del término kohau es “madera
que sirve para fabricar el casco de las canoas” y rongo rongo significa
“gran mensaje” o “gran estudio”, por lo que kohau rongo rongo se ha
traducido como “maderas de recitación” o “báculos recitadores”.
De acuerdo a la tradición oral, el primer rey que llegó a la Isla de
Pascua, el ariki Hotu Matu’a llevaba con él 67 tablas que correspondían
a las 67 sabidurías Maorí, como por ejemplo saber navegar y conocer
la astronomía; sin embargo, no se han hallado rastros de este tipo de
escritura en ningún otro lugar de la Polinesia. Otros investigadores
sostienen que la escritura Rongo Rongo fue inventada después de la
llegada de los españoles en 1770, ya que éstos solicitaron al ariki que <https://eridasouza2.wordpress.com>
firmara el contrato de cesión de la isla, siendo éste el primer contacto
Na charge da cartunista argentina Maitena, a personagem se mostra
del pueblo rapanui con la escritura occidental.
extremamente irritada porque:
Más allá de las teorías planteadas sobre su origen, lo más probable
es que el significado de la escritura Rongo Rongo siga siendo un A sua amiga não quis lhe presentear com um par de sapatos.
misterio por mucho tiempo. Lamentablemente sólo existen 27 piezas B sua melhor amiga comprou sapatos iguais aos que ela havia com-
originales con inscripciones Rongo Rongo, y se encuentran esparcidas prado.
por museos de todo el mundo. No existe ninguna pieza original en la C seu namorado a traiu com sua melhor amiga.
Isla de Pascua. Esta escasez y dispersión, así como el desconocimiento
D ela e a amiga não gostam das mesmas coisas.
del idioma Rapa Nui antiguo, hacen casi imposible encontrar un patrón
que permita interpretarlas. E a amiga não empresta as coisas a ela.
Los símbolos o glifos, se tallaban usando dientes de tiburón o
lascas de obsidiana, principalmente en madera de toromiro o palo de QUESTÃO 05
rosa de Oceanía, por ambas caras y sin espacios vacíos ni separaciones
entre los símbolos. Parecen representar a seres antropomórficos en
diferentes posturas, criaturas de fantasía que asemejan aves, animales Un “chip” de estiércol para proteger contra
acuáticos o plantas, figuras celestes, pequeños anzuelos o figuras radiación de líneas telefónicas en India
geométricas. Debido a esta simbología se piensa que no es una Un organismo gubernamental indio especializado en el diseño
escritura fonética sino más bien simbólica. de jabones y productos diversos a base de orina y estiércol de vaca
El sistema de escritura usado en las tablillas Rongo Rongo se asegura haber desarrollado un “chip” en estiércol que protege contra
conoce con el nombre de bustrófedon inverso, lo que significa que la radiación del teléfono móvil.
se escribe un renglón en una dirección y el siguiente en la dirección Sin explicar cómo funciona, el presidente de la comisión nacional
inversa y dado la vuelta, y así sucesivamente. Para leer las tablillas hay de la vaca, creada el año pasado por el gobierno nacionalista hindú,
que darles la vuelta a medida que se va avanzando. Así por ejemplo, aseguró en una conferencia de prensa en Nueva Delhi que el “chip”
en la tablilla de la imagen, los renglones impares se leen de forma debía colocarse simplemente en el interior de la protección del teléfono
habitual, es decir, de izquierda a derecha, y los renglones pares, se leen o bien en su funda.
girando la tablilla 180o. “Hemos observado que si se coloca este chip en el móvil, reduce
[...] significativamente la radiación”, afirmó Vallabhbhai Kathiria, mostrando
Lamentablemente, las tablillas con la escritura Rongo Rongo una fina placa amarilla del tamaño de una tarjeta SIM.
que no fueron vendidas o intercambiadas entre los europeos y los “El estiércol de vaca es antiradiación, lo protege todo, si usted
habitantes de la isla fueron quemadas por los misioneros, que las lleva esto a casa, su casa estará libre de toda radiación”, continuó, “todo
consideraron satánicas, causantes de extraños estados mentales ha sido probado por la ciencia”.
y espirituales y portadoras de mensajes que contravenían su labor
Kathiria no facilitó más detalles sobre las investigaciones que han
evangelizadora.
permitido este descubrimiento, cuyo anuncio el lunes desencadenó
Adaptado de <https://imaginaisladepascua.com>. burlas en las redes sociales.

4 SIMULADO ENEM
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 Las vacas son consideradas un animal sagrado por la mayoría
hindú del país y el consumo de carne de vacuno está prohibido en
muchos estados.
El presidente de la comisión nacional de la vaca declaró también
al diario The Indian Express que los “chips” se fabricaban a través de
más de 500 refugios para vacas y costaban alrededor de 100 rupias por
unidad (1,36 dólares o 1,156 euros).
“Una persona exporta estos chips a Estados Unidos donde se
venden a 10 dólares cada uno”, según sus palabras citadas por el diario.  olhar para as calçadas encardidas de sol, os ônibus da volta do trabalho
Desde su llegada al poder en 2014, el partido del primer ministro
nacionalista hindú Narendra Modi ha presupuestado millones de
dólares para la investigación de productos que utilizan orina o estiércol
de vacas. 
La Rashtriya Kamdhenu Aayong (comisión nacional de la vaca)
fue creada en febrero de 2019 por el gobierno para “la conservación,
protección y desarrollo de las vacas y sus crías”.
<https://elperiodico.com.gt>
O texto do jornal guatemalteco informa que os indianos desenvol-
veram um chip para bloquear a radiação dos telefones. Tal chip foi
desenvolvido:
A a partir do esterco das vacas.
B a partir de vacas criadas nos centros de proteção.
C a partir do esterco dos novilhos.
D para proteger as vacas da grande incidência da radiação telefônica.
E tendo como base a matéria orgânica das vacas.
QUESTÃO 06
(Enem)
Menina
A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que bonita
que a mãe era, com os alfinetes na boca. Gostava de olhá-la calada,
estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a
tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando a mãe preci-
sava da tesoura. Admirava o jeito decidido da mãe ao cortar pano, não
hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a de ( )
como quem diz ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na
mesma hora da tentativa tinha-as pensado. Oh, tudo era tão difícil.
A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe intensamente agora qua-
se com fome, depressa, depressa antes de morrer, tanto que não se
conteve e – Mamãe, o que é desquitada? – atirou rápida com uma
voz sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse o mundo
acabava ou Deus aparecia – sentia Ana Lúcia. Era muito forte aquele
instante, forte demais para uma menina, a mãe parada com a tesoura
no ar, tudo sem solução podendo desabar a qualquer pensamento, a
máquina avançando desgovernada sobre o vestido de seda brilhante
espalhando luz luz luz.
I. Ângelo. “Menina”. In: A face horrível.
São Paulo: Lazuli, 2017.
Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência uma dramati-
cidade centrada na:
A insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência da figura paterna.
B associação entre a angústia da menina e a reação intempestiva da
mãe.
C relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a emancipação
feminina.
D representação de estigmas sociais modulados pela perspectiva da
criança.
E expressão de dúvidas existenciais intensificadas pela percepção
do abandono.
QUESTÃO 07
(Enem) Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira coisa a
aparecer no mundo, antes mesmo dos vulcões e dos cachalotes, an-
tes de Portugal invadir, antes do Getúlio Vargas mandar construir casas
populares. O bairro do Queím, onde nasci e cresci, é um deles. Acon-
chegado entre o Engenho Novo e Andaraí, foi feito daquela argila pri-
3.221
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mordial, que se aglutinou em diversos formatos: cães soltos, moscas
e morros, uma estação de trem, amendoeiras e barracos e sobrados,
botecos e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de jogo do bicho e
um terreno enorme reservado para o cemitério. Mas tudo ainda estava
vazio: faltava gente.
Não demorou. As ruas juntaram tanta poeira que o homem não
teve escolha a não ser passar a existir, para varrê-las. À tardinha, sentar
na varanda das casas e reclamar da pobreza, falar mal dos outros e
sujando tudo de novo.
V. Heringer. O amor dos homens avulsos.
São Paulo: Cia. das Letras, 2016.
Traçando a gênese simbólica de sua cidade, o narrador imprime ao
texto um sentido estético fundamentado na:
A excentricidade dos bairros cariocas de sua infância.
B perspectiva caricata da paisagem de traços deteriorados.
C importância dos fatos relacionados à história dos subúrbios.
D diversidade dos tipos humanos identificados por seus hábitos.
E experiência do cotidiano marcado pelas necessidades e urgências.
QUESTÃO 08
(Enem) A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao
dever. [...] O jogo se transformou em espetáculo, com poucos prota-
gonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o espetáculo se
transformou num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não é
organizado para ser jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocra-
cia do esporte profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e
muita força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia.
Por sorte ainda aparece nos campos, [...] algum atrevido que sai do ro-
teiro e comete o disparate de driblar o time adversário inteirinho, além
do juiz e do público das arquibancadas, pelo puro prazer do corpo que
se lança na proibida aventura da liberdade.
Adaptado de E. Galeano. Futebol ao sol e à sombra.
Porto Alegre: L&PM Pockets, 1995.
O texto indica que as mudanças nas práticas corporais, especificamen-
te no futebol:
A fomentaram uma tecnocracia, promovendo uma vivência mais lú-
dica e irreverente.
B promoveram o surgimento de atletas mais habilidosos, para que
fossem inovadores.
C incentivaram a associação dessa manifestação à fruição, favore-
cendo o improviso.
D tornaram a modalidade em um produto a ser consumido, negando
sua dimensão criativa.
E contribuíram para esse esporte ter mais jogadores, bem como
acompanhado de torcedores.
QUESTÃO 09
P. M. Bardi. Em torno da escultura no Brasil.
São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.
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 Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas
feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó
europeu e está representada anteriormente por um dos profetas do
pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG),
esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Tal escultura revela:
A visão iluminista, de acordo com o ideal da época de sua produção.
B influência da nitidez e da clareza derivadas do Classicismo.
C temática politeísta de acordo com o cânone greco-romano.
D consonância com o bucolismo típico da poesia árcade.
E representação de arte sacra de acordo com a visão do autor.
QUESTÃO 10
(Enem)
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a
imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás
de casa.
Passou um homem e disse: Essa volta que o
rio faz por trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que
fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
M. Barros. O livro das ignorãças.
Rio de Janeiro: Best Seller. 2008.
O sujeito poético questiona o uso do vocábulo “enseada” porque a:
A terminologia mencionada é incorreta.
B nomeação minimiza a percepção subjetiva.
C palavra é aplicada a outro espaço geográfico.
D designação atribuída ao termo é desconhecida.
E definição modifica o significado do termo no dicionário.
QUESTÃO 11
(Enem)
Ó Pátria amada.
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
– “Paz no futuro e glória no passado.”
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
“Hino Nacional do Brasil”. Letra: Joaquim Osório
Duque Estrada. Música: Francisco
Manuel da Silva (fragmento).
O uso da norma-padrão na letra do Hino Nacional do Brasil é justificado
por tratar-se de um(a):
A reverência de um povo a seu país.
B gênero solene de característica protocolar.
C canção concebida sem interferência da oralidade.
D escrita de uma fase mais antiga da língua portuguesa.
E artefato cultural respeitado por todo o povo brasileiro.
6 SIMULADO ENEM
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QUESTÃO 12
(Enem)
IDEOLOGIA E INTERNET 2) NOVAS OPORTUNIDADES
1) NOVA ÉTICA
COERÊNCIA É COISA MEME EU COBRO X,
VOCÊ NÃO DE TORCEDOR, TEXTÃO EU COBRO Y
ERA BLO- EU SOU
GUEIRO DA PROFIS-
OPOSIÇÃO? SIONAL
3) NOVA BOLHA
VIU O PREÇO TÁ PELA
DA OPINIÃO HORA DA
NA INTERNET? MORTE
Adaptado de A. Branco. Disponível em: <www.oesquema.com.br>.
Acesso em: 30 jun. 2015.
A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas sociais e
impulsionou a modificação de outros já estabelecidos nas esferas da
comunicação e da informação. A principal consequência criticada na
tirinha sobre esse processo é a:
A criação de memes.
B ampliação da blogosfera.
C supremacia das ideias cibernéticas.
D comercialização de pontos de vista.
E banalização do comércio eletrônico.
QUESTÃO 13
(Enem) Na sociologia e na literatura, o brasileiro foi por vezes
tratado como cordial e hospitaleiro, mas não é isso o que acontece
nas redes sociais: a democracia racial apregoada por Gilberto Freyre
passa ao largo do que acontece diariamente nas comunidades virtuais
do país. Levantamento inédito realizado pelo projeto Comunica que
Muda [...] mostra em números a intolerância do internauta tupini-
quim. Entre abril e junho, um algoritmo vasculhou plataformas [...]
atrás de mensagens e textos sobre temas sensíveis, como racismo,
posicionamento político e homofobia. Foram identificadas 393 284
menções, sendo 84% delas com abordagem negativa, de exposição
do preconceito e da discriminação.
Adaptado de <https://oglobo.globo.com>.
Acesso em: 6 dez. 2017.
Ao abordar a postura do internauta brasileiro mapeada por meio de
uma pesquisa em plataformas virtuais, o texto:
A minimiza o alcance da comunicação digital.
B refuta ideias preconcebidas sobre o brasileiro.
C relativiza responsabilidades sobre a noção de respeito.
D exemplifica conceitos contidos na literatura e na sociologia.
E expõe a ineficácia dos estudos para alterar tal comportamento.
QUESTÃO 14
(Enem) A lavadeira começou a viver como uma serviçal que
impõe respeito e não mais como escrava. Mas essa regalia súbita
foi efêmera. Meus irmãos, nos frequentes deslizes que adulteravam
este novo relacionamento, geram dardejados pelo olhar severo de
Emilie; eles nunca suportaram de bom grado que uma índia passasse
a comer na mesa da sala, usando os mesmos talheres e pratos, e
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 comprimindo com os lábios o mesmo cristal dos copos e a mesma QUESTÃO 16
porcelana das xícaras de café. Uma espécie de asco e repulsa tingia-
-lhes o rosto, já não comiam com a mesma saciedade e recusavam-se (Enem)
a elogiar os pastéis de picadinho de carneiro, os folheados de nata O mundo revivido
e tâmara, e o arroz com amêndoas, dourado, exalando um cheiro de
Sobre esta casa e as árvores que o tempo
cebola tostada. Aquela mulher, sentada e muda, com o rosto rastreado
esqueceu de levar. Sobre o curral
de rugas, era capaz de tirar o sabor e o odor dos alimentos e de supri-
de pedra e paz e de outras vacas tristes
mir a voz e o gesto como se o seu silêncio ou a sua presença que era
chorando a lua e a noite sem bezerros.
só silêncio impedisse o outro de viver.
M. Hatoum. Relato de um certo Oriente. Sobre a parede larga deste açude
São Paulo: Cia das Letras, 2000. onde outras cobras verdes se arrastavam,
Ao apresentar uma situação de tensão em família, o narrador destila, e pondo o sol nos seus olhos parados
nesse fragmento, uma percepção das relações humanas e sociais de- iam colhendo sua safra de sapos.
marcada pelo: Sob as constelações do sul que a noite
A predomínio dos estigmas de classe e de raça sobre a intimidade da armava e desarmava: as Três Marias,
convivência. o Cruzeiro distante e o Sete-Estrelo.
B discurso da manutenção de uma ética doméstica contra a subver-
são dos valores. Sobre este mundo revivido em vão,
a lembrança de primos, de cavalos,
C desejo de superação do passado de escassez em prol do presente
de silêncio perdido para sempre.
de abastança.
D sentimento de insubordinação à autoridade representada pela H. Dobal. A província deserta. Rio de Janeiro:
Artenova, 1974.
matriarca da família.
E rancor com a ingratidão e a hipocrisia geradas pelas mudanças nas No processo de reconstituição do tempo vivido, o eu lírico projeta um
regras da casa. conjunto de imagens cujo lirismo se fundamenta no:
A inventário das memórias evocadas afetivamente.
QUESTÃO 15 B reflexo da saudade no desejo de voltar à infância.
C sentimento de inadequação com o presente vivido.
D ressentimento com as perdas materiais e humanas.
TEXTO I
E lapso no fluxo temporal dos eventos trazidos à cena.

QUESTÃO 17

(Enem)
Nuances
Euforia: alegria barulhenta. Felicidade: alegria silenciosa.
Gravar: quando o ator é de televisão. Filmar: quando ele quer
deixar claro que não é de televisão.
Grávida: em qualquer ocasião. Gestante: em filas e assentos pre-
ferenciais.
Guardar: na gaveta. Salvar: no computador. Salvaguardar: no
Geraldo de Barros, Sem Título. Matriz-negativo. In: Enciclopédia Itaú Exército.
Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Menta: no sorvete, na bala ou no xarope. Hortelã: na horta ou no
Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/>. suco de abacaxi.
Acesso em: 7 set. 2020.
Peça: quando você vai assistir. Espetáculo: quando você está
em cartaz com ele.
TEXTO II Adaptado de G. Duvivier. Folha de
S.Paulo, 24 mar. 2014.
Inicia pesquisa em fotografia em 1946 e no ano seguinte passa a fre-
quentar o Foto Cine Clube Bandeirante, principal núcleo da fotogra- O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos muito próximos.
fia moderna no Brasil. Geraldo de Barros, junto com Thomaz Farkas, Essa diferença é apresentada considerando-se a(s):
German Lorca e José Yalenti, cada um com uma pesquisa individual, A alternâncias na sonoridade.
questionam a fotografia de tradição pictorialista amadora e acadêmica B adequação às situações de uso.
no Brasil que valorizava regras de composição clássica. Sua experiên- C marcação flexional das palavras.
cia investiga os limites do processo fotográfico tradicional ao realizar
D grafia na norma-padrão da língua.
intervenções diretamente no negativo, múltiplas exposições da mes-
ma película, sobreposições, montagens e recortes das ampliações que E categorias gramaticais das palavras.
questionam o formato retangular da fotografia.
Geraldo de Barros. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte QUESTÃO 18
e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020.
Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br>.
(Enem)
Acesso em: 7 set. 2020.

O texto II explica certas estratégias do texto I, principalmente: TEXTO I

A o gosto pela assimetria e pela tradição pictorialista.
B a adequação aos ditames da composição clássica.
C os modos de produção coletivos, feitos por um grupo de fotógrafos.
D a pesquisa de materiais e de outras formas de produção.
E o uso de processo tradicional, de acordo com a fotografia moderna
no Brasil.
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos
grandes escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas põem o
seu ideal de perfeição porque nela é que se espelha o que o uso idio-
mático estabilizou e consagrou.
C. H. R Lima. Gramática normativa da língua portuguesa.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.

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 TEXTO II QUESTÃO 20
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para
mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Tal- (Enem)
vez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhu-

Leia
ma espécie – nem sequer mental ou de sonho –, transmudou-se-me
o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de
outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de

para uma
Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias,
fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que es-
tou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia

criança.
sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo
de coisa movida.
F. Pessoa. O livro do desassossego.
São Paulo: Brasiliense, 1986.
A cada livro,
A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. o Brasil inteiro vira a página.
A função que predomina nos textos I e II: Gostar de ler é o início de
A destaca o “como” se elabora a mensagem, considerando-se a se- uma história cheia de descobertas
leção, a combinação e a sonoridade do texto. e aprendizados na vida da criança.
E tudo começa quando você abre
B coloca o foco no “com o que” se constrói a mensagem, sendo o um livro para ela.
código utilizado o seu próprio objeto.
C focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando seu posiciona-
mento e suas impressões pessoais.
D orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, estimulando a
mudança de seu comportamento.
E enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada com pala-
vras precisas e objetivas. Adaptado de Época, n. 698, 3 out. 2011.

Os textos publicitários são produzidos para cumprir determinadas fun-

QUESTÃO 19 ções comunicativas. Os objetivos desse cartaz estão voltados para a
conscientização dos brasileiros sobre a necessidade de:
(Enem)
A as crianças frequentarem a escola regularmente.
A língua tupi no Brasil B a formação leitora começar na infância.
Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe C a alfabetização acontecer na idade certa.
seco, em tupi) era quase sinônimo de falar língua de índio. Em cada D a literatura ter o seu mercado consumidor ampliado.
cinco habitantes da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, E as escolas desenvolverem campanhas a favor da leitura.
em 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses, implorou
a Portugal que só mandasse padres que soubessem “a língua geral dos
índios”, pois “aquela gente não se explica em outro idioma”. QUESTÃO 21
Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se de-
senvolveu e se espalhou no século XVII, graças ao isolamento geo-
gráfico da cidade e à atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas:
as bandeiras, expedições ao sertão em busca de escravos índios.
Muitos bandeirantes nem sequer falavam o português ou se expres-
savam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista que destruiu o Quilombo
dos Palmares em 1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco como
“um bárbaro que nem falar sabe”. Em suas andanças, essa gente ba-
tizou lugares como Avanhandava (lugar onde o índio corre), Pindamo-
nhangaba (lugar de fazer anzol) e Itu (cachoeira). E acabou inventando
uma nova língua.
“Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100 tribos di-
ferentes”, conta o historiador e antropólogo John Monteiro, da Univer-
sidade Estadual de Campinas. “Isso mudou o tupi paulista, que, além
da influência do português, ainda recebia palavras de outros idiomas.”
O resultado da mistura ficou conhecido como língua geral do sul, uma
espécie de tupi facilitado.
Adaptado de C. Angelo. Disponível em: <http://super.abril.com.br>.
Acesso em: 8 ago. 2012.
Capa do LP Os Mutantes, 1968.
O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação linguística na-
cional. Quanto ao papel do tupi na formação do português brasileiro, Disponível em: <http://mutantes.com>.
depreende-se que essa língua indígena: Acesso em: 28 fev. 2012.
A contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes relativos aos A capa do LP Os Mutantes, de 1968, valoriza uma produção musical
traços característicos dos lugares designados. caracterizada pela(o):
B originou o português falado em São Paulo no século XVII, em cuja
A adequação à tradição da bossa nova e aos seus acordes não con-
base gramatical também está a fala de variadas etnias indígenas.
vencionais.
C desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de catequese dos pa-
B recuperação do samba-canção, de tonalidade depressiva e melan-
dres portugueses vindos de Lisboa.
cólica.
D misturou-se aos falares africanos, em razão das interações entre
C experimentalismo da contracultura, com elementos populares e
portugueses e negros nas investidas contra o Quilombo dos Pal-
mares. eruditos.
E expandiu-se paralelamente ao português falado pelo colonizador, e D ligação exclusiva à tradição popular e às raízes nordestinas.
juntos originaram a língua dos bandeirantes paulistas. E oposição total ao interesse por modelos musicais estrangeiros.

8 SIMULADO ENEM
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 QUESTÃO 22 Com tantos filmes
Na minha mente
(Enem) É natural que toda atriz
Presentemente represente
Muito para mim
Fragmento de Chico Buarque. Carioca.
Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2006.

Na canção, Chico Buarque trabalha uma determinada função da lingua-

gem para marcar a subjetividade do eu lírico ante as atrizes que ele
admira. A intensidade dessa admiração está marcada em:
A “Naturalmente / Ela sorria / Mas não me dava trela”
B “Tomavam banho / Na minha frente / Para sair com outro cara”
C “Surgiram outras / Naturalmente / Sem nem olhar a minha cara”
D “Escolhia qualquer um / Lançava olhares / Debaixo do meu nariz”
E “É natural que toda atriz / Presentemente represente / Muito para
mim”

QUESTÃO 24

(Enem)
De domingo
– Outrossim...
– O quê?
– O que o quê?
– O que você disse.
– Outrossim?
– É.
Adaptado de <www.agenciapatriciagalvao.org.br>. – O que é que tem?
Acesso em: 15 maio 2017. – Nada. Só achei engraçado.
– Não vejo a graça.
Campanhas publicitárias podem evidenciar problemas sociais. O cartaz
– Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
anterior tem como finalidade:
– Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
A alertar os homens agressores sobre as consequências de seus – Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.
atos. – Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.
B conscientizar a população sobre a necessidade de denunciar a vio- – “Ônus”.
lência doméstica. – “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
– “Resquício” é de domingo.
C instruir as mulheres sobre o que fazer em casos de agressão.
– Não, não. Segunda. No máximo terça.
D despertar nas crianças a capacidade de reconhecer atos de violên- – Mas “outrossim”, francamente...
cia doméstica. – Qual o problema?
E exigir das autoridades ações preventivas contra a violência do- – Retira o “outrossim”.
méstica. – Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil de
usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.
Fragmento de L. F. Verissimo. Comédias da vida privada.
QUESTÃO 23 Porto Alegre: L&PM, 1996.

(Enem) No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua

portuguesa. Esse uso promove a(o):
As atrizes A marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indica-
tivas dos dias da semana.
Naturalmente
B tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras emprega-
Ela sorria
das em contextos formais.
Mas não me dava trela
C caracterização da identidade linguística dos interlocutores, perce-
Trocava a roupa
bida pela recorrência de palavras regionais.
Na minha frente
D distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego
E ia bailar sem mais aquela
de palavras com significados pouco conhecidos.
Escolhia qualquer um
E inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras
Lançava olhares
desconhecidas por parte de um dos interlocutores do diálogo.
Debaixo do meu nariz
Dançava colada
Em novos pares
QUESTÃO 25
Com um pé atrás
Com um pé a fim (Enem)
Surgiram outras L. J. C.
Naturalmente
Sem nem olhar a minha cara – 5 tiros?
– É.
Tomavam banho
– Brincando de pegador?
Na minha frente
– É. O PM pensou que...
Para sair com outro cara
– Hoje?
Porém nunca me importei – Cedinho.
Com tais amantes
M. Coelho. ln: M. Freire. (Org). Os cem menores contos
[...] brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.

SIMULADO ENEM 9
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 Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para
a progressão temática. Nesse miniconto, as reticências foram utiliza-
das para indicar:
A uma fala hesitante.
B uma informação implícita.
C uma situação incoerente.
D a eliminação de uma ideia.
E a interrupção de uma ação.
QUESTÃO 26
(Enem)
Pérolas absolutas
Há, no seio de uma ostra, um movimento – ainda que imper-
ceptível. Qualquer coisa imiscuiu-se pela fissura, uma partícula qual-
quer, diminuta e invisível. Venceu as paredes lacradas, que se fecham
como a boca que tem medo de deixar escapar um segredo. Venceu.
E agora penetra o núcleo da ostra, contaminando-lhe a própria subs-
tância. A ostra reage, imediatamente. E começa a secretar o nácar.
É um mecanismo de defesa, uma tentativa de purificação contra a
partícula invasora. Com uma paciência de fundo de mar, a ostra pro-
fanada continua seu trabalho incansável, secretando por anos a fio o
nácar que aos poucos se vai solidificando. É dessa solidificação que
nascem as pérolas.
As pérolas são, assim, o resultado de uma contaminação. A
arte por vezes também. A arte é quase sempre a transformação da
dor. [...] Escrever é preciso. É preciso continuar secretando o nácar,
formar a pérola que talvez seja imperfeita, que talvez jamais seja
encontrada e viva para sempre encerrada no fundo do mar. Talvez
estas, as pérolas esquecidas, jamais achadas, as pérolas intocadas
e por isso absolutas em si mesmas, guardem em si uma parcela
faiscante da eternidade.
Fragmento de H. Seixas. Uma ilha chamada livro.
Rio de Janeiro: Record, 2009.
Considerando os aspectos estéticos e semânticos presentes no texto,
a imagem da pérola configura uma percepção que:
A reforça o valor do sofrimento e do esquecimento para o processo
criativo.
B ilustra o conflito entre a procura do novo e a rejeição ao elemento
exótico.
C concebe a criação literária como trabalho progressivo e de autoco-
nhecimento.
D expressa a ideia de atividade poética como experiência anônima e
involuntária.
E destaca o efeito introspectivo gerado pelo contato com o inusitado
e com o desconhecido.
QUESTÃO 27
(Enem) Até que ponto replicar conteúdo é crime? “A internet e
a pirataria são inseparáveis”, diz o diretor do instituto de pesquisas
americano Social Science Research Council. “Há uma infraestrutura
pequena para controlar quem é o dono dos arquivos que circulam
na rede. Isso acabou com o controle sobre a propriedade e tem
sido descrito como pirataria, mas é inerente à tecnologia”, afirma o
diretor. O ato de distribuir cópias de um trabalho sem a autorização
dos seus produtores pode, sim, ser considerado crime, mas nem
sempre essa distribuição gratuita lesa os donos dos direitos auto-
rais. Pelo contrário. Veja o caso do livro O alquimista, do escritor
Paulo Coelho. Após publicar, para download gratuito, uma versão
traduzida da obra em seu blog, Coelho viu as vendas do livro em
papel explodirem.
Adaptado de J. Barreto; M. Moraes.
“A internet existe sem pirataria?”
Veja, n. 2 303, 13 fev. 2013.
De acordo com o texto, o impacto causado pela internet propicia a:
A banalização da pirataria na rede.
B adoção de medidas favoráveis aos editores.
10 SIMULADO ENEM
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C implementação de leis contra crimes eletrônicos.
D reavaliação do conceito de propriedade intelectual.
E ampliação do acesso a obras de autores reconhecidos.
QUESTÃO 28
Obesidade causa doença
A obesidade tornou-se uma epidemia global, segundo a Orga-
nização Mundial da Saúde, ligada à Organização das Nações Unidas.
O problema vem atingindo um número cada vez maior de pessoas
em todo o mundo, e entre as principais causas desse crescimento
estão o modo de vida sedentário e a má alimentação.
Segundo um médico especialista em cirurgia de redução de es-
tômago, a taxa de mortalidade entre homens obesos de 25 a 40 anos
é 12 vezes maior quando comparada à taxa de mortalidade entre
indivíduos de peso normal. O excesso de peso e de gordura no
corpo desencadeia e piora problemas de saúde que poderiam ser
evitados. Em alguns casos, a boa notícia é que a perda de peso leva
à cura, como no caso da asma, mas em outros, como o infarto, não
há solução.
Adaptado de T. Ferreira. Disponível em:
<http://revistaepoca.globo.com>.
Acesso em: 2 ago. 2012.
A ideia central do texto fundamenta-se:
A no perigo do sobrepeso e nas consequências nocivas para a saúde
e para uma vida equilibrada.
B no equilíbrio psíquico da população, que cultiva a autoestima e re-
jeita qualquer rótulo de fobia social.
C em uma apologia ao comportamento anoréxico, na medida que
impõe padrões estéticos.
D no preconceito contra indivíduos obesos, rejeitando as escolhas e
a liberdade dessas pessoas.
E na ansiedade e na depressão, que estimulam o desajuste da ali-
mentação e geram o sobrepeso.
QUESTÃO 29
(Enem) Mandinga – Era a denominação que, no período das gran-
des navegações, os portugueses davam à costa ocidental da África.
A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lu-
sitanos consideravam bruxos os africanos que ali habitavam – é que
eles davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma
nativo, manding designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando
sinônimo de feitiço, sortilégio.
Fragmento de M. Cotrim. O pulo do gato 3.
São Paulo: Geração Editorial, 2009.
No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra
“mandinga” resulta de um(a):
A contexto sócio-histórico.
B diversidade étnica.
C descoberta geográfica.
D apropriação religiosa.
E contraste cultural.
QUESTÃO 30
O nome do inseto pirilampo (vaga-lume) tem uma interessante cer-
tidão de nascimento. De repente, no fim do século XVII, os poetas de
Lisboa repararam que não podiam cantar o inseto luminoso, apesar de
ele ser um manancial de metáforas, pois possuía um nome “indecoro-
so” que não podia ser “usado em papéis sérios”: caga-lume. Foi então
que o dicionarista Raphael Bluteau inventou a nova palavra, pirilampo,
a partir do grego pyr, significando “fogo”, e lampas, “candeia”.
Adaptado de M. B. Ferreira. Caminhos do português: exposição
comemorativa do Ano Europeu das Línguas.
Portugal: Biblioteca Nacional, 2001.
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 A renomeação do inseto demonstra, no contexto do léxico: QUESTÃO 33
A a manifesta criação de um jargão erudito.
B a admissão e o uso de uma palavra tabu.
C uma expressão exclusiva da literatura.
D a abrangência de possibilidades do idioma.
E uma escolha pelo vocabulário de baixo calão.

QUESTÃO 31

da sua memória
mil
e
mui
tos
out
ros
ros N. Leirner. Tronco com cadeira (detalhe), 1964.
tos Disponível em: <www.itaucultural.org.br>.
sol Acesso em: 27 jul. 2010.
tos
pou Nessa estranha dignidade e nesse abandono, o objeto foi exaltado de
coa maneira ilimitada e ganhou um significado que se pode considerar má-
pou gico. Daí sua “vida inquietante e absurda”. Tornou-se ídolo e, ao mes-
coa mo tempo, objeto de zombaria. Sua realidade intrínseca foi anulada.
pag A. Jaffé. “O simbolismo nas artes plásticas”. In:
amo C. G. Jung (Org.).O homem e seus símbolos.
meu Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
A. Antunes. 2 ou + corpos no mesmo espaço. A relação observada entre a imagem e o texto apresentados permite o
São Paulo: Perspectiva, 1998. entendimento da intenção de um artista contemporâneo. Nesse caso,
O poema atinge uma expressividade que se caracteriza pelo: a obra apresenta característica(s):
A rompimento da cadeia verbal, para recuperar recursos dadaístas e A realistas e de análise ecológica.
cubistas. B vanguardistas, com valorização funcional.
B uso de neologismos e empréstimos, para provocar a atenção do C construtivistas, com relação à arte mágica.
leitor. D abstracionistas, por meio de associações múltiplas.
C uso de figuras fonéticas que dirigem o sentido proposto pela me-
E figurativa, ao representar a sociedade contemporânea.
mória.
D uso de formas tradicionais, para recuperar valores literários
estáveis. QUESTÃO 34
E uso da visualidade, como mecanismo de diminuição da percepção
temporal. Poesia quentinha
Projeto literário publica poemas em sacos de pão na capital mineira
QUESTÃO 32 Se a literatura é mesmo o alimento da alma, então os mineiros estão
diante de um verdadeiro banquete. Mais do que um pãozinho com
Aquarela manteiga, os moradores do bairro de Barreiro, em Belo Horizonte (MG),
estão consumindo poesia brasileira no café da manhã. Graças ao proje-
O corpo no cavalete to Pão e Poesia, que faz do saquinho de pão um espaço para veiculação
é um pássaro que agoniza de poemas, escritores como Affonso Romano de Sant’Anna e Fernando
exausto do próprio grito. Brant dividem espaço com estudantes que passaram por oficinas de
As vísceras vasculhadas escrita poética. São ao todo 250 mil embalagens, distribuídas em pa-
principiam a contagem darias da região de Belo Horizonte, que trazem a boa literatura para
regressiva. o cotidiano de pessoas, além de dar uma chance a escritores novatos
No assoalho o sangue de verem seus textos impressos. Criado em 2008 por um analista de
se decompõe em matizes sistemas apaixonado por literatura, o Pão e Poesia já recebeu dois
que a brisa beija e balança: prêmios do Ministério da Cultura.
o verde – de nossas matas
Língua Portuguesa, n. 71, set. 2011.
o amarelo – de nosso ouro
o azul – de nosso céu O texto acima visa veicular:
o branco o negro o negro A a visão poética de divulgadores de poesia em Belo Horizonte.
Cacaso. In: H. B. Hollanda (Org.). 26 poetas hoje. B opiniões depreciativas sobre a divulgação de poesia na capital
Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007. mineira.
Situado na década de 1970, o poema de Cacaso pode ser interpretado: C informações sobre a popularização da poesia em Minas Gerais.
A como homenagem às artes plásticas e à alta do mercado da arte. D a propaganda das formas de difusão poética em Belo Horizonte.
B como uma forma de resistência, de acordo com o contexto E o contexto crítico sobre a situação da poesia em Belo Horizonte.
político.
C pela preferência pela linguagem cifrada e simbolista, típica do QUESTÃO 35
período.
D pela reprodução precisa do emblema nacional, exaltado patriotica- Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtivo.
mente. Foi o que ocorreu com a palavra sambódromo, criativamente formada
E pela referência às riquezas brasileiras e à alta econômica da época. com a terminação -(ó)dromo (= corrida), que figura em hipódromo,

SIMULADO ENEM 11
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 autódromo, cartódromo, formas que designam itens culturais da alta C transmite a mensagem por meio de revelações poéticas.
burguesia. Não demoraram a circular, a partir de então, formas popu- D foca a comunicação no receptor, além de trazer informações.
lares como rangódromo, beijódromo, camelódromo.
E elabora conceitos e postula reivindicações ecológicas críticas.
J. C. Azeredo. Gramática Houaiss da língua portuguesa.
São Paulo: Publifolha, 2008.

O texto anterior reflete: QUESTÃO 38

A o caráter sedimentado e imutável das formações linguísticas do
idioma.
B a oposição entre níveis vocabulares fundados no critério geográfico.
C o viés poético para a invenção de palavras, típica da criatividade
brasileira.
D o empréstimo linguístico vertido para usos e contextos contempo-
râneos.
E usos linguísticos semelhantes em contextos socioculturais dife-
rentes.

QUESTÃO 36

Posso mandar por e-mail?

Atualmente, é comum “disparar” currículos na internet com a expecta-
tiva de alcançar o maior número possível de selecionadores. Essa, no
entanto, é uma ideia equivocada: é preciso saber quem vai receber seu
currículo e se a vaga é realmente indicada para seu perfil, sob o risco
de estar “queimando o filme” com um futuro empregador. Ao enviar
o currículo por e-mail, tente saber quem vai recebê-lo e faça um texto
sucinto de apresentação, como a sugestão a seguir:
Assunto: Currículo para a vaga de gerente de marketing.
Mensagem: Boa tarde. Meu nome é José da Silva e gostaria de
me candidatar à vaga de gerente de marketing. Meu currículo
segue anexo.
Hepatite é assim.
Pode aparecer onde menos se espera em cinco formas diferentes.
É por isso que o Dia Mundial Contra a Hepatite está aí para alertar
você.
As hepatites A, B, C, D e E têm diversas causas e muitas formas
de chegar até você.
Mas, evitar isso é bem simples. Você só precisa ficar atento aos
cuidados necessários para cuidar do maior bem que você tem:
A SUA SAÚDE!
Algumas maneiras de se prevenir:

Adaptado de Guia da língua 2010 : modelos e técnicas.

Língua Portuguesa, 2010.
O texto anterior valoriza a (o):
A redação criativa como forma de chamar a atenção.
B sobriedade e concisão como adequação comunicativa.
C prolixidade e vocabulário colorido como solução de escrita.
D abordagem literária da redação do e-mail para demarcar conheci-
mento.
E uso do marketing como ferramenta para ampliar os selecionadores.
QUESTÃO 37
• Vacine-se contra as hepatites A e B.
• Use água tratada e siga sempre as recomendações quanto à res-
trição de banhos em locais públicos e ao uso de desinfetantes em
piscinas.
• Lave SEMPRE bem os alimentos como frutas, verduras e legumes.
• Lave SEMPRE bem as mãos após usar o toalete e antes de se ali-
mentar.
• Ao usar agulhas e seringas, certifique-se da higiene do local e de
todos os acessórios.
• Certifique-se de que seu médico ou profissional da saúde esteja usando
a proteção necessária, como luvas e máscaras, quando houver a possi-
bilidade de contato de sangue ou secreções contaminadas com o vírus.
Adaptado de <http://farm5.static.flickr.com>.
Acesso em: 26 out. 2011.

Considerando os textos verbais e não verbais a respeito da hepatite,

14 coisas que você não verifica-se que:
deve jogar na privada
A utilizam jargão técnico da área da saúde para fundamentar um pon-
Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que conta- to de vista.
mina o ambiente e os animais. Também deixa mais difícil obter a B apesar do uso literário de certas construções, há também o uso de
água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem causar gírias.
entupimentos:
C prezam pela clareza e pela objetividade, de forma didática e lúdica.
• cotonete e fio dental;
D visam a autopromoção dos laboratórios que produzem as vacinas
• medicamento e preservativo;
correspondentes.
• óleo de cozinha;
• ponta de cigarro; E o caráter subjetivo não impede que a mensagem seja compreendi-
• poeira de varrição de casa; da facilmente.
• fio de cabelo e pelo de animais;
• tinta que não seja à base de água;
• querosene, gasolina, solvente, tíner. QUESTÃO 39
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo
Quando Deus redimiu da tirania
de cozinha, medicamento e tinta, podem ser levados a pontos de cole-
Da mão do Faraó endurecido
ta especiais, que darão a destinação final adequada.
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Adaptado de M. Morgado; Emasa. “Manual de etiqueta”. Páscoa ficou da redenção o dia.
Planeta Sustentável, jul.-ago./2013.
Páscoa de flores, dia de alegria
O texto tem finalidade educativa e, nesse sentido:
Àquele Povo foi tão afligido
A usa uma lista de itens como eixo central da comunicação. O dia, em que por Deus foi redimido;
B utiliza de um léxico erudito, com construções refinadas. Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.

12 SIMULADO ENEM
3.221

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 Pois mandado pela alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro.
D. Damasceno (Org.). Melhores poemas:
Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.
O soneto anterior interessa-se, como estratégia textual, pela(o):
A representação ampla e polissêmica.
B idealização da morte e da amada.
C utilização de uma cena pastoril.
D rompimento com os modelos clássicos.
E impassibilidade e pela arte pela arte.

O soneto anterior, de Gregório de Matos, vinculado aos modos de pro- QUESTÃO 42

dução poética do século XVII, tem como temática principal:
A a visão amorosa e a dualidade entre pecado e perdão.
B a exploração filosófica, com foco na inconstância dos bens do
mundo.
C a crítica, que ataca metaforicamente o governo baiano.
D a expressão satírica, típica do Boca do Inferno.
E a exploração religiosa, com foco na grandeza divina.

QUESTÃO 40

Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco, C. Cury. Disponível em: <http://tirasnacionais.blogspot.com>.
Este ambiente me causa repugnância... Acesso em: 13 nov. 2011.
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco. O sentido da tirinha é estruturado por meio da seguinte estratégia
textual que se pretende:
Já o verme – este operário das ruínas – A crítica, por meio de sequência de ironias.
Que o sangue podre das carnificinas
B paródica, por meio do traço expressionista.
Come, e à vida em geral declara guerra,
C permissiva, expressa pela sátira aos dias atuais.
Anda a espreitar meus olhos para roê-los, D agressiva, por meio de metáforas desbundadas.
E há de deixar-me apenas os cabelos,
E alienada, pela desvinculação da realidade.
Na frialdade inorgânica da terra!
A. Anjos. Obra completa. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1994.
QUESTÃO 43
A poesia de Augusto dos Anjos usualmente é associada a uma poesia
de transição, notadamente marcada pelo(a):
A desinteresse pelo contexto científico.
B continuação das características românticas.
C gosto pelo sublime e pela elevação temática.
D visão religiosa e crenças metafísicas.
E visão cientificista e uso de formas fixas.

QUESTÃO 41

Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
Cruz e Sousa. Últimos sonetos, 1905.
Eu derreto.
Tu derretes.
Você derrete... você tem certeza
que quer conjugar este verbo?
Adaptado de <http://orion-oblog.blogspot.com.br>.
Acesso em: 6 jun. 2012.
O cartaz aborda a temática do aquecimento global, explorada pela(o):
A radicalização de um ponto de vista parcial.
B manipulação do discurso ecológico e crítico.
C gota de água que sugere a transposição de limites.
D conjunção entre recursos visuais e verbais.
E suspensão do texto como forma de protesto.

SIMULADO ENEM 13
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 QUESTÃO 44 Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir,
a redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema
proposto.

Textos motivadores

Disponível em: <www.ivancabral.com>.
Acesso em: 27 fev. 2012.
O efeito da charge se dá pelo uso da:
A polissemia, ao conjugar sentidos de diferentes contextos.
B ironia, ao mostrar a miséria brasileira de forma sarcástica.
C homonímia, pela proximidade sonora e gráfica dos elementos.
D metáfora, ao sugerir as dificuldades impostas pela superpopulação.
E sinonímia, ao indicar um sentido contrário ao da realidade.
TEXTO I
As crianças adoram ficar por longos períodos assistindo a vídeos
na internet. E elas nem precisam se preocupar em procurar os conteú-
dos porque as próprias plataformas já fazem esse trabalhinho. Se, por
um lado é prático deixar uma criança livre-leve-solta na internet, por
outro pode significar alguns perigos.
Vídeos impróprios para a idade, publicidade direcionada para crian-
ças (o que no Brasil é proibido), cenas de bullying, incitação a desafios
bem perigosos são alguns dos exemplos de conteúdos nada positivos.
Nossos filhos têm acesso a um mar de tranqueiras quando não os
ajudamos a selecionar o que é divertido e ao mesmo tempo seguro.
Eu sempre digo: o melhor controle parental é o “olho no olho”!
Muita conversa, combinados que são pensados em família e que são
revistos de tempos em tempos, conforme a criança vai ganhando ma-
turidade e consciência sobre os riscos que existem na internet. Nada
substitui um bom diálogo.
Ivanice Cardoso. “O melhor controle parental na hora de usar a internet é
o ‘olho no olho’”. Disponível em: <https://paisefilhos.uol.com.br>.

QUESTÃO 45 TEXTO II
16,06%

34,88%

13,38%

7,24%
2,29%
2,35%
2,66% 6,44%
4,67% 4,67% 5,36%

Federação Russa Argélia

Índia Brasil
China Reino Unido
Estados Unidos França
Vietnã outros
Alemanha
Disponível em: <www.portaldapropaganda.com.br>. Disponível em: <www.grim.ufc.br>.
Acesso em: 1o mar. 2012.
TEXTO III
A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos
na constituição de seus textos. Nessa peça publicitária, a leitura do
vocábulo “inSUSTENTÁVEL” se utiliza de:
A forma apelativa para manter o foco no leitor e garantir a persuasão.
B mensagem carregada de informação, de forma clara e denotativa.
C duplicidade de sentido, na presença e ausência de prefixo conco-
mitantemente.
D discurso ecologicamente correto, para a diminuição das sacolas
plásticas.
E incentivo de produtos feitos para a necessidade de sustentabilidade.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Instruções:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até
30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação
ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas descon-
siderado para efeito de correção. Disponível em: <https://www.imaginie.com.br>.

14 SIMULADO ENEM
3.221

s21enem3-Prova 1.indd 14 22/11/2020 17:32:48

 A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhe-
cimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema “Controle parental no Brasil: cuidado ou
desconsideração da privacidade das crianças?”, apresentando pro-
posta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
QUESTÃO 46
(Enem) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de
todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios
olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pi-
râmides de Gizé, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos
construídos ao longo do rio Nilo.
O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, inter-
pretado de forma muito diferente, pois:
A significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para
escravizar grandes contingentes populacionais, que trabalhavam
nesses monumentos.
B representava para as populações do Alto Egito a possibilidade de
migrar para o Sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.
C significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os
faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.
D representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obri-
gando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que en-
grandeceram o próprio Egito.
E significava um peso para a população egípcia, que condenava o
luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.
QUESTÃO 47
Desde os trabalhos de Cannon (1942), percebe-se com mais cla-
reza os mecanismos psico-sociológicos subjacentes aos casos de mor-
te por conjuração ou feitiço, atestados em várias regiões do mundo:
um indivíduo consciente de que é objeto de um malefício fica profun-
damente convencido, pelas tradições mais solenes de seu grupo, de
que está condenado, e parentes e amigos compartilham a certeza. A
partir de então, a comunidade se retrai, todos se afastam do maldito e
se comportam para com ele como se, além de já estar morto, repre-
sentasse uma fonte de perigo para todos os que o cercam. Em toda
ocasião e em cada um de seus gestos, o corpo social sugere a morte
à pobre vítima, que não tenta escapar do que considera ser seu inelu-
tável destino. E logo são celebrados para ela os ritos sagrados que a
conduzirão ao reino das trevas. Brutalmente alijado, de saída, de seus
laços familiares e sociais, e excluído de todas as funções e atividades
por intermédio das quais o indivíduo tomava consciência de si mesmo,
e enfrentando em seguida as mesmas forças imperiosas, novamente
conjuradas com o único propósito de bani-lo do reino dos vivos, o enfei-
tiçado cede à força combinada do terror que sente e da retirada súbita
e total dos múltiplos sistemas de referência fornecidos pela conivência
do grupo e, finalmente, a sua inversão definitiva quando, de vivo e su-
jeito de direitos e de obrigações, passa a ser proclamado morto, objeto
de temor, de ritos e de proibições.
A integridade física não resiste à dissolução da personalidade social.
Claude Lévi-Strauss, [1949]. “O feiticeiro e sua magia”. Antropologia
estrutural. São Paulo: CosacNaify, 2008. p. 181.
Da leitura do texto, é possível inferir que:
A a morte é um fato puramente biológico.
B as crenças individuais sobrepujam as crenças coletivas.
C a morte é um fato puramente social.
D os laços comunitários são essenciais para a vida do indivíduo.
E a personalidade social é fruto das convenções de um povo e, com
isso, pode ser alterada sem maiores dificuldades, sempre que ne-
cessário.
3.221
s21enem3-Prova 1.indd 15
QUESTÃO 48
A população mundial apresenta crescimento nas últimas déca-
das, apesar da tendência de queda em alguns continentes, caso da
Europa. Tal queda resulta em novos arranjos demográficos.
Europa _ População absoluta (2020-2100 _ Projeção)
750 747 636
número de habitantes
700
(milhões)
650
629 563
600
2020 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100
Fonte: World Population Prospects 2019.
Entre esses arranjos, podemos citar:
A a estabilização da densidade demográfica.
B a estabilização da expectativa de vida.
C a mudança na composição etária da população.
D o forte aumento das taxas de urbanização.
E a emergência de padrões de vida mais elevados.
QUESTÃO 49
(Enem) O índio era o único elemento então disponível para ajudar
o colonizador como agricultor, pescador, guia, conhecedor da natureza
tropical e, para tudo isso, deveria ser tratado como gente, ter reconheci-
das sua inocência e alma na medida do possível. A discussão religiosa e
jurídica em torno dos limites da liberdade dos índios se confundiu com
uma disputa entre jesuítas e colonos. Os padres se apresentavam como
defensores da liberdade, enfrentando a cobiça desenfreada dos colonos.
Adaptado de J. Caldeira. A nação mercantilista.
São Paulo: Editora 34, 1999.
Entre os séculos XVI e XVII, os jesuítas buscaram a conversão dos
indígenas ao catolicismo. Essa aproximação dos jesuítas em relação ao
mundo indígena foi mediada pela:
A demarcação do território indígena.
B manutenção da organização familiar.
C valorização dos líderes religiosos indígenas.
D preservação do costume de moradias coletivas.
E comunicação pela língua geral, baseada no tupi.
QUESTÃO 50
A família na atualidade: novo conceito e novas formações
É facilmente perceptível que, do início do século XX até os dias de
hoje, houve grandes modificações na instituição “família”, principal-
mente nos países mais desenvolvidos. Existe hoje uma crise do mode-
lo patriarcal, baseado na autoridade masculina como “cabeça do casal”,
“chefe” que exerce poder e influência sobre todos os membros da
família. O seriado norte-americano Modern Family, por exemplo, com
suas 11 temporadas de grande sucesso, mostra algumas dessas
modificações e rearranjos da estrutura familiar.
SIMULADO ENEM 15
22/11/2020 17:32:49
 Assinale a alternativa que aponta um fenômeno que reforça a ideia
abordada no texto anterior.
A A proporção de lares com filhos que moram com apenas um
dos genitores, geralmente a mãe, vem diminuindo em virtude da
maior disseminação de aplicativos de namoro/casamento, como
o Tinder.
B Aumenta cada vez mais a proporção de lares com pessoas moran-
do sozinhas, principalmente nos países desenvolvidos e nos emer-
gentes, ocasionando uma diminuição nos núcleos familiares.
C A taxa de adoção de crianças pobres por parte de famílias de renda
média ou alta tem chamado a atenção dos demógrafos.
D Em virtude do recente aumento do conservadorismo nos costu-
mes, vem diminuindo o número de lares habitados por pessoas do
mesmo sexo.
E A crescente autonomia financeira da mulher, que vinha se desen-
volvendo desde 1970, passou a diminuir drasticamente a partir de
2010, em virtude da crise imobiliária e econômica de 2008, iniciada
nos Estados Unidos.
QUESTÃO 51
(Enem) Essa atmosfera de loucura e irrealidade, criada pela apa-
rente ausência de propósitos, é a verdadeira cortina de ferro que es-
conde dos olhos do mundo todas as formas de campos de concen-
tração. Vistos de fora, os campos e o que neles acontece só podem
ser descritos com imagens extraterrenas, como se a vida fosse neles
separada das finalidades deste mundo. Mais que o arame farpado, é
a irrealidade dos detentos que ele confina que provoca uma crueldade
tão incrível que termina levando à aceitação do extermínio como solução
perfeitamente normal.
Adaptado de H. Arendt. Origens do totalitarismo.
São Paulo: Cia. das Letras, 1989.
A partir da análise da autora, no encontro das temporalidades históricas,
evidencia-se uma crítica à naturalização do(a):
A ideário nacional, que legitima as desigualdades sociais.
B alienação ideológica, que justifica as ações individuais.
C cosmologia religiosa, que sustenta as tradições hierárquicas.
D segregação humana, que fundamenta os projetos biopolíticos.
E enquadramento cultural, que favorece os comportamentos punitivos.
QUESTÃO 52
(Enem) A formação dos Estados foi certamente distinta na Europa,
na América Latina, na África e na Ásia. Os Estados atuais, em especial na
América Latina – onde as instituições das populações locais existentes
à época da conquista ou foram eliminadas, como no caso do México e
do Peru, ou eram frágeis, como no caso do Brasil – são o resultado, em
geral, da evolução do transplante de instituições europeias feito pelas
metrópoles para suas colônias. Na África, as colônias tiveram fronteiras
arbitrariamente traçadas, separando etnias, idiomas e tradições, que,
mais tarde, sobreviveram ao processo de descolonização, dando razão
para conflitos que, muitas vezes, têm sua verdadeira origem em dispu-
tas pela exploração de recursos naturais. Na Ásia, a colonização europeia
se fez de forma mais indireta e encontrou sistemas políticos e adminis-
trativos mais sofisticados, aos quais se superpôs. Hoje, aquelas formas
anteriores de organização, ou pelo menos seu espírito, sobrevivem nas
organizações políticas do Estado asiático.
Adaptado de S. P. Guimarães. “Nação, nacionalismo, Estados”. Estudos
avançados. São Paulo: Edusp, v. 22, n. 62, jan./abr. 2008.
Relacionando as informações do contexto histórico e geográfico por
elas evocado, assinale a opção correta acerca do processo de formação
socioeconômica dos continentes mencionados no texto.
A Devido à falta de recursos naturais a serem explorados no Brasil,
conflitos étnicos e culturais como os ocorridos na África esti-
veram ausentes no período da independência e formação do
Estado brasileiro.
B A maior distinção entre os processos histórico-formativos dos con-
tinentes citados é a que se estabelece entre colonizador e coloni-
zados, ou seja, entre Europa e os demais.
16 SIMULADO ENEM
s21enem3-Prova 1.indd 16
C À época das conquistas, a América Latina, a África e a Ásia tinham
sistemas políticos e administrativos muito mais sofisticados que
aqueles que lhes foram impostos pelo colonizador.
D Comparadas ao México e Peru, as instituições brasileiras, por terem
sido eliminadas à época da conquista, sofreram mais influência
dos modelos institucionais europeus.
E O modelo histórico da formação do Estado asiático equipara-se
ao brasileiro, pois em ambos se manteve o espírito das formas de
organização anteriores à conquista.
QUESTÃO 53
O fato de que o homem é mortal resulta em outra dicotomia:
enquanto cada ser humano é o portador de todas as potencialidades
humanas, o curto período de sua vida não permite a sua realização
plena, nem mesmo sob as circunstâncias mais favoráveis. [...] A
vida do homem, começando e terminando em um ponto acidental
no processo evolutivo da raça [humana], conflita tragicamente com
a reivindicação do indivíduo de realização de todas as suas potencia-
lidades. Dessa contradição entre o que ele poderia realizar e o que
ele de fato realiza, ele tem pelo menos uma percepção tênue. Aqui,
também, ideologias tendem a reconciliar ou negar a contradição, as-
sumindo que a realização da vida acontece depois da morte, ou que
o período histórico [em que se vive] é a conquista final e derradeira
da humanidade. Ainda outra [ideologia] sustenta que o sentido da
vida não se encontrará em seu mais pleno desdobramento senão
no serviço social e em deveres sociais; que o desenvolvimento, a
liberdade e a felicidade do indivíduo são subordinados, ou até mes-
mo irrelevantes, em comparação com o bem-estar do Estado, da
comunidade, ou qualquer outra coisa que simbolize o poder eterno,
transcendendo o indivíduo.
Erich Fromm [1947]. Man for himself: an inquiry
into the psychology of ethics. New York:
Routledge, 2006. p. 42.
De acordo com o texto, assinale a alternativa correta:
A As ideologias referem-se sempre a fatos sociais, pois não é possível
falsificar a natureza.
B A função das ideologias é omitir ou mascarar conflitos reais.
C A mortalidade é menor quando o poder social se encarrega de
proteger o indivíduo.
D A história é um processo finito, enquanto o indivíduo é, com suas
potencialidades, infinito.
E Se a humanidade tivesse continuado seu processo evolutivo, se-
guramente teríamos chegado a um estágio em que a morte teria
sido superada.
QUESTÃO 54
Em 1883, o vulcão Krakatoa, localizado na Indonésia, explodiu
com tal força que causou a desintegração da ilha onde se localiza-
va, deixando um enorme buraco no oceano, que foi preenchido por
trilhões de toneladas de água. A temperatura estava tão alta no in-
terior desse buraco que essa água imediatamente se converteu em
vapor, o que causou tsunamis gigantes responsáveis pela morte de
40 mil pessoas em cidades costeiras indonésias. Esse vulcão mar-
cou o nascimento do que hoje chamamos “aldeia global”, já que a
instalação de cabos de telégrafo atravessando os oceanos permitiu
que a mensagem de um correspondente em Java – Explosão gi-
gante. Krakatoa. Vários mortos – chegasse na capital inglesa quatro
minutos depois.
Revista Aventuras na História, maio/2020.
Sobre a “aldeia global”, promovida pelo fenômeno da globalização,
é correto afirmar que:
A é a fase do capitalismo em que numerosas invenções passaram a
ser acessíveis a todos os países e pessoas da Terra.
B os territórios nacionais, que viram suas soberanias se fortale-
cerem após esse processo, unificaram seus costumes e suas
necessidades a partir da democratização dos modernos meios
de comunicação.
3.221
22/11/2020 17:32:49
 C a evolução das telecomunicações elevou a informatização dos
territórios, que passaram a ser plenamente servidos por uma
rede de transportes e comunicações.
D é um processo que, mesmo diminuindo a miséria em praticamen-
te todos os países do mundo, aumentou as desigualdades sociais
ainda mais.
E integrou partes dos territórios nacionais à rede mundial de comu-
nicações, permitindo a padronização do acesso irrestrito aos diver-
sos meios de informação para os moradores desses lugares.
QUESTÃO 55
(Enem) Em nosso país, queremos substituir o egoísmo pela mo-
ral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as conveniências
pelos deveres, a tirania a moda pelo império da razão, o desprezo à des-
graça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela
grandeza da alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa compa-
nhia pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio,
o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a
mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.
Adaptado de L. Hunt. “Revolução Francesa e vida privada”. In: M. Perrot.
História da vida privada da Revolução Francesa à Primeira Guerra
Mundial. São Paulo: Companhia das Letras, v. 4, 1991.
O discurso de Robespierre, de 4 de fevereiro de 1794, do qual o trecho
transcrito é parte, relaciona-se a qual dos grupos político-sociais envol-
vidos na Revolução Francesa?
A À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês
como força política dominante.
B Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta
burguesia.
C A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram
as potências rivais e queriam organizar a França imediatamente.
D À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato com inte-
lectuais iluministas, desejava extinguir o absolutismo francês.
E Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas
populares, que desejavam justiça social e direitos políticos.
QUESTÃO 56
Quando é necessário deliberar sobre uma decisão da qual depen-
de a salvação do Estado, não se deve deixar de agir por considerações
de justiça ou injustiça, humanidade ou crueldade, glória ou ignomínia.
Deve-se seguir o caminho que leva à salvação do Estado e à manuten-
ção da sua liberdade, rejeitando-se tudo mais.
Maquiavel. Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio.
Tradução de Sérgio Bath. Brasília: EdUnB, 1994.
De acordo com o pensamento político de Maquiavel, é correto afirmar,
sobre a relação da política com a moral, que:
A a função do Estado é difundir os valores justos e corretos entre os
cidadãos.
B a política é um campo de atuação autônomo e independente da
moral.
C a finalidade da política é a justiça, promovendo a virtude entre os
cidadãos.
D o bom governante é aquele dotado de virtudes morais, como a
honestidade.
E o príncipe deve obedecer às normas impostas pela moral de se-
nhores.
QUESTÃO 57
Firme no seu posto de dirigente praticamente vitalício da Rússia,
amparado por um Parlamento moldado a seu favor e dispondo de ins-
trumentos para esmagar a oposição, Vladimir Putin tem um jeito de
comandar o país que preserva muitos traços do modo de agir da finada
União Soviética do período da Guerra Fria, da qual, aliás, não esconde
certa nostalgia. “– Quem não tem saudade da URSS não tem cora-
ção”, declarou em frase que ficou célebre, acrescentando em seguida:
“– Quem a quer de volta não tem cérebro”.
Revista Veja, 02.09.2020.
3.221
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Uma característica do período citado no trecho é a (o):
A aceleração da integração regional, com o surgimento de blocos
econômicos como o Mercosul.
B eliminação dos regimes autoritários, já que os países africanos,
por exemplo, se livraram do jugo colonial europeu.
C difusão do fundamentalismo islâmico, que culminaria, em 2001,
no ataque às torres gêmeas do WTC – Nova York.
D bipolaridade mundial.
E enfraquecimento dos movimentos nacionalistas.
QUESTÃO 58
Nessa altura, deve ter ficado claro qual é o viés do mecanismo
de busca do Google. Quase todo o conteúdo que encontramos nas
buscas de internet é otimizado para o mecanismo de busca do Google.
É um círculo, no qual a lógica do mecanismo de busca favorece o
conteúdo otimizado [segundo determinados critérios de redação], e
aquilo que é conteúdo otimizado tende a aparecer mais no meca-
nismo de busca.
Privilegia-se, portanto, o conteúdo de marketing, em detrimento
de outros tipos de expressão. Não estamos necessariamente aces-
sando a informação mais acertada, mais precisa ou mais densa, mas
sim a mais bem trabalhada no SEO). Além disso, o conteúdo reali-
zado por pequenos sites, blogs amadores e assim por diante tende
a sumir de nossas vistas – quem, por exemplo, acessa a blogosfera
nos dias de hoje?
O impacto cultural da curadoria do Google é tremendo. No mínimo,
trata-se de uma internet mais centralizada e menos plural, cujo principal
parâmetro para a escolha daquilo que vemos (ou não) é o marketing.
()) SEO – Search Engine Optimized: característica dos textos escritos visando
aumentar as chances de que apareçam em boas posições em sites de busca,
como o Google.
Thiago Zygband. 2020. “O redator e o Google – Como o
Google molda o conteúdo escrito na internet”.
Disponível em: <www.tectonia.com.br>.
Acesso em: 31 ago. 2020.
O texto acima é um exemplo do fato de que:
A como a difusão da técnica contemporânea é mais centralizada, ela
tem um caráter predominantemente democrático.
B uma das inovações da nossa época são os mecanismos de busca,
que filtram progressivamente as informações falsas, selecionando
preferencialmente as verdadeiras.
C a vida cultural é condicionada pela técnica, que está por sua vez
submetida a determinados interesses econômicos.
D por conta da centralização dos conteúdos que consumimos, as in-
formações realmente verdadeiras acabam ficando, em sua maioria,
em sites menores.
E o marketing é uma das condições para conseguir financiar a circu-
lação de informações de boa qualidade.
QUESTÃO 59
(Enem) O século XVIII é, por diversas razões, um século dife-
renciado. Razão e experimentação se aliavam no que se acreditava
ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do conhecimento
científico, por tanto tempo almejado. O fato, a análise e a indução
passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É ainda no sécu-
lo XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação
na história.
N. Odália. In: J. Pinsky; C. B. Pinsky. História da cidadania.
São Paulo: Contexto, 2003.
No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencio-
nada no texto tinha como uma de suas características a:
A aproximação entre inovação e saberes antigos.
B conciliação entre revelação e metafísica platônica.
C vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.
D separação entre teologia e fundamentalismo religioso.
E contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento.
SIMULADO ENEM 17
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 QUESTÃO 60
Quem gosta de cinema, principalmente de filmes de fora do gran-
de circuito, até pouco tempo atrás corria o risco de se frustrar em razão
das dificuldades de obter títulos de outros centros cinematográficos,
como Vietnã e Nigéria. Hoje esse problema praticamente não existe, já
que, com um simples toque no teclado de seu computador ou na tela
de seu aparelho celular, é possível acessar sites de empresas que ven-
dem esses títulos. A Amazon é um exemplo desse tipo de empresa.
A expansão de empresas como a citada no texto reflete as caracterís-
ticas do capitalismo do início do século XXI, com destaque para:
A a expansão do comércio e da circulação no ambiente virtual, com
a redução das trocas físicas entre os países.
B o surgimento cada vez maior de blocos econômicos que estimu-
lam trocas comerciais, como é o caso do Mercosul (Brasil, Argen-
tina, Uruguai, Chile e Paraguai).
C a aceleração da circulação de capitais e mercadorias por meio do
processo de globalização da economia.
D a formação de blocos comerciais de economia autossuficiente,
como é o caso da União Europeia.
E a retomada da industrialização em bases nacionais, por meio da
adoção crescente de medidas protecionistas.
QUESTÃO 61
(Enem)
TEXTO I
Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação deste
Deus todo perfeito, ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos
atributos, considerar, admirar e adorar a incomparável beleza dessa
imensa luz.
R. Descartes. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
TEXTO II
Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Exis-
tirá alguma boa razão para acreditar que o mundo foi criado por uma
divindade todo-poderosa? Não podemos dizer que a crença em Deus é
“apenas” uma questão de fé.
J. Rachels. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
Os textos abordam um questionamento da construção da modernidade
que defende um modelo:
A focado na legitimação contratualista.
B baseado na explicação mitológica.
C fundamentado na ordenação imanentista.
D centrado na razão humana.
E configurado na percepção etnocêntrica.
QUESTÃO 62
(Enem) Em 4 de julho de 1776, as Treze Colônias que vieram
inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA) decla-
ravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial.
Em palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a
igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis:
o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o
poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos,
derivava dos governados.
Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram
retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789,
na França.
Adaptado de E. Viotti da Costa. “Apresentação da coleção”.
In: W. Pomar. Revolução Chinesa. São Paulo: Unesp, 2003.
Considerando o texto anterior, acerca da independência dos EUA e da
Revolução Francesa, assinale a opção correta:
A A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam
o mesmo contexto histórico, mas se baseavam em princípios e
ideais opostos.
B O processo revolucionário francês identificou-se com o movi-
mento de independência estadunidense no apoio ao absolutismo
esclarecido.
18 SIMULADO ENEM
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C Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam
a luta pelo reconhecimento dos direitos considerados essenciais à
dignidade humana.
D Por ter sido a pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência
na Constituição estadunidense, assim como no desencadeamento
de sua independência.
E Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o ca-
minho para as independências das colônias ibéricas situadas na
América.
QUESTÃO 63
O período pós-Segunda Guerra Mundial assistiu ao surgimen-
to de diversos organismos supranacionais tanto de caráter militar
e econômico quanto de cooperação entre nações. Em 2020, o
presidente Donald Trump acenou com a possibilidade de ingresso
do Brasil:
A na Otan.
B no Conselho de Segurança da ONU.
C na Alca.
D no Nafta.
E na OCDE.
QUESTÃO 64
(Enem) Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem.
Pois bem: foi no século XVIII – em 1789, precisamente – que uma
Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Decla-
ração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se
impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter
sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das menta-
lidades: o Iluminismo.
Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma
concepção do pensamento que tem como uma de suas bases a:
A modernização da educação escolar e da igualdade civil.
B atualização da disciplina moral cristã.
C divulgação de costumes aristocráticos.
D socialização do conhecimento científico.
E universalização do princípio da igualdade civil.
QUESTÃO 65
(Enem) Tratava-se agora de construir um ritmo novo. Para tanto,
era necessário convocar todas as forças vivas da Nação, todos os ho-
mens que, com vontade de trabalhar e confiança no futuro, pudessem
erguer, num tempo novo, um novo Tempo. E, à grande convocação que
conclamava o povo para a gigantesca tarefa, começaram a chegar de
todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens simples
e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e mãos de pedra, e no
calcanho, em carro de boi, em lombo de burro, em paus de arara, por
todas as formas possíveis e imagináveis, em sua mudez cheia de es-
perança, muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar
suas promessas de melhores dias; foram chegando de tantos povoa-
dos, tantas cidades cujos nomes pareciam cantar saudades aos seus
ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria... Terra de sol, Terra
de luz... Brasil! Brasil! Brasília!
Adaptado de V. Moraes; A. C. Jobim. Brasília, sinfonia da alvorada.
“III – A chegada dos candangos”. Disponível em:
<www.viniciusdemoraes.com.br>.
Acesso em: 14 ago. 2012.
No texto, a narrativa produzida sobre a construção de Brasília arti-
cula os elementos políticos e socioeconômicos indicados, respec-
tivamente, em:
A Apelo simbólico e migração inter-regional.
B Organização sindical e expansão do capital.
C Segurança territorial e estabilidade financeira.
D Consenso partidário e modernização rodoviária.
E Perspectiva democrática e eficácia dos transportes.
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 QUESTÃO 66
As constantes manifestações que vêm acometendo diversas ci-
dades do mundo, principalmente aquelas contra o aumento da desi-
gualdade social (99% # 1%), contra a violência, a discriminação e o
assédio sexual contra as mulheres (Me Too) ou as que denunciam o
racismo (Black Lives Matter – Vidas Negras Importam), são reações ao
abismo social, num tempo em que o consumismo é projetado mundial-
mente pelas estratégias de mídia.
Sob esse ponto de vista, é correto afirmar que:
A a juventude tem por hábito estimular, por meio das novas tecnolo-
gias, a opinião pública a reagir coletiva e violentamente contra as
grandes injustiças sociais.
B as novas tecnologias de mídia globalizam o apelo ao consumo en-
quanto há imensas desigualdades no mundo contemporâneo.
C as jovens lideranças fazem uso da violência por ser esse o único
método de convencimento da opinião pública sobre a necessidade
de se resolver urgentemente os temas dessas manifestações.
D as novas estratégias de mídia explicitam a corrupção político-
-financeira e, com isso, desencadeiam protestos da juventude
pobre e indignada.
E a doença mundial que atinge a juventude é decorrente do aumento
dos casos de corrupção, que acabam fazendo com que esses jovens
rejeitem qualquer tipo de atitude consumista.
QUESTÃO 67
Leia o documento a seguir:
[...] eu el-rei faço saber a vós [...] fidalgo de minha casa que vendo
eu quanto serviço de Deus e meu é conservar e enobrecer as capi-
tanias e povoações das terras do Brasil e dar ordem e maneira com
que melhor e seguramente se possam ir povoando para exaltamen-
to da nossa Santa Fé e proveito de meus reinos e senhorios e dos
naturais deles ordenei ora de mandar nas ditas terras fazer uma for-
taleza e povoação grande e forte em um lugar conveniente para daí
se dar favor às outras povoações e se ministrar justiça e prover nas
coisas que cumprirem a meus serviços e aos negócios de minha
fazenda e a bem das partes [...].
O texto do governo português colonial faz referência:
A à criação do Governo Geral, com sede na Bahia.
B à implantação do vice-reinado no Rio de Janeiro.
C à implementação da capitania-sede em São Vicente (1534).
D ao estabelecimento de capitanias hereditárias no Nordeste.
E à transferência da sede do Império Luso para o Rio de Janeiro.
QUESTÃO 68
É assunto da ética informar-nos quais são nossos deveres, ou
que critério nos permite reconhecê-los; nenhum sistema da ética
exige, porém, que o único motivo de todas as nossas ações seja
o sentimento de dever. Ao contrário, noventa e nove por cento de
nossas ações são praticadas por outros motivos e são corretamente
praticadas, se a regra de dever não os condena. É particularmen-
te injusto fundar sobre esse equívoco específico uma objeção ao
utilitarismo, pois os utilitaristas foram além de todos os outros ao
afirmar que o motivo não tem relação nenhuma com a moralidade
da ação, embora tenha com o valor do agente. Quem salva seu se-
melhante de um afogamento faz o que é moralmente certo, quer
seu motivo seja o dever, quer a esperança de ser remunerado por
seu esforço.
John Stuart Mill. Utilitarismo. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
De acordo com o utilitarismo, a ação ética tem como fundamento:
A o sentimento de dever moral.
B o temor da punição da lei civil.
C a intenção desinteressada do agente.
D o respeito aos valores religiosos.
E as consequências das ações.
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QUESTÃO 69
(Enem) A economia solidária foi criada por operários, no início do ca-
pitalismo industrial, como resposta à pobreza e ao desemprego que resul-
tavam da utilização das máquinas, no início do século XIX. Com a criação
de cooperativas (de produção, de prestação de serviços, de comercializa-
ção ou de crédito), os trabalhadores buscavam independência econômica
e capacidade de controlar as novas tecnologias, colocando-as a serviço
de todos os membros da empresa. Essa ideia persistiu e se espalhou:
da reciclagem ao microcrédito, já existem milhares de empreendimentos
desse tipo hoje em dia, em várias partes do mundo. Na economia soli-
dária, todos os que trabalham são proprietários da empresa. Trata-se da
possibilidade de uma empresa sem divisão entre patrão e empregados,
sem busca exclusiva pelo lucro e mais apoiada na qualidade do que na
quantidade de trabalho, em convivência com a economia de mercado.
Adaptado de Paul Singer. A recente ressurreição da economia solidária
no Brasil. Disponível em: <http://www.cultura.ufpa.br>.
Acesso em: 23 mar. 2009.
A economia solidária, no âmbito da sociedade capitalista, institui
complexas relações sociais, demonstrando que:
A a fraternidade entre patrões e empregados, comum no cooperati-
vismo, tem gerado soluções criativas para o desemprego desde o
início do capitalismo.
B a rejeição ao uso de novas tecnologias torna a empresa solidária
mais ecologicamente sustentável que os empreendimentos capi-
talistas tradicionais.
C a prosperidade do cooperativismo, assim como a da pirataria e das
formas de economia informal, resulta dos benefícios do não paga-
mento de impostos.
D as contradições inerentes ao sistema podem resultar em formas
alternativas de produção.
E o modelo de cooperativismo dos regimes comunistas e socialistas
representa uma alternativa econômica adequada ao capitalismo.
QUESTÃO 70
Durante o período colonial, os jesuítas criaram as reduções, ou
missões, jesuítico-guaranis, as quais foram fundadas no início do sé-
culo XVII, na América do Sul. Sobre essas reduções, podemos afirmar:
A Entraram em conflito com os bandeirantes, que chegavam à região
visando ocupar as reduções e substituir os jesuítas.
B Resistiram às pressões das Coroas portuguesa e espanhola e con-
tinuaram a existir até o fim do período colonial, tendo sido destruí-
das por ocasião dos movimentos de independência.
C Estabeleceram-se da região Platina até a Amazônia em uma área qua-
se contínua, organizando os indígenas sob um trabalho disciplinado.
D Visavam a cristianização dos índios guaranis, que foram concentra-
dos em comunidades aldeãs, administradas pelos religiosos, sob
rígida organização e disciplina de trabalho.
E Procuravam disciplinar os indígenas para o trabalho, sendo poste-
riormente escravizados pelos bandeirantes, que os conduziam às
regiões produtoras da colônia.
QUESTÃO 71
(Enem) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e
proclamada pela Assembleia Geral da ONU na Resolução 217-A, de 10
de dezembro de 1948, foi um acontecimento histórico de grande rele-
vância. Ao afirmar, pela primeira vez em escala planetária, o papel dos
direitos humanos na convivência coletiva, pode ser considerada um
evento inaugural de uma nova concepção de vida internacional.
C. Lafer. “Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)”.
In: D. Magnoli (Org.). História da paz.
São Paulo: Contexto, 2008.
A declaração citada no texto introduziu uma nova concepção nas rela-
ções internacionais ao possibilitar a:
A superação da soberania estatal.
B defesa dos grupos vulneráveis.
C redução da truculência belicista.
D impunidade dos atos criminosos.
E inibição dos choques civilizacionais.
SIMULADO ENEM 19
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 QUESTÃO 72
(Enem) Desde a sua criação, em 1949, a Organização do Tratado
do Atlântico Norte (Otan) tem revisto regularmente as suas tarefas e
objetivos, tendo em vista a evolução do ambiente estratégico mundial.
Nestes 72 anos de história, tanto a Aliança quanto o resto do mundo
sofreram mudanças que os fundadores da Otan não poderiam ter
previsto.
Disponível em: <www.ri.pucminas.br>.
Acesso em: 26 jan. 2012.
Diante das transformações ocorridas no cenário geopolítico mundial,
a legitimidade dessa organização enfraqueceu-se, pois:
A passou a se dedicar à luta contra as organizações terroristas inter-
nacionais.
B direcionou seus esforços para os conflitos em países e regiões do
hemisfério sul.
C perdeu parte de seus alvos e funções iniciais com a derrocada do
bloco socialista.
D insistiu na manutenção de bases militares em áreas pacificadas
desde o fim da Guerra Fria.
E desviou suas atividades para a resolução de conflitos civis no
âmbito dos países-membros.
QUESTÃO 73
Alejandro Toledo foi presidente do Peru entre 2001 e 2006. Quan-
do era candidato, a imprensa peruana o chamava de Pachacútec (im-
perador inca entre 1438 e 1471), referindo-se ao líder inca responsável
pela consolidação do império nos Andes Centrais. A sociedade inca
tinha entre suas características:
A ser a mais significativa das sociedades pré-colombianas que nega-
vam a cultura dos povos dominados.
B ter uma economia de base agrícola, com a distribuição de terras
pelo Estado e a prática do sistema de regadio.
C o fato de ser uma sociedade igualitária, o que a diferenciava de
outras culturas pré-colombianas.
D ter um comércio interno desenvolvido, sendo o guano o produto
mais valorizado dessa economia.
E o fato de que sua cultura desapareceu no momento da conquista
espanhola.
QUESTÃO 74
(Enem) Tomás de Aquino, filósofo cristão que viveu no século XIII,
afirma: a lei é uma regra ou um preceito relativo às nossas ações. Ora,
a norma suprema dos atos humanos é a razão. Desse modo, em última
análise, a lei está submetida à razão; é apenas uma formulação das
exigências racionais. Porém, é mister que ela emane da comunidade,
ou de uma pessoa que legitimamente a representa.
Adaptado de E. Gilson; P. Boehner. História da filosofia cristã.
Petrópolis: Vozes, 1991.
No contexto do século XIII, a visão política do filósofo mencionado
retoma o:
A pensamento idealista de Platão.
B conformismo estoico de Sêneca.
C ensinamento místico de Pitágoras.
D paradigma de vida feliz de Agostinho.
E conceito de bem comum de Aristóteles.
QUESTÃO 75
(Enem) Em 2010, de acordo com o IBGE, a expectativa de vida
do brasileiro era de 73,5 anos e mantinha-se uma grande disparidade
entre a expectativa de vida masculina e feminina. As mulheres viviam,
em média, 77,3 anos e os homens, 69,7 anos.
Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 19 dez. 2012.
A disparidade mencionada no texto associa-se:
A à maior mortalidade violenta de jovens do sexo masculino.
B ao trabalho mais intenso dos homens em relação às mulheres.
20 SIMULADO ENEM
s21enem3-Prova 1.indd 20
C à falta de um sistema de saúde universal que atenda ambos os
sexos.
D ao menor tempo de trabalho exigido para a aposentadoria das
mulheres.
E a melhores condições físicas de saúde das mulheres em relação
aos homens.
QUESTÃO 76
Propaganda para mudar o mundo, que bobagem! A propaganda
faz da linguagem um instrumento, uma alavanca, uma máquina. A pro-
paganda fixa o modo de ser dos homens tais como eles se tornaram
sob a injustiça social, na medida em que ela os coloca em movimento.
Ela conta com o fato de que se pode contar com eles. No íntimo, cada
um sabe que ele próprio será transformado pelo meio num outro meio,
como na fábrica. A fúria que sentem quando se deixam levar por ela é
a velha fúria dirigida contra o jugo, reforçada pelo pressentimento de
que a saída indicada pela propaganda é uma falsa saída. A propaganda
manipula os homens; onde ela grita liberdade, ela se contradiz a si
mesma. A falsidade é inseparável dela. É na comunidade da mentira
que os líderes (Führer) e seus liderados se reúnem graças à propagan-
da, mesmo quando os conteúdos enquanto tais são corretos. A própria
verdade torna-se para ela um simples meio de conquistar adeptos para
sua causa, ela já a falsifica quando a coloca em sua boca. Por isso,
a verdadeira resistência não conhece nenhuma propaganda. A propa-
ganda é inimiga dos homens. Ela pressupõe que o princípio segundo
o qual a política deve resultar de um discernimento em comum não
passa de uma façon de parler [maneira de falar].
Theodor Adorno; Max Horkheimer [1947]. Dialética do esclarecimento:
fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1985. p. 237-8.
A passagem acima alude a um sistema político conhecido como:
A capitalismo, em que a propaganda é utilizada sobretudo para pro-
mover a venda de mercadorias.
B socialismo, em que a propaganda visa integrar a consciência indivi-
dual aos imperativos do mundo do trabalho.
C fascismo, marcado pela propaganda racista e nacionalista.
D Estado de Bem-Estar Social, em que a propaganda visa integrar a
consciência individual aos imperativos do Estado.
E fascismo, caracterizado pela rejeição furiosa da propaganda, em
nome dos laços nacionais comunitários e de sangue.
QUESTÃO 77
Oswald de Andrade (1890-1954) foi um dos realizadores da Se-
mana de Arte Moderna em São Paulo (1922) e um dos grandes nomes
do Modernismo literário brasileiro. Em sua obra Poesias reunidas, en-
contramos o trecho a seguir:
Erro de Português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio teria despido
O português
A respeito do contexto a que o poema se refere, pode-se afirmar que:
A os portugueses encontraram metais preciosos, o que possibilitou o
estabelecimento das primeiras relações econômicas com os indíge-
nas, na base do escambo.
B os indígenas demonstraram agressividade, o que despertou o inte-
resse lusitano pela ocupação efetiva das novas terras.
C a conquista da América pelos portugueses contribuiu para o cres-
cimento demográfico da população indígena no Brasil por meio da
união entre os dois povos.
D no denominado Período Pré-Colonial, o plantio e a exploração do
pau-brasil resultaram posteriormente no incentivo ao tráfico de
africanos.
E apesar de os portugueses terem tomado posse da terra, o interesse
da monarquia lusitana estava voltado para o Oriente.
3.221
22/11/2020 17:32:52
 QUESTÃO 78 No texto, as estratégias territoriais dos grupos de remanescentes de
quilombo visam garantir:
Pois Heráclito diz: “Tudo flui ( panta rei), nada persiste, nem per- A perdão de dívidas fiscais.
manece o mesmo”. E Platão ainda diz de Heráclito: Ele compara as B reserva de mercado local.
coisas com a corrente de um rio – que não se pode entrar duas vezes
C inserção econômica regional.
na mesma corrente”; o rio corre e toca-se outra água.
D protecionismo comercial tarifário.
F. Hegel. “Preleções sobre a História da Filosofia”. In: Os Pensadores –
Pré-Socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1973. E benefícios assistenciais públicos.

O trecho comenta a filosofia de Heráclito de Éfeso, segundo a qual:

QUESTÃO 81
A ser e pensamento são a mesma coisa.
B a água é o princípio de todas as coisas. As fronteiras do Brasil atual começaram a ser configuradas
C tudo está em transformação e mudança. durante o Período Colonial, resultante de movimentos expansionis-
D o movimento é uma ilusão dos sentidos. tas e tratados no século XVIII. Assinale a alternativa que relaciona
corretamente os movimentos de expansão com um dos tratados
E tudo no mundo é composto de átomos.
de limites.
A A região das Missões, no Sul da colônia, constitui um caso à parte,
QUESTÃO 79 o qual se resolveu a favor de Portugal com a extinção da Compa-
nhia de Jesus pelo Marquês de Pombal.
(Enem)
B A consolidação da fronteira Norte foi configurada pela descoberta
TEXTO I de minas de ouro e definida com o Tratado de Utrecht.
C O Tratado de Madri revogou o Tratado de Tordesilhas e resultou no
território brasileiro semelhante à configuração atual.
D Portugal garantiu territórios com o Tratado de El Pardo, contro-
lando regiões do rio da Prata após a fundação da Colônia de
Sacramento.
E Os Tratados de Badajoz e Santo Ildefonso consolidaram o domínio
dos portugueses no Sul do Brasil, incluindo temporariamente parte
da região platina.

QUESTÃO 82

(Enem)
TEXTO II Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade
Brasil 2010
A Constituição Federal no título VII da Ordem Social, em seu Capí- mais de 100 anos 0,0% 0,0%
tulo VII, Art. 226, ? 7 o, diz: 95 a 99 anos 0,0% 0,0%
90 a 94 anos 0,1% 0,1%
“Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da 85 a 89 anos 0,2% 0,3%
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do ca- 80 a 84 anos 0,4% 0,5%
75 a 79 anos 0,6% 0,8%
sal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos 70 a 74 anos 0,9% 1,1%
65 a 69 anos 1,2% 1,4%
para o exercício deste direito, vedada qualquer forma coercitiva por 60 a 64 anos 1,6% 1,8%
parte de instituições oficiais ou privadas”. 55 a 59 anos 2,0% 2,3%
50 a 54 anos 2,5% 2,8%
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 21 set. 2008. 45 a 49 anos 3,0% 3,2%
40 a 44 anos 3,3% 3,5%
A comparação entre o tratamento dado ao tema do planejamento 35 a 39 anos 3,5% 3,7%
30 a 34 anos 4,0% 4,2%
familiar pela charge de Henfil e pelo trecho do texto da Constituição 25 a 29 anos 4,4% 4,5%
Federal mostra que: 20 a 24 anos 4,5% 4,5%
15 a 19 anos 4,5% 4,4%
A a charge ilustra o trecho da Constituição Federal sobre o planeja- 10 a 14 anos 4,6% 4,4%
5 a 9 anos 4,0% 3,9%
mento familiar. 0 a 4 anos 3,7% 3,6%
B a charge e o trecho da Constituição Federal mostram a mesma homens mulheres
temática sob pontos de vista diferentes.
C a charge complementa as informações sobre planejamento fami- IBGE. Disponível em: <www.censo2010.ibge.gov.br>.
liar contidas no texto da Constituição Federal. Acesso em: 23 jan. 2012.

D o texto da charge e o texto da Constituição Federal tratam de duas
realidades sociais distintas, financiadas por recursos públicos.
E os temas de ambos são diferentes, pois o desenho da charge
representa crianças conscientes e o texto defende o controle da
natalidade.
QUESTÃO 80
(Enem) A comunidade de Mumbuca, em Minas Gerais, tem uma
organização coletiva de tal forma expressiva que coopera para o abaste-
cimento de mantimentos da cidade do Jequitinhonha, o que pode ser
atestado pela feira aos sábados. Em Campinho da Independência, no
Rio de Janeiro, o artesanato local encanta os frequentadores do litoral
sul do estado, além do restaurante quilombola que atende aos turistas.
Adaptado de A. W. B. Almeida (Org.). Caderno de debates nova
cartografia social: territórios quilombolas e conflitos.
Manaus: Projeto Nova Cartografia Social
da Amazônia; UEA Edições, 2010.
O gráfico obtido a partir das informações do Censo de 2010 é reflexo da
dinâmica populacional do país e apresenta um(a):
A continuidade da dinâmica demográfica brasileira representada
pelo alargamento de sua base e estreitamento do topo.
B elevação da população adulta, reflexo do baby boom nos anos 2000.
C divergência no crescimento quantitativo de homens e mulheres
de 0 a 14 anos.
D decréscimo da população jovem e crescente alargamento da parte
intermediária e do topo da pirâmide.
E declínio da população idosa brasileira visualizada no topo da pi-
râmide.
QUESTÃO 83
(Enem) Uma parte da nossa formação científica confunde-se com
a atividade de uma polícia de fronteiras, revistando os pensamentos de
contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam

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 os pensamentos de carimbada cientificidade. A biologia, por exemplo,
é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para
lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não
somos o centro da vida nem o topo da evolução.
Adaptado de M. Couto. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009.
No trecho, expressa-se uma visão poética da epistemologia científica,
caracterizada pela:
A implementação de uma viragem linguística com base no formalismo.
B fundamentação de uma abordagem híbrida com base no relativismo.
C interpretação da natureza eclética das coisas com base no antiaca-
demicismo.
D definição de uma metodologia transversal com base em um pano-
rama cético.
E compreensão da realidade com base em uma perspectiva não
antropocêntrica.
QUESTÃO 84
A Revolução Francesa foi um movimento revolucionário que mar-
cou o fim do absolutismo e teve grande influência dos ideais iluminis-
tas. Os ideais franceses espalharam-se pelo mundo expressos no lema
Igualdade, Fraternidade e Liberdade, marcando o advento de um novo
paradigma estatal. Sobre essa questão, podemos afirmar que se refere:
A ao advento do Estado Absolutista, o qual surgiu como uma resposta
aos movimentos populares da época.
B ao advento do Estado Liberal, o qual surgiu como uma resposta
aos movimentos populares de cunho socialista.
C ao advento do Estado Social, o qual surgiu como uma resposta às
opressões vividas pelos sans-culottes (operários) franceses.
D ao advento do Estado Social, que surgiu como uma resposta ao
absolutismo monárquico.
E ao advento do Estado Liberal, o qual surgiu como uma resposta ao
absolutismo despótico.
QUESTÃO 85
Eu enfatizei muitas vezes que em realidade o trabalho doméstico
ou reprodutivo tem um duplo caráter: ele reproduz nossa vida, e ao mes-
mo tempo espera-se que ele reproduza a força de trabalho, e por causa
disso ele está sujeito a restrições específicas. Na obra de [Maria] Mies,
você não encontra sempre essa distinção. Na análise dela, existe uma
continuidade entre o trabalho doméstico e a reprodução orientada à sub-
sistência nos assim chamados países “subdesenvolvidos”.
Isso é parcialmente verdadeiro. Mas existe uma diferença entre
trabalho doméstico ou reprodutivo sob condições nas quais as mu-
lheres têm acesso à terra ou outras formas de reprodução, como em
muitas comunidades indígenas, e trabalho doméstico que não é pago
e depende de um salário (predominantemente masculino).
Silvia Federici. “Feminism and social reproduction: an interview
with Silvia Federici”, 2017. Disponível em: <https://salvage.zone>.
Acesso em: 31 ago. 2020.
A concepção de feminismo acima enfatiza:
A a importância da atividade das mulheres para sustentar o capitalismo.
B a importância de reconhecer que as mulheres podem ocupar
quaisquer cargos que desejem.
C a diversidade da sexualidade feminina em vários contextos nacio-
nais diferentes.
D a importância do trabalho como aquilo que constitui o gênero femi-
nino historicamente.
E a diferença e independência entre os sistemas econômico e de
sexo/gênero.
QUESTÃO 86
(Enem) A primeira Guerra do Golfo, genuinamente apoiada pelas
Nações Unidas e pela comunidade internacional, assim como a reação
imediata ao Onze de Setembro, demonstravam a força da posição dos
Estados Unidos na era pós-soviética.
E. Hobsbawm. Globalização, democracia e terrorismo.
São Paulo: Cia. das Letras, 2007.
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Um aspecto que explica a força dos Estados Unidos, apontada pelo
texto, reside no(a):
A poder de suas bases militares espalhadas ao redor do mundo.
B alinhamento geopolítico da Rússia em relação aos EUA.
C política de expansionismo territorial exercida sobre Cuba.
D aliança estratégica com países produtores de petróleo, como
Kuweit e Irã.
E incorporação da China à Organização do Tratado do Atlântico Norte
(Otan).
QUESTÃO 87
A História de Portugal nos remete a várias questões, e a de
maior destaque é a expansão marítima. Se considerarmos a popu-
lação portuguesa do final do século XV, que é estimada em cerca
de um milhão de habitantes (como registrou Fernando Pessoa, “o
esforço é grande e o homem é pequeno”), podemos imaginar o
empreendimento descomunal que foram as Grandes Navegações.
Ainda hoje, os lusos gostam de falar das áreas que suas frotas atin-
giram – globalizaram o mundo (“deu mundos novos ao Mundo”). Há
várias razões para o pioneirismo português na expansão marítima e
comercial europeia dos séculos XV e XVI. Podemos considerar um
fator favorável para os portugueses:
A a precoce centralização política, acrescida da existência de um gru-
po mercantil interessado na expansão e da presença de técnicos e
sábios, inclusive estrangeiros.
B a posição geográfica de Portugal, na entrada do Mediterrâneo, vol-
tada para o Atlântico e próxima ao Norte africano, sem a qual todas
as demais vantagens seriam nulas.
C o poder da nobreza lusa, que estancava a influência retrógrada da
Igreja Católica, a qual combatia os avanços científicos e tecnológi-
cos da época.
D a descentralização político-administrativa do Estado português,
que possibilitou a contribuição de cada setor social e público na
organização estratégica da expansão configurada na Escola de
Sagres.
E o interesse do clero português na expansão do cristianismo,
o que tornou a Igreja Católica a principal financiadora das con-
quistas, exigindo, em contrapartida, uma participação no lucro
dessas conquistas.
QUESTÃO 88
A cultura de uma sociedade é, entre outras coisas, uma propagan-
da dirigida aos seus membros recém-chegados, suas crianças, quanto
à forma em que elas serão circunscritas no mundo, tal como a cultura
o imagina. [...] Toda cultura gera, para seus próprios fins, os sujeitos
que a habitam. Em cada psique individual está instalada a fratura entre
a inteligência incorporada da sensação imediata e as representações
baseadas em linguagem conceitual, que agrupam a narrativa obriga-
tória de uma pessoa – tal como concebida e construída na noção de
personalidade daquela cultura.
Tim Hodgkinson. Music and the myth of wholeness:
toward a new aesthetic paradigm. London:
The MIT Press, 2016. p. 4.
Um exemplo contemporâneo da tese defendida pelo texto seria(m):
A os programas de competições culinárias.
B os documentários políticos e ambientais.
C os podcasts informativos.
D a ascensão do consumo de vlogs, stories e outras gravações em
vídeo.
E a cultura de memes.
QUESTÃO 89
(Enem) Produto do fim da Guerra Fria, a Convenção sobre a
Proibição das Armas Químicas (CPAQ) marcou um momento novo
das relações internacionais no campo da segurança. Aberta para as-
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 sinaturas em Paris, em janeiro de 1993, após cerca de duas décadas
de negociações na Conferência do Desarmamento em Genebra, a
CPAQ entrou em vigor em abril de 1997. Ao abrir a I Conferência
dos Estados-Partes na CPAQ, em Haia, o secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, descreveu o evento como um “momentoso ato de paz”.
Disse: “O que vocês fizeram com sua livre vontade foi anunciar a
essa e a todas as futuras gerações que as armas químicas são ins-
trumentos que nenhum Estado com algum respeito por si mesmo
e nenhum povo com algum senso de dignidade usaria em conflitos
domésticos ou internacionais”.
J. M. Bustani. “A Convenção sobre a Proibição de
Armas Químicas: trajetória futura”. Parcerias
Estratégicas, n. 9, out./2000.
O que a Convenção representou para o cenário geopolítico mundial?
A Esgotamento dos pactos bélicos multilaterais.
B Restrição aos complexos industriais militares.
C Enfraquecimento de blocos políticos regionais.
D Cerceamento às agências de inteligência estatal.
E Desestabilização das empresas produtoras de munições.
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QUESTÃO 90
Tem a sorte mais feliz quem leva sua vida sem dores excessivas,
sejam elas espirituais ou corporais, e não aquele a quem couberam as
alegrias mais vivazes ou os maiores gozos. Quem quiser medir a felici-
dade de um decurso de vida segundo os últimos adotou uma falsa es-
cala. Pois os prazeres são e permanecem negativos: acreditar que eles
possam nos tornar felizes é uma ilusão que a inveja alimenta para sua
própria punição. As dores, ao contrário, são sentidas positivamente:
eis a razão de sua ausência ser o critério da felicidade de vida. Se a um
estado sem dor ainda couber a ausência de tédio, então a felicidade
terrena foi em essência alcançada; o resto é quimera.
A. Schopenhauer. Aforismos para a sabedoria de vida.
São Paulo: Folha de S.Paulo, 2015.
O trecho apresenta uma concepção de felicidade segundo a qual:
A a felicidade consiste na maximização dos prazeres espirituais.
B vive de maneira mais sábia quem evita os prazeres do que quem
os busca.
C a verdadeira felicidade só é possível na vida eterna após a morte.
D a vida se torna feliz pela contemplação do espírito absoluto.
E o tédio deve ser combatido pela busca de prazeres efêmeros.
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