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CLUBE DOS

PENSADORES
5 ª e d i ç ã o

R e c o l e ç ã o , C e i f a

e V i n d i m a
Olá!

Sejam muito bem vindos à 5ªEdição do Clube dos Pensadores.

Obrigada por estarem desse lado a pensar connosco nesta

viagem recheada de conversas que alimentam a alma e a

vontade, desafiam a mente e o espírito.

As nossas reuniões semanais, às quartas-feiras, pelas 10h30

estão agora mais ricas. Agradecemos ao Centro de Assistência

Social à Terceira Idade e Infância de Sanguêdo (CASTIIS) e ao

Cuidar de Quem Cuida a divulgação e participação. Um obrigada

muito especial a todos os que via zoom participaram,

mostrando que a distância só existe quando a sentimos dentro!

Esta é uma edição de Verão, iniciada em julho e finalizada em

setembro.

Como já perceberam, estamos cada vez mais interativos e a

aprender muito! Este é o símbolo que o/a convida a explorar

mais ou a conheçer a fonte do conteúdo. Clique duas vezes na

imagem ou texto seguindo a orientação da mão!


Somos pessoas que sentem que quando damos
algo recebemos mais. Vemos o Voluntariado
Sénior como uma doce missão.

Os principais objetivos deste clube:


Estimular a mente e o espírito

Levar alegria aos outros

Desafiar a criatividade e o espírito crítico

Promover relações interpessoais positivas

Oferecer momentos de reflexão e de partilha empática


I . E l u c u b r a ç õ e s

I I . N o u n i v e r s o d a s p a l a v r a s

I I I . M ú s i c a

I V . M é d i a

V . O l h a n d o s o b r e o O l h a r

V I . P o e s i a , e n ã o s ó

V I I . P i n t u r a

V I I I . C h a v e D ' O u r o
E L U C U B R A Ç Õ E S

Recoleção, ceifa e colheita, foi o tema escolhido por um dos

nossos pensadores para o verão.

Tema difícil! Começámos com uma chuva de ideias. De papel e

caneta na mão, procurando registar todas as partilhas,

deixámos nesta primeira página, as palavras e frases que mais

sobresaíram, traçando o caminho e orientando a faina ;)

Esperamos que gostem!

Sep
arar

trig o Tradição
Vinho o do
a dita
joio Pisar uvas vr
Pala nçad
a
a l a
Flech nidade
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Opo ida
Agricultura perd
Milho rei e o
Museu beijo Condiç
ões cli
influen matéri
ciando cas
roubado . .. um an
Depois da de abu
ndânci o
a e um
colheita vem Vindima de mais fr
aco
Amigos
a desfolhada sonhos
E L U C U B R A Ç Õ E S
continuação...

Estas sessões de verão foram muito divertidas, mas exigentes. O

conteúdo resultou mais rico porque mais participado.

Os pensadores do CASTIIS juntaram-se a nós por videoconferência

às quartas feiras de manhã, oferecendo as suas experiências de

vida, espelhando a realidade do trabalho árduo mas tão bonito em

terras de Portugal. Aprendemos muito!

Um dos fundadores deste clube, presenteia-nos com excertos do

livro que acaba de editar "Circunstâncias - Narrativa em tempos

de Pandemia ". Parabéns Rui Sousa Louro, que orgulho!

A vida é feita de vontades, de memórias, de sonhos, de pequenos e

grandes sacrifícios, prazeres...

Saber reconhecer o melhor que ela tem, é uma arte! Estes

pensadores alimentam-nos o saber, o sonho e a esperança!

Obrigada!

Clube dos Pensadores, junho, julho, setembro 21'


E L U C U B R A Ç Õ E S
continuação...

Vindima - Experiências de vida


Ganhava-se muito mal, ao dia, e recebia-se no final da


semana. Dava para um bocadinho de côdea. Muitas vezes o
que acontecia era termos vários patrões durante a semana.
Andávamos de quinta em quinta. Predominava o
minifúndio. Naquela altura (há 60 anos atrás) muita gente
era contratada de um dia para o outro para não estragar a
uva com as chuvas de setembro, que baixavam o valor
alcoólico do vinho. Exigia de nós uma disponibilidade
imediata. No Douro, recrutavam-se as "rogas" (conjunto de
pessoas de uma mesma aldeia ou de aldeias vizinhas
anualmente disponíveis para a vindima).

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Clube dos Pensadores, junho, julho, setembro 21
E L U C U B R A Ç Õ E S
continuação...

Vindima - Experiências de vida - da


videira ao lagar

As uvas apanhavam-se à mão para um canastrão (espécie


de cesto, giga grande, que os homens levavam à cabeça
para o lagar). Só os homens pisavam as uvas. Trabalho
muito perigoso. Morreram alguns... O vinho, quando está a
fermentar bem, tem um cheiro muito forte. Faz parte do
processo de fermentação um homem ir, de quando em
quando mexer o vinho; era nestas alturas que alguns lá
ficavam, o cheiro forte dificultava a respiração e eles
desmaiavam e morriam dentro do lagar. Quando lá
chegavam outros, encontravam-no morto. E em alguns
casos os socorristas também sucumbiam pela mesma razão.
Durante a pisa, levavam-se as crianças fraquinhas e metiam-
se as pernas no lagar para que se tornassem mais fortes.
No final da vindima fazia-se uma festa!

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Clube dos Pensadores, junho, julho, setembro 21
E L U C U B R A Ç Õ E S
continuação...

Vindima - Experiências de vida

"Em terras de Vale Formoso e Belmonte o dia começava


bem cedo e terminava à noite. Caminhava-se uma hora
para ir e outra para vir. Na minha terra, nós as mulheres,
levávamos a cesta, uma tesoura ou uma faca. Os homens,
pegavam depois nesta cesta e passavam as uvas para
uma maior, o canastrão, que levavam ao ombro até à
camioneta e daqui para o lagar".

"Em Sandim, Vila Nova de Gaia, trabalhava quintais grandes


de uva americana. Este vinho não se podia vender, era
proibido, mas muito consumido! Era proibida a cultura da
uva americana porque prejudicava e adulterava a outra
vinha. Mas todo o quintal a tinha na cobertura dos poços ou
tanques, para fazer fresco! Era à socapa que se vendia este
vinho!

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Clube dos Pensadores, junho, julho, setembro 21
E L U C U B R A Ç Õ E S
continuação...

Vindima - As vantagens e
desvantagens da evolução
tecnológica

Hoje em dia o pisar das uvas é todo mecânico.


A pisa mecânica estraga a grainha e altera o
paladar. Mas seria impossível responder às
necessidades do mercado mantendo a pisa
tradicional.
No entanto, as grandes companhias ainda
fazem uma quantidade de pisa reservada para
hoteis de super luxo, para oferecer à família e
amigos próximos. São vinhos que não estão à
venda no mercado tradicional.

Hoje em dia, nas quintas de enoturismo é


praticada a pisa tradicional, em que os turistas
podem participar.

Clube dos Pensadores, junho, julho, setembro 21 '


E L U C U B R A Ç Õ E S

Recoleção, Ceifa e Colheita, tema que nos remete para a terra, para a natureza, que nos faz
pensar as alterações climáticas e o nosso papel neste tão belo planeta azul. Nestes 3 meses,
viajamos muito, no antes, no agora e no depois. Concluímos que é preciso continuar a
alimentar os sonhos bons, aqueles que nos dão vida e esperança! Segundo os nossos
pensadores, alimentar sonhos é:

"...colher abraços".

"...dedicamo-nos aos
mais novos tentando
realizar as necessidades
deles".

"...viver o dia-a-dia, é "...dedicarmo-nos aos


viver de recordações" netos e aos filhos"

"...viver em harmonia com a


natureza, tentando descobrir a
"...acordar vivo todas as função útil de cada espécie,
manhãs" alimentando-a em liberdade e
respeitando a especificidade de

cada uma"

Clube dos Pensadores, junho, julho, setembro 21 '


N O U N I V E R S O

D A S P A L A V R A S

Frases célebres

" O s h o m e n s a s s e m e l h a m - s e a o v i n h o : a i d a d e

e s t r a g a o s m a u s e m e l h o r a o s b o n s " ( M a r i e v o n

E b n e r - E s c h e n b a c h )

" t o d o o m u n d o é c a p a z d e d o m i n a r u m a d o r ,

e x c e p t o q u e m a s e n t e " ( S h a k s p e a r e )

" P a r a o i g n o r a n t e a v e l h i c e é o i n v e r n o d a

v i d a , p a r a o s á b i o é a é p o c a d a c o l h e i t a "
( T a l m u d e )

4 0 a n o s é a v e l h i c e d o s j o v e n s , 5 0 a n o s é a

j u v e n t u d e d o s v e l h o s " ( V i c t o r H u g o )

Q u e m n ã o t e m o e s p í r i t o d a s u a i d a d e , d a s u a

i d a d e t e m t o d o o i n f o r t ú n i o . . . " ( V o l t a i r e )

continua...
N O U N I V E R S O

D A S P A L A V R A S

Frases célebres

" A m e l h o r a j u d a p a r a p r o m o v e r a v i d a é u m g r a n d e

s e n t i d o d o d e v e r e p r o f u n d a s a f e i ç õ e s " ( D e s c o n h e c i d o )

D i z - s e q u e a v i d a é c u r t a , m a s p o d e - s e f a z e r m u i t a c o i s a

s e s e s o u b e r a p r o v e i t á - l a " ( T i m ó t e o S e r i a n o A n d r é )

" A v i d a é u m a p e ç a d e t e a t r o . P o r i s s o c a n t e , c h o r e , d a n c e

n a v i d a i n t e n s a m e n t e a n t e s q u e a c o r t i n a s e f e c h e e a p e ç a

t e r m i n e s e m a p l a u s o s " ( D e s c o n h e c i d o )

" Q u a n d o m o r r e u m v e l h o p e r d e - s e u m a e n c i c l o p é d i a "
( D e s c o n h e c i d o )

continua...
N O U N I V E R S O

D A S P A L A V R A S

Frases célebres

E u n ã o t e n h o i d a d e , t e n h o v i d a !

C a d a a n o q u e p a s s a a p r e n d o a l i d a r m e l h o r c o m

e l a . . . e q u a n t o m a i s a p r e n d o m a i s e l a m e

p r e e n c h e . . . "
S h e i l a B a r t z C o s t a

M Ú S I C A

p a s t o r a l e

b e e t h o v e n

t h e f o u r

s e a s o n s

v i v a l d i

C h a p é u p r e t o -

T o n i c h a

t i r o l i r o l i r o

A m á l i a

R o d r i g u e s

S i m o n e d e

O l i v e i r a -

D e s f o l h a d a

P o r t u g u e s a
M Ú S I C A

A "canção da Vindima"
partilhada por uma das
nossas pensadoras.
OBRIGADA D. DULCE!

Chega a vindima e tudo anima


queima o calor
e ao sol que brilha
trata a vasilha
o lavrador
Cestos limpinhos
bem lavadinhos
vêm de secar
e lá vêm os ranchos
alegres anchos
p´ra trabalhar
Cantai cantai vindimadeiras
Vossas canseiras não têm igual
Cortai cortai o cacho loiro
Que o vinho é oiro
de Portugal
M E D I A

" 5 minutos de vinho "


Um podcast de Madalena Vidigal.

Em 5 minutos responde àquelas

questões sobre vinho que todos

querem saber mas têm vergonha

de perguntar.

Madalena Vidigal, formadora especializada em enoturismo e autora do

blogue "
Entre Vinhas ", propõe-se esclarecer dúvidas sobre o vinho de

uma forma simples e rápida. A cada quinta-feira é emitido um novo

episódio, acompanhado por uma sugestão de vinho.

M E D I A

Vinhas da Ira

Assista a este
magnífico
documentário
clicando na
imagem!!

Um verdadeiro clássico da história do cinema norte-americano, realizado por John Ford

em 1940, baseado no romance do mesmo nome do consagrado escritor John Steinbeck,

publicado em 1939.

O filme venceu dois Óscares. O documentário termina com discurso de Steinbeck a

agradecer o Nobel da Literatura que recebeu em 1962.

O filme conta a história de uma pobre família de agricultores, que se vê forçada a

abandonar as suas terras, à procura de uma vida melhor. Reúnem os seus haveres e

partem em direção à Califórnia. Durante a viagem passam por várias provações e quando

finalmente chegam à "


Terra Prometida ", apercebem-se que não é como esperavam.

M E D I A

Um país. 700 milhões de garrafas. Mais de

2000 anos de história. Homens, mulheres e


Setembro A Vida Inteira

crianças contam a vida pelas vindimas. O

vinho está na moda e o português nunca teve

tanto reconhecimento como hoje. Este filme,

"Setembro A Vida Inteira" é um retrato

pessoal, conta com a presença de várias

personalidades do mundo do vinho, viaja pela

intimidade das vinhas e das adegas,

descobrindo paixões, crimes e aventuras. Mas

este documentário é também sobre paixão,

liberdade e fé. Um convite à reflexão sobre a

natureza humana e à relação entre os donos

da terra e quem a trabalha. Porque nada

fermenta como uma boa história. As vidas

das gentes do vinho são passaporte para

descobrir Portugal.
OLHANDO SOBRE O OLHAR

Desta vez a nossa proposta de viagens fotográficas começa com um


Portugal colorido, convidando o leitor a explorar o país continental e
insular.
Depois, por diferentes razões, destacamos Palmela, Pinhão e Porto.
Para aguçar o apetite fica este risoto de palavras de Rui Sousa Louro no
seu livro Circunstâncias - Narrativa em Tempo de Pandemia:

"...Ricos cheiros aqueles, ricos sabores e pequenas tonturas. (...) Nas noites de
desfolhadas, acompanhadas de cantigas à desgarrada (...) Esperava a espiga
vermelha do "milho rei" e sonhava com um beijo roubado"
OLHANDO SOBRE O OLHAR
ão
lo ridas s
o
bolas c ue
As
á fo ros q iões.
sem as re
g
a m
sent Colheitas em Portugal
repre

'
Clube dos Pensadores, junho 21
OLHANDO SOBRE O OLHAR

A Festa das Vindimas, em Palmela, não podendo

realizar-se nos moldes habituais, este ano, ofereceu-

se num programa que se prolongou ao longo dos quatro

fins de semana de setembro, recheado de espetáculos,

desfiles, concertos, provas desportivas, sunsets,

provas comentadas e muito mais.

Do fundo da tradição mais genuína, na terra onde o sol

amadurece uvas de castas antigas, há mãos experientes

que colhem bagos e os transformam em vinho.


OLHANDO SOBRE O OLHAR

Estação Ferroviária do Pinhão:

Construída no século XIX e os azulejos colocados em 1937, de

forma a mostrar a paisagem e a vida nas vindimas na região

duriense.

©Rui Louro
©Rui Louro

©Rui Louro

©Rui Louro

São 24 painéis de azulejos que decoram esta estação de comboios do

Douro Vinhateiro - Fica aqui o convite para a conhecer.


OLHANDO SOBRE O OLHAR

Estação Ferroviária do Porto-São Bento

O átrio principal da estação, originalmente conhecida como Estação Central do Porto, está

revestido com cerca de 20 mil azulejos, que levaram 11 anos a concluir pelo pintor Jorge

Colaço, e que representam a história e vida portuguesa.

Para aguçar a curiosidade ficam estas 4 fotografias, 3 delas representando cenas da vida

tradicional e campestre em Portugal.

Já a visitou? Qual foi o painel do qual mais gostou?


P O E S I A , e n ã o s ó

Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida é tela, é cor, é pincel,
tão concreta e definida base, fuste, capitel,
como outra coisa qualquer, arco em ogiva, vitral,
como esta pedra cinzenta pináculo de catedral,
em que me sento e descanso, contraponto, sinfonia,
como este ribeiro manso máscara grega, magia,
em serenos sobressaltos, que é retorta de alquimista,
como estes pinheiros altos mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
que em verde ouro se agitam
caravela quinhentista,
como estas árvores que gritam
que é Cabo da Boa-Esperança,
em bebedeiras de azul.
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim
Estes não sabem que o sonho
bastidor, passo de dança,
é vinho, é espuma, é fermento,
colombina e Arlequim,
bichinho álacre e sedento passarola voadora,
de focinho pontiagudo, pára-raios, locomotiva,
que fossa através de tudo barco de proa festiva,
num perpétuo movimento. alto.forno, geradora
cisão de átomo, radar, ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,


que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
Escute este poema

musicado por entre as mãos de uma criança.


Manuel Freire
António Gedeão
P O E S I A , e n ã o s ó

R u i d e S o u s a L o u r o

“ D a v i d a n ã o q u e r o m u i t o ; Q u e r o a p e n a s s a b e r

q u e T e n t e i t u d o o q u e Q u i s ; T i v e t u d o o q u e P u d e

e P e r d i a p e n a s o q u e , n o f u n d o , n u n c a f o i m e u ”

P o e m a d e P a b l o N e r u d a q u e a d o t e i c o m o f i l o s o f i a

d e v i d a .
Veja o Spot Televisivo em anexo.
" C e d o m e i n i c i e i n a s a r t e s d o d e s e n h o , r e c o r t a n d o , e m

c a r t o l i n a , o v e l h a s , c ã e s e p a s t o r e s , q u e c o l o c a d o s

s o b r e m u s g o , c o n f i g u r a v a m o n o s s o r e b a n h o .

A m o r n a p a c a t e z d e s t a m i n h a i n f â n c i a s e r i a n o

e n t a n t o p e r t u r b a d a p e l o s p r i m e i r o s f a c t o s q u e v i r i a m

a m o l d a r a m i n h a c o n s c i ê n c i a s o c i a l .

C o m e f e i t o c h e g a v a m a C a s t r o V e r d e a s p r i m e i r a s

g r a n d e s m á q u i n a s a g r í c o l a s . P u x a d a s p o r u m t r a t o r

v i n h a m a s e n o r m e s c e i f e i r a s - d e b u l h a d o r a s -

e n f a r d a d e i r a s . q u e e u a p l a u d i a f a s c i n a d o , s e m s a b e r

q u e a s m e s m a s s e r i a m a c a u s a d a f o m e d o s m e u s

p o b r e s c a m a r a d a s d e e s c o l a .

C o m e f e i t o , o s e u p a r c o r e n d i m e n t o f a m i l i a r e r a

a p e n a s a s s e g u r a d o p e l o t r a b a l h o s a z o n a l d a m o n d a

( a g o r a q u í m i c a ) e d a c e i f a a g o r a f e i t a p e l a s n o v a s

g r a n d e s m á q u i n a s :

O s m e u s c o m p a n h e i r o s , d e s c a l ç o s e a n d r a j o s o s ,

c o b r i a m o f r a n z i n o c o r p o c o m u m s a c o d e t r i g o

d o b r a d o p o r f o r m a a s e r v i r - l h e s d e c a p u c h a . V i a m a

f o m e q u e s e a d i v i n h a v a , m a s n ã o c h o r a v a m :

S e r r a v a m o s p e q u e n o s p u n h o s c o m r a i v a .

O c o r r e - m e a g o r a a f r a s e d o J o h n S t e i n b e c k . :

“ N o s p u n h o s c e r r a d o s d o p o v o c r e s c i a m a s V i n h a s d a

I r a ” ! " ( i n C i r c u n s t â n c i a s , N a r r a t i v a e m T e m p o d e

P a n d e m i a , 2 0 2 1 , p á g . 2 2 e 2 3 )

" . . . a s s i m t e r m i n o u a m i n h a p a c a t a i n f â n c i a

a l e n t e j a n a . . . "
" P a r a t r á s f i c a r a m o s v e r d e s a z u l a d o s d a s s e a r a s

o n d u l a n d o a o v e n t o , p o l v i l h a d a s c o m a c o r r u b r a d a s

p a p o i l a s n a P r i m a v e r a e o s a m a r e l o s p a s t e l d o s

r e s t o l h o s c e i f a d o s . P a r a t r á s f i c o u o r i b o m b a r d o s

t r o v õ e s , a s t r o v o a d a s s e c a s e o f u m o d a s q u e i m a d a s

o u t o n a i s .

P a r a t r á s f i c a r a m a s g r a n d e s a b e t a r d a s , s i s õ e s e

c o t o v i a s d e p o u p a e a s c a l h a n d r a s r e a i s .

P a r a t r á s f i c o u o e u A l e n t e j o , q u e t ã o l o n g e m e f o i

f i c a n d o ( . . . )

F o i f e l i z e s t a s e g u n d a f a s e d a m i n h a i n f â n c i a e m

R e a l .

F o r a m t r o c a d a s a s l ã z u d a s o v e l h a s , o s a l a z õ e s

l u s i t a n o s , a s l o n g a s v a c a s e m u l a s a l e n t e j a n a s , p o r

v a c a s g a l e g a s d e o l h o s t e r n o s , b a r r o s ã s d e l o n g o s

c o r n o s r e t o r c i d o s u n t a d o s c o m a z e i t e e m d i a d e f e i r a

o u p r o c i s s ã o e t u r i n a s m a l h a d a s l e i t e i r a s d e ú b e r e s

d e v i n t e e c i n c o l i t r o s .

O s s o b r e i r o s e a z i n h e i r a s d o s m o n t a d o s d e r a m l u g a r a

c a s t a n h e i r o s , f i g u e i r a s e c h o u p o s . A s p a r r e i r a s

d e r a m l u g a r à s r a m a d a s , b a r d o s e v i n h a s d e

e n f o r c a d o .

M u d a r a m - s e a s c o r e s e o s o d o r e s . O s t o n s p a s t e l d a

p l a n í c i e a l e n t e j a n a d e r a m l u g a r a o s c a m b i a n t e s d a

p a i s a g e m m i n h o t a n a s e n c o s t a s v e r d e j a n t e s d o v a l e d o

C á v a d o . M u d a r a m - s e o s t e m p o s , m u d a r a m - s e a s

v o n t a d e s , c o m o d i z o p o e m a .

( i n C i r c u n s t â n c i a s , N a r r a t i v a e m T e m p o d e P a n d e m i a ,

2 0 2 1 , p á g . 2 5 e 2 6 )

P O E S I A , e n ã o s ó

O p r i m e i r o r o m a n c e d e

M i g u e l T o r g a é u m a

h o m e n a g e m a o D o u r o , à s

s u a s g e n t e s e à s s u a s

p a i s a g e n s . U m l i v r o p a r a

t o d o s o s q u e a m a m e s t a

e x t r a o r d i n á r i a r e g i ã o .

« C i n g i d o à r e a l i d a d e h u m a n a d o m o m e n t o ,

r o m a n c e e i u m D o i r o a t r i b u l a d o , d e c l a s s e s ,

i n j u s t i ç a s , s u o r e m i s é r i a . E e s s e D o i r o ,

f e l i z m e n t e , e s t á e m v i a s d e m u d a r . N ã o t a n t o

c o m o o q u e r e m f a z e r a c r e d i t a r c e r t a s m á s

c o n s c i ê n c i a s , m a s , e n f i m , e m m u i t o s a s p e c t o s , é

s e n s i v e l m e n t e d i f e r e n t e d o q u e d e s c r e v i .

D e s a p a r e c e r a m o s p a t r õ e s t i r â n i c o s , a s

c a r d e n h a s d e g r a d a n t e s , o s s a l á r i o s d e f o m e . A s

r o g a s d e s c e m d a M o n t a n h a d e c a m i o n e t a , a

a l i m e n t a ç ã o m e l h o r o u , o t r a b a l h o é m e n o s d u r o .

T a m b é m o r i o j á n ã o t e m c a c h õ e s , a f o g a d o s e m

a l b u f e i r a s d e c a l m a r i a . E , c o n t u d o , j u l g o

s i n c e r a m e n t e q u e n ã o c a n s a r á s i n g l o r i a m e n t e o s

o l h o s n a c o n t e m p l a ç ã o d o p a i n e l q u e p i n t e i . »

M i g u e l T o r g a , 1 9 8 8
P O E S I A , e n ã o s ó

"Enquanto o Meio-Dia e o Sul colhem e pisam a pés de homem os


cachos rúbidos e opados, no lagar aonde o mosto ferve, como
num mistério dionisíaco, ao Norte, pelas encostas do Douro,
sobranceiras ao rio, já se não oferece como outrora o espetáculo
da verdura hilariando em vários tons esmeraldinos, e os esquisitos
recortes das parras, dando a ilusão de pequenas faianças de
esmalte maravilhoso.
Toda essa cultura panorâmica da vinha, deitada aos ombros de
montes risonhamente acidentados; toda essa cultura expirou,
súbito ferida nas exuberâncias da seiva: e em cada inverno as
tristes populaças pedem esmola, lastimando a saudade dos dias
fartos!"

In O País das Uvas, livro de Fialho de Almeida


P I N T U R A

A s c o l h e i t a s n a I l u m i n u r a M e d i e v a l
P I N T U R A

A s c o l h e i t a s n o a n t i g o E g i t o
P I N T U R A

V i n c e n t v a n G o g h ( 1 8 5 3 - 1 8 9 0 )

Um dos maiores

representantes da pintura

pós-impressionista.

Criou mais de dois mil trabalhos ao longo de pouco

mais de uma década, incluindo 860 pinturas a óleo,

grande parte das quais, concluídas nos seus

últimos dois anos de vida.

As suas obras incluem paisagens, natureza-morta,

retratos e autorretratos, caracterizados por cores

dramáticas e vibrantes, além de pinceladas

impulsivas e expressivas, que contribuíram para as

fundações da arte moderna e trouxeram distinção

para o estilo do pintor.


P I N T U R A

V i n c e n t v a n G o g h ( 1 8 5 3 - 1 8 9 0 )

A g r i c u l t o r e s , 1 8 8 4

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tard
ia e
chuv
osa.

Campo de Trigo com Corvos,

1890

Esta paisagem foi pintada

durante a sua estadia em

Auvers. Van Gogh explorou a

capacidade da cor para

exprimir as suas emoções e a

sua visão da Natureza.


P I N T U R A

B o r d a l l o P i n h e i r o ( 1 8 4 6 - 1 9 0 5 )

Expoente do desenho humorístico, da caricatura e da

criação cerâmica

Raphael Bordallo Pinheiro é uma das

personalidades mais relevantes da

cultura portuguesa oitocentista.

Como bom frequentador do teatro, foi

por aí que começou as publicações dos

seus jornais humorísticos, alcançando

grande sucesso com alguns deles, Em

1884 começa a sua produção cerâmica na

Fábrica de Faianças nas Caldas,

revelando peças de enorme labor

técnico,

Também brilhou com as figuras

populares como o Zé Povinho

(representando-o de diversas formas).O

seu notável trabalho na cerâmica

conquistou medalha de ouro em

exposições internacionais.
C H A V E D ' O U R O

Este é um espaço que dá


lugar a todos - familiares e
amigos, colegas e
colaboradores, para pensar.
Desta forma, conseguimos
um trabalho rico de
conteúdos, que reflete os
Pensadores que todos somos.
C H A V E D ' O U R O

Olá!

Em primeiro lugar, gostava de agradecer o convite para ocupar este lugar.

Devo dizer que aceitei com muita satisfação e orgulho, pois é evidente,

através da escrita que presenciei, o tempo dedicado e o trabalho

desempenhado ao longo destas edições do “Clube dos Pensadores”.

No que respeita à 4º edição, esta aborda o tema sexualidade. Tema este

muitas vezes difícil de ser abordado, por estar permeado de dúvidas,

preconceitos, estereótipos e tabus, mas que o agarraram e o expõem sem

mostrar receios. Se leu, com toda a certeza vai concordar comigo.

Como se pode ler no capítulo “Elucubrações”, “não é por envelhecer que a

pessoa deixa de ter necessidades sexuais”. Uma vez que, a sexualidade está

ligada a tudo aquilo que somos capazes de sentir e expressar é a energia que

influencia pensamentos, sentimentos, ações e está relacionada com a

prática dos afetos, a vida, sensações, emoções ligadas ao prazer. Porque

sexualidade não é só a procriação, é amor - um amor que é necessário. Nos

poemas de Andreia Cerqueira, igualmente possível encontrar nesta edição, o

amor é o que nos permite sonhar, desejar, ter impulsos, perdoar, sentir

arrepios, sorrir, chorar, acordar, adormecer, escrever a nossa história.

Portanto, precisamos amar mais a nós próprios e aos outros.

Obrigada pensadores, por nos relembrarem que o amor é a emoção humana

mais poderosa e que se manifesta de diferentes formas, em todas as idades.

Joana Azevedo (Psicóloga estagiária das Residências Séniores, SCMG)


C H A V E D ' O U R O

Receitas:

Tajine de borrego com tâmaras e ameixas

Ingredientes

Azeite - 2 colheres de sopa

Perna de borrego cortada em cubos - 2000 g

Cebola - 1 unidade

Grãos de cardamomo - 3 unidade

Canela em pó - 1/2 colher de chá

Mistura de especiarias marroquinas - 1 colher de sopa

Dentes de alho - 4 unidade

Concentrado de tomate - 1 colher de sopa

Tomate - 450 g

Ameixas negras grandes - 6 unidade

Tâmaras - 6 unidade

Raspa de laranja - 1 unidade

Canela - 1 pau

Maças cortadas em quartos - 2 unidade

Mel - 1 colher de sopa

Coentros picados - 2 colheres de sopa

Sal grosso - q.b.

Pimenta - q.b.

C H A V E D ' O U R O

Preparação

1. Picar o tomate, três dos dentes de alho, a cebola e os coentros,

reservar. Cortar as maçãs em quartos e as ameixas e tâmaras em

metades, reservar.

2. Aquecer o azeite na tagine, adicionar o borrego, previamente

temperado com sal e pimenta, deixar corar ligeiramente, retirar e

reservar.

3. Na tajine, colocar a cebola, a mistura de especiarias, o cardamomo

e os alhos picados, deixar cozinhar até que as especiarias abram o

seu aroma, juntar a pasta de tomate, deixar cozinhar mais um

pouco. Adicionar o tomate picado, o alho esmagado, as ameixas, as

tâmaras, a canela e as maçãs.

4. Deixar cozinhar, juntar o borrego e o mel, baixar o lume durante

uma hora, juntar os coentros picados e a raspa de laranja. Quando a

carne estiver bem tenrinha, desligar o lume, aguardar 3/4 minutos e

servir com couscous.

*Em alternativa à mistura de especiarias marroquinas, usar: 2 colheres

de chá de cominhos, 1/2 colher de chá de gengibre, 1 colher de chá de

açafrão

)
C H A V E D ' O U R O

Receitas:

Espetadas de borrego com figos

Ingredientes

12 Figos

300 gramas lombo de borrego

200 gramas de queijo de ovelha “Feta”

12 tomates cherry

1 cebola

4 dentes de alho

12 folhas de manjericão

10 grãos de pimenta

6 cravinhos da Índia

1 colher de chá de colorau

2 colher de sopoa de polpa de tomate

4 folhas de louro

4 espetos de madeira

Preparação

Marinar durante 12 horas os bocados de borrego sobre uma cama

de rodelas de cebola e alho finamente picado, 10 grãos de pimenta,

6 cravinhos da Índia e 4 folhas de louro, raminhos e tomilho fresco.

Polvilhar com folhas de alecrim secas e colorau.Juntar sal q.b. e

cobrir com ramos de salsa. Deixar marinar no frigorífico.

Escorrer os figos num coador, cortar a carne de borrego e o queijo

Feta em 12 pedaços iguais. Lavar os tomates cherry e aos folhas de

manjericão e escorre-las.
C H A V E D ' O U R O

Preparação

Grelhar os bocados de borrego no micro-ondas no Combinado 2

(30% de grill+ 70% de calor) durante cerca de 15+15 minutos.

Terminar na posição grill mais 5 minutos. Juntar os ingredientes

resultantes da marinada, mais a polpa de tomate, na panela do

micro-ondas, durante mais 10 minutos, a 600 vóltios. Provar, ajustar

os temperos e se necessário cozinhar mais algum tempo. Dar um

choque de vinagre.

Reserve até arrefecer.

Introduzir nos espetos alternadamente, um figo, um pedaço de

borrego, um pedaço de queijo, um tomate e as folhas de

manjericão. Colocar os espetos numa travessa grande.

Untar as espetadas com azeite e aquece-las destapadas e a 600

vóltios durante 2 a 3 minutos.

Servir acompanhado de salada de tomate com azeitonas e fatias

de pão torrado com azeite e alho picado.

©Rui Louro
C H A V E D ' O U R O

Receitas:

Salada de gambas e espargos no microondas

Ingredientes (para 4 pessoas)

500 gr de espargos

100 ml de vinho branco

açúcar

2 cc de margarina

2 cs de vinagre balsâmico

2 cs de vinagre de estragão

2 cs de óleo de noz

4 cs de azeite

pimenta de cayena

1 manga média

150 gr de gambas

1cs de estragão picado (ou coentros)


©Sabine V. Imhoff

Preparação

1. Limar os espargos e cortá-los em pedaços. Cozinha-los num

recipiente com vinho branco, margarina, sal e açúcar, tapado a 600

vóltios, durante 5-7 minutos. Para a marinada, misturar os vinagres e

os óleos e azeites com sal, uma pitada de açúcar e pimenta de

Cayena.

2. Retirar os espargos do molho obtido e, sem chegar a arrefecer,

regá-los com a marinada. Descascar a manga, separar a polpa do

caroço e partir a polpa em pedaços. Misturar com as gambas,

previamente cozinhadas, o estragão e os espargos.


Venha pensar connosco!

Realização:
Conteúdo – Residentes da Residências Sénior Conde das
Devesas
Orientação, Supervisão e Design – Serviço de Psicologia
Residências Sénior Conde das Devesas

Entre em contacto:
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