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1 FICHA DE COMPREENSÃO DA LEITURA

NOME: _________________________________________________________ N. O: _____ TURMA: ______ DATA: _________________

Leia o texto seguinte.

CRÍTICA: ROBIN HOOD  O REGRESSO DA DUPLA SCOTT E CROWE


19 de maio de 2010
A velha guarda parece estar a tomar conta dos ecrãs. Após Shutter Island de Martin Scorcese e The Ghost de
Roman Polanski (que ainda não estreou em Portugal), eis que Ridley Scott surge novamente ao lado de Russell
Crowe na produção de um filme. Após Gladiator, Sir Ridley decidiu trabalhar numa versão da célebre lenda Robin
dos Bosques. A primeira impressão que se pode ter do filme é que, não sendo tanto um remake de uma das lendas
5 mais favoritas do público em geral, este consiste mais num «Robin dos Bosques begins», se assim o podemos
classificar. Trata-se de uma versão mais fiel a nível histórico do que a versão de 1991, com Kevin Costner e Morgan
Freeman.
Uma das principais características de Scott é a criação de ação a uma escala verdadeiramente épica. Em Robin
Hood, essa ação está presente, infelizmente demasiado idêntica a Gladiator, onde um renegado se torna o
10 salvador de uma nação inteira. Russel Crowe tem o papel principal como Robin Longstride, um homem de meia
idade, endurecido no meio da batalha, com os Cruzados do Rei Ricardo (Danny Huston). Trata-se de um homem
honesto com simpatia pelos desfavorecidos, que luta para voltar a casa após a morte do Rei Ricardo numa violenta
batalha num castelo francês, numa das melhores sequências de ação de todo o filme. Mark Strong é Sir Godfrey, o
vilão do filme, um nobre inglês que trai os seus compatriotas com uma aliança com os franceses. Strong tem-se
15 evidenciado nos últimos tempos como um vilão de primeira categoria. O seu semblante forte e com pouca alegria,
quando aliados a atuações que demonstram na perfeição a profundidade emocional da personagem, são uma
combinação muito forte num filme cuja dicotomia «bem contra o mal» esteja fortemente vincada. Cate Blanchett
surge como a viúva Lady Marion, uma donzela trabalhadora, com problemas com ladrões e alvo de atenções
amorosas indesejadas do Xerife de Nottingham (Mathew Macfayden).
20 Nota-se que foi dada bastante importância ao detalhe da filmagem e aos pormenores dos vários cenários, um
aspeto muito positivo no filme. Os créditos finais, por exemplo, são uma verdadeira extensão da obra, com muita
animação e que prende o espectador à cadeira, fazendo-o desejar por mais, independentemente da qualidade
exibida pelas mais de duas horas de filme.
[Um] dos problemas do argumento foi a falta de exploração emocional das personagens, sendo que o
25 exemplo mais flagrante são os três companheiros de Robin, sendo que as únicas informações que recolhemos
acerca dos mesmos são o seu nome e o facto de combaterem lado a lado com o protagonista. Outro exemplo é a
banalização da figura do Xerife de Nottingham. Scott devia ter reduzido o número de personagens que tinham
intervenção na ação do filme.
O grande problema do filme reside na expectativa criada. Todos assumimos que Robin Hood será o galante
30 arqueiro, vários homens da floresta, um rei batalhador e o espírito de camaradagem de todos os que residiam na
floresta de Sherwood. A versão de Ridley Scott possui indiscutivelmente todos estes elementos, embora
apresentados de uma forma que não é fácil de reconhecer e identificar pelo espectador comum.
http://www.ante-cinema.com/critica-%C2%ABrobin-hood%C2%BB-%E2%80%93-o-regresso-da-dupla-scott-e-crowe, artigo de 19 de maio de
2010; consultado a 4 de setembro de 2014 (com adaptações).

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.10 selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas,
o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.
1.1 Ao afirmar «A velha guarda parece estar a tomar conta dos ecrãs» (linha 1), o autor refere-se
(A) a realizadores de idade avançada.
(B) a realizadores com uma carreira muito longa e que alcançaram o sucesso no passado.
(C) a filmes épicos, centrados em temáticas históricas.
(D) a realizadores especializados em construir novas versões de filmes antigos.

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 10.o ano • © Santillana 1


1.2 No contexto em que ocorrem, os nomes próprios «Martin Scorcese» e «Roman Polanski» (linhas 1-2)
referem-se
(A) a realizadores que construíram versões de filmes sobre Robin Hood.
(B) a realizadores de idade avançada.
(C) a exemplos de realizadores da «velha guarda».
(D) aos realizadores em que Ridley Scott se inspirou.
1.3 De acordo com as afirmações das linhas 4 a 7, o filme de Ridley Scott
(A) equivale a uma versão do que teria sido a juventude de Robin Hood.
(B) equivale a uma versão do que teriam sido as origens da lenda de Robin Hood.
(C) traça o retrato verídico da figura histórica de Robin Hood.
(D) consiste numa nova versão da lenda de Robin Hood.
1.4 O sentido do advérbio «infelizmente» (linha 9) indica
(A) uma referência aos acontecimentos negativos do filme.
(B) uma censura à ação do filme Robin Hood.
(C) uma crítica à semelhança de Robin Hood com outro filme do realizador.
(D) um elogio ao filme Gladiator.
1.5 Nas linhas 10 a 19, o crítico apresenta os atores que protagonizam o filme com o objetivo de
(A) descrever a ação do filme com pormenores sobre os protagonistas.
(B) caracterizar as personagens desempenhadas por cada um, fornecendo dados sobre a ação.
(C) relatar o argumento do filme através da referência aos atores que o protagonizam.
(D) realçar as personagens principais, nomeando os atores que as interpretam.
1.6 Segundo o crítico, o ator que desempenha o papel de vilão evidencia-se
(A) devido ao tipo de filme em que participa.
(B) devido à clara divisão entre «bem e mal» nas personagens do filme.
(C) graças à intensidade da sua interpretação e à sua austeridade.
(D) graças às suas características físicas, seriedade e profundidade emocional.
1.7 A cenografia é apontada como
(A) um elemento favorável no filme.
(B) um elemento que enfatiza o trabalho dos atores.
(C) um elemento vantajoso para os espetadores.
(D) um fator que provoca expectativa no público.
1.8 Nas linhas 24 a 28, o autor reflete sobre
(A) a ausência de profundidade emocional de quatro personagens do filme.
(B) o excessivo número de personagens do filme.
(C) três falhas na caracterização dos companheiros de Robin e do Xerife.
(D) duas falhas no argumento: a falta de complexidade e o excessivo número de personagens.
1.9 O último parágrafo apresenta
(A) uma conclusão positiva em relação ao filme.
(B) uma conclusão que realça os aspetos negativos do filme.
(C) um argumento favorável ao visionamento do filme.
(D) uma fundamentação sobre os aspetos negativos do filme.
1.10 A expressão «todos estes elementos» (linha 31) é relativa
(A) à enumeração da linhas 30-31.
(B) à expectativa criada pelo filme (linha 29).
(C) aos fatores relacionados com as personagens pouco exploradas (linhas 24 a 28).
(D) aos aspetos que confundem o espectador comum (linhas 29-32).

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 10.o ano • © Santillana 2

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