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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE HUMANIDADES E SAÚDE


CURSO DE PRODUÇÃO CULTURAL

MARIA CAROLINA GOUVÊA DE OLIVEIRA

Colonialidade e construções narrativas


Análise dos apontamentos coloniais no filme “Roma” de Alfonso Cuarón.

Rio das Ostras

2020
MARIA CAROLINA GOUVÊA DE OLIVEIRA

Colonialidade e construções narrativas


Análise dos apontamentos coloniais no filme “Roma” de Alfonso Cuarón.

Pré-projeto de trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a


obtenção do título de Bacharel em
Produção Cultural.

Orientador:
Prof.(ª) Renata Camargo Sá

Rio das Ostras

2020
SUMÁRIO

1. Definição do tema 1

2. Alteração do tópico 1

3. Pressupostos teóricos 1

4. Hipóteses ou questões 2

5. Objetivos 2

8. Bibliografia 3
1. Definição do tema

Este projeto de pesquisa começa com uma inquietação. A de compreender e analisar o


sujeito latino americano no cinema para o grande público. Roma, fime de Afonso Cuarón,
renomado cineasta mexicano que se estabeleceu em Hollywood, traz uma curiosa narrativa a
partir da história de Cléo - uma empregada doméstica de uma família rica da Cidade do
México - nos anos 70. Ao revisar os acontecimentos cotidianos, políticos e sociais, o filme
traz mais do que uma outra adaptação da relação com o escravismo marcada pela convivência
de Cléo com o seu entorno. O fato de se passar nos anos 70, Cuarón traz cicatrizes ainda
abertas como revoltas, ditaduras e o que é o feminino neste momento.

A partir desta história e dos diversos diálogos que o filme potencializa a pesquisa se
propõe a pesquisar como a narrativa pode ser construída de uma forma a criticar os diversos
traumas, coletivos e pessoais, que estão em debate na atualidade. Entre eles o mais forte os
estudos decoloniais que se colocam de forma a analisar criticamente as formas em que o
corpo e o espaço dialogam no local em que se formou um processo de colonização.
Voltando-se para as questões da América Latina e as narrativas contadas neste continente, a
pesquisa se propõe a olhar quais relações esses estudos sociológicos, cinema e construção de
personagens e cenários possuem e como podem dialogar entre si.

2. Alteração do tópico

Esta pesquisa se baseia em uma série de questões que aparecem atualmente no cinema
e nos estudos sociológicos de modo geral. A análise do filme Roma sob a luz dos estudos
decoloniais e latino americanos traz uma proposta crítica acerca da construção narrativa do
olhar sobre si mesmo. Este olhar não é algo inédito no cinema e tão pouco das ciências sociais
mas se faz necessário, quando juntos, para análise dos sujeitos e da forma que estes são postos
à câmera por um cineasta pela potência crítica que a construção narrativa pode trazer.

3. Pressupostos teóricos

O referencial teórico desta pesquisa é principalmente o livro de SPIVAK, Gayatri C.


“Pode o subalterno falar?” onde as questões sobre as classes oprimidas devido ao sistema que
se impõe de forma violenta sobre os mesmos aparecem como referência dos estudos
decoloniais. Outras referências importantes são os estudos de Fanon sobre o trauma colonial
de modo social e os estudos de Andrea Molfetta acerca do cinema latino americano e a
relação entre personagem - narrativa - natureza.

4. Hipóteses ou questões

Para começar a pesquisar mais profundamente este tema algumas hipóteses foram
levantadas acerca da questão do “sentir-se” extrangeiro em seu país de origem e as relações
que a narrativa do filme vai construindo junto ao conceito de “Trauma Colonial”.

● A primeira hipótese é que o filme usa Cléo, personagem principal, para contar diversas
questões políticas e sociais do México nos anos 70;
● A forma de se construir um filme onde o personagem principal é desconexo da
realidade é um sintoma dos diversos processos violentos submetidos na América
Latina, como pode-se comparar com outras construções narrativas em outros países
que não só o México;
● A estrutura formal do filme é feita não apenas para reconstruir o México da época mas
também uma possíve forma de retornar ao cinema novo mexicano - que também
retrata fortemente as questões sociais do país;
● Ter a Netflix como possibilidade de fazer um filme que seria para o cinema, pelo
formato, é uma escolha de popularizar a temática e não fechá-la apenas aos
espectadores mexicanos ou dos circuitos de cinema no mundo - forma de popularizar
o filme de arte.

5. Objetivos

Geral:

O objetivo geral desta pesquisa é relacionar, através da análise cinematográfica do filme


Roma de Alfonso Cuarón, as questões sociológicas do debate decolonial na construção
narrativa para as massas;
Específicos:

Fazer uma análise narrativa e sociológica no viés do trauma colonial e do desenraizamento


da personagem Cléo, junto com outros personagens do cinema e literatura
latinoamericana;

Realizar uma análise formal do filme, de modo a buscar entender como as escolhas
cinematográficas - tais como fotografia, dramaturgia e outros - podem influenciar
determinada construção narrativa;

Relacionar as questões trazidas pelo filme aos estudos decoloniais com foco na figura do
oprimido e sua relação com o entorno.

8. Bibliografia

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? 1. ed. Trad. Sandra Regina Goulart
Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.

Molfetta, A. (2008). Natureza e personagem no cinema latino-americano do novo século.


Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 35(30), 79-88. Disponivel em:
<https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2008.65674>

CUARÓN, Alfonso. Roma. [Filme-vídeo]. Produção de Alfonso Cuarón; Gabriela Rodriguez;


Nicolas Celis, direção de Alfonso Cuarón. México, Participant Media & Esperanto Filmoj,
2018. Netflix, 135 min. b&p. son

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