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UNIVERSIDADE ESTADUA PAULISTA

FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES, COMUNICAÇÃO E DESING


FAAC

T3 – GÊNERO OPINATIVO
ATIVIDADE DE GÊNERO JORNALÍSTICOS

JOÃO PAULO DE CAMPOS SILVA


RA: 211031798

BAURU
2021
(RE)NASCE UMA ESTRELA
Nicolas Cage e seu retorno aos bons filmes

Conhecido por seus memes na internet e uma considerável leva de filmes com
nota baixa em sites de cinema, podemos afirmar com certeza que Nicolas Cage é um
nome bem estabelecido no cenário da cultura pop mundial. Com mais de 100 filmes
creditados com seu nome, sua carreira teve altos e baixos muito consideráveis ao longo
dos anos, principalmente ao levarmos em conta que ela seguiu sendo uma das mais
produtivas entre os atores de sua geração.
Dono de uma das performances mais dramáticas da atualidade, Nicolas Cage já
chegou a comer uma barata viva para melhor compreender uma personagem em
Vampire’s Kiss (1989), além de arrancar dois dentes sem anestesia em Birdy (1984) e
gravar embriagado no filme que lhe rendeu seu único Oscar, em 1995, Leaving Las Vegas
(1994). Todos esses filmes citados, foram lançados, entre 1980 e 1990, que podemos
considerar como o ponto mais alto de sua carreira. Já a partir dos anos 2000, diversos
problemas relacionados a sua vida começaram a pipocar na mídia e como reflexo disso,
podemos observar uma longa sequência de péssimas escolhas que resultaram em cinco
indicações ao Framboesa de Ouro, por 10 filmes diferentes. Mesmo com alguns filmes
independentes e outros com teor mais comercial, sua carreira nos anos 2000 fora de certa
forma prolixa e seus filmes não conseguiram atingir uma boa nota entre a crítica e o
público.
Atualmente, podemos observar um giro em sua carreira, principalmente agora que
ele voltou a escolher seus próximos trabalhos livremente, sem a pressão das dificuldades
enfrentadas. Arrisco até mesmo a dizer que a linha fina de sua atuação, que sempre se
manteve entre um realismo exacerbado e o character actor, hoje tem se expandido pra
além daquilo que chamamos de Rage Cage: um modo intenso e desproporcional de
expressar os sentimentos dos personagens. Em seu último filme lançado no segundo
semestre de 2021, Pig, dirigido por Michael Sarnoski, Nicolas Cage consegue trazer uma
sensibilidade diferente para toda a raiva que seu personagem carrega. Com uma narrativa
relativamente simples de uma história sobre o submundo do trabalho em restaurantes,
Rob (Cage) é um solitário caçador de trufas que vive isolado nas florestas de Oregon e
que, após o sequestro de sua única amiga, uma porca, ele tem de retornar para Portland e
enfrentar seu passado.
Como referência, podemos trazer outros dois filmes que têm o melhor do Rage
Cage: Color out of Space (2019) e Mandy (2018). Neles conseguimos ver não só uma
evolução desse seu modus operandi de atuação, como também que isso faz-se essencial
para a construção do arco dramático nos personagens que ele interpreta. É como se em
toda construção de personalidade, as pessoas passassem por terríveis traumas, que exigem
delas – ou de Nic Cage – uma exacerbação das expressões, para que o mundo louco ao
seu redor, torne-se mais vivível.
De maneira geral, para aqueles com menor contato com o ator e seu trabalho,
Nicolas Cage ainda pode ser muito lembrado como o “cara dos memes” ou “aquele ator
que faz 10 filmes por ano e nenhum é mediano” e tá tudo bem. Ele realmente tem
inúmeros trabalhos e uma forma muito específica de atuar, que nem sempre agrada a
gregos e troianos. Porém para queles que acompanham sua carreira, ou admiram sua
maneira de atuar, sem dúvida podemos dizer que atualmente estamos vivendo o
renascimento de uma estrela, que a cada filme lançado, supera em muito aquele com a
mesmo nome desse artigo.

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