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Estabilidade e Controle

Aula 2

Prof. Daniel Dall’Onder dos Santos


Estabilidade Direcional

– A necessidade de estabilidade em torno do eixo de guinada dá origem ao


estabilizador vertical
– Estabilizador vertical e leme: funções análogas ao estabilizador horizontal e
profundor

– Estabilizador vertical:

auxilia na manutenção da aeronave alinhada com a direção do voo
Estabilidade Direcional

Efeito do estabilizador vertical


– Se uma perturbação tira a aeronave da sua direção, a cauda passa a ter um
ângulo de ataque em relação ao escoamento
– Surge uma força restauradora (sustentação horizontal) que tende a realinhar a
cauda com a direção do voo

Efeitos do desalinhamento (vento x trajetória do voo)


– maior arrasto
– dificuldades de manobra (coordenação de curvas)
Estabilidade Direcional

Dimensão do Estabilizador Vertical

– Monomotor

Torque da área vertical posterior ao C.G. deve ser maior que o torque da área
vertical à frente do C.G.

Compensação do torque da rotação da hélice

Compensação da guinada adversa
Obs.: O estabilizador vertical pode ser pequeno, mas exigirá mais trabalho por
parte do piloto (atuação do leme)

– Multi-motores

Compensação do torque causado pela perda de um motor (tendência da
aeronave à guinada)

Um estabilizador vertical maior (com auxílio da trimagem do leme) pode
compensar esse efeito

Aeronaves modernas possuem estabilizadores verticais tão eficientes que o uso
do leme para correções é quase desnecessário
Obs.: Bimotores comerciais possuem estabilizadores verticais grandes
Estabilidade Direcional

Obs.: Estabilidade Lateral (rolagem)


– Discutida na seção anterior
– Consequência da presença de diedro

Obs.2: Northrop Grumman B-2 Spirit


– Estabilidade direcional através do arrasto de ponta de asa
– Ailerons se dividem (abrem) no lado que o piloto deseja realizar uma manobra
– Aumento do arrasto deste lado, guinando a aeronave
Estabilidade Dinâmica

Estabilidade estática

Tendência de uma aeronave retornar ao seu ângulo de ataque original depois
de uma perturbação
Estabilidade dinâmica

Como o movimento causado por uma perturbação varia no tempo

– Estabilidade dinâmica positiva


- Aeronave estaticamente estável
(Há uma força restauradora após uma perturbação)
- Trajetória oscila em torno da altitude original e as oscilações decrescem no
tempo
(Veículo com bons amortecedores)
Estabilidade Dinâmica

– Estabilidade dinâmica neutra


- Aeronave estaticamente estável
- Amplitude das oscilações não decresce no tempo
(Veículo sem amortecedores após a passagem por um buraco)

– Estabilidade dinâmica negativa


- Aeronave estaticamente estável
- Amplitude das oscilações aumenta com o tempo
(Veículo sem amortecedores em passagem por uma estrada esburacada)
Estabilidade Dinâmica

Obs.: A estabilidade dinâmica pode ser considerada em relação aos três eixos da
aeronave – longitudinal, lateral e direcional (arfagem, rolagem e guinada)

Obs2.: A estabilidade dinâmica de mais de um eixo da aeronave acoplados:

– Dutch roll

Movimento que acopla rolagem e guinada

Pequeno movimento de rolagem com um pequeno movimento da cauda

Aeronave mantém sua proa

Não é um problema grave ao voo (se a estabilidade dinâmica for positiva)

Efeitos maiores sobre passageiros próximos à cauda

Em aviões pequenos, os passageiros estão sentados próximos ao C.G., tal que
o movimento é praticamente imperceptível

Estabilizadores verticais maiores diminuem esse movimento

Yaw damper: controle automático do leme para amortecer o Dutch Roll
Estabilidade Dinâmica

– Estabilidade espiral

Instabilidade de rolagem e guinada

Leva à uma espiral descendente

Se não houver intervenção do piloto, pode acarretar na perda de controle e
queda da aeronave

Demora para se desenvolver (só um piloto dormindo poderia ignorar)

– Movimento fugóide

Comum à todas as aeronaves

Intercâmbio entre energia potencial e energia cinética

Aeronave aumenta sua velocidade - aumento na sustentação e altitude

Velocidade diminui - diminuição da sustentação e altitude

Período entre oscilações é longo
Aumento da Estabilidade

– Design de aviões militares modernos



Exploram a instabilidade: maior manobrabilidade (tendência natural é sair de
uma condição estável)

Não "podem" ser pilotados sem auxílio do computador: reação rápida à
pertubações

Computador se encarrega de estabilizar a aeronave e o piloto foca a atenção
em outras tarefas

Estabilizadores horizontais e verticais menores (menores peso e arrasto)

Grumann X29 Lockheed Martin F-35 Lightning II


Manobrabilidade: pilotagem

– Características de pilotagem das aeronaves não eram quantificadas até antes da


Segunda Guerra Mundial
– Até então, era baseado nas opiniões pessoais dos pilotos
– Termos como "divertido, suave, rápido, lento, esportivo" ainda são empregados
para caracterizar os comandos de uma aeronave
– Opiniões de pilotos veteranos podem dificultar a pilotagem de pilotos novatos
– Problema comum para aviões "home-built"
- poucas avaliações quantitativas disponíveis
Manobrabilidade: pilotagem

Ex.:
– Força de 18 kgf (177 N) aplicada no manche para a aeronave realizar uma
rolagem de 1°/s

Aeronave pode ser considerada lenta

– Força de 0,45 kgf (4,45 N) aplicada no manche para a aeronave realizar uma
rolagem de 180°/s

Aeronave considerada muito esportiva

Obs.:
– Força de 2,27 kgf (22,2 N) para máximo comando de rolagem
– Força de 13,6 kgf (133,5 N) para máximo comando de arfagem

Sistema de controle desbalanceado

Obs2.: Aviões antigos possuiam uma tendência maior à guinada adversa em


relação aos modernos
- Presença de diedro
- Maiores estabilizadores verticais
Fly-by-wire

– Primeiras aeronaves: superfícies de controle ligadas ao manche através de


cabos, polias e/ou linhas hidráulicas
– Dificuldade na conexão dos comandos à cabine
(Ex. Cabo do aileron - extremidade da asa até a cabine)

– Uso de computadores

Não há necessidade de conexões mecânicas ou hidráulicas extensas na
aeronave

– Fly-by-wire: comandos são transmitidos através de fios



Comandos do piloto são lidos e interpretados por um computador (além de
sua própria função de aumento de estabilidade)

O computador envia sinais elétricos para os diversos atuadores, que
convertem o sinal em ações mecânicas

Outros efeitos:
- Controle do ângulo de ataque (impedindo estol)
- Controle de comandos excessivos
Fly-by-wire

Discussão entre pilotos e engenheiros:


– Falta de sensibilidade do joystick

Mesma força é exercida manobras em baixa velocidade e altas velocidades

Solução:
Algumas aeronaves possuem um sistema em que o próprio computador controla
molas e links mecânicos que dão a sensação dos comandos mecânicos antigos
Fly-by-wire

Além do aumento de estabilidade, o computador da aeronave é capaz:


– interpretar dados de navegação
– pouso por instrumentos
– interpretar dados de tráfego aéro
– interpretar dados meteorológicos
– criar e executar um plano de voo

Função do piloto: monitoramento dos sistemas da aeronave


Fly-by-wire

"Um piloto e um cão serão responsáveis pelo voo das aeronaves do futuro. O
trabalho do cão é morder a mão do piloto caso ele toque nos controles. A função do
piloto será alimentar o cão."

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