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A República Populista, diz respeito a um período onde o populismo foi utilizado para fins de

manipulação das massas trabalhadoras, tendo em vista as ambições por parte do Estado ou
dos políticos em si, visando seus interesses conforme necessidades pessoais ou de sua base
política estabelecida. Seus discursos demagogos de saber usar a comunicação ao seu favor, fez
com que esse período fosse totalmente intenso.

O período que traz essas características no país, vai de 1945, com o fim do Estado Novo, até
1964, com o golpe militar.

Seguindo a linha do tempo, logo em 1946, temos o primeiro presidente desta república, Eurico
Gaspar Dutra (1946-1950), do PSD – Partido Socialista Democrático, onde, o mesmo fez
alianças com os Estados Unidos durante a guerra fria, fator que determinava de certa forma, o
sucesso do mandato, devido a influência histórica dos EUA. Essa aliança resultou em
investimentos, empréstimos, dividas do Brasil com o mesmo, e o rompimento das relações
existentes com os países socialistas.

Dentre os marcos do governo Dutra, houve a criação de uma nova constituição brasileira nesse
período (Constituição Liberal e Democrática de 1946), além do voto direto, secreto e universal.

Como os demais presidentes que irão ser citados, há o lançamento de uma proposta. Dutra
lançou o Plano Salte (saúde, alimentação, transporte e energia), trazendo inaugurações de
usinas hidrelétricas, principalmente a de São Francisco, e a construção de rodovias, como a
Rio-São Paulo.

Verificou-se também um aumento na inflação, em razão do aumento da emissão do papel-


moeda. Ao mesmo tempo houve a elevação do preço do café e das matérias-primas, o que
auxiliava a balança comercial brasileira.

Getúlio Vargas (1951-1954), PTB – Partido Trabalhista Brasileiro, é então eleito pela primeira
vez através do voto do povo, devido aos “benefícios” dados a população, que o idolatrava
pelos feitos. Vargas vai exercer uma política e economicamente nacionalista, que vai fortalecer
a economia através de empresas estatais, não se alinhando com os Estados Unidos, rompendo
totalmente com o país.

Promoveu uma disputa pelo petróleo brasileiro muito forte em toda a sociedade, enquanto
estava iniciando a criação da Petrobrás.

Houveram grupos que formaram uma campanha gigantesca (“O petróleo é nosso”) para que o
petróleo brasileiro ficasse no estado e não fosse explorado por outros países

Estes grupos foram denominados como grupos entreguistas, tendo Carlos Lacerda como um
de seus líderes (UDN – União Democrática Nacional).

Mesmo com as adversidades existentes, a sociedade consegue estatizar o petróleo brasileiro.

Vagas planejava também a criação da Eletrobrás, com o objetivo de monopolizar a geração e


distribuição de energia elétrica. Propôs, no ano de 1954, um reajuste de 100% no salário
mínimo, como forma de compensar as perdas salariais, em virtude da inflação.
A aplicação de Vargas desta política nacionalista, bem como aproximação do mesmo a classe
trabalhadora, preocupava a classe dominante. Temia-se a criação de uma república
sindicalista, trazendo à tona o líder da oposição a Vargas, o jornalista Carlos Lacerda, que
denunciava uma série de irregularidades do governo.

Neste contexto ocorreu o atentado da Rua toneleros que consistia em uma tentativa de
assassinato a Carlos Lacerda. Neste episódio quem foi morto foi o Major da aeronáutica
Rubens Vaz. Após diversas investigações feitas sobre o caso, as evidências apontaram que
Gregório Fortunato, o principal guarda-costas do presidente, era o responsável pelo pelo
ocorrido.

Mesmo que nunca estabelecido de fato a participação de Getúlio Vargas nesse episódio, ele foi
acusado pelos opositores como mandante de atentado. Em 23 de agosto, o vice-presidente,
Café Filho, rompeu com Vargas. O que motivou-o a suicidar-se com um tiro no coração, na
madrugada de 24 de agosto.

Já, de 1955 para 1956, surge a figura de Juscelino Kubitschek (1956-1961), PSD – Partido Social
Democrático, sendo uma figura totalmente influente na sociedade. Seu plano econômico
assim também chamado, tipo de governo, o Nacional Desenvolvimentismo, diz respeito ao
desenvolvimento do país com o apoio de setores privados, abrindo o país novamente o capital
internacional para que ocorra a promoção desse desenvolvimento. Houveram empréstimos
com o FMI (fundo monetário internacional), o que ocasionou o aumento de dividas. Seu
bordão com seu plano era o famoso “50 anos em 5”, o que trouxe “50 anos de dívida em 5”.

Alguns de seus feitos pela sociedade em seu mandato, foi um investimento indústrias de bens
de consumo não duráveis, o que fez o período de JK também ser considerado os anos
dourados principalmente ao disponibilizar o acesso da sociedade ao rádio por exemplo.

Mas também havia as indústrias de bens de consumo duráveis e, que ele implantou, como a
automobilística, com a vinda da Volkswagen e da General Motors.

Houve ainda a criação da usina hidrelétrica de Furnas em Minas Gerais, porém porém JK
realmente é lembrado pela criação de Brasília, a nova capital federal, que fazia parte do plano
desenvolvimento para o interior do país. Propõe também a construção de rodovias federais
ligando Brasília as capitais estaduais, assim como a construção da Sudene (superintendência
de desenvolvimento do nordeste), porém ele apenas recebeu e não executou, o que o fez ser
acusado de corrupção.

Como reação direta, houve o aumento dos índices de inflação, e o aumento das desigualdades
sociais no país, o que fez o presidente terminar o seu mandato. Além nem da Sudene não ter
funcionado da maneira correta, as rodovias não terem sido concluídas, e a não conclusão de
Brasília como o esperado.

É também no período do mandato de JK que ocorre o maior êxodo rural do Brasil, para a
construção de Brasília, que trazia a necessidade de mão de obra para o feito.

Jânio Quadros (01/1961 – 08/1961), PTD/UDN – União Democrática Nacional, queria construir
uma campanha totalmente voltada para acabar a corrupção do país, acusando fortemente JK
de corrupção. Seu foco era totalmente voltado a varrer a corrupção do país, tanto que o
símbolo de sua campanha era uma vassoura.

Jânio era extremamente populista, cheio de estratégias políticas, e foi isso que fez o mesmo
ser eleito. Ele possui o maior apelo popular lista de todos os presidentes assim citados nesse
texto, era defensor da moral e dos bons costumes. Jânio era lembrado acima de qualquer
atitude política feita pelas suas leis conservadoras.

Tinha ideia de ser diferente dos presidentes anteriores, o que o levou a romper com os EUA, e
aproximar-se dos países socialistas, principalmente a China e a URSS.

Essa aliança feita com os países socialistas, fez com que justificassem o ato devido a influência
do vice-presidente João Goulart (Jango), do PTB, que era considerado um comunista.

Quadros e Goulart possuíam essa aliança, devido a não existir Chapa eleitoral entre presidente
vice, as eleições do vice eram feitas separadamente.

Quadro se mostrou forte durante a campanha, porém ineficiente e confuso durante seu
mandato. E há nesse contexto que ele tenta colocar a culpa de todas essas questões em seu
vice, enquanto Goulart estava na China. Criando então um plano golpista, onde quadros
renunciou seu mandato, alegando impossibilidade de governar ao lado do vice. Ele esperava
que a sociedade clamasse pela sua permanência e retirasse Jango, o que não aconteceu.

“Forças ocultas me impedem de governar” ele dizia.

Com a saída de Jânio Quadros, entra o vice João Goulart (1961-1964), pelo PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro), porém o exército brasileiro, assim como setores mais conservadores da
sociedade, não queriam ele com presidente, justamente pelos boatos de Goulart ser
“comunista”, termo utilizado para designar sua ligação a causas populares, diferentemente dos
demais, muito mais expressivo.

No ano de 1961 a 1963, o Brasil deixa de ser uma república presidencialista e se torna uma
república parlamentarista, com João Goulart tem um dos seus poderes de Presidente
reduzidos, e o primeiro ministro sendo Tancredo Neves.

Porém no ano de 1964, através de um plebiscito, ouvir o retorno do presidencialismo, através


do voto do povo, em que Goulart pode novamente exercer os seus poderes. E assim que ele
começa a elaborar nesse pouco tempo de governo, seu planos para o país. Montou uma
proposta econômica chamada de Plano Trienal, e consistia basicamente Na tentativa de
recuperação econômica diminuindo as importações feitas pelo país.

Ele vai tentar resolver dívidas feitas anteriormente pelo Brasil, tentando incentivar uma
indústria nacional maior, o que reduziria as importações, e desenvolveria o país. Porém não
houve sucesso, e assim que o Brasil vai propor reformas de base, que consistia em reformas
em setores básicos, como educação, fiscal, eleitoral e agrário, sendo esse o marco de seu
governo.

Com foco na reforma agrária no sentido popular, ameaçou de maneira direta grandes
proprietários de terra na intenção de redistribuí-las ao povo. Sua influência social nesse
ambiente é chamado de ligas camponesas, quero movimentos sociais e luta por redistribuição
de terra.
E é em 1964 então que ele anuncia essas reformas e bairros no comício no Rio de Janeiro, o
anúncio das reformas gerou reação dos setores conservadores, como empresários, exército
igreja católica. Estes setores não queriam que houvesse radicalismo nas bases já estabelecidas
no Brasil desde a antiguidade.

E é assim que começa a se esboçar um golpe militar, planejado pela igreja católica com ajuda
de outros setores. Em que vai ser organizado uma marcha, chamada de Marcha da Família com
Deus, contra Goulart, o que levou mais de cem mil pessoas. As pessoas ficaram ao lado da
igreja conforme enraizada na sociedade em que vivemos até os dias de hoje.

O golpe foi construído em Juiz de Fora – MG, pelo general Olympio Mourão Filho. E assim que
o exército anuncia que irá retirar João do poder, marchando até o Rio de Janeiro no dia 31 de
março de 1964.

Goulart desesperado, sai do Rio em viagem à Brasília, para pedir apoio do poder legislativo, e
não consegue, E aí que ele se sente pressionado a renunciar o seu governo, fugir para o Rio
grande do Sul, e se exilar no Uruguai. Os militares começam a dominar e fazer a “limpa” na
sociedade, dando início ao processo de ditadura.

Com isso, alguns militares alegavam que foi uma revolução, o que é questionável pois uma
revolução consiste em processos transformatórios na sociedade, o que a não cabe encaixar
dentro do que foi a ditadura militar. Tendo como fato também, o estado em que o Brasil foi
entregue pelos militares estar muito pior economicamente do que quando foi tomada em
1964. Há ainda militares que alegam que foi um processo contra revolucionário, pois tentaram
barrar a revolução que Goulart ia fazer, que também é questionável, pois ele não chegou a
fazer as reformas, não por falta de tempo e vontade, mas pelo trabalho de fazê-las no
contexto em que o país se encontrava. Fato que cabe até os dias de hoje, revoluções
demandam anos, seja para o sucesso ou para o fracasso.

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