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RESENHA DO ARTIGO CIENTÍFICO “ANÁLISE QUÍMICA DE CARBONATOS DE CÁLCIO

FABRICADOS ENTRE 1902 E 2002”

Vinícius José Carvalho

Márcia Alves Barreto de Moraes, Júlio Carlos Afonso* e Lôla Maria Braga
Gomes são os autores do artigo cientifico intitulado “Análise química de carbonatos de
cálcio fabricados entre 1902 e 2002” publicado na Revista de Química Industrial no 1°
trimestre de 2015, páginas 27 a 38.

A pesquisa organizada pelos autores conta com conhecimentos na área de


analítica quantitativa uma vez que se trata de uma análise de amostras de cálcio
datadas entre os séculos XX e inicio de XXI. Essa análise foi feita através de diferentes
métodos quantitativos como gravimetria, volumetria e espectrometria atômica como
meio instrumental. Essa pesquisa se deu com o objetivo de identificar diferentes
substâncias químicas presentes nas amostras bem como averiguar impureza e a
qualidade do carbonato de cálcio com o passar dos anos.

O florescimento da indústria química levou à necessidade de se ter algum tipo

de avaliação da qualidade das matérias-primas usadas nos processos então


empregados (AFONSO, 2004). Os métodos clássicos existentes citados pelo artigo
durante o século XX possuíam resultados não específicos em relação à quantificação e
qualidade da análise. Esse fator segundo os autores e sua pesquisa tinha relação com
os resultados obtidos e especificações para substância em análise, o carbonato de
cálcio. A diferença de resultados e técnicas utilizadas no decorrer do tempo objetiva a
pesquisa e desperta nos autores a busca pela compressão de cada resultado especifico
seja utilizando técnicas clássicas ou instrumentais.

É interessante observar que no processo de análise de contaminantes


existentes das amostras só foi possível identificar por espectrometria de fluorescência
de raios-x, e outros contaminantes com concentrações maiores só com o auxilio de
aparelho de absorção atômica. Esse contexto nos faz repensar sobre a análise dos
contaminantes nas amostras entre os anos de 1902 a 1951, uma vez que o
desenvolvimento de aparelhagem de espectrometria de absorção atômica teve inicio a
partir de 1960 quando o australiano Alan Walsh propôs essa técnica analítica para
determinação de metais (AMORIM et al. 2008). Portanto, podemos assimilar que a
análise feita nesses compostos não foi tão precisa uma vez que essa aparelhagem era
inacessível na época. Outro ponto a considerar era a omissão das impurezas até a
década de 1940, onde não se tinha ferramentas para especificar efetivamente o grau
de impureza dos produtos.

A evolução das fermentas analítica é constata na referia pesquisa pelo fator


contaminante nas amostras, pois à medida que os anos passam é observado amostras
menos contaminadas, o que indica o aperfeiçoamento de equipamentos e
metodologias na analítica química. Segundo Andrade e Alvim (2009), a evolução dos
métodos gravimétricos iniciou-se no início do século XIX, quando, passaram por
processos de refinamento visando o aumento da precisão analítica. Já no século XX os
métodos clássicos, titulometria e gravimetria encontram-se em um nível mais baixo da
maioria dos métodos instrumentais mesmo considerados métodos também eficientes.
Em face disso, a eficiência do método gravimétrico é questionado se não feito
corretamente, pois é uma feramente que exige habilidade do analista em todas as
etapas para se considerar os resultados como satisfatórios.

A medida que o tempo passa as técnicas analíticas instrumentais tem ganhado


espaço na atualidade, devido a importância de adquirir materiais de referência. As
dificuldades impostas por técnicas, a demanda competitiva da indústria, bem como as
leis que regulamentam os produtos químicos, ambiente e saúde são cada vez mais
exigentes por controle analítico de qualidade, demandado o desenvolvimento de
ferramentas e técnicas de fácil manuseio que alcancem limites de detecção e de
quantificação cada vez menores. No entanto, existem parâmetros ou materiais
específicos que até mesmo as técnicas mais sofisticadas, são colocadas em segundo
plano. Por exemplo, no referido artigo foi feito a determinação de amostras antigas
onde tinha alto teor de um só componente, no caso da pesquisa o cálcio, levando a
flutuação dos resultados, o que não é bom para uma análise química.

Tais condições desfavorecem os métodos clássicos da química analítica, mas


não por se tratarem de técnicas imprecisas ou que deixaram de serem válidas, mas por
conta de exigir um maior tempo e uma serie habilidades tanto qualitativas quanto
quantitativas do analista para validar sua precisão. No entanto, é importantíssimo
ressaltar que apesar da utilização de métodos instrumentais os analistas devem ter
total compreensão e aplicação dos métodos analíticos clássicos, pois é a base de todo
o método instrumental e a evolução da química analítica não muda o fato de que para
melhor uso e interpretação de resultados é sempre necessária a presença de Químicos
devidamente qualificados respondendo pelos processos analíticos.

REFERENCIAS

Afonso, Júlio Carlos e Aguiar, Renata de Melo. A evolução dos reagentes químicos
comerciais através dos rótulos e frascos. Química Nova [online]. 2004, v. 27, n. 5
[Acessado 12 Janeiro 2022], pp. 837-844.

Amorim, Fábio Alan Carqueija et al. Espectrometria de absorção atômica: o caminho


para determinações multi-elementares. Química Nova [online]. 2008, v. 31, n. 7 pp.
1784-1790. Disponível em:
http://static.sites.sbq.org.br/quimicanova.sbq.org.br/pdf/Vol31No7_1784_32-RV07141.pdf
Acessado em 12 de Janeiro 2022.

Andrade JC de, Alvim TR. Química analítica básica: uma visão histórica da análise
qualitativa clássica. Rev. Chemkeys [Internet]. 17º de setembro de 2018 [citado 24º de
janeiro de 2022];(9):1-8. Disponível em:
https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/chemkeys/article/view/9643

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