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Rua Formosa, 75, 3º, cj.

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DÁRIO AZEVEDO 01049-000 – São Paulo-SP
ADVO G ADO S [11] 3214-4299 | 98193-1188

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 3ª VARA


DO TRABALHO DE GUARULHOS – SP.

Processo: 1001306-17.2015.5.02.0313

VALDENI ROSA OLIVEIRA, por advogado, nos autos da


RECLAMAÇÃO TRABALHISTA que move em face de JOSÉ FERNANDO
COELHO OLIVEIRA, vem apresentar suas CONTRARRAZÕES DE RECURSO
ORDINÁRIO, requerendo a Vossa Excelência que, após os procedimentos de
praxe, sejam remetidas ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da Segunda
Região da Capital de São Paulo.

Termos em que,

Pede Deferimento.

São Paulo, 30 de março de 2016

Danilo Minomo de Azevedo – OAB/SP 271.520

Marli Alves Bottos – OAB/SP 85.339


Rua Formosa, 75, 3º, cj. 31
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DAS CONTRARRAZÕES

RECORRIDO: VALDENI ROSA OLIVEIRA

RECORRENTE: JOSÉ FERNANDO COELHO OLIVEIRA

PROCESSO Nº 1001306-17.2015.5.02.0313

Egrégio Tribunal !

Colenda Turma!

O Recurso Ordinário interposto pela parte Recorrente não


merece prosperar, na medida em que a R. Sentença de fls. proferida pelo
MM. Juízo a quo está em perfeita sintonia e consideração aos depoimentos
colhidos do recorrente e de suas testemunhas, mormente ao de seu irmão,
ouvido na condição de mero informante. Conquanto, não padece de
qualquer reforma, como será demonstrado.

Insurge-se o Recorrente em face da R. Decisão de fls. que


julgou IMPROCEDENTE os pedidos formulados na inicial (letras “c” a “n” do
rol de pedidos, e pedido de expedição de Ofícios aos órgãos fiscalizadores, por
não encontrar irregularidade da parte recorrida) haja vista que o Autor não
comprovou minimamente os pressupostos da relação de emprego, nos
termos precisos dos artigo 2º e 3º da CLT.

O MM. Juízo a quo baseou-se nos seguintes fatos que o


levou a decidir pela improcedência do rol de pedidos supra mencionados:

“...Com efeito das três testemunhas ouvidas a

seu convite, duas delas foram contraditadas por

amizade íntima, com acolhimento da arguição

pelo Juízo. Já a terceira delas é irmão do

reclamante e estaria impedida de depor,


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portanto (artigo 405, § 2º, I do CPC). Porém, na

tentativa de subsidiar o julgamento, o irmão do

reclamante foi ouvido como mero informante.

Nas afirmações que prestou, o irmão do

reclamante declarou que nem sempre trabalhou

junto com o reclamante. Disse, ainda, que ele e

o reclamante recebiam pagamentos por dia

trabalhado e que “no caso de o reclamado não

ter serviço dentro de 01 mês o depoente ficava

sem nada receber” (Doc. Num.82daa8b – Pág.2),

deixando claro, portanto, que o risco do

empreendimento não era suportado pelo

reclamado, mas sim por aqueles que com ele

trabalhavam. Além disso, não há prova

contundente quanto à subordinação – marco

característico da relação de emprego, sendo

oportuno ainda registrar que é comum no meio

da construção civil, em especial em caso de

pequenas obras, a contratação por empreitada

dos envolvidos na obra. Destaco, por fim, que o

cartão de visita com o nome do reclamado (Doc.

Num. 6af9774 – Pág. 1) e a autorização (Doc.

Num. B88fbcc – Pàg.1) juntados com a petição

inicial, apesar de comprovar eventual prestação

de serviços, não comprovam, por si sós, a

existência de típica relação de emprego entre


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as partes. Portanto, verifico que o reclamante

não comprovou minimamente os pressupostos

da relação de emprego. Em razão do exposto,

julgo improcedente o item “b” e, por

consectários, os itens “c” a “m” do rol de

pedidos...”

Insta destacar, de início, o que constou no Recurso


Ordinário do Recorrente:

“A reclamada, por sua vez, aduz que nunca contratou o


Reclamante e, que sempre trabalhou em conjunto com os
empregados e que cada um tratava diretamente os
pagamentos dos contratos diretamente com os
proprietários contratantes”.

O Recorrente, no seu inconformismo, tenta inovar com


palavras que não formam ditas pelo recorrido, “...que sempre trabalhou em
conjunto com os empregados..."

Em contestação o Recorrido afirmou que em uma única


oportunidade o Recorrente e Recorrido, (que são primos), prestaram serviços,
em parceria, com outros dois primos, em obra no condomínio denominado
Alegria, no período de 06/12/14 a 20/01/2015.

“Na verdade, a única vez em que o Autor e o


Contestante, (que são primos), prestaram
serviços, em parceria juntos com outros 2
primos, foi no Condomínio Alegria, no período de
06/12/2014 a 20/01/2015, sendo que na
oportunidade cada um contratou o serviço que
iria executar diretamente com o proprietário do
imóvel”.
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No que se refere a prova testemunhal, a única


testemunha do Recorrente (seu irmão, Sr. José Fábio Coelho Oliveira), foi
ouvida na condição de mero informante, portanto, não pode ser
considerado válido como meio de prova sobre os fatos narrados na prefacial;
em seu depoimento era patente o intuito de favorecer seu irmão, porquanto
não merecem credibilidades as informações por ela prestadas.

Como se não bastasse, o referido informante em nada


contribuiu, ao revés, discorreu sobre fatos absolutamente diversos à tese da
prefacial e inclusive ao próprio depoimento do Recorrente.

Considerando apenas em relação ao Recorrente, o


informante, seu irmão disse:

“...que o reclamante passou a prestar serviços para


o reclamado entre o final de 2009 e o início de 2010;
que o depoente e reclamante chegaram a trabalhar
em algumas obras juntos...”

Confrontando ao depoimento do Recorrente: este,


com relação à:

* Da Contratação: sequer recordou a data de sua contratação;

* Da Jornada de Trabalho: a jornada de trabalho declinada na exordial é


diverso ao de seu depoimento; além do mais, relatou em depoimento
que: entre a admissão e dispensa não houve prestação de serviços para o
reclamado por três ou quatro meses.

* Dos Salários: o Recorrente na exordial relata que auferiu o último salário de


R$ 2.400,00; em depoimento, disse que ao final do contrato recebia R$
2.400,00, mais adiante disse: recebia pagamentos quinzenais, de acordo com o
número de dias trabalhados.
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Como se pode verificar, os fatos narrados na prefacial


são desconexos aos relatos colhidos, em todos os seus aspectos, o que
enfraquece a pretensão do Recorrente quanto ao liame empregatício e seus
respectivos consectários legais.

De mais a mais, em réplica à contestação, numa


tentativa de provar o vínculo empregatício, o Recorrente fez menção a tão-
somente ao cartão de visita (Doc.Num. 6af9774–Pág.1) denominado
“REFORMAD” com o nome e contato de VALDENI, entendendo que
demonstra ser o Recorrido o empresário responsável pelas contratações das
obras realizadas pela empresa.

Ora, sobre este tópico, um mero cartão de visita, por si só


não tem o condão de caracterizar vínculo empregatício, nos moldes da
Legislação laboral. Note-se, ainda, que referido cartão de visita consta apenas
o nome do Recorrido (pessoa física) não de empresa, o que demonstra que o
Recorrido se prestava a realizar pequenas obras e serviços de
acabamento. Foi o que declarou a testemunha, na condição de informante do
Recorrente, “...que no caso de o reclamado não ter serviço dentro de 01
mês o depoente ficava sem nada receber...”

O Recorrente, na verdade, prestou serviço esporádico e


eventual, numa relação típica de trabalho e não de emprego, não impugnado
pelo Recorrente.

Ante todo o exposto, não há falar em reconhecimento


de vínculo empregatício, nos termos precisos estampados nos artigo
2º e 3º da CLT, via reflexa, indevidos todos os pedidos elencados na
peça inaugural.
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Por derradeiro, espera, o Recorrido, seja negado


provimento ao Recurso Ordinário interposto pela Recorrente, mantendo-se
incólume a R. Sentença de piso, como medida de inteira justiça.

Termos em que,

Pede Deferimento.

São Paulo, 30 de março de 2016.

Danilo Minomo de Azevedo – OAB/SP 271.520

Marli Alves Bottos - OAB/SP 85.339

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