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Nome: Isadhora Antonia Alves de Andrade

Data: 28/05/2021

Disciplina: Sociologia Rural

Professor: Roberto de Souza Miranda

Trabalho: Fichamento sobre o texto “Estado, movimentos e reforma agrária no


Brasil: Reflexões a partir do INCRA.”

PENNA, Camila et al. Estado, movimento e reforma agrária no Brasil:


Reflexões a partir do INCRA, 2015.

A história das mobilizações por terra é destacada pelas formas de


organizações coletivas como o MST e o Contag e pelas oportunidades políticas
que se abriram em alguns governos ou contextos.
“É quase sempre com o Incra (e não por meio do Incra) que sem-terras,
quilombolas e outros grupos têm acessado tanto a terra como seus
possíveis benefícios e problemas”. (PENNA et al., 2015).
Logo, o Incra se mostra um órgão maleável às mudanças políticas, e suas
ações ficam muitas retidas às vontades da força política do momento. Por isso
que as lutas sociais são necessárias para mostrar as reais necessidades dos
trabalhadores rurais.
“Atualmente, o Incra é uma autarquia vinculada ao Ministério de
Desenvolvimento Agrário (MDA) e tem uma força de trabalho de
aproximadamente 6 mil servidores.” (PENNA et al., 2015).
Por as Superintendências Regionais estarem espalhadas por todo o país, elas
possuem uma certa autonomia para deliberar o superintendente ou as lotações
para os servidores e há ainda as Unidades Avançadas que são subordinadas
às SR.
“Vale lembrar que as lideranças dos movimentos que organizam os
beneficiários estão conectadas aos partidos políticos, em laços que
perpassam o Incra e o transbordam.” (PENNA et al., 2015).
Sendo necessários os movimentos sociais, como o MST para haver uma
democracia participativa na questão na Reforma Agrária e tendo partidos
políticos como mediadores entre Estado e movimentos sociais, como foi o caso
do PT e como alguns militantes do PT conseguiram cargos na burocracia
estatal, tiveram a chance de estar na linha de frente das políticas sobre a
reforma agrária.
“[...] o caso brasileiro parece ser um dos únicos do mundo em que são
os movimentos que criam e, ao mesmo tempo, organizam a demanda e
as listas de beneficiários para o Programa Nacional de Reforma Agrária
(PNRA).” (PENNA et al., 2015).
Como são alguns próprios militantes que trabalham no INCRA, facilita a
interação com os movimentos sociais e é possível realizar as políticas de
reforma agrária.
“O crescimento no número de beneficiários e demandas para o Incra nos
anos de 1980 e 1990 não foi acompanhado nem por infraestrutura, nem
por um quadro de funcionários condizente com o volume de trabalho.”
(PENNA et al., 2015).
Isso resultou em certa dificuldade para a realização das políticas visto que
dentro do próprio INCRA havia problemas estruturais. As pautas nas reuniões
foram mudando com a chegada de um novo Superintendente Regional que foi
nomeado pelo PT e uma delas era a reivindicação para o fortalecimento da
estrutura do INCRA para que houvesse mais investimento por parte do
Governo Federal para beneficiar os assentamentos e outra reivindicação foi
para concursos públicos para o INCRA para suprir as demandas.

“[...] o Incra estava buscando colocar em prática uma forma de substituir


o sistema de convênios feitos anteriormente com entidades prestadoras
de serviços de assistência técnica – muitas delas ligadas a movimentos
sociais. (PENNA et al., 2015).
Com a nova ATES os contratos são feitos com entidades ligadas a movimentos
sociais. Dessa forma todos os setores estariam envolvidos e as diretrizes da
política siram passadas de forma clara para a população envolvida.

"Estabeleceram-se metas para a desapropriação de áreas,


assentamento de famílias, distribuição de créditos, construção de casas
e assistência técnica.” (PENNA et al., 2015).
Para o cumprimento dessas metas era necessário recursos e foi feito um
acordo com o ministro que garantiu que famílias assentadas na área SR27
tivessem assistência técnica .

“Não podemos esquecer, no entanto, que os acordos firmados em


Brasília surgiram das pressões feitas pelo movimento sobre os
funcionários daquela Superintendência no acampamento de 2011 e nas
visitas de campo aos assentamentos e acampamentos.” (PENNA et al.,
2015).
Novamente é visto a necessidade de os movimentos socias estarem ativos na
luta pelos assentamentos, mesmo muitas vezes sendo mal vista pelos
superintendentes que acusam os movimentos de atrapalharem a agenda e
programação do INCRA.
“Para concluir, lembramos ainda que tanto para servidores, quanto para
movimentos e beneficiários, o Incra ainda se encontra longe de cumprir
suas expectativas.” (PENNA et al., 2015).
O INCRA é o principal órgão envolvido na política de Reforma Agrária, mas ele
não age sozinho, é crucial o envolvimento dos movimentos sociais e são eles
que muitas vezes determinam os caminhos a serem seguidos pelo Incra,
mostram as principais necessidades dos trabalhadores. É importante também
ressaltar a relevância de partidos políticos para integrar o INCRA aos
movimentos sociais para que possam ter voz ativa dentro da política.

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