Você está na página 1de 18

Resultados e Discussões

Todo o experimento se baseia primeiramente na suposição de que o somatório


de todas as forças atuantes no corpo (força de arraste ou força viscosa, força de empuxo
e força peso) tenham já atingido o equilíbrio durante o tempo que a esfera gasta para
percorrer o tubo.
Sendo as forças citadas dadas por:
Força de arraste: Força que advêm da resistência viscosa do fluido em relação
á área projetada do objeto, ou seja, a força que o fluido faz contra o movimento da
partícula, tendo sido desenvolvida por Newton:
C d . ρf . A . v ²
Força de Arraste (Fa) = (1)
2
Sendo: Cd o coeficiente de arrasto (adimensional); ρf a densidade do fluido
(kg/m³); A a área projetada da esfera (m²); V a velocidade da esfera (m/s).
Lembrando que este Coeficiente (Cd) é adimensional, devido a depender apenas
do fluido e ser simplesmente um fator de ‘‘correção’’ para a equação. E quando o
escoamento se encontra a baixas velocidades (regime laminar), este pode ser dado por:
24 24. µ
Cd = ℜ = D. v . ρ f (2)

Sendo: Re o número de Reynolds (adimensional); µ a viscosidade do fluido


(kg/(m.s)).
Adotando para este experimento que a área projetada da esfera (A) é dada por
π.R² a força de arrasto se transforma em:
Fa = 6πµR.v (3)
Força de Empuxo: Pelo principio de Arquimedes, tem-se que a força de
empuxo é dada pelo peso do volume do líquido deslocado pelo corpo, sendo então que
4. π . R ³
para uma esfera onde seu volume é dada por (
3
) a força de empuxo será dada
por:
4. π . R ³ . ρ f . g
Força de empuxo (Fe) =
3
(4)
Sendo: π o valor para pi; R o raio da esfera (m); g o valor da gravidade (m/s²)
Força Peso: É à força de atração intrínseca a todos os corpos em relação ao
centro da terra, ou seja, a força de atração da gravidade, sendo dada pelo produto da
massa do objeto pela gravidade:
4 π . R ³ . ρe . g
Força Peso (P) = =
3
(5)
Sendo: ρe a densidade do material da esfera (kg/m³).
De acordo com todas as equações anteriormente apresentadas e a premissa
inicial do tópico, temos que, após algum tempo, todas as forças deverão atingir o
equilíbrio quando a velocidade do corpo se estabilizar, ou seja, atingir a velocidade
terminal teórica (Vt), resultando assim que a soma de todas as forças será igual a 0, de
acordo com a figura 1 e o seguinte equacionamento explicitado (equação 6 ):
Fa + Fe + P = 0 (6)

Figura 1: Figura contendo os vetores das forças atuantes no corpo em um


escoamento

Transferindo todas as equações para o seguinte exposto e tendo todo o


trabalhismo algébrico, temos que a viscosidade, parâmetro que se tem o desejo de ser
determinado, pode ser dado por:
2. R ². g .( ρe −ρ f )
µ= (7)
9. Vt
Tendo-se por viscosidade a resistência que um fluido possui contra uma tensão
de cisalhamento, ou seja, é a força contraria que o fluido exerce ao escoamento, sendo
que uma maior viscosidade é representada pela menor taxa de deformação em relação a
uma mesma tensão de cisalhamento.
A viscosidade ainda é uma propriedade que varia pouco em relação com a
pressão, mas tem grandes variações em relação a temperatura, ou seja, caso a
temperatura do sistema aumente, a viscosidade irá diminuir drasticamente, pois a
quantidade de interações moleculares irá diminuir, resultando então em uma maior
deformação em relação a tensão de cisalhamento aplicada.

Dados para o óleo de soja, medidos a 29ºC

Como foram utilizadas duas esferas para a realização do experimento, pode-se


construir a tabela 1, apenas como forma de legenda para as tabelas que irão ser inseridas
a seguir na dissertação:

Tabela 1: Especificação de qual é o raio de cada esfera (Esfera) e o Raio de


cada uma (R)
Esfera R/(m)
1 0,00676
2 0,00555

Montada a aparatagem anteriormente descrita no tópico de materiais e métodos,


utilizou-se como primeiro fluido o óleo de soja e segundo fluido a glicerina.
Mediram-se os tempos que as esferas levavam para percorrer o comprimento do
tubo que os dois sensores óticos cobriam, e a velocidade média terminal que estas
possuíam, sendo utilizadas para o óleo de soja apenas duas esferas, resultando nos dados
apresentados na tabela 2.

Tabela 2: Contendo os valores dos tempos de queda (t); e velocidades


terminais (V) medidos a 29 ºC para o óleo de soja.

Esfera Medida t /(s) V/ (m/s)

1 1 0,08970 1,11400
2 0,08950 1,11100
3 0,08990 1,11200
4 0,09030 1,10700
Média ± Desvio Padrão 0,0899 ±0,0003 1,111±0,003
1 0,09375 1,06600
2 0,09260 1,07900
2 3 0,09200 1,08600
4 0,09200 1,08400
Média ± Desvio Padrão 0,0926 ±0,0008 1,079 ±0,009

Ao analisar o fator de Landerburg (equação 1) (fator este que mede quanto a


velocidade real medida se aproxima da velocidade teórica que era para ser obtida), tem-
se que este difere do valor de 1, mostrando então que há efeito de parede considerável,
sendo então necessário levar este parâmetro em conta a partir da seguinte equação:

(
K= 1+2,4
R
Rt)(
. 1+3,3
R
H ) (8)

Sendo: R o raio da esfera (m); Rt o raio do tubo (m); H altura da coluna de


fluido (m).
Tendo sido o valor da altura de coluna de fluido e o raio do tubo, mensurados
com a ajuda de uma régua e um paquímetro, respectivamente, de acordo com a tabela 3:

Tabela 3: Contendo a altura do fluido na coluna (H); O raio interno do tubo


(Rt) medidos a 29ºC para o óleo de soja
H/(m) Rt/ (m)
0,655 0,0149

Pode-se construir a tabela 4 para o fator de Landerburg:

Tabela 4: Dados do raio das esferas utilizadas (R); Fator de Landerburg


(K) medidos a 29ºC para o óleo de soja.
R/(m) K
0,006755 2,159116056
0,00555 1,946918315

Valor este que deve ser multiplicado pela velocidade real medida, mostrada na
tabela 1, a fim de corrigir o valor da velocidade, assim como apresentado na tabela 5:
Tabela 5: Contendo os valores dos tempos (t); e velocidade terminal teórica
(Vt) medidas a 29ºC para o óleo de soja.

Esfera Medida t /(s) Vt/ (m/s)

1 0,08970 2,405255286
2 0,08950 2,398777938
1 3 0,08990 2,400937054
4 0,09030 2,390141474
Média± Desvio Padrão 0,0899±0,0003 2,398±0,006
1 0,09375 2,075414924
2 0,09260 2,100724862
2 3 0,09200 2,114353291
4 0,09200 2,110459454
Média ± Desvio Padrão 0,0926±0,0008 2,10±0,02

Utilizando-se os dados das médias da tabela 5 e tabela 1 , pode-se construir um


gráfico da velocidade terminal teórica (Vt) em função do valor quadrado do raio (R²).

2.45
2.40
2.35
2.30
Velocidade Terminal

2.25
2.20
2.15
2.10
2.05
2.00
1.95
3 3.2 3.4 3.6 3.8 4 4.2 4.4 4.6 4.8
R² x 10^-5

Gráfico 1: Velocidade Terminal (Vt) em função do quadrado do raio (R²)


Fez-se uma regressão linear para este gráfico, definindo a intersecção como
ponto (0,0), tendo então, a reta de regressão linear juntamente com seu R²:
Y = 0,514.X
R² = -2,56
Fez-se então o uso do coeficiente angular desta reta e a equação 7, para que se
pudesse obter a viscosidade dinâmica do fluido (considerou-se g igual a 9,81 m/s²)
2. g .( ρ e− ρf )
Vt = .R² (9)
9. µ
2. g .( ρ e− ρf )
µ= (10)
9. Ɣ
Sendo: Ɣ o coeficiente angular da reta; g a gravidade, Vt o Y da reta de
2. g .(ρ e− ρf )
regressão e o termo o coeficiente angular da reta de regressão.
9. µ
Obteve-se o valor de viscosidade experimental na tabela 6:

Tabela 6: Valor da viscosidade experimental a partir do gráfico 1 para o


óleo de soja (µóleo de soja- exp), a 29ºC e a gravidade constante igual a 9,81 m/s²
µóleo de soja- exp / (kg/m.s))
0,292

Valor este que é bastante discordante com o valor encontrado na literatura e


apresentado na tabela 21. Fato este que se deve, à como será justificado mais ao fim
deste tópico, não se ter o tempo necessário para a esfera atingir sua velocidade terminal.
Sendo que ainda necessita-se da densidade dos fluidos utilizados (óleo de soja e
glicerina), tendo sido estes mensurados assim com explicitado no tópico materiais e
métodos e a densidade do aço cromo encontrada na literatura (RGP BALLS, 2017),
sendo agrupados todos na tabela 7:

Tabela 7: Dados de densidade: Da esfera (ρesfera); Do óleo de soja (ρsoja); Da


glicerina (ρglicerina), medidos a 29ºC e a gravidade constante igual a 9,81 m/s²

ρesfera/ (kg/m³) ρsoja/ (kg/m³) ρglicerina/ (kg/m³)

7800 920 1200


Estimou-se o valor da viscosidade a partir do exposto acima (equacionamento e
tabelas), obtendo-se a tabela 8:

Tabela 8: Contendo os valores de viscosidade (µ); Raio das esferas (R),


medidos a 29ºC e a gravidade constante igual a 9,81 m/s², para o óleo de soja
Esferas R/(m) µ/ (kg/(m.s))
1 0,006755 0,285
2 0,00555 0,220

Podendo também determinar-se as forças de arrasto ou força viscosa (equação


3), a força peso (equação 5) e a força de empuxo (equação 4), que cada esfera utilizada
possui, resultando na tabela 9:
Tabela 9: Contendo Raio da esfera (R); Força de arrasto (F arrasto); Força
peso (P); Força de empuxo (Fempuxo), medidas a 29ºC e a gravidade constante igual a
9,81 m/s², para o óleo de soja
Esferas R Farrasto/ (kg.m/s²) P/ (kg.m/s²) Fempuxo/ (kg.m/s²)
1 0,00676 0,0871 0,0988 0,0117
2 0,00555 0,0550 0,0550 0,00650

Analisou-se a tabela 9 e percebeu-se que a força de empuxo é quase desprezível


em relação as outras duas, devido a densidade da esfera ser muito superior a do líquido,
e o formalismo algébrico das equações 4 e 5 dependerem principalmente das densidades
do fluido e do material da esfera, respectivamente.
Outra condição assumida no inicio desta dissertação é que o regime de
escoamento da esfera dentro do fluido é laminar, tendo que obter-se um Reynolds
(equação 9) menor que 2000. Sendo assim o seu valor é calculado e apresentado na
tabela 10:

D. Vt . ρe
Re = (11)
µ

Sendo: D o diâmetro da esfera em metros; Vt a velocidade terminal teórica; ρe a


densidade da esfera; µ a viscosidade dinâmica do fluido.
Tabela 10: Contendo os valores do número de Reynolds (Re) para cada
esfera; Raio das esferas (R) medido a 29ºC para o óleo de soja
Esferas R/ (m) Re
1 0,006755 104,503
2 0,00555 97,500

Constatando-se assim que o regime é laminar, sendo então que o coeficiente de


Arrasto citado anteriormente pode ser calculado da forma explicitada na equação 2.

Dados da Glicerina, medidos a 29ºC

Como realizou-se o mesmo procedimento experimental e tratamento de dados para a


glicerina, mas utilizando três esferas, pode-se construir a tabela 11, apenas como forma de
legenda para os dados que irão aparecer em seguida:

Tabela 11: Especificação de qual é o raio de cada esfera (Esfera) e o Raio de cada
uma (R)
Esfera R/(m)
1’ 0,00676
2’ 0,00953
3’ 0,00833

De modo análogo para a glicerina temos que as mesmas equações e suposições


podem ser realizadas, tendo-se apenas utilizado ao invés de duas esferas para a
realização do experimento, utilizou-se três esferas do mesmo material utilizado no
experimento do óleo de soja, tendo então as tabelas (tabelas 12;11; 12; 13; 14; 15; 16 e
21) a seguir:

Tabela 12: Contendo os valores dos tempos de queda (t); e velocidades


terminais (V’) medidos a 29ºC para a glicerina.

Esfera Medida t /(s) V’/ (m/s)

1’ 1 0,19160 0,521
2 0,19185 0,521
3 0,19240 0,519
4 0,19255 0,519
Média ± Desvio Padrão 0,1921±0,0004 0,520±0,001
1 0,16215 0,616
2 0,16155 0,619
2’ 3 0,16125 0,620
4 0,16125 0,620
Média ± Desvio Padrão 0,1616±0,0004 0,619±0,002
1 0,15115 0,661
2 0,1512 0,661
3 0,15125 0,661
3’
4 0,1516 0,659
0,6605±0,000
Média ± Desvio Padrão 0,1513±0,0002 9

Tabela 13: Contendo a altura do fluido na coluna (H); O raio interno do


tubo (Rt) medidos a 29ºC para a glicerina
H/(m) Rt/ (m)
0,671 0,0149

Tabela 14: Dados do raio das esferas utilizadas (R); Fator de Landerburg
(K) medidos a 29ºC para a glicerina.
R/ (m) K
0,009525 2,652942238
0,00833 2,437679732
0,006755 2,157421573

Tabela 15: Contendo os valores dos tempos (t); e velocidade terminal


teórica (V’t) medidas a 29ºC para a glicerina.

Esfera Medida t /(s) V’t/ (m/s)

1’ 1 0,1916 1,124
2 0,19185 1,124
3 0,1924 1,120
4 0,19255 1,120
1,122±0,00
Média ± Desvio Padrão 0,1921±0,0004 2
1 0,16215 1,635
2 0,16155 1,643
3 0,16125 1,645
2’
4 0,16125 1,645
1,642±0,00
Média ± Desvio Padrão 0,1616±0,0004 4
1 0,15115 1,611
2 0,1512 1,611
3 0,15125 1,611
3’
4 0,1516 1,606
1,610±0,00
Média ± Desvio Padrão 0,1513±0,0002 2

Utilizou-se as tabelas 15 e 11 para construir o gráfico 2, que assim do mesmo


modo que o gráfico 1, é a relação da velocidade terminal teórica (V’t) em função do
valor quadrado dos raios das esferas:
1.8
1.6
1.4
1.2
V't/ (m/s)

1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
4 5 6 7 8 9 10
R² x 10^5/ m²

Gráfico 2: Velocidade terminal (V’t) em função do quadrado do raio (R²)

Utilizou-se do mesmo método do gráfico 1, para se ter o valor da viscosidade


experimental que é representada no gráfico a partir da reta de regressão a seguir:
Y= 0,206X
R² = 0,306
E novamente utilizando as equações 9 e 10, obteve-se o valor de viscosidade
apresentado na tabela 16:

Tabela 16: Valor da viscosidade experimental a partir do gráfico 1 para o


óleo de soja (µglicerina- exp), a 29ºC
µglicerina / (kg/m.s))
0,292

Tabela 17: Contendo os valores de viscosidade (µ’); Raio das esferas (R),
medidos a 29ºC, para a glicerina
Esferas R/(m) µ’/ (kg/(m.s))
1’ 0,009525 0,586
2’ 0,00833 0,796
3’ 0,006755 0,6201

Podendo-se assim também determinar o valor das forças envolvidas (Força de


arrasto (equação 3); Força de empuxo (equação 4); Força Peso (equação 5)) para as
diferentes esferas na glicerina, a fim de comparar as ordens de grandezas, como mostra
a tabela 18.

Tabela 18: Contendo Raio da esfera (R); Força de arrasto (F arrasto); Força
peso (P); Força de empuxo (Fempuxo), medidas a 29ºC para a glicerina
Esferas R Farrasto/ (kg.m/s²) P/ (kg.m/s²) Fempuxo/ (kg.m/s²)
1’ 0,009525 0,234 0,2770 0,0426
2’ 0,008330 0,157 0,1853 0,0285
3’ 0,006755 0,0836 0,09879 0,0152

E de maneira análoga para a utilização da equação da força de arrasto tem-se de


ter um escoamento laminar, ou seja, Reynolds (equação 10) menor do que 2000, sendo
então apresentado na tabela 19:
Tabela 19: Contendo os valores do número de Reynolds (Re) para cada
esfera; Raio das esferas (R) medido a 29ºC para a glicerina
Esferas R/ (m) Re
1’ 0,009525 33,328
2’ 0,00833 45,556
3’ 0,006755 50,142

Comprovando-se assim que o escoamento é laminar e a hipótese considerada na


equação 2 é válida.
A critério de comparação utilizou-se um valor de viscosidade encontrado na
internet para o óleo de soja a 30ºC (Brock et. al, 2008) e da viscosidade da glicerina a
25ºC (Araújo, D. N., 2007) obtendo-se os valores presentes na tabela 20:

Tabela 20: Contendo dados da viscosidade teórica do óleo da soja (µsoja);


viscosidade teórica da glicerina (µglicerina); a 30ºC e 25ºC respectivamente.
µ’soja / (kg/(m.s)) µ’glicerina/ (kg/(m.s))
0,0412 0,954

Sabe-se que a viscosidade é um parâmetro que tem grande influencia da


temperatura, sendo assim a viscosidade do óleo de soja a 29ºC é próxima a viscosidade
teórica a 30ºC, mas a viscosidade da glicerina não é tão próxima devido a diferir 4ºC da
real temperatura do ambiente experimental. Desta forma para aproximar um valor mais
real da viscosidade da glicerina a 29ºC, utilizar-se-á de um outro valor de viscosidade
encontrado na literatura, ( 1,412 (kg/m.s) segundo, Anidrol, 2014), para obter um
melhor valor de aproximação.
Fez-se então uma regressão linear conforme o gráfico 3:
1.6
1.4
1.2
1
µ / (kg/(m.s)

0.8
0.6
0.4
0.2
0
19 20 21 22 23 24 25 26
T/ ºC

Gráfico 3: Viscosidade µ em função da temperatura T em ºC

Obtendo-se a partir da regressão a equação da reta e seu coeficiente R²:


Y = -0,0916X + 3,244
R² = 1
Podendo estimar a viscosidade da glicerina a 29ºC exatamente como feito para o
óleo de soja, como indicada na tabela 21:

Tabela 21: Contendo dados da viscosidade teórica do óleo da soja (µsoja);


viscosidade teórica da glicerina (µglicerina); a 30ºC e 30ºC respectivamente.
µ’soja / (kg/(m.s)) µ’glicerina 2/ (kg/(m.s))
0,0412 0,588

Então percebe-se que o valor experimental encontrado para a viscosidade do


óleo de soja (tabela 8) difere bastante do valor teórico encontrado na literatura, mas o
valor de viscosidade encontrado a partir da equação da reta do gráfico 1 concorda com
os valores experimentais encontrados.
Analisando a glicerina percebe-se que não houve as mesmas discordâncias entre
os valores, experimentais (tabela 17), teóricos (tabela 21) e o encontrado pela equação
da reta (tabela 16), para os valores da viscosidade, sendo então que os diferem pouco do
valor teórico.
Mostrando que para um fluido mais viscoso (a glicerina) a força viscosa é capaz
de estabilizar mais rápido a velocidade de escoamento da esfera.
De forma complementar, os valores encontrados possuem uma certa
discordância entre o experimental e o teórico, sendo que os erros pode ser advindos do
experimentador, como por exemplo:
 Não conseguir soltar a esfera sempre da mesma altura, podendo soltar de
um lugar mais alto ou um mais baixo
 O efeito de parede é muito grande, podendo retardar ainda mais a
velocidade da esfera
 O sensor ótico pode estar descalibrado, acusando uma velocidade menor
do que a que realmente é exercida
 Os fluidos podem estar muito contaminados com impurezas, como por
exemplo, água, devido a se ter exposto durante muito tempo o glicerol ao
ambiente, resultado que a sua densidade seja muito menor que a tabelada
para a temperatura de 29ºC, resultando assim em uma força viscosa
menos intensa.
 A coluna de fluido estava levemente inclinada, fazendo com que a esfera
batesse na parede do tubo, dissipando energia, consequentemente
perturbando o escoamento
 A altura da coluna de fluido fora media de forma imprecisa
 Ao retirar-se cada esfera do interior do tubo, houve desperdício de fluido,
sendo que então a altura de fluido medida, diferiria da que realmente era
presente.
 A velocidade terminal pode não ter sido atingida, devendo o tubo ser
maior comprimento, podendo este fato ser justificado a partir de um
processo reverso com o equacionamento citado no inicio deste tópico e
utilizando-se os valores teóricos citados na Tabela 21.
Como mostrado nas tabelas 9 e 18 a força de empuxo é quase desprezível
quando comparada a força de arrasto e a força peso, podendo quase ser desprezada.
Desta forma, fazendo um processo reverso ao descrito no inicio do tópico de
Resultados e Discussões, podemos inferir um valor de velocidade para qual esta se
estabilizaria, ou seja, o ponto de equilíbrio, prevendo qual deveria ser a velocidade
registrada pela esfera, sendo dado por:
Fa+Fe-P=0 (6)
Fa=P-Fe (12)
4 . R ² . g .( ρe −ρf )
6 πµR . Vel= (13)
3.Vt
Rearranjando a equação 10 temos que a velocidade pode ser dada por:
2. R ² . g . (ρe −ρf )
Vel =
9. µ

(14)
Utilizando como base a equação 14, temos que para um mesmo fluido a
velocidade que este deverá ter para que a viscosidade seja a mencionada na literatura,
assim como consta na tabela 21, a única variável que este terá, será o raio da esfera,
sendo que quanto maior o raio, maior será a velocidade teórica da esfera.
Desta forma pode-se calcular a velocidade que as esferas teriam que realmente
ter, caso estivessem em equilíbrio de forças dentro do sistema, como mostram as tabelas
22 e 23 abaixo.
Tabela 22: Suposta velocidade que a esfera deveria conter no óleo de soja
(Velsoja); Raio da esfera R; Viscosidade do teórica do óleo de soja medido a 30ºC
(µóleo de soja ); Densidade do fluido (ρf); Densidade da esfera de aço cromo (ρe);
medidos a gravidade constante de 9,81 m/s²
R/ (m) ρe/ (kg/m³) ρf/ (kg/m³) µóleo de soja/(kg/(m.s)) Velsoja/ (m/s)
0,006755 7800 920 0,0421 16,25599
0,00555 7800 920 0,0421 10,97359

Tabela 23: Suposta velocidade que a esfera deveria conter na glicerina


(Velglicerina); Raio da esfera R; Viscosidade teórica da glicerina medida a 25ºC
(µglicerina); Densidade do fluido (ρf); Densidade da esfera de aço cromo (ρe); medidos
a gravidade constante de 9,81 m/s²
R/ (m) ρe/ (kg/m³) ρf/ (kg/m³) µglicerina/(kg/(m.s)) Velglicerina/ (m/s)
0,00676 1,118192
7800 1200 0,588
0,00953 2,222332
7800 1200 0,588
0,00833 1,697904
7800 1200 0,588

Sendo que a velocidade que o estas esferas atingem, já corrigidas, são dadas na
tabela 5 para o óleo de soja, divergindo muito do esperado (tabelas 22).
Já para a glicerina, por ser um fluido de maior viscosidade, as velocidades
teóricas experimentais presentes na tabela 15, divergem pouco do esperado, assim como
apresentado na tabela 23, exceto para a esfera com o maior raio (esfera 2), devido a esta
ser única esfera que não atingiu a velocidade terminal predita por possuir uma forte
força peso que demanda mais tempo para ser equilibrada.
Podendo inferir que para o óleo de soja, o equilíbrio não é alcançado para
nenhuma das esferas testadas, devendo ter que tomar algumas medidas de correção, tais
como:
 Aumentar o tamanho da coluna, para que a velocidade terminal teórica
possa ser atingida
 Diminuir a densidade do material da esfera para que a força de empuxo
possa ser maior, estabilizando-se assim mais rápido a velocidade das
esferas
 Utilizar um fluido mais denso e viscoso para que as forças de empuxo e
de arrasto aumentem consideravelmente, a fim de atingir o estado de
equilíbrio mais rapidamente

A respeito do parâmetro viscosidade no presente experimento (viscosímetro de


Stokes) caso ocorre-se um aumento da temperatura do fluido presente (óleo de soja e
glicerina) a esfera que escoa dentro do tubo iria ter sua velocidade drasticamente
aumentada, levando assim a um menor tempo para percorrer a tubulação e
consequentemente um maior tempo para que todas as forças entrassem novamente em
equilíbrio.

Conclusão

A partir de todo o exposto tem-se que o fluido mais viscoso é a Glicerina, com
valor de viscosidade superior ao do óleo de soja, fluido menos viscoso. (valores estes
que podem ser consultados nas tabelas 8 (óleo de soja) e 17 (glicerina)).
Comparando-se os valores obtidos experimentalmente e os valores teóricos
anteriormente descritos, há apenas um valor de viscosidade que é discordante para a
glicerina, o da esfera 2 sendo esta a de maior raio. Esta discordância ocorreu devido a
coluna de fluido não ser suficiente para a esfera atingir sua velocidade terminal teórica e
a esfera possuir uma grande força peso.
Já os valores de viscosidade medidos para o óleo de soja são bastante
discordantes do que se encontra na literatura (tabela 21), devido ao tubo não ser
suficiente para as esferas atingirem suas velocidades terminais teóricas; o fluido de
trabalho não possuir alta viscosidade para equilibrar o sistema rapidamente; e as esferas
utilizadas serem de grande densidade, fazendo que possuam uma grande força peso, que
não é estabilizada na altura de fluido dada.
Outro fator que agravou a discordância do valor, principalmente para a glicerina,
é de que esta está contaminada com água, o que diminui bastante seu valor de
densidade, logo sua viscosidade.
Para que o experimento fosse bem sucedido deveria-se trocar o tubo por outro
que possuísse maior raio interno, diminuindo assim o fator de Landerburg; que
possuísse maior comprimento, para que, como já citado, a esfera atingisse sua
velocidade terminal, logo as forças entrassem em equilíbrio.
Outra solução seria utilizar outras esferas de um material polimérico que
possuísse uma densidade bastante menor em relação a do Aço Cromo, sendo esferas de
vidro um bom material a ser utilizado para que a força de empuxo seja mais
significativa, diminuindo assim o tempo gasto para que todas as forças entrem em
equilíbrio.
Para que se utilizasse o mesmo equipamento, deveria-se trocar o óleo de soja,
devido a este apresentar baixa viscosidade, por outro fluido de maior viscosidade.
A fim de ser ainda mais preciso na determinação destes valores, deveria-se
utilizar um ‘soltador’ de esferas automático, garantindo assim que a esfera sempre
sejam soltas do mesmo local, não variando sua energia cinética, logo sua velocidade
durante o trajeto.
Referências
RGP BALLS a world of special balls. Esferas>Esferas em aço cromo AISI
52100 100Cr6. Disponível em <
http://www.rgpballs.com/pt/products/ESFERAS/ESCOLHA-R%C3%81PIDA/A
%C3%87O/A%C3%87O-PARA-ROLAMENTOS/esferas-em-a%C3%A7o-cromo-aisi-
52100-100cr6 >. 05 de abril de 2017 às 01:31

ANIDROL produtos para laboratório. Fichas de Informação de Segurança de


Produto Químico. Revisada em 11 de novembro de 2014. Disponível em <
http://www.anidrol.com.br/fispq/GLICERINA%20PA%20ACS%20-%20A-1785.pdf >.
07 de abril de 2017, às 01:23
ARAÚJO D. N. corantes e Produtos Químivos. FICHA TÉCNICA DE
SEGURANÇA DO PRODUTO QUÍMICO – FISPQ. Revisada em 27 de novembro de
2007. Disponível em <
http://www.daneto.com.br/components/com_pedidos/docs/Glicerina%20Bi
%20Destilada%20USP.pdf >. 07 de abril de 2017

Você também pode gostar