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Laboratório de Peças 01 e 02 – Enunciados

QUESTÃO 1
No dia 04 de junho de 2020, João, 40 anos, obteve para si vantagem ilícita consistente na quantia de
R$ 3.000,00 em prejuízo de Maria, 50 anos, induzindo-a em erro mediante o emprego de meio
fraudulento. João, na condição de contabilista, firmou contrato com a vítima para prestação de serviços
de despachante, prometendo obter junto ao INSS benefício previdenciário. Disse ainda que para a
obtenção do benefício deveria recolher à previdência o valor de R$ 3.000,00. A vítima acreditando efetuou
a transferência bancária. No entanto não houve qualquer recolhimento aos cofres da previdência por
parte de João no tocante ao valor que lhe foi entregue pela vítima que, desde o início sabia que Maria
sequer fazia jus ao referido benefício. Maria descobre a fraude em 10 de setembro de 2020 e em 05 de
maio de 2021 vai à Delegacia requerendo a instauração de inquérito policial e informando expressamente
que deseja ver João processado pela sua conduta. Após a tramitação do Inquérito Policial, João é
denunciado pelo crime de apropriação indébita majorada (art. 168, §1º, III) e citado para oferecer resposta
à acusação. Em face da situação apresentada responda:
A) No que tange à capitulação da conduta praticada por João, qual a tese pode ser apresentada pela defesa
de João na resposta à acusação?
B) A partir da tese apresentada, qual o pedido deve ser deduzido pela defesa técnica de João para impedir o
prosseguimento do processo?

QUESTÃO 2
Jorge, de 19 anos, estudante de direito, faz estágio em um grande escritório de advocacia empresarial,
dedicando-se ao máximo para conseguir a sua efetivação como advogado após aprovação no exame da
OAB. Seu colega Mário, de outro lado, dá um jeito de parecer que se esforça pelo trabalho, mas, na
verdade, apenas deixa toda a responsabilidade para Jorge, já que sabe da sua vontade de aparecer para
os chefes. Irritado com a conduta de Mário, Jorge decide chamá-lo de estelionatário, na frente de diversos
colegas, no horário de almoço, para que todo o restaurante ouvisse
Considerando apenas os dados narrados, responda, fundamentadamente:
A)Qual o crime praticado por Jorge? Há possibilidade de retratação? Aponte a tipificação completa e justifique.

B) Caso Mário decidisse oferecer uma queixa crime contra Jorge, mas esta fosse rejeitada pelo juiz
competente, qual seria o recurso cabível? Aponte o fundamento legal, o prazo do recurso e o órgão
competente para o seu julgamento.

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QUESTÃO 3
Kate está sendo investigada pela prática de homicídio de Jack. Segundo o inquérito policial Kate teria
assassinado Jack por conta de desavença amorosa. Durante a investigação foram ouvidas várias
testemunhas que apontam a autoria de Kate. Segundo estas testemunhas, Kate teria disparado dois tiros
no coração de Jack.
Oferecida a denúncia, foi regularmente processada e ao final foi pronunciada por homicídio qualificado
por motivo torpe. Na pronúncia o juiz literalmente disse que havia provas suficientes da autoria e da
materialidade e que a acusada era fria na medida em que disparou a sangue frio contra o coração da
vítima Jack.
Considerando o caso acima, responda, sem inventar dados:
A) Qual o recurso cabível da decisão de pronúncia, com o respectivo fundamento legal e a tese de direito
processual a ser alegada pela defesa?
B) Em caso de realização do plenário, qual deve ser a tese e o respectivo fundamento legal a ser alegado
caso o promotor de justiça leia documento em plenário que foi entregue a ele pela mãe da vítima no dia
da sessão?

QUESTÃO 4
Em dezembro de 2012 Mariano praticou lesão corporal de natureza grave contra Patrício, seu primo.
Durante o processo foi instaurado, a pedido da defesa, incidente de insanidade mental, ficando
constatado que Mariano era portador de esquizofrenia e que na data do ocorrido era inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito dos fatos e de determinar-se de acordo com esse entendimento. Ao
final da instrução, em abril de 2013, o juiz proferiu sentença de absolvição imprópria, aplicando medida
de segurança consistente na internação de Mariano em hospital de custódia e tratamento pelo prazo
mínimo de 1 ano até a cessação da periculosidade. Não houve recurso, de forma que Mariano foi
internado ainda em 2013. Decorrido o prazo marcado pelo juízo Mariano foi submetido à exame de
cessação da periculosidade, no qual ficou comprovado que o quadro médico de Mariano em nada havia
melhorado, situação que se repetiu nos exames anuais subsequentes. Em 2019 o advogado contratado
pela família de Mariano requereu ao Juiz competente a desinternação de Mariano e a extinção da medida
de segurança imposta. O pedido, no entanto, foi negado pelo MM Juiz ao argumento de que, segundo o
artigo Art. 97 § 1º do Código Penal, “a internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo
indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de
periculosidade.” Em face da situação apresentada, responda:
A) Qual o recurso poderá ser manejado pelo advogado de Mariano para combater a decisão que não
acolheu o pedido defensivo?
B) Perante qual juízo deverá ser interposto o competente recurso?
C) O que poderá ser alegado pelo advogado de Mariano?

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