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Antropologia
Franca - 2016
O primeiro fragmento, extraído de um livro do Antropólogo belga, Claude Lévi-
Strauss expõe a dualidade de sociedades extremamente distintas, de povos americanos,
das Antilhas, e de europeus, os espanhóis. Nele se mostra a diferença e a curiosidade
que uns tem pelos outros. Como se vê a curiosidade é um fator nato (ou persistente?)
das duas sociedades, mas o fio condutor da mesma é que as difere.
A indagação que estes faziam sobre a posse ou não de almas por parte dos
indígenas era induzida pelos fatores que eles tomavam como determinantes para se
julgar uma sociedade. Seus costumes, vestimentas, religião, hábitos alimentares,
linguagem, relações com o outro, etc. Dentro delas, quanto mais próximo da realidade
do europeu, mais avançada era o grupo encontrado. Daí surgiu a ideia de que havia
escalas para uma “evolução civilizacional”.
Dessa maneira, a “busca” pela alma dos indígenas era caracterizada pela
tentativa de estudo da população, de caracterizá-los como seres humanos verdadeiros,
ou seja, ignorando suas possíveis crenças em prol de uma “missão” de dar-lhes o
ensinamento da verdadeira religião. Anacronicamente falando, uma espécie de Fardo
do Homem Branco em estágio embrionário.
O segundo texto, uma notícia do final de 2015, fala de um caso claro de
pensamento retrógrado, conservador, etnocêntrico e xenofóbico de um político
ocidental, o qual ainda crê em estágios de civilizações. Ao afirmar que “Culturas não
são todas iguais” e “o Ocidente deve estar preparado para proclamar sua superioridade
sobre a Cultura Islâmica”, como se essa competência se caracterizasse da mesma forma
que um grito de independência, o ex-primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, mostra
que ainda há um pensamento oitocentista rondando a humanidade nos dias de hoje.
Através de toda sua história, o homem nunca se viu como uma unidade no
mundo, mas sim como grupos fechados, onde o de fora seria perigoso, selvagem ou
inferior. A honra de sua incomparabilidade com as outras culturas ainda é defendida
com unhas e dentes por pessoas mais conservadoras e retrógradas, que se apoiam
principalmente no fator religioso – primeiro item usado para definir a superioridade de
algum povo.
Referências bibliográficas