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Por que preciso batizar o meu filho quando criança?

“Por nascerem com uma natureza humana decaída e


manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do
novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das
trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de
Deus, para a qual todos os homens são chamados.” (CIC 1250)
A morte, a miséria, a opressão e a inclinação que todos
os homens têm para o mal estão fora da compreensão
humana, a não ser que sejam lidos como consequências do
pecado de Adão (original). Elas são transmitidas a todos os
homens sem distinção. Por causa dessa “certeza da fé, a Igreja
ministra o batismo para a remissão dos pecados mesmo às
crianças que não cometeram pecado pessoal.” (CIC 403). A
fim de clarear ainda mais o tema, não deixando margem para
qualquer dúvida, o Catecismo continua ensinando:
Por nascerem com uma natureza humana decaída e
manchada pelo pecado original, também as crianças precisam
do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do
poder das trevas e serem transferidas para o domínio da
liberdade dos filhos de Deus, para a qual todos os homens são
chamados. A gratuidade pura da graça da salvação é
particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja e
os pais privariam então a criança da graça inestimável de
tornar-se Filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo
pouco depois do nascimento. (CIC 1250)
A Igreja Católica não é a religião de um livro, mas de
uma Pessoa real, concreta: Jesus Cristo, o qual permanece vivo
ao longo destes dois mil anos em sua Igreja, que é embasada
também na Tradição e no Magistério. Desta forma, ”a prática
de batizar as crianças é uma tradição imemorial da Igreja. É atestada

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explicitamente desde o século II. Mas é bem possível que desde o início
da pregação apostólica, quando ‘casas’ inteiras receberam o Batismo,
também se tenha batizado as crianças” (CIC 1252), é o que
continua ensinando o Catecismo da Igreja Católica.
O Batismo é o sacramento da iniciação cristã. Em 20 de
outubro de 1980, o Papa João Paulo II publicou a Instrução
da Congregação da Doutrina da Fé Pastoralis Actio,
justamente sobre o batismo de crianças. Eis:
As palavras... faladas por Jesus a Nicodemos, a Igreja
sempre as entendeu assim: ‘as crianças não devem ser privadas
do batismo’. Essas palavras têm, com efeito, uma forma tão
geral e absoluta que os Padres as retiveram para estabelecer as
necessidades do batismo, e o Magistério as aplicou
expressamente ao batismo das crianças: também para elas , este
sacramento é a entrada no povo de Deus e a porta da salvação
pessoal.
Por isso, mediante sua doutrina e práxis, a Igreja
mostrou que não conhece outro meio senão o batismo para
assegurar às crianças a entrada na eterna bem-aventurança...
Que as crianças ainda não podem pessoalmente professar sua
fé não impede que a Igreja lhes confira este sacramento,
porque é na própria fé da Igreja que ela as batiza. Muito
importa lembrar, antes de tudo que o batismo das crianças
deve ser considerado uma incumbência grave. As perguntas
que dela surgem para os pastores podem ser resolvidas
somente com uma atenção fiel à doutrina e à prática constante
da Igreja.
Concretamente, a pastoral do batismo das crianças
deverá inspirar-se em dois grandes princípios:

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1- O batismo, necessário para a salvação, é sinal e
instrumento do amor da parte de Deus, que nos liberta do
pecado original e comunica a participação na vida divina: por
si, o dom destes bens às crianças não deve ser adiado.
2- É preciso providenciar garantias para que este dom
possa desenvolver-se mediante uma verdadeira educação da fé
e da vida cristã, de modo que o sacramento alcance sua
‘verdade’ total. Estas garantias normalmente são
proporcionadas pelos pais ou por parentes, ainda que sejam
possíveis diversos modos de supri-las na comunidade cristã.
Mas se estas garantias não são sérias, poderá haver uma razão
para adiar o sacramento; se as garantias são certamente nulas,
recuse-se o sacramento.” (DH 4670-4674)
Os sacramentos são “sinais sensíveis (palavras e ações),
acessíveis à humanidade atual”. Eles “realizam eficazmente a
graça que significam em virtude da ação de Cristo e pelo
poder do Espírito Santo” (CIC 1084). Ora, o batismo é um
sacramento e como tal, imprime um caráter indelével, uma
marca em quem o recebe. O Código de Direito Canônico em
uníssono com a Igreja, o define como:
Cân. 849: O batismo, porta dos sacramentos, necessário
na realidade ou ao menos em desejo para a salvação, e pelo
qual os homens se libertam do pecado, se regeneram
tornando-se filhos de Deus e se incorporam à Igreja,
configurados com Cristo mediante caráter indelével, só se
administra validamente através da ablução com água
verdadeira, usando-se a devida fórmula das palavras
Cân. 851: A celebração do batismo deve ser
devidamente preparada: 2° - os pais da criança a ser batizada, e
também os que vão assumir o encargo de padrinhos, sejam

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convenientemente instruídos sobre o significado desse
sacramento e as obrigações dele decorrentes; o pároco, por si
ou por outros, cuide que os pais sejam devidamente instruídos
por meio de exortações pastorais, e também mediante a oração
comunitária reunindo mais famílias e, quando possível,
visitando-as.”
Deste modo, a Igreja, que é mãe e mestra da verdade,
entende a importância do sacramento do Batismo para a
salvação da pessoa e procura garantir os meios necessários
para que ele aconteça efetivamente, mesmo que ainda não se
entenda a profundidade do que está ocorrendo, o que se dará
numa etapa posterior, com a catequese.
Aqueles que não foram batizados, ainda que sejam
bebês, encontram-se sob o poder do Inimigo e fora da graça
de Deus. A Igreja não poderia deixar de oferecer e ministrar
o remédio - o Batismo - a eles garantindo que possam ser
contados entre o número dos filhos de Deus.
Os protestantes sempre querem saber onde está a
determinação do Batismo das crianças na Bíblia, para eles, o
batismo é apenas um símbolo, não muda nada e não arranca
a pessoa das garras de Satanás. Para os católicos, porém, o
batismo é a porta da salvação, como diz o Código de Direito
Canônico, por isso é tratado com a máxima gravidade.
Os pais católicos que entendem a dimensão e a
profundidade desse ato cuidam para que seus filhos o
recebam o quanto antes. Já para aqueles que acham que é
somente mais uma ocasião de festa, esses podem esperar. Mas
este, certamente, não é o entendimento católico.
https://padrepauloricardo.org/episodios/por-que-preciso-
batizar-o-meu-filho-quando-crianca

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