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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da ...

Vara de Execução Penal da comarca de Belo


Horizonte - MG.

Lucas, já qualificado nos autos, atualmente recolhido no presídio estadual de Belo


Horizonte, inconformado com a r.decisão em que lhe denegou a progressão de regime,
através de seu advogado (procuração anexa), vem, respeitosamente perante Vossa
Excelência, interpor o RECURSO DE AGRAVO EM EXCECUÇÃO, com fulcro no artigo 197 da
Lei 7.210/84.

Requer o agravante que seja, recebida e processado o presente recurso, com as inclusas
razões, para que Vossa Excelência possa exercer o juízo de retratação na forma do artigo
589 do Código de processo Penal, caso entende por manter r.decisão, requer-se seja
encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça do estado de Minas Gerais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Belo Horizonte, 01/12/2017

Advogado

OAB nº
RAZÕES DE AGRAVO EM EXCECUÇÃO
Agravante: Lucas
Agravado: Justiça Publica
Autos nº:

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Geras


Colenda Câmara
Douta Procuradoria de Justiça

Em que pese o grande saber jurídico no MM Juiz a quo, a r.decisão não deve prosperar,
pelos fatos e direito a seguir expostos:

DOS FATOS
Lucas, foi condenado pela prática de crime de associação ao tráfico, previsto no artigo 35
da Lei 11.343/06, tendo sido aplicado a pena de 6 anos de reclusão em regime semiaberto,
no mês seguinte, após o início do cumprimento da pena, Lucas vem a sofrer nova
condenação definitiva, pela prática de crime de ameaça , sendo-lhe aplicada
exclusivamente a pena de multa, tendo já cumprido 01 ano (1/6) da pena, requereu a sua
progressão de regime a qual foi indeferida pelo MM Juiz a quo, sob os seguintes
argumentos:

A) O crime de associação para o tráfico, no entender do magistrado, é crie hediondo,


tanto que o livramento condicional somente poderá ser deferido após o
cumprimento de 2/3 da pena aplicada;
B) O apenado é reincidente, diante da nova condenação pela prática de crime de
ameaça;
C) O requisito objetivo para a progressão de regime seria o cumprimento de 3/5 da
pena aplicada e, caso ele não fosse reincidente, seria de 2/5, períodos esses ainda
não ultrapassados;
D) Em relação ao requisito subjetivo, é indispensável a realização de exame
criminológico, diante da gravidade dos crimes de associação para o tráfico em geral.

DO DIREITO
O crime de associação ao tráfico não pode ser considerado hediondo, pois não consta da do
rol dos crimes hediondos previstos na Lei 8.072/1990, devendo ser, portanto, considerado
o cumprido 2/3 da pena aplicada para ter sua progressão, conforme disposto no artigo 112,
I, da Lei 7.210/84.
Não há que se falar em reincidência na hipótese, tendo em vista que a condenação pela
prática do crime de ameaça ocorreu após o trânsito em julgado da decisão que condenou
Lucas pela prática do crime de associação para o tráfico, conforme disposto no artigo 63 do
Código Penal, configura-se a reincidência quando o agente vem a ser condenado pela
prática de crime cometido após condenação anterior, com trânsito em julgado, pela prática
de delito pretérito.
O crime cometido por Lucas não é hediondo, devendo ser considerado o requisito objetivo
para a progressão da pena o cumprimento de 1/6 da pena aplicada, conforme previsto no
artigo 112, I da Lei 7.210/84.
Por fim, o requisito subjetivo de que é indispensável a realização do exame criminológico
não é mais obrigatória, bastando o atestado de bom comportamento carcerário, conforme
previsto na Lei 10.792/03.

DOS PEDIDOS
Requer-se o conhecimento e provimento do presente recurso com requerimento de
progressão de regime.

Belo Horizonte, 01/12/2017.

Advogado,
OAB nº

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