Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Instituto de Ciências Biológicas, Dept.
Biologia, Universidade de Pernambuco.
Rua Arnóbio Marques, 310, 50100-130
Recife PE, Brazil.
2
Programa de Pós-graduação em Botânica,
Abstract
Dept. Biologia, Universidade Federal Rural
de Pernambuco. Av. D. Manoel de Medeiros,
The present study had the objective of evaluating the recovery, after non-natural
s/n., 52171-900 Recife PE, Brazil. perturbations, of algal communities at Piedade Beach, District of Jaboatão dos
Guararapes, south coast of the Pernambuco State, northeastern Brazil. Algal percent
cover was evaluated to follow the temporal variation and the relative recovery of disturbed
communities by scraping 20x20 cm quadrats that were monitored for six months. Two sites
were chosen horizontally in relation to the ocean. In Site 01 succession experiments were
carried out in the community dominated by Solieria filiformis (Kütz.) P.W. Gabrielson and
follow up was also carried out approximately every 15 days in recruitment quadrats and
compared to the control plots. Site 02 was dominated by green foliose algae with evidence
to Ulva. On this site the succession experiments were not carried out. In laboratory the
collected macroalgae were identified to the species level, 44% were from the Phyllum
Chlorophyta, 52% from the Phyllum Rhodophyta and 4% from the division Ochrophyta,
25 species were shown in 15 families and 9 orders. The species Ulva rigida C. Agardh
stood out since it is the first register of this species at Piedade beach and second on the
Pernambuco coast. The first sample, before the scraping, only registered the presence
of green foliose algae assemblage (33.3%) and the red algae (44.6%), since they
characterize the climax community of the environment. The opportunistic algae: - Ulva
flexuosa (Wulfen) J. Agardh, U. flexuosa (Wulfen) J. Agardh subsp. flexuosa, U. fasciata
Delile , U. lactuca L. e U. rigida were the first to settle in the studied community. The
community recovery was partly reached because filamentous algae in the succession
plots showed lower percentage cover than in the beginning of the experiment.
Key words: macroalgae, floristic composition, percentage cover, sandstone reefs, ecolo-
gical succession.
Coleta de dados
PE), foi feita a identificação das algas, ais, com 52% e 44% respectivamente, cerca de 40% do que é referido para
baseando-se na morfologia interna e enquanto o filo Ochrophyta (Classe o litoral brasileiro. Salienta-se que,
externa, com auxílio de microscópio Pheophyceae) apresentou apenas 4% nos ambientes recifais, mais precisa-
óptico e de microscópio estereoscópio, (Tabela 1). As Chlorophyta estiveram mente no platô e nas pequenas poças
respectivamente. Para a observação das representadas na área estudada por 3 encontradas no mesolitoral, a flora de
estruturas internas, foram feitos cortes ordens, sendo a mais representativa rodofíceas é menos diversificada de-
transversais, com auxílio de lâminas de as Cladophorales com 6 representan- vido ao maior tempo de exposição à
barbear, os quais foram montados em tes: Chaetomorpha aerea (Dillwyn) dessecação. Ocorrem aí alguns grupos
lâminas semipermanentes em solução Kütz., Cladophora dalmatica Kütz, de algas, como Amphiroa, Ceramium,
de glicerina (50%). Para a identificação C. vagabunda (L.) C. Hoek, Phyllo- Chondracantus, Galaxaura, Geli-
das espécies, foram utilizadas as obras dictyon anastomosans (Harv.) Kraft diella, Gracilariopsis, Chondrophy-
de Taylor (1960), Joly (1965, 1967); & M.J. Wynne, Cladophoropsis mem- cus e espécies filamentosas (Pereira
Pereira (1974, 1977); Oliveira Filho branacea (C. Agardh) Børgesen e Va- et al., 2002). O presente estudo cor-
et al. (2005) e De Clerk et al. (2005). lonia aegagropila C. Agardh, corres- robora com as observações feitas pe-
Para a organização dos táxons seguiu- pondendo a um percentual de 54,5 % los referidos autores, pois alguns dos
se Wynne (2005). do total de espécies. A segunda mais gêneros citados acima se fizeram pre-
representativa foi a Ulvales, com 5 tá- sentes, registrando-se a ocorrência de
Análise estatística dos dados xons infragenéricos, representada por Amphiroa anastomosans, Ceramium
45,5% dos táxons encontrados. sp., Gelidiella acerosa, Chondrophy-
Para avaliar as diferenças entre as da- Dentre as 6 famílias estudadas, Ulva- cus papillosus, Centroceras clavula-
tas de coleta de quadrados amostra- ceae foi considerada a mais represen- tum, entre outras (Tabela 1).
dos da comunidade sem perturbação tativa, com 5 táxons infragenéricos O Phyllum Ochrophyta, representado
(controles), foi utilizada a Análise de (Tabela 1). Merece destaque Ulva apenas pela ordem Dictyotales foi a
Variância paramétrica (one-way) com rigida, por ter sido registrada pela menos representativa, com 4% do to-
o software Biostat, já que os quadra- segunda vez na costa pernambucana. tal de espécies analisadas (Tabela 1).
dos foram escolhidos ao acaso em A primeira ocorrência foi feita por Ri- Dictyopteris delicatula J.V. Lamour.
cada data de coleta. Para os dados de beiro et al. (2008) para a praia de Boa foi a única espécie encontrada du-
recrutamento e sucessão, foi utilizada Viagem, no Município de Recife. Pe- rante o período estudado, crescendo
a Análise de Variância repeated mea- reira et al. (2002) registraram a referi- em poça do ambiente recifal. Cutrim
sures com o software JMP. Antes de da espécie apenas para o arquipélago (1990), analisando a distribuição das
realizar os testes estatísticos, os dados de Fernando de Noronha. O presente macroalgas na zona entre marés da
de cobertura foram transformados em trabalho vem, assim, registrar a am- praia de Piedade, registrou apenas 2
arcoseno de raiz de x, onde x é o valor pliação de sua ocorrência no Estado espécies da ordem Dictyotales: Dic-
de porcentagem de cobertura/100. Fo- de Pernambuco. Em estudos anterio- tyopteris delicatula e D. plagiogram-
ram utilizados testes a posteriori para res, realizados na praia de Piedade, a ma (Mont.) Vickers. O referido autor
avaliar as diferenças entre a cobertura espécie não foi encontrada (Cutrim, justificou que a baixa ocorrência de
das algas nas diferentes datas de cole- 1990; Sousa e Cocentino, 2004; Ri- feofíceas decorre do fato de seus re-
ta. Para se avaliar a diferença entre as beiro, 2004). presentantes não estarem bem adapta-
porcentagens de cobertura dos grupos Durante o período estudado, o Phyllum dos às elevadas condições ambientais
de algas na última data de coleta (su- Rhodophyta esteve representado por de exposição ao ar atmosférico. Sousa
cessão e controle), usou-se o Teste-t 5 ordens, destacando-se as Ceramia- e Cocentino (2004) também encontra-
com o software Biostat. les, com 4 espécies, correspondendo ram somente uma espécie dessa ordem
a um percentual de 31% do total de na área do experimento, corroborando
Resultados e espécies analisadas. Merecem desta- os resultados do presente estudo.
discussão que também as Gigartinales, com 3
táxons infragenéricos, representando Análise de
Composição florística 23% do total de espécies (Tabela 1). recrutamento e
Das 8 famílias analisadas, 4 se desta- sucessão ecológica
Na área estudada, as macroalgas ocor- caram como Corallinaceae, Ceramia- das macroalgas
reram com 25 taxons infragenéricos, ceae, Rhodomelaceae e Cystoclonia-
distribuídos entre 11 clorofíceas, 1 fe- ceae, com 2 representantes cada. Na Foram realizados estudos experimentais
ofícea e 13 rodofíceas. Nesse estudo, flora pernambucana, as rodofíceas de sucessão ecológica em uma comuni-
os filos Rhodophyta e Chlorophyta estão representadas por 153 táxons dade bentônica dominada pela espécie
apresentaram os maiores percentu- infragenéricos, que correspondem a Solieria filiformis. O acompanhamento
do recrutamento das algas marinhas, por aproximadamente 64% das algas cobertura que provavelmente domina-
depois da perturbação artificial (raspa- oportunistas (as filamentosas verdes); ria os quadrados de sucessão. Só no
gem), foi feito nos quadrados de suces- depois, a ocupação pelas algas verme- final do experimento, com 140 dias
são a partir dos dados de porcentagem lhas, com 24%, e pelo conjunto Ulva, decorridos, a cobertura estava próxi-
de cobertura durante os 140 dias de com 9%. Essas algas oportunistas, se- ma à capacidade de suporte compa-
experimento. Na primeira coleta, antes gundo Sousa e Cocentino (2004), são rada às amostras dos quadrados sem
da raspagem, foram apenas registradas algas de ciclo de vida curto. perturbação, sugerindo um processo
as presenças de algas verdes foliáceas Com 32 dias, a presença marcante das de sucessão por inibição das algas
(33,3%), representadas pelas espécies algas filamentosas caiu para 7% e de vermelhas (Ricklefs, 2003; Aguilera e
de Ulva, e das algas vermelhas (algas algas vermelhas, para 10%. O con- Navarrete, 2007).
corticadas) (44,6%), já que as algas fi- junto Ulva subiu e chegou a 74% e Os gráficos de recrutamento – tanto na
lamentosas ficavam cobertas e sua pre- permaneceu ocupando os quadrados Estação 01 (Figura 3) quanto na Esta-
sença só foi notada em laboratório. durante os 100 dias de experimento, ção 02 (Figura 4) – sugerem que as al-
Os dados que simulam o crescimento chegando a alcançar uma porcenta- gas filamentosas verdes e as algas do
do conjunto Ulva (foliosas), das algas gem de cobertura equivalente a 100%. conjunto Ulva (foliáceas) competem
filamentosas (verdes) e das algas ver- Só depois de quase 140 dias, o con- pelo ambiente, pois oscilam; quando
melhas (principalmente as corticadas) junto Ulva chegou a 45% da cobertu- uma alcançou o ápice de recrutamen-
estão plotados na Figura 2 e nos grá- ra, as algas filamentosas a 9%, e co- to, a outra estava sendo afetada. As
ficos de recrutamento. Foi observada, meçaram a surgir as algas vermelhas, algas vermelhas mostraram-se bas-
nos primeiros 20 dias, a ocupação as quais voltaram a aparecer com uma
Ulva - Porcentagem de Cobertura -
Zona 2 - Recrutamento
Porcentagem de Cobertura
Ulva - Porcentagem de Cobertura Ulva - Porcentagem de Cobertura - 100
Zona 1-Sucessão Zona 1 - Recrutamento 80
Porcentagem de Cobertura
Porcentagem de Cobertura
100 100 60
40
20
50 50
0
0 50 Dias 100 150
0 0
0 50 Dias 100 150 0 50 Dias 100 150
Algas Vermelhas - Pocentagem de
Cobertura - Zona 2 - Recrutamento
Algas Vermelhas - Porcentagem de Algas Vermelhas - Porcentagem de 100
Porcentagem de Cobertura
Porcentagem de Cobertura
60
100
80 40
50 60 20
40
0
20
0 0 50 100 150
0
Dias
100 60
100 80 40
80 60 20
60 40 0
40 0 50 100 150
20
20
0 0 Dias
0 50
0 50 Dias 100 150 Dias 100 150
Figura 4. Gráficos referentes à porcenta-
Figura 2. Gráficos referentes à porcentagem Figura 3. Gráficos referentes à porcenta- gem de cobertura dos quadrados de recru-
de cobertura dos quadrados de sucessão gem de cobertura dos quadrados de recru- tamento na Zona 02 durante o experimento
ecológica durante o experimento realizado tamento na Zona 01 durante o experimento realizado na praia de Piedade (PE). O con-
na praia de Piedade (PE). O conjunto Ulva é realizado na praia de Piedade (PE). O con- junto Ulva é formado pelas algas verdes
formado pelas algas verdes foliáceas (Ulva junto Ulva é formado pelas algas verdes fo- foliáceas (Ulva fasciata, U. lactuca, U.
fasciata, U. lactuca, U. rigida). liáceas (Ulva fasciata, U. lactuca, U. rigida). rigida).
Figure 2. Percent cover on the succession Figure 3. Percent cover on recruitment Figure 4. Percent cover on recruitment plots
plots during the experiment conducted at plots at Zone 01 during the experiment con- at Zone 02 during the experiment conducted
Piedade Beach (PE). The Ulva assemblage ducted at Piedade Beach (PE). The Ulva at Piedade Beach (PE). The Ulva assem-
includes the foliose green algae (Ulva fas- assemblage includes the foliose green al- blage includes the foliose green algae (Ulva
ciata, U. lactuca, U. rigida). gae (Ulva fasciata, U. lactuca, U. rigida). fasciata, U. lactuca, U. rigida).
Tabela 1. Relação das macroalgas bentônicas registradas para a praia de Piedade, litoral sul do Estado de Pernambuco, no período de
agosto/2004 a janeiro/2005.
Table 1. Benthic macroalgae registred at Piedade Beach, Pernambuco State South littoral, during August/2004 to January/2005.
Chlorophyta Corallinales
Ulvales Corallinaceae
Ulvaceae Jania adhaerens J. V. Lamour.
Ulva flexuosa Wulfen Amphiroa anastomosans Weber Bosse
U. flexuosa Wulfen subsp. flexuosa Ceramiales
U. fasciata Delile Ceramiaceae
U. lactuca L. Centroceras clavulatum (C.Agardh in Kunth) Mont. In Durieu de
U. rigida C. Agardh Maisonneuve
Cladophorales Ceramium sp.
Cladophoraceae Rhodomelaceae
Chaetomorpha aerea (Dillwyn) Kütz Achantophora spicifera (Vahl) Borgesen
Cladophora dalmatica Kütz Chondrophycus papillosus (C. Agardh) Garbary & J. T. Harper
C. vagabunda (L.) C. Hoek Gelidiales
Boodleaceae Gelidiaceae
Phyllodictyon anastomosans (Harv.) Kraft & M.J. Wynne Gelidium pusillum (Stackh.) Le Jolis
Siphonocladaceae Gelidiellaceae
Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Børgesen Gelidiella acerosa (Forsk.) Feldmann & Hamel
Valoniaceae Gigartinales
Valonia aegagropila C. Agardh Cystocloniaceae
Bryopsidales Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) J.V.Lamour.
Bryopsidaceae H. spinella (C.Agardh) Kütz.
Bryopsis plumosa (Huds) C.Agardh Solieriaceae
Ochrophyta (Phaeophyceae) Solieria filiformis (Kütz.) P.W.Gabrielson
Dictyotales Gracilariales
Dictyotaceae Gracilariaceae
Dictyopteris delicatula J.V.Lamour Gracilaria sp.
Rhodophyta
Tabela 2. Presença (+) e ausência (-) das espécies de macroalgas nas coletas realizadas no período de agosto/2004 a janeiro/2005 na
praia de Piedade (PE).
Table 2. Presence (+) and absence (-) of macroalgae species on samples between August /2004 and January/2005 at Piedade Beach (PE).
Espécies Coletas
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª
Acanthophora spicifera - - - - + + - - +
Amphiroa sp. + - - - - - - - -
Bryopsis plumosa + - + - - + + + +
Centroceras clavulatum + + + + + + + + +
Ceramium sp. + - - - - - - - -
Chaetomorpha aerea + + + + - + + + +
Cladophora dalmatica + + + + + + + + +
Cladophora vagabunda + + + + - + + + +
Cladophoropsis membranacea + + + + + + + + +
Dictyopteris delicatula - - - - - - - - +
Ulva flexuosa - + + + + + + + +
Ulva flexuosa subsp. flexuosa - + + + + + + + +
Gelidiella acerosa + + - - - - + + -
Gelidium pusillum + + + + + + + + +
Gracilaria sp. + - - - - + + + -
Hypnea muciformis + + - + + + + + +
Hypnea spinella + - - - - + + + +
Jania sp. + - + + - + + + -
Chondrophycus papillosus + + - + + + + + +
Phyllodictyon anastomosans + - - - - - - - -
Solieria filiformis + + + + + + + + +
Ulva fasciata + + + + + + + + +
Ulva lactuca + + + + + + + + +
Ulva rigida + + + + + + + + +
Valonia aegagropila + - - - - - - - +
+ = presença ; - = ausência
tante estáveis com pequena cobertura muita diferença entre as datas na Es- todo o experimento na comunidade
durante as nove raspagens. Foi notada tação 02. Porém, as algas filamento- não perturbada.
também a competitividade das macro- sas apresentaram, neste local, um pico Nos gráficos de controle da Estação
algas pelo recrutamento de substratos de recrutamento em setembro, que é 02 (Figura 6), o grupo que predo-
consolidados em Fonseca (1998), o diferente estatisticamente das demais minou durante os 50 dias do experi-
qual concluiu que a interação com- datas (Figura 4). mento foi o das algas verdes foliosas.
petitiva é o principal mecanismo res- Os gráficos de controle da Estação Porém, da quinta coleta em diante, foi
ponsável pela estruturação na comu- 01 (Figura 5) corroboram que o gru- observado um aumento das filamen-
nidade de Sargassum furcatum, visto po dominante está representado pelas tosas, que quase estavam ausentes, e
que a herbivoria não exerce um papel rodofíceas, mais precisamente pela também um incremento das algas ver-
importante nesta comunidade algal. espécie Solieria filiformis (Kütz.) P. melhas corticadas. Esta estação ficou
As espécies que persistiram em apare- W. Gabrielson. O conjunto Ulva es- mais exposta ao dessecamento, além
cer depois das perturbações nas coletas teve presente em todos os meses da de ser mais pisoteada pelos banhis-
quinzenais durante todo o experimento pesquisa. No seu ápice de cobertura, tas. Para os quadrados de controle, os
foram as mesmas, destacando-se Ulva ocorreu uma redução na cobertura de quais não sofreram manipulação e fo-
flexuosa e U. flexuosa subsp. flexuo- algas vermelhas e a ausência das al- ram usados para o acompanhamento
sa (filamentosas verdes), as quais não gas verdes filamentosas. Este último das populações, não houve diferença
foram registradas antes das raspagens grupo se mostrou pouco presente em estatística entre as datas de coletas na
(Tabela 2). Esse experimento nos qua-
drados de recrutamento faz um paralelo
com o trabalho de Sousa e Cocentino Ulva - Porcentagem de Cobertura -
Zona 1 - Controle
(2004) sobre aspecto da similaridade 100 Ulva - Porcentagem de Cobertura -
Porcentagem de Cobertura
Porcentagem de Cobertura
60 100
40 80
ta, U. lactuca apareceram neste estudo 60
20
só depois da perturbação artificial e, no 0 40
trabalho de Sousa e Cocentino (2004), 0 50 Dias 100 150 20
0
essas espécies caracterizaram um am-
0 50 Dias 100 150
biente impactado, isto é, um ambiente Algas Vermelhas - Porcentagem de
estressado depois de ter sofrido algum Cobertura - Zona 1 - Controle
Algas Vermelhas - Porcentagem de
dano no seu percurso natural. Essas 100 Cobertura - Zona 2 - Controle
Porcentagem de
Porcentagem de Cobertura
80
Cobertura
40 60
última data de coleta com as demais, 20 40
que não difere apenas da primeira co- 0 20
0 50 100 150 0
leta do experimento pós-raspagem. A Dias Dias
0 50 100 150
porcentagem de cobertura das algas
vermelhas mostrou diferença signi- Figura 5. Gráficos referentes à porcenta- Figura 6. Gráficos referentes à porcenta-
gem de cobertura dos quadrados-controle gem de cobertura dos quadrados-controle
ficativa entre a primeira coleta pós- na Zona 01 durante o experimento reali- na Zona 02 durante o experimento reali-
raspagem e as demais, e as coletas zado na praia de Piedade (PE). O conjunto zado na praia de Piedade (PE). O conjunto
de novembro e as demais, sugerindo Ulva é formado pelas algas verdes foliáce- Ulva é formado pelas algas verdes foliáce-
competição com algas verdes e a re- as (Ulva fasciata, U. lactuca, U. rigida). as (Ulva fasciata, U. lactuca, U. rigida).
Figure 5. Percent cover on control plots at Figure 6. Percent cover on control plots at
cuperação parcial da comunidade ao
Zone 01 during the experiment conducted Zone 02 during the experiment conducted
final do experimento (Figura 2). at Piedade Beach (PE). The Ulva assem- at Piedade Beach (PE). The Ulva assem-
O recrutamento de algas verdes foli- blage includes the foliose green algae blage includes the foliose green algae
áceas e filamentosas não apresentou (Ulva fasciata, U. lactuca, U. rigida). (Ulva fasciata, U. lactuca, U. rigida).
maioria dos casos. Também não foi DAYTON, P.K. 1971. Competition, disturbance PEREIRA, S.M.B. 2000. Macroalgas bentôni-
detectada diferença estatística entre os and community organization: The provision cas. In: H.M. BARROS; E. ESKINAZI- LEÇA;
and subsequent utilization of space in a rocky S.J. MACEDO; T. LIMA (eds.), Gerenciamento
dados de algas foliosas e filamentosas interdital community. Ecological Monographs, participativo de estuários e manguezais. Recife,
verdes para a última data de coleta 41:351-389. Editora Universitária, p. 48-63.
entre o experimento de sucessão e os DE CLERK, O.; BOLTON, J. J.; ANDERSON, PEREIRA, S.M.B.; OLIVEIRA-CARVALHO,
quadrados-controle, sugerindo uma R.J.; COPPEJANS, E. 2005. Guide to the sea- M.F.; ANGEIRAS, J.A.P; BANDEIRA-PED-
recuperação relativa da comunidade weeds of Kwazulu-Natal. Scripta Botanica ROSA, M.E.; OLIVEIRA, N.M.B.; TORRES,
Belgica, 33:1-294. J.; GESTINARI, L.M.S.; COCENTINO,
algal durante o período de estudo para FONSECA, A.C. 1998. Estudos sucessionais A.L.M.; SANTOS, M.D.; NASCIMENTO,
a estação de coleta. em uma comunidade dominada por Sasgassum P.R.F.; CAVALCANTI, D.R. 2002. Algas mar-
furcatum KUTZING, na Região de Búzios, RJ. inhas bentônicas do Estado de Pernambuco. In:
Agradecimentos Niterói, Master Dissertation, Universidade Fed- M. TABARELLI; J.M.C. SILVA (orgs.), Diag-
eral Fluminense, 185 p. nóstico da biodiversidade de Pernambuco. Re-
GUIMARAENS, M.A.; COUTINHO, R. 1998. cife, Massangana, p. 97-124
A primeira autora contou com apoio Population dynamics of Laurencia obtusa and RIBEIRO, F.A. 2004. Estrutura das populações
financeiro do Fundo de Pesquisa da Hypnea spinella at the Cabo Frio upwelling das macroalgas do platô recifal na Praia de
Universidade de Pernambuco, através region: Implications of competitive interaction Piedade, Jaboatão dos Guararapes-PE. Recife,
de uma bolsa de pesquisa de iniciação and oceanographic conditions. Acta Biologica Master Dissertation, Universidade Federal Ru-
científica. Leopoldensia, 20:79-90. ral de Pernambuco, 48 p.
HORTA, P.A.; AMANCIO, E.; COIMBRA, C.S.; RIBEIRO, F.A.; TRAVASSOS JÚNIOR, A.;
OLIVEIRA, E.C. 2001. Considerações sobre GESTINARI, L.M.; TORRES, J.; LIMA, K.K.,
Referências a distribuição e origem da flora de macroalgas SANTOS, M.D.; LIRA, G.A.S.T.; FONTES,
marinhas brasileiras. Hoehnea, 28(3):243-265. K.A.A.; PEREIRA, S.M.B.; YONESHIGUE-
AGUILERA, M.A.; NAVARRETE, S.A. 2007. JOLY, A.B. 1965. Flora marinha do litoral norte VALENTIN, Y. 2008. Análise quali-quantitati-
Effects of Chiton granosus (Frembly, 1927) and do estado de São Paulo e regiões circunvizin- va das populações algáceas de um trecho recifal
other molluscan grazers on algal succession in has. Boletim da Faculdade de Filosofia, Ciên- na Praia de Boa Viagm. PE. Oecologia Brasil-
wave exposed mid-intertidal rocky shores of cia e Letras. Botânica, 21:1-339. iensis, 12:222-228.
central Chile. Journal of Experimental Marine JOLY, A.B. 1967. Gêneros de algas marinhas RICKLEFS, R.E. 2003. A economia da nature-
Biology and Ecology. 349:84-98. da costa atlântica latino-americana. São Paulo, za. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan,
AYLING, A.M. 1981. The role biological dis- Ed. Universidade de São Paulo, 461 p. 503 p.
turbance in temperate subtidal encrusting com- KEMPF, M. 1969. A plataforma continental de SAUER MACHADO, K.R.S.; CHAPMAN,
munities. Ecology, 62:830-847. Pernambuco (Brasil): nota preliminar sobre a A.R.O.; COUTINHO, R. 1992. Patch structure
BROSNAN, D.M. 1992. Ecology of tropical natureza do fundo. Trabalhos Oceanográficos, in a tropical rocky shore community in Bra-
rocky shores: Plant-animal interaction in tropi- 9:125-148. zil: A mosaic of sucessional states? Ophelia,
cal and temperate latitudes. In: D.M. JOHN; LAPOINTE, B.E. 1997. Nutrient thresholds 35:187-195.
S.J. HAWKINS; J. H. PRINCE (eds.), Plant- for bottom-up control of macroalgal blooms on SCHIEL, D.R. 2004. The structure and reple-
animal interactions in the marine benthos. New coral reefs in Jamaica and southeast Florida. nishment of rocky shore intertidal communi-
York, Oxford University Press, p. 101-131. Limnology and Oceanography, 42:1119-1131. ties and biogeographic comparisons. Journal
CAVALCANTI, L.B.; KEMPF, M. 1967-69. LIEBERMAN, M.; JOHN, D.M.; LIEBER- of Experimental Marine Biology and Ecology,
Estudo da plataforma continental na área do MAN, D. 1984. Factors influencing algal spe- 300:309-342.
Recife (Brasil). II. Meteorologia e Hidrologia. cies assemblages on reef and cobble substrata SOUSA, G.S.; COCENTINO, A.L.M. 2004.
Trabalhos Oceanográficos, 9:149-158. of Ghana. Journal of Experimental Marine Macroalgas como indicadoras da qualidade am-
COELHO-SANTOS, M.A. 1993. Crustáceos Biology and Ecology, 75:129-143. biental. Tropical Oceanography , 32:1-22.
decápodos do litoral de Jaboatão dos Guarara- MENGE, B.A. 1976. Organization of the New SOUSA, W.P. 1979. Disturbance in marine
pes. Recife, Master Dissertation, Universidade England rocky intertidal community: Role of intertidal boulder fields: The nonequilibrium
Federal de Pernambuco, 153 p. predation, competition, and environmental heter- maintenance of species diversity. Ecology,
CONNELL, J.H.; KEOUGH, M.J. 1985. Dis- ogeneity. Ecological Monographs, 46:355-393. 60:1225-1239.
turbance and patch dynamics of subtidal marine MENGE, B.A.; SUTHERLAND, J.P. 1987. TAYLOR, W.R. 1960. Marine algae of the
animals on hard substrata. In: S.T.A. PICKETT; Community regulation: Variation in distur- Eastern tropical and subtropical coasts of the
P.S. WHITE (eds.), The ecology of natural dis- bance, competition and predation in relation to Americas. Ann. Arbor, University of Michigan
turbance and patch dynamics. San Diego, Aca- environmental stress and recruitment. American Press, 870 p.
demic Press, p. 125-151. Naturalist, 110:351-369. VINUEZA, L.R.; BRANCH, G.M.; BRANCH,
CONNELL, J.H.; SLATYER, R.O. 1977. OLIVEIRA FILHO; ÖSTERLUND, K.; MTOL- M.L.; BUSTAMANTE, R.H. 2006. Top-down
Mechanisms of succession in natural communi- ERA, M.S.P. 2005. Marine plants of Tanzania. herbivory and bottom-up el nino effects on Ga-
ties and their role in community stability and A field guide to the seaweeds and seagrasses. lápagos rocky-shore communities. Ecological
organization. American Naturalist, 111: 1119- Stockholm, Stockholm University, 267 p. Monographs, 76:111-131.
1144. PEREIRA, S.M.B. 1974. Clorofíceas marinhas da WYNNE, M.J. 2005. A checklist of benthic ma-
CUTRIM, M.V.J. 1990. Distribuição das algas Ilha de Itamaracá e Arredores. São Paulo, Master rine algae of the tropical and subtropical wes-
marinhas bentônicas na região entremarés do Dissertation, Universidade de São Paulo, 184 p. tern Atlantic: Second revision. Nova Hedwigia,
recife da praia de Piedade, município Jaboatão PEREIRA, S.M.B. 1977. Rodofíceas marinhas 129:1-152.
dos Guararapes (Estado de Pernambuco-Bras- da Ilhas de Itamaracá e arredores (Estado de
il). Recife, Master Dissertation, Universidade Pernambuco-Brasil). São Paulo, Doctorate Submitted on October 12, 2007
Federal Rural de Pernambuco, 135 p. Thesis, Universidade São Paulo, 275 p. Accepted on December 2, 2008