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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

11/03/2022

Número: 1013604-59.2022.4.01.3400
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL
Órgão julgador: 9ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 11/03/2022
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: Combustíveis e derivados, Combustíveis e derivados, Política de Preço Mínimo, Controle
de Preços, Interesses ou Direitos Difusos, Interesses ou Direitos Coletivos em Sentido Estrito,
Interesses ou Direitos Individuais Homogêneos, Política Pública de Preços
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
CONSELHO NACIONAL DO TRANSPORTE RODOVIARIO DE RASSIRE OLIVEIRA DE SOUSA (ADVOGADO)
CARGAS - CNTRC (AUTOR)
FRENTE PARLAMENTAR MISTA DO CAMINHONEIRO RASSIRE OLIVEIRA DE SOUSA (ADVOGADO)
AUTÔNOMO E CELETISTA (AUTOR)
SINDICATO DOS TRANSPORTADORES AUTONOMOS DE RASSIRE OLIVEIRA DE SOUSA (ADVOGADO)
CARGAS DE GUARULHOS - SINDITAC GUARULHOS
(AUTOR)
SINDICATO DOS TRANSPORTADORES AUTONOMOS DE RASSIRE OLIVEIRA DE SOUSA (ADVOGADO)
CARGAS EM GERAL, DO MUNICIPIO DE JUNDIAI E
REGIAO-SINDICAM (AUTOR)
JAIR MESSIAS BOLSONARO registrado(a) civilmente como
JAIR MESSIAS BOLSONARO (REU)
ADVOCACIA GERAL DA UNIAO (REU)
JOAQUIM SILVA E LUNA (REU)
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS (REU)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
97105 11/03/2022 06:33 Petição inicial Petição inicial
0169
97105 11/03/2022 06:33 01 - Petição Inicial Tutela Antecipada Antecedente Inicial
0174 em Ação Civil Pública
EM PDF

Assinado eletronicamente por: RASSIRE OLIVEIRA DE SOUSA - 11/03/2022 06:32:51 Num. 971050169 - Pág. 1
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Número do documento: 22031106325093300000962180345
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA
DO DISTRITO FEDERAL

O pior de todos os crimes é aquele cometido por


quem a própria lei os incumbiu de sua guarda – Rui
Barbosa

O CONSELHO NACIONAL DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS - CNTRC,


associação de associações dos Transportadores Rodoviários de Cargas e das entidades
que os agremiam, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 42.916.301/0001-00, entidade de
âmbito nacional e duração indeterminada, com sede e foro estabelecida em todas as
capitais das federações brasileiras, endereço de e-mail juridico@cntr.com.br, órgão
colegiado neste ato representada por seu Diretor Presidente o Sr. Plínio Nestor Dias,
brasileiro, casado, autônomo-TAC, inscrito no CPF nº 820.598.299-68, portador do RG
nº 1827540 SESP-SC, domiciliado na BR 376, KM 13, nº 4722, Costeira, São José dos
Pinhais-PR, CEP nº 83.015-500, juridicosjp.sinditac@gmail.com, telefone (041) 99683-
0907 PRIMEIRO REQUERENTE; conjuntamente com SINDICATO DOS
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS DE CARGAS EM GERAL DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ
E REGIÃO - SINDCAM JUNDIAÍ, associação, sem fins lucrativos, inscrito no CNPJ sob nº
20.229.346/0001-73, sede no endereço na rua Cica, 112, Vila Angélica, Jundiaí-SP. CEP
13.206-765, SEGUNDO REQUERENTE; SINDICATO DOS TRANSPORTADORES
AUTÔNOMOS DE CARGAS DE GUARULHOS – SINDITAC GUARULHOS, inscrito no CNPJ/
MF sob o n° 11.656.711/0001-35, localizado na Av. Santos Dumont, n° 2.302, Salão
Nobre Loja B, Cidade Industrial Satélite de São Paulo, CEP 07.220-000, Guarulhos/SP,
através de seu Presidente, Sr. LUÍS FERNANDO RIBEIRO GALVÃO, TERCEIRO
REQUERENTE; e a FRENTE PARLAMENTAR MISTA DO CAMINHONEIRO AUTÔNOMO E
CELETISTA, constituída em conformidade com o ato da Mesa da Câmara dos Deputados
nº 69/2005 (REQ 1.686/2019), com 235 Deputados Federais e 22 Senadores da
República entidade civil de natureza política não ideológica e suprapartidária, de âmbito

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nacional e duração indeterminada, com sede e foro no Congresso Nacional,
representada por seu Presidente o Deputado Federal Nereu Crispim, QUARTO
REQUERENTE, todos por seus advogados nos termos do art. 133 da Constituição Federal
e dos artigos 1º, I e 2º, caput, e §§1º, 2º e 3º da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994,
constituídos conforme instrumentos de procuração, inclusas, vêm à preclara presença
de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1º, caput, e incisos II, IV e V, da Lei nº
7.347/85, propor a presente

TUTELA ANTECIPADA EM CARÁTER ANTECEDENTE EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Em desfavor do Senhor JAIR MESSIAS BOLSONARO, Presidente da República inscrito no


CPF/MF nº 453.178287-91, por seu representante processual, PRIMEIRO REQUERIDO;
UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ/MF sob o n.
00.394.449/0014-50, por seu representante legal SEGUNDO REQUERIDO; JOAQUIM
SILVA E LUNA, inscrito no CPF/MF nº 334.864.767-34, Diretor-Presidente da Petrobras
S/A, TERCEIRO REQUERIDO; e PETROBRAS PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. sociedade de
economia mista inscrita no CNPJ/MF sob o n. 33.000.167/1049-00, estabelecida na
Avenida Rio Branco, 1, 4º ANDAR, Centro, Rio de Janeiro/RJ - CEP 20090-907, QUARTO
REQUERIDO;

PRELIMINARMENTE

É a presente Ação Civil Pública o instrumento para a concretização dos princípios


fundamentais de acesso à justiça, economia, segurança e efetividade processuais,
evitando ondas múltiplas e pulverizadas de demandas processuais.

A princípio, a tutela antecipada em caráter antecedente à ação civil pública tem


por objeto o cumprimento de obrigação de fazer e de não fazer (Art. 3º da Lei nº
7.347/85).

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DAS COMUNICAÇÕES PROCESSUAIS

Requer sejam as publicações oficiais decorrentes desta ação publicadas em


nome da advogada Rassire Oliveira de Sousa, OAB/BA 21388, sob pena de serem
consideradas nulas as publicações realizadas em desconformidade com o presente
requerimento.

SÍNTESE DA DEMANDA

Cuida-se de medida cautelar liminar em Ação civil pública para suspender ato
ilegal e abusivo do aumento de preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras hoje
(10.03.2022) com vigência a partir de amanhã (11.03.2022).

Trata-se de pedido de cessação de atos e omissões fundadas em prática


inconstitucional, ilícita, antiética e imoral, lesiva aos consumidores dos derivados
básicos de petróleo em território nacional afetados pela decisão política de fixação de
preços imotivadamente vinculados a paridade internacional.

Protesta sejam os réus obrigados a, cumprindo a ordem, adotar medidas de


imediata cessação das violações das normas de ordem pública que caracterizam,
evidente atentado à ordem econômica, à ordem tributária, às medidas antitruste e aos
direitos fundamentais dos consumidores quanto a preço e garantia de abastecimento
de bens e serviços diretamente afetados pela política energética antieconômica.

DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL DO DISTRITO FEDERAL

É competente para a causa a Justiça Federal, no foro da Seção Judiciária do


Distrito Federal, considerando a abrangência territorial de âmbito nacional (Lei nº
8.078/1990, Art. 93, inc. II).

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DOS FATOS – Causa de pedir próxima

Os sucessivos aumentos de preços dos combustíveis, promovidos pela terceira e


quarta rés com apoio e tolerância do primeiro e segundo réus no âmbito da ANP e do
CNPE, diante da aplicação de políticas econômicas lesivas ao interesse nacional, à ordem
econômica, aos direitos fundamentais do consumidor, configuram atos e omissões
inconstitucionais e ilegais, caracterizam violação de setores sensíveis em atentado a
soberania nacional por subordinação da independência do setor energético a interesses
meramente econômicos externos.

Com efeito, o país ameaçado por ingerências externas apoiadas internamente,


por esvaziar a capacidade econômica dos nacionais tendem a criar crise de paralização
de diversas atividades. A propósito:

“Caminhoneiros já começam a parar por conta da alta de


25% no óleo diesel. Categoria diz que não tem como rodar
se frete não acompanhar alta do combustível”
[ https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/caminhoneiros-ja-comecam-a-
parar-por-conta-da-alta-de-25-no-oleo-diesel/amp/]

“Grupos de caminhoneiros ameaçam paralisação e deixam


governo em alerta. Áudios e textos citam bloqueios na
'rodovia da soja' e no ABC paulista em razão do aumento de
combustíveis”
[https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2022/03/grupos-de-caminhoneiros-
ameacam-paralisacao-e-deixam-governo-em-alerta.shtml]

“Bolsonaro sobre ameaça de paralisação de caminhoneiros:


“Lamento”. Categoria reagiu ao anúncio da Petrobras, nesta
quinta-feira (10/3), de que vai aumentar em quase 25% valor
do diesel vendido às refinarias”.
[https://www.metropoles.com/brasil/economia-br/bolsonaro-sobre-ameaca-de-
paralisacao-de-caminhoneiros-lamento?amp]

“Caminhoneiros falam em "facada do governo" e prometem


ir à Justiça contra nova alta do diesel. Categoria descarta
paralisação, mas cobra definição sobre a política de preços
da Petrobras”.
[https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-
politica/noticia/2022/03/10/caminhoneiros-falam-em-facada-do-governo-e-
prometem-ir-a-justica-contra-nova-alta-do-diesel.ghtml]

“Petrobras anuncia aumento nos preços de gasolina, diesel e


gás de cozinha”.
[https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/03/10/petrobras-anuncia-
aumento-nos-precos-de-gasolina-diesel-e-gas-de-cozinha.amp.htm]

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Não se trata de mero inconformismo, mas de incapacidade econômica crítica.

Pois bem.

DAS RESPONSABILIDADES DOS RÉUS

DA PETROBRAS

A Petrobras reduziu sua capacidade de refino com vistas a ampliar a presença da


iniciativa privada estrangeira no setor e viabilizar privatizações e desde 2017, as
refinarias da Petrobras operam, em média, com 25% de capacidade ociosa.

A política de preços adotada pela Petrobras para combustíveis é de preços de


paridade de importação (PPI). Isto é, a Petrobras age como se fosse uma importadora,
de modo que seus preços de realização são o resultado das cotações internacionais dos
preços do barril de petróleo calculadas de acordo com a variação cambial do dólar
americano, custo do frete de importação, seguro marítimo e demais índices, custos e
despesas adicionadas de internação (custos próprios aos importadores) como se fosse
importadora de todo o petróleo e demais combustíveis derivados básicos destinados a
distribuição e consumo em território brasileiro.

Em alguns momentos, inclusive, os preços de realização nas refinarias no Brasil


se mantiveram acima das cotações internacionais, considerando os preços do Golfo do
México.

Além disso, as variações cambiais e do barril do petróleo implicam elevada


volatilidade dos preços, inviabilizando a previsibilidade necessária aos agentes
econômicos.

Em 2021, a gasolina acumulou alta de 54,0% no ano. O preço do diesel nas


refinarias teve aumento de 41%.

Apenas entre a adoção do PPI e dezembro de 2018, foram 121 reajustes de diesel
e gasolina. Em 2021, a Petrobras já reajustou gasolina e diesel mais de 10 vezes.

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O PPI é uma política que impõe elevados custos à sociedade e à economia
brasileiras. Em fevereiro de 2021, o IPCA teve a maior alta para o referido mês desde
2016, de 0,86%. Em 12 meses, o IPCA acumula 5,20%, quase o teto da meta de inflação.
Mais de 50% do impacto em pontos percentuais do IPCA de fevereiro está associado ao
grupo "transportes", especialmente aos combustíveis. [documento incluso,
SF/21914.95363-00]

Em outros termos, a política de preços da Petrobras tem implicações para toda


a economia, na medida em que, junto aos alimentos, vem determinando uma inflação
pelo lado da oferta (isto é, não associada ao consumo, tendo em vista a forte ociosidade
da economia).

Diante da inflação, o Copom recentemente ampliou a taxa básica de juros da


economia em 0,75 p.p. o que implica encarecimento do crédito e mais um obstáculo à
atividade econômica.

O aumento dos juros também afeta o custo da dívida pública, ampliando os


repasses estatais aos detentores da riqueza financeira sob a forma de títulos públicos.
Há diversos estudos que mostram as implicações negativas da volatilidade dos preços
de derivados sobre a atividade econômica. Percebe-se, pois, que a adoção do PPI tem
consequências para toda a economia, em detrimento dos mais vulneráveis.

Há alternativas ao PPI de forma a moderar o patamar e a volatilidade dos preços.


Primeiro, o Brasil é produtor de petróleo bruto e derivados do petróleo, sendo que o
custo de extração na província do pré-sal é inferior a US$ 6 por barril. Considerando os
demais custos, o custo de refino da Petrobras gira em torno de US$ 40 por barril, o que
não justifica a adoção do preço externo como base de comércio destinado ao
consumidor nacional

A Petrobras tem custos internos competitivos, que deveriam ser considerados


na formação de seus preços, conforme apontado por diversos especialistas.

DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA ENERGÉTICA - CNPE

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O Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, órgão vinculado à
Presidência da República e presidido pelo Ministro de Estado de Minas e Energia tem
como atribuição propor ao Presidente da República políticas nacionais e medidas
específicas destinadas a promover o aproveitamento dos recursos, em conformidade
com os princípios, dentre outros, da preservação do interesse nacional e da proteção
dos interesses do consumidor quanto a preço.

Ainda, tem por atribuição rever periodicamente as matrizes energéticas


aplicadas às diversas regiões do País, estabelecer diretrizes para programas específicos,
para a importação e exportação, de maneira a atender às necessidades de consumo
interno de petróleo e seus derivados, biocombustíveis, gás natural e condensado.

Tem ainda poderes para definir a estratégia e a política de desenvolvimento


econômico da indústria de petróleo, de gás natural, de outros hidrocarbonetos fluidos
e de biocombustíveis, bem como da sua cadeia de suprimento, lembrando-se que o
CNPE é regulamentado por decreto do Presidente da República.

É no âmbito do CNPE que o primeiro e segundo réus [chefe do Poder Executivo


Federal e a União] o poderiam corrigir as ilegalidades nas políticas adotadas pelos
Terceiro e Quarto Réus [Diretor Presidente da Petrobrás e a própria Petrobrás]

DA AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO

A ANP tem como finalidade promover a regulação e a fiscalização das atividades


econômicas dessa indústria, cabendo-lhe implementar a política nacional de petróleo,
gás natural e biocombustíveis, em todo o território nacional, obrigando-se a
implementá-la com estrita obediência de proteção dos interesses dos consumidores
quanto a preço, cabendo-lhe, ainda, fiscalizar as atividades da indústria do petróleo, do
gás natural e dos biocombustíveis, aplicar as sanções administrativas e pecuniárias e,
quando, tomar conhecimento de fato que possa configurar indício de infração da ordem
econômica, comunicá-lo imediatamente ao Conselho Administrativo de Defesa
Econômica – CADE e à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça.

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Dentre suas atribuições também importa registrar a de promover sessões
deliberativas destinadas a resolver pendências entre agentes econômicos e
consumidores e usuários de bens e serviços dessa indústria.

DA RESPONSABILIDADE DA UNIÃO E DA PETROBRAS

Conforme exposto, tratando-se de medida administrativa de gestão a política


econômica aplicada pela Petrobrás sobre os preços de combustíveis de acordo com a
política energética definida pelo CNPE, autorizada pelo chefe do Poder Executivo
Federal, implementada e fiscalizada pela ANP, não se trata de ingerência pública na
estatal a definição de política de preço com critérios econômicos nacionais. Pelo
contrário, enquanto houver tolerância nessa política, há violação aos princípios de
defesa dos interesses nacionais e de defesa dos interesses dos consumidores, violação
constitucional e crimes contra a ordem econômica, à ordem tributária e ao consumidor.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS - DA CAUSA DE PEDIR REMOTA

A propósito.

Constituição Federal da República do Brasil de 1988


Art. 5º (...)
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;

DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA


CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
(...)
V - defesa do consumidor;

Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997:


Do Conselho Nacional de Política Energética
Art. 1º As políticas nacionais para o aproveitamento racional
das fontes de energia visarão aos seguintes objetivos:
I - preservar o interesse nacional;

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II - promover o desenvolvimento;
III - proteger os interesses do consumidor quanto a preço,
qualidade e oferta dos produtos;
Art. 2° Fica criado o Conselho Nacional de Política Energética
- CNPE, vinculado à Presidência da República e presidido pelo
Ministro de Estado de Minas e Energia, com a atribuição de
propor ao Presidente da República políticas nacionais e
medidas específicas destinadas a:
(...)
IX - definir a estratégia e a política de desenvolvimento
econômico e tecnológico da indústria de petróleo, de gás
natural, de outros hidrocarbonetos fluidos e de
biocombustíveis, bem como da sua cadeia de suprimento;
Art. 8º A ANP terá como finalidade promover a regulação, a
contratação e a fiscalização das atividades econômicas
integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos
biocombustíveis, cabendo-lhe:
I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política
nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis, contida
na política energética nacional, nos termos do Capítulo I desta
Lei, com ênfase na garantia do suprimento de derivados de
petróleo, gás natural e seus derivados, e de biocombustíveis,
em todo o território nacional, e na proteção dos interesses
dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos
produtos;

A ANP permanece omissa em comunicar ao CADE:

Art. 10. Quando, no exercício de suas atribuições, a ANP


tomar conhecimento de fato que possa configurar indício de
infração da ordem econômica, deverá comunicá-lo
imediatamente ao Conselho Administrativo de Defesa
Econômica – Cade e à Secretaria de Direito Econômico do
Ministério da Justiça, para que estes adotem as providências
cabíveis, no âmbito da legislação pertinente.

DA NULIDADE DO REAJUSTE DO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS E DA NULIDADE DA


POLÍTICA DE PREÇOS DE PARIDADE DE IMPORTAÇÃO

A fim de melhor compreender a crise artificiosa, a Lei nº 10.192, de 14 de


fevereiro de 2001 dispõe que são vedadas, sob pena de nulidade, quaisquer estipulações
de pagamento, reajuste ou correção monetária vinculadas a moeda estrangeira, a
unidade monetária de conta de qualquer natureza ou por índices de preços gerais,
setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados,

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nula, ainda, de pleno direito qualquer estipulação de reajuste de periodicidade inferior
a um ano, quaisquer expedientes que, na apuração do índice de reajuste, produzam
efeitos financeiros equivalentes aos de reajuste de periodicidade inferior à anual.

O Poder Executivo deveria exercer a função de impedir ou fazer cessar a


lesividade ora impugnada, por meio do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE,
a propósito do DECRETO Nº 3.520, DE 21 DE JUNHO DE 2000, o Conselho Nacional de
Política Energética - CNPE, como órgão de assessoramento do Presidente da República
para a formulação de políticas e diretrizes de energia, destinadas a promover o
aproveitamento racional dos recursos energéticos, em conformidade com os princípios
de preservação do interesse nacional e proteção dos interesses do consumidor quanto
a preço estabelecendo diretrizes para programas, para a importação e exportação, de
maneira a atender às necessidades de consumo interno de petróleo e seus derivados.

Além do preço de paridade de importação ser nulo por expressa disposição da


lei 10.192/2001, os atos e omissões também caracterizam crimes contra a ordem
econômica, definidos na lei 8.176/91:

Lei nº 8.176, de 8 de fevereiro de 1991.


Define crimes contra a ordem econômica e cria o Sistema de Estoques
de Combustíveis.
Art. 1° Constitui crime contra a ordem econômica:
I - adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo, gás natural e
suas frações recuperáveis, álcool etílico, hidratado carburante e
demais combustíveis líquidos carburantes, em desacordo com as
normas estabelecidas na forma da lei;
Pena: detenção de um a cinco anos.

Os fatos trazidos, nos autos, também caracterizam em tese, crime contra a


ordem tributária e contra as relações de consumo. A propósito:

Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990.


Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as
relações de consumo
CAPÍTULO II
Dos crimes Contra a Economia e as Relações de Consumo
Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica:
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando,
total ou parcialmente, a concorrência mediante qualquer forma de
ajuste ou acordo de empresas;
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes,
visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou
produzidas;
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.

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Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:
IV - fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos
tais como denominação, sinal externo, marca, embalagem,
especificação técnica, descrição, volume, peso, pintura ou
acabamento de bem ou serviço;
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à
venda em conjunto;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem
ou na prestação dos serviços;
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços,
mediante a exigência de comissão ou de taxa de juros
ilegais;
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem
pretenda comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-
los para o fim de especulação;
VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou
afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou
serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou
divulgação publicitária;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a
metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 7°:
I - ocasionar grave dano à coletividade;

Na ocasião é importante destacar a ocorrência, em tese, de crimes:

Lei no 12.529, de 30 de novembro de 2011


Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência;
dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a
ordem econômica
TÍTULO V
DAS INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 31. Esta Lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de
direito público ou privado, bem como a quaisquer associações
de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito,
ainda que temporariamente, com ou sem personalidade
jurídica, mesmo que exerçam atividade sob regime de
monopólio legal.

A lei define que a responsabilidade é solidária:

Lei no 12.529, de 30 de novembro de 2011


Art. 32. As diversas formas de infração da ordem econômica
implicam a responsabilidade da empresa e a responsabilidade
individual de seus dirigentes ou administradores,
solidariamente.
Art. 33. Serão solidariamente responsáveis as empresas ou
entidades integrantes de grupo econômico, de fato ou de
direito, quando pelo menos uma delas praticar infração à
ordem econômica.
Art. 34. A personalidade jurídica do responsável por infração
da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando
houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder,

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infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou
contrato social.
Parágrafo único. A desconsideração também será efetivada
quando houver falência, estado de insolvência, encerramento
ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
administração.
Art. 35. A repressão das infrações da ordem econômica não
exclui a punição de outros ilícitos previstos em lei.

A culpabilidade definida por lei prescinde da demonstração do elemento


subjetivo da culpabilidade, já que para caracterizar a ocorrência da infração, independe
de evidência do dolo específico:

Lei no 12.529, de 30 de novembro de 2011


CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica,
independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma
manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os
seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:
(...)
III – aumentar arbitrariamente os lucros; e
IV – exercer de forma abusiva posição dominante.
§ 3o As seguintes condutas, além de outras, na medida em
que configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus
incisos, caracterizam infração da ordem econômica:
I – acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente,
sob qualquer forma:
a) os preços de bens ou serviços ofertados individualmente;
b) a produção ou a comercialização de uma quantidade
restrita ou limitada de bens ou a prestação de um número,
volume ou frequência restrita ou limitada de serviços;
c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou
potencial de bens ou serviços, mediante, dentre outros, a
distribuição de clientes, fornecedores, regiões ou períodos;
d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação
pública;
II – promover, obter ou influenciar a adoção de conduta
comercial uniforme ou concertada entre concorrentes;
VII – utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de
preços de terceiros;
VIII – regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo
acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o
desenvolvimento tecnológico, a produção de bens ou
prestação de serviços, ou para dificultar investimentos
destinados à produção de bens ou serviços ou à sua
distribuição;
IX – impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuidores,
varejistas e representantes preços de revenda, descontos,
condições de pagamento, quantidades mínimas ou máximas,
margem de lucro ou quaisquer outras condições de
comercialização relativos a negócios destes com terceiros;
X – discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou
serviços por meio da fixação diferenciada de preços, ou de
condições operacionais de venda ou prestação de serviços;

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XI – recusar a venda de bens ou a prestação de serviços,
dentro das condições de pagamento normais aos usos e
costumes comerciais;
XII – dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento
de relações comerciais de prazo indeterminado em razão de
recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas e condições
comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais;
XIII – destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-primas,
produtos intermediários ou acabados, assim como destruir,
inutilizar ou dificultar a operação de equipamentos
destinados a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;
XVII – cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa
sem justa causa comprovada;

Nota-se que as ações e omissões dos réus, além de nulas, constituem infrações
a normas de ordem pública reconhecíveis de ofício, circunstâncias que, ao infringir dor
e crise aos direitos fundamentais do consumidor quanto a preço do petróleo e
combustíveis dele derivados constitui grave violação à ordem econômica e tributárias
nacionais que diante da culpabilidade evidente por prolongada omissão conscienciosa
dos réus, aos prejudicados e legitimados, após esgotadas as medidas administrativas de
solução somente ao poder judiciário, nos termos da distribuição constitucional de
competências, é que cabe o atendimento do pedido de socorro, para conceder em
caráter cogente a tutela antecipada ora buscada. A propósito:

Lei no 12.529, de 30 de novembro de 2011


Art. 47. Os prejudicados, por si ou pelos legitimados referidos
no art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 , poderão
ingressar em juízo para, em defesa de seus interesses
individuais ou individuais homogêneos, obter a cessação de
práticas que constituam infração da ordem econômica, bem
como o recebimento de indenização por perdas e danos
sofridos, independentemente do inquérito ou processo
administrativo, que não será suspenso em virtude do
ajuizamento de ação.

Registre, inclusive, por iniciativa da FRENTE PARLAMENTAR MISTA DO


CAMINHONEIRO AUTÔNOMO E CELETISTA, haver inquéritos em curso tratando sobre
a matéria ora trazida, conduzido pelo CADE - Conselho Administrativo de Defesa
Econômica conforme dão conta os documentos anexos.

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DOS REQUISITOS E PRESSUPOSTOS DA MEDIDA CAUTELAR (LIMINAR)

Para cessação das lesões a ordem econômica, a ordem tributária e aos direitos
fundamentais do consumidor quanto a apreço, as medidas paliativas de política
econômica em discussão para serem criadas no âmbito legislativo não resolvem o
problema estrutural senão considerar as balizar de desindexação de preço a variação de
índices e de câmbio de moeda estrangeira, sendo a única alternativa constitucional e
legal, do tratamento da matéria no âmbito das atribuições jurisdicionais.

A concessão de ordem para imediata suspensão dos reajustes dos preços do


petróleo e dos combustíveis derivados básicos do petróleo baseados na criação artificial
de preço mediante indexação de custos inexistentes de paridade de importação, em
defesa ou em proteção aos nacionais enganados pela malversação dos motivos e das
finalidades pelo aumento abusivo fundado em guerra externa, em variações cambiais e
índices financeiros, em qualquer caso, não adotados pela República Federativa do Brasil.

Não temos controle sobre as variáveis preço internacional do petróleo e do


câmbio real/dólar (preço/cambio) e é esse o motivo de ser vedada a estipulação de
indexação pela variação cambial.

O Plano de Estabilização Econômica Lei 8.880/94 em seu art. 6º, determina a


nulidade de qualquer estipulação nesse sentido, com as devidas exceções, com objetivo
de evitar perdas em caso de desequilíbrios cambiais:

Lei 8.880/94
"Art. 6o. É nula de pleno direito a contratação de reajustes
vinculados à variação cambial, exceto quando expressamente
autorizado por lei federal, e nos contratos de arrendamento
mercantil celebrados entre pessoas residentes e domiciliadas
no País, com base em captação de recursos provenientes do
exterior.”

Desse modo, protesta seja concedida a ordem para determinar aos réus as
providências a imediata:

a) cessação de reajuste dos preços com base em despesas e custos não


existentes;

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b) implementação de política de preço sobre os combustíveis com critérios
econômicos nacionais a fim de garantir a efetiva defesa dos interesses nacionais e dos
consumidores brasileiros.

DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA

A Petrobras anuncia aumento dos preços dos combustíveis destinados ao


consumidor brasileiro na data de 10 de março de 2022 na proporção de 18, 8% sobre o
preço da gasolina tipo C;

O preço do Diesel combustível rodoviário a ré informa majoração de 24,9%; E o


preço do gás de cozinha (GLP) em 16,06%, cujo anuncio segundo indica a ré já passara a
ser exigido das Distribuidores a partir desta sexta feira, dia 11 de março do corrente ano
(documentos inclusos).

DA TUTELA CAUTELAR DE URGÊNCIA (LIMINAR)

Nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil, a tutela de urgência


somente poderá ser deferida se houver nos autos elementos que evidenciem,
concomitantemente, (a) a probabilidade do direito e (b) o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo.

Sabe-se que para a concessão de tutela provisória de urgência é necessário o


preenchimento dos requisitos constantes no art. 300 do Código de Processo Civil, quais
sejam:

Da demonstração da probabilidade do direito

Evidente a demonstração da probabilidade do direito forte no atentado a normas


de natureza constitucionais e violação a direitos fundamentais legalmente assegurados.

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Do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo

Igualmente evidente que nem mesmo em período pré-pandemia os


consumidores não suportam, por ausência de capacidade econômica, equiparação da
realidade brasileira com a capacidade econômica dos consumidores de outras nações a
que os réus insistem em equiparar, onerando os nacionais a ponto de subtrair toda a
capacidade econômica dos produtos e serviços, direta ou indiretamente, afetados pela
política de preços lesiva, ora rechaçada, circunstância que se os consumidores, em
território nacional, tiverem que suportar a excessiva onerosidade aplicada pelos réus, e
aguardar a prestação jurisdicional até o provimento final deste processo, certamente
haverá perda do bem jurídico que se pretende proteger pelo que protesta pela
concessão liminar da ordem pretendida.

Aliado a isso, caminhoneiros declaram que vão parar as atividades por falta de
condições mínimas de trabalho com dignidade.

Da reversibilidade dos efeitos da decisão.

A concessão da ordem pleiteada, dada a natureza provisória da medida poderá


ser modificada, a qualquer tempo sem qualquer prejuízo ou perigo de dano aos réus.

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DOS PEDIDOS, REQUERIMENTOS E PROTESTOS

Requer a Vossa Excelência seja determinada ordem e a expedição do respectivo


mandado para sustar o aumento de preços de combustível anunciado pela Petrobras
hoje (10.03.2022) com vigência de novo preço a partir de amanhã (11.03.2022).

Desde já informam os autores que, no prazo legal, pretendem exercer o direito


ao aditamento previsto no inc. I, §1º, art. 303, CPC.

Termos em que,

Pede Deferimento urgente.

Dá à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais)

Distrito Federal, Brasília, 10 de março de 2022

________________________________ ________________________________
RASSIRE OLIVEIRA DE SOUSA Dra. EDITE ANDRADE MONTEIRO
OAB/BA nº 21388 OAB/MG 86080
________________________________ ________________________________
Dr. EDUARDO MADUREIRA SANTOS Dr. ALESSANDRO CONSOLINE RUFFOLO
OAB/SE nº 7477 OAB/SP nº 285519,
________________________________ ________________________________
Dra. TAMIRES FERREIRA DA SILVA Dr. SÉRGIO GON ALVES RIBEIRO
OAB/PR nº 65.053 OAB/SP nº 209996

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