Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR ANTÔNIO GARCIA FILHO


DATA: 12/06/2019 TURMA: 25
DOCENTE: Mônica Cardozo Rebouças
DISCENTES: Ranya Sthephanie Nascimento Ribeiro
Luiz Carlos Junio Silva Costa

Resumo
A aula do dia 07/06/2019 foi marcada por uma discussão produtiva a respeito da
ética, juntamente com a moral e o direito, bioética e pesquisas em saúde, visto que são
conceitos importantes para a nossa vida profissional.
Inicialmente, foi-se debatido acerca da inter-relação entre três das cinco
temáticas supracitadas (ética, moral e direito) e, após uma extensa discussão, notou-se
que são conceitos que não apresentam uma definição exata, pois varia de autor para
autor. Porém, mesmo com essa discordância, concluiu-se que a ética é um conjunto de
valores que norteiam o comportamento do homem, sendo responsável por averiguar os
seus princípios, seus valores e a conduta esperada pelas pessoas como resultado do uso
de regras morais no comportamento social. Já a moral, é o acúmulo de experiências
individuais que vão ganhando prestígio até conseguirem se tornar regras ou normas,
impalpáveis, na sociedade. É importante salientar que objeto da ética é a moral, ou seja,
a ética estuda e atualiza a moral.
Alguns autores não sentem a necessidade de distinguir esses dois conceitos, pois
acredita que há uma interdependência sobre eles. Outros, entretanto, dizem que esses
temas são distintos – apesar de serem parecidos – e decidem defini-los separadamente.
Posteriormente, viu-se a importância do direito na construção da moral, uma vez
que a moral possui maior abrangência do que o Direito, pois representa o mínimo de
princípios morais para o bem-estar social. Apesar da relação, ambos apresentam
diferenças, como a coercibilidade, já que a moral é incoercível e o direito é coercível,
isto é, o direito pode usar a força para que suas normas sejam obedecidas.
Logo após, analisou-se o conceito de bioética, a qual estuda os conflitos,
controvérsias, pesquisas e práticas que buscam resolver questões éticas dentro de
diversas esferas, devido a sua interdisciplinaridade, e visa entender o alcance dessas
novas descobertas criando regras as quais possibilitem o melhor uso dessas tecnologias.
Possui quatro princípios:
1. Autonomia: capacidade de autodeterminação, ou seja, o paciente tem que ter
acesso a todas as informações para tomar livremente as suas decisões, longe da
influência de outras pessoas;
2. Não Maleficência: significa evitar o mal, ou seja, cria o costume de ajudar sem
causar danos;
3. Beneficência: significa fazer o bem, ou seja, obrigação moral de agir para o
benefício do outro, usando todos os conhecimentos e habilidades profissionais a
serviço do paciente.
4. Justiça: igualdade de tratamento e equidade na repartição dos bens e recursos;
Para desenvolver a reflexão a respeito dos princípios, mostrou-se diversos
problemas vistos cotidianamente, os quais se relacionam com a bioética, como a
eutanásia, transplante de órgão e a transfusão de sangue em testemunhas de Jeová,
apresentando as leis que regem esses temas e como um profissional de saúde deve se
portar diante dessas situações.
Em seguida, debateu-se sobre a pesquisa em animais, que constituem uma
importante ferramenta na pesquisa científica. Sabe-se que essa prática deve estar
baseada em princípios bioéticos, seja para impor limites de dor e sofrimento, como para
fiscalizar instalações e procedimentos.
Nos últimos trinta anos, o comportamento social em relação aos animais
modificou-se consideravelmente. As mudanças decorrentes desse fenômeno refletiram-
se como críticas ao uso de animais em pesquisas e no ensino. O controle sobre tais
experimentos induziu à formulação de normas legais voltadas à experimentação animal
em ciências biomédica
A utilização dos animais nas investigações científicas deve ser vista sob três
aspectos: científico, ético e legal. Se o pesquisador mantiver a sua atividade equilibrada
nesse tripé, terá maiores chances de progredir sem comprometer o seu trabalho e o seu
nome.
Ademais, Cada país apresenta uma legislação específica para pesquisas em
animais e, quanto mais desenvolvida a nação, mais regras são impostas. Muitos centros
de pesquisa, diante das rígidas imposições de seus comitês de ética, têm buscado
parcerias com regiões menos desenvolvidas – isto é, com legislação menos severa –
para a prática de seus experimentos
No Brasil, a legislação e regulamentação voltada para a pesquisa em animais dá-
se com os seguintes requisitos:
I - Experimento com animais é necessário ao desenvolvimento científico.
II - Substituir os animais, quando possível, por modelos alternativos.
III - Todos os experimentos devem ser relevantes.
IV - Utilizar o mínimo de animais necessário para se obterem resultados válidos.
V - Preferir as espécies filogeneticamente menos desenvolvidas.
VI - Oferecer aos animais conforto adequado e aliviar a sua dor.
IX - Realizar sob anestesia os procedimentos que causam dor.
X - Matar o animal que vier a sofrer em decorrência do experimento.
De maneira geral, é evidente a contribuição dos animais para o Homem. Apesar
de serem organismos diferentes, concorda-se que muitas descobertas importantes para a
humanidade foram desenvolvidas primeiramente em animais e transportadas com maior
segurança ao humano. Nesses termos, cabe moralmente ao Homem, como ser racional,
garantir um tratamento digno aos animais que contribuem para os avanços da pesquisa.
Após isso, a turma começou a falar de pesquisas em seres humanos, que foram
impulsionadas a partir das atrocidades da Segunda Guerra Mundial. A Resolução
466/2012 do Conselho Nacional de Saúde estabelece os fundamentos éticos e científicos
para este tipo de pesquisa. Para isso, precisa respeitar o participante da pesquisa em sua
autonomia, assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa,
precisa ponderar entre riscos e benefícios, precisa ter relevância social e, finalmente,
precisa ser aprovada previamente por um comitê de ética em pesquisa (CEP), que dentre
suas funções estão:
1. Revisar todos os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, cabendo-lhe
a responsabilidade primária pelas decisões sobre a ética da pesquisa, de modo a
resguardar a integridade e os direitos dos participantes;
2. Emitir parecer consubstanciado por escrito, no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
identificando com clareza o ensaio, documentos estudados e data de revisão;
3. Guardar os protocolos por um perlado de cinco anos após o encerramento da
pesquisa;
É fundamental reconhecer a importância da liberdade de investigação científica e
dos benefícios dos progressos da ciência e da tecnologia; ao mesmo tempo, é necessário
que os mesmos estejam em conformidade com os princípios éticos e respeitem a
dignidade humana, os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

Você também pode gostar