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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Natal – RN.

Caio, já qualificado nos autos do processo em que lhe move o Ministério Público, através de
seu advogado (procuração anexa), inconformado com a respeitável sentença que o
condenou, vem a presença de Vossa Excelência interpor,
RECURSO DE APELAÇÃO
Com fulcro no artigo 593, I, do Código de Processo Penal, requerendo desde já, seja
recebido e processado o presente recurso, com as inclusas razões e encaminhada para o
Egrégio tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

Termos em que,
Pede deferimento.

Natal, 23/03/2021.

Advogado
OAB nº
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Apelante: Caio
Apelado: Justiça Pública
Autos nº

Egrégio Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte


Colenda Câmara
Douto Procurador de Justiça

Em que pese o grande saber jurídico do MM Juiz a quo, a respeitável sentença merece
reforma, pelos fatos e direitos a seguir:

DOS FATOS
O réu foi condenado a 10 anos e 06 meses de reclusão, em regime inicial fechado, pelo
crime tipificado no artigo 213 por duas vezes, na forma do artigo 71, ambos do Código
Penal.

DO DIREITO
Preliminarmente verifica-se que não houve crime continuado, pois a grave ameaça e a
conjunção carnal são elementos do tipo penal, devendo ser afastado o concurso de crimes
previsto no artigo 71 do Código Penal, senão vejamos:
O réu, mediante grave ameaça, obrigou a vítima a praticar com ele conjunção carnal e
outros atos libidinosos diverso, agindo conforme previsão legal do artigo 213 do Código
Penal, não havendo, portanto, o que se falar em crime continuado, pois, seus atos foram
todos elementos do tipo penal, cometendo, portanto, um único crime.
Ao proferir sentença, o magistrado errou ao aplicar o concurso de crime, pois todos os atos
praticados pelo réu são elementos do tipo penal, previsto no artigo 213 do Código Penal,
devendo, portanto, ser afastado o concurso de crimes e ser considerado apenas o crime
tipificado no artigo 213 do Código Penal, com a aplicação da pena base, sem o aumento da
pena por maus antecedentes, pois o réu não possui condenação com trânsito em julgado,
não podendo ser usado como justificativa os processos em andamento, conforme súmula
444 do Superior Tribunal de Justiça, bem como não se pode agravar a pena com o
fundamento de que o réu desrespeitou a liberdade sexual da mulher, pois já é previsto na
pena do artigo 213 do Código Penal, sob pena de configurar o bis in idem.
O magistrado errou ao não reconhecer as atenuantes, pois à época dos fatos, o réu era
menor de 21 anos, devendo, portanto, ser aplicada a atenuante do 65, I, do Código Penal,
bem como a atenuante da confissão espontânea, com fulcro no artigo 65, III, alínea “d” do
Código Penal.
Com a aplicação da pena base do crime tipificado no artigo 213 do Código Penal, o
afastamento das agravantes e a aplicação das atenuantes, o regime inicial de cumprimento
de pena deve ser o semiaberto, pois é vedado a aplicação de regime mais gravoso,
conforme súmula 440 do Superior Tribunal de Justiça.
DOS PEDIDOS
Diante do acima exposto, requer seja provido o presente recurso para:
a) Reformar a respeitável sentença;
b) Afastar o concurso de crimes e aplicar somente uma vez a sanção penal do crime
tipificado no artigo 213 do Código Penal:
c) Afastar a agravante com base no desrespeito a liberdade sexual da mulher, pois já
elemento do tipo do crime praticado;
d) Aplicação da atenuante da menoridade, prevista no artigo 65, I do Código Penal;
e) Aplicação da atenuante da confissão espontânea, prevista no artigo 65, III, alínea “d” do
Código Penal;
f) Aplicação do regime inicial no semiaberto.

Temos em que,
Pede deferimento.

Natal, 23/03/2021.
Advogado
OAB nº

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